Presidente também falou sobre a reforma da Previdência dos militares e pediu 'sacrifício'.
Por Fernanda Rouvenat, G1 Rio
Democracia e liberdade só existem quando Forças Armadas querem, diz Bolsonaro em discurso.
O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã desta quinta-feira (7) da cerimônia de aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais no Rio de Janeiro e fez um discurso de pouco menos de 4 minutos.
Nele, falou sobre a participação dos militares na democracia e na Previdência Social.
Bolsonaro abriu o discurso falando sobre a missão de governar o Brasil.
"A segunda missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade.
E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer” (sic), disse o presidente.
O presidente também disse que quer fazer do Brasil um país de primeiro
mundo e que reconhecerá os militares neste contexto.
Prometeu ainda debater uma nova "retaguarda jurídica" para os militares.
Prometeu ainda debater uma nova "retaguarda jurídica" para os militares.
“Temos uma missão de mudar o Brasil.
Esse foi nosso propósito, essa foi nossa bandeira ao longo de quatro anos andando por todo Brasil.
[...] O que eu quero para o senhores, meus irmãos militares.
Sou do Exército brasileiro, mas tenho uma formação muito semelhante à de vocês.
A minha última unidade foi a Brigada de Infantaria Paraquedista.
Eu quero a vocês conversando, ouvindo, debatendo uma retaguarda jurídica para que vocês possam exercer seus trabalhos, em especial nas missões extraordinárias da tropa”, afirmou o presidente.
Esse foi nosso propósito, essa foi nossa bandeira ao longo de quatro anos andando por todo Brasil.
[...] O que eu quero para o senhores, meus irmãos militares.
Sou do Exército brasileiro, mas tenho uma formação muito semelhante à de vocês.
A minha última unidade foi a Brigada de Infantaria Paraquedista.
Eu quero a vocês conversando, ouvindo, debatendo uma retaguarda jurídica para que vocês possam exercer seus trabalhos, em especial nas missões extraordinárias da tropa”, afirmou o presidente.
Presidente Bolsonaro participa de cerimônia no Rio — Foto: Reprodução / GNews.
Reforma da Previdência.
O presidente afirmou ainda que os militares precisarão fazer sacrifício com a nova reforma da Previdência, mas prometeu que as especificidades de cada uma das forças serão respeitadas.
“O que eu quero aos senhores é sacrifício também. Entraremos sim, numa
nova Previdência que atingirá os militares, mas não deixaremos de lado,
não esqueceremos, as especificidades de cada força", afirmou o
presidente.
O governo entregou ao Congresso, em 20 de fevereiro, uma proposta geral de reforma da Previdência,
mas ela não inclui os militares.
Na ocasião, o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que em até 30 dias o governo apresentaria um projeto com mudanças nas regras para aposentadoria dos militares.
Na ocasião, o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que em até 30 dias o governo apresentaria um projeto com mudanças nas regras para aposentadoria dos militares.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) só deve votar a constitucionalidade da reforma da Previdência após o governo apresentar as regras para os militares.
'Mal entendido'.
A fala de Jair Bolsonaro sobre Forças Armadas e democracia gerou polêmica entre aliados e oposicionistas.
Na tentativa de conter o mal-estar provocado pela declaração do presidente, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, deram declarações na tarde desta quinta-feira minimizando a fala de Bolsonaro.
Os dois são generais da reserva.
Na tentativa de conter o mal-estar provocado pela declaração do presidente, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, deram declarações na tarde desta quinta-feira minimizando a fala de Bolsonaro.
Os dois são generais da reserva.
Para Mourão, o presidente foi "mal interpretado" ao declarar que "democracia e liberdade só existem" quando as Forças Armadas desejam.
Mourão diz que Bolsonaro foi 'mal interpretado' em fala sobre Forças Armadas e democracia.
"O que que o presidente quis dizer?
Está sendo mal interpretado.
O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem.
É o que acontece na Venezuela.
Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas rasgaram isso aí.
Foi isso que ele [Bolsonaro] quis dizer", argumentou Mourão.
Está sendo mal interpretado.
O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem.
É o que acontece na Venezuela.
Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas rasgaram isso aí.
Foi isso que ele [Bolsonaro] quis dizer", argumentou Mourão.
Um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro, Heleno também minimizou a
declaração do presidente da República.
Ele afirmou que não viu "nada demais" na fala do chefe do Executivo federal.
Ele afirmou que não viu "nada demais" na fala do chefe do Executivo federal.
Segundo o ministro, "todo mundo sabe" que as Forças Armadas são o "baluarte da democracia e da liberdade".
"Não achei polêmica.
Não vejo nada de mais na declaração.
Ele [Bolsonaro] estava fazendo um discurso para comemoração dos 111 anos do Corpo de Fuzileiros Navais e ele falou o que todo mundo sabe: as Forças Armadas são o baluarte da democracia e da liberdade.
Historicamente, em todos os países do mundo", enfatizou.
Não vejo nada de mais na declaração.
Ele [Bolsonaro] estava fazendo um discurso para comemoração dos 111 anos do Corpo de Fuzileiros Navais e ele falou o que todo mundo sabe: as Forças Armadas são o baluarte da democracia e da liberdade.
Historicamente, em todos os países do mundo", enfatizou.
Ministro Augusto Heleno diz que Forças Armadas são 'baluarte' da democracia.
No início da noite desta sexta, o próprio Bolsonaro voltou a falar da
declaração polêmica em uma transmissão ao vivo por meio de uma rede
social.
Ele reforçou na internet a manifestação que havia feito mais cedo, afirmando que, no Brasil, "devemos às Forças Armadas a nossa democracia.
Ele reforçou na internet a manifestação que havia feito mais cedo, afirmando que, no Brasil, "devemos às Forças Armadas a nossa democracia.
"Hoje de manhã nós estivemos no Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, estava comemorando o seu 211º aniversário.
Usei da palavra e, para variar, vai dar polêmica em dado momento quando eu falei que no Brasil nós devemos às Forças Armadas a nossa democracia e a nossa liberdade.
E assim é em todo lugar do mundo.
E essa fala começou a levar para o lado das mais variadas interpretações possíveis" (Jair Bolsonaro).
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