Reconhecimento foi feito nesta quarta-feira (19), pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro — Foto: Oton Veiga/TV Globo.
A literatura de cordel foi reconhecida, nesta quarta-feira (19), como
Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
O título foi concedido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A reunião ocorreu no Rio de Janeiro, com presença de representantes do Ministério da Cultura e da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
O título foi concedido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A reunião ocorreu no Rio de Janeiro, com presença de representantes do Ministério da Cultura e da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Em Pernambuco, o gênero ganha destaque em festivais e com o Museu do Cordel Olegário Fernandes, em Caruaru, reformado em 2013.
No mesmo município, a literatura também é valorizada pela Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC),
criada em 2005 com o objetivo de valorizar os poetas do passado e
incentivar os futuros cordelistas.
As homenagens ao gênero são feitas sobretudo em novembro, mês em que é celebrado o Dia da Literatura de Cordel.
As homenagens ao gênero são feitas sobretudo em novembro, mês em que é celebrado o Dia da Literatura de Cordel.
De acordo com a pesquisadora e escritora Maria Alice Amorim, que
estudou a literatura de cordel no mestrado e doutorado, o título é uma
forma de reconhecer um gênero que já sofreu preconceitos.
"Embora seja uma tradição reconhecida e admirada, ela também sofre uma
série de preconceitos e, consequentemente, exclusões de alguns nichos
literários devido ao caráter popular", explica.
Literatura de cordel é comumente exibida em cordões em feiras e editoras — Foto: Oton Veiga/TV Globo.
Maria Alice, no entanto, acredita que a riqueza do gênero supera as
discriminações já sofridas pelas produções e pelos escritores.
"Por ter esse caráter de uma tradição popular, de livros que são feitos
de uma forma mais artesanal, com materiais mais baratos, existe esse
preconceito.
Só que na verdade, enquanto discurso poético, o cordel é muito rico e refinado, porque necessita de uma técnica de métrica e rima", observa.
Só que na verdade, enquanto discurso poético, o cordel é muito rico e refinado, porque necessita de uma técnica de métrica e rima", observa.
Com o título, a pesquisadora acredita que a literatura de cordel ganha
força para ser perpetuada.
"Essa salvaguarda vai garantir que a tradição permaneça viva e que outras pessoas possam desenvolver o talento poético pra poesia de cordel", afirma.
"Essa salvaguarda vai garantir que a tradição permaneça viva e que outras pessoas possam desenvolver o talento poético pra poesia de cordel", afirma.
Em texto postado no site, o Iphan informa que a literatura de cordel
teve início no Norte e no Nordeste e o estilo se espalhou por todo o
Brasil, principalmente por causa do processo de migração populacional.
Hoje, de acordo com o Instituto, o gênero circula com maior intensidade
na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e
São Paulo.
A expressão cultural retrata o imaginário coletivo, a memória social e o
ponto de vista dos poetas a respeito de acontecimentos vividos ou
imaginados.
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