Relatórios indicam que mineradora estava ciente de riscos na barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu no dia 25 de janeiro e causou centenas de mortes.
Por Bom Dia Brasil
Documentos indicam que Vale sabia do risco de rompimento da barragem em Brumadinho
Dois relatórios da Vale, um de 2017 e outro de 2018, indicam que a
mineradora sabia dos riscos de rompimento da barragem 1 da Mina do
Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Documento interno da Vale de novembro de 2017 afirma que a barragem, já naquela época, tinha uma chance de colapso duas vezes maior que o nível máximo de risco individual tolerável.
Documento interno da Vale de novembro de 2017 afirma que a barragem, já naquela época, tinha uma chance de colapso duas vezes maior que o nível máximo de risco individual tolerável.
Outro documento, de outubro de 2018, indicava que além de ter duas
vezes mais chances de se romper do que nível máximo tolerado pela
política de segurança da empresa, a barragem estava em uma "zona de
atenção".
A informação foi publicada pela agência de notícias Reuters e confirmada por fontes ligadas à investigação.
Até a segunda-feira (11), 165 corpos já haviam sido resgatados da lama.
Destes, 160 foram identificados.
O número de desaparecidos é de 155 pessoas, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
Destes, 160 foram identificados.
O número de desaparecidos é de 155 pessoas, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
Brumadinho: animação mostra deslocamento da lama (com vídeos de câmera de segurança)
Em nota, a Vale diz que não existe em nenhum relatório, laudo ou estudo
conhecido, qualquer menção a risco de colapso iminente da barragem 1 da
Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Além disso, a mineradora diz que "a barragem possuía todos os
certificados de estabilidade e seguranças nacionais e internacionais".
A nota da mineradora afirma também que a barragem "estava dentro do limite de risco".
A nota da mineradora afirma também que a barragem "estava dentro do limite de risco".
Zona de atenção.
O Ministério Público de Minas Gerais afirmou na segunda-feira (11), que além da Mina Córrego do Feijão, outras oito barragens da Vale estão em zona de atenção (Alarp Zone).
As barragens estão situadas em áreas próximas a núcleos urbanos,
havendo pessoas residentes/transitando na zona de autossalvamento, ou
seja, na região do vale a jusante da barragem a uma distância que
corresponda a um tempo de chegada da onda de inundação (lama) igual a
trinta minutos ou 10 km”.
Expansão de atividades.
Embora os documentos indiquem que a Vale sabia do risco de rompimento, a
mineradora seguiu com o plano de expansão das atividades do Complexo
Paraopeba, onde fica a barragem que se rompeu.
Como o G1 revelou, a Vale obteve em dezembro de 2018
autorização do governo de MG para um conjunto de obras que ampliaram em
70% a produção do complexo.
A solicitação havia sido feita em 2015.
A solicitação havia sido feita em 2015.
Bombeiros buscam corpos nos rejeitos da Vale em Brumadinho — Foto: Washington Alves/Reuters
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