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quinta-feira, agosto 30, 2018

Quadrilha liderada por policiais recebeu suborno de milicianos dentro de delegacia no RJ, aponta investigação | Rio de Janeiro

Operação contra grupo que extorquia dinheiro de criminosos tem 43 presos, entre eles 23 policiais civis e 5 PMs. Delegado é apontado como chefe da quadrilha.

Por Henrique Coelho, Nicolás Satriano, Bette Lucchese e Mahomed Saigg, G1 Rio e TV Globo
Operação prende 34 suspeitos de integrar esquema de propina
Operação prende 34 suspeitos de integrar esquema de propina.
 
A extorsão era realizada pelo grupo chamado "Administração", que atuou na 34ª DP (Bangu), 36ª DP (Bangu) e na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. 
 
Entre os alvos detidos nesta quinta-feira (30) estão 23 policiais civis, cinco policiais militares, dois bombeiros e um agente penitenciário. 
Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 85,2 mil. 
 
"Existiram situações em que milicianos foram flagrados na prática de atividade criminosas, foram conduzidos para a unidade policial e, lá, houve uma negociata que culminou no pagamento de propina para os policias para que não fosse efetuada a prisão dos milicianos", afirmou o promotor do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Michel Zoucas. 
 
No caso em que se descobriu o pagamento de R$ 20 mil, o criminoso liberado pelos policiais era Luiz Antônio Braga, conhecido como Zinho, irmão de Wellington Braga, o Ecko, um dos milicianos mais procurados do estado.
Policiais Civis são suspeitos de comandar quadilha no Rio de Janeiro
Policiais Civis são suspeitos de comandar quadilha no Rio de Janeiro.
 
Ao todo, 48 pessoas foram alvo da operação, a maioria servidores públicos, todos suspeitos de cobrar propina para fazer vista grossa ao invés de combater o crime no estado. 
Dentre os investigados, 15 são apontados como informantes do grupo. 
 
"Esses informantes tinham informações sobre potenciais criminosos e as repassavam para as equipes [dos policiais envolvidos no esquema]. 
O próprio informante participava da equipe como se policial fosse para ter certeza do valor que foi pedido e o que foi pago", explicou o superintendente de Contrainteligência da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSinte), delegado federal Jaime Candido.
  • 23 policiais civis (1 continua foragido)
  • 5 policiais militares
  • 1 agente penitenciário
  • 2 bombeiros
De acordo com o Ministério Público, dois delegados participavam do esquema. 
A princípio, Thiago Luis Martins da Silva não foi encontrado no apartamento onde mora, na Tijuca, Zona Norte do Rio. 
A família do policial contou aos agentes que o delegado saiu de casa durante a madrugada. 
Ele se entregou horas depois na 5ª DP, no Centro, de onde foi levado para a Cidade da Polícia.

Os promotores e agentes da 
Corregedoria da Polícia Civil passaram uma hora e meia no apartamento de Thiago em busca de documentos e arquivos de computador que ajudem na investigação. 
 
O outro delegado alvo da operação é Rodrigo Santoro, titular da delegacia de Santa Cruz. 
Ele é apontado pelo MP como o chefe do esquema de corrupção. 
A princípio, ele não foi encontrado na casa onde mora, na Taquara, Zona Oeste do Rio. 
À tarde, por volta das 13h30, o policial se entregou na Corregedoria da Polícia Civil.

Suspeito de ser o homem de confiança dos chefes do esquema, o chefe de investigação aposentado da Polícia Civil Delmo Fernandes Batista Nunes foi preso na Barra da Tijuca. 
 
O último policial civil a ser preso, José Ricardo Cabral dos Anjos, lotado na Delegacia de Homicídios da Capital, se apresentou na sede da especializada, na Barra da Tijuca. 
Ao todo, foram detidos 23 agentes.

Propina para encobrir crimes diversos

Segundo o promotor do Gaeco Michel Zoucas, "a denúncia traz mais de 80 fatos criminosos" praticados pela quadrilha.

A investigação, de acordo com ele, mostrou que o grupo criminoso identificava pessoas que cometiam crimes e, em vez de cumprir a lei, exigia propina pra que elas não fossem presas ou tivessem as mercadorias apreendidas. 
 
Alguns dos criminosos extorquidos vendiam e transportavam cigarros contrabandeados, outros eram comerciantes que andavam armados, agiotas, entre outros. 
A investigação apurou que um policial identificado como "Washington" cobrava entre R$ 10 e R$ 40 de feirantes para que eles pudessem vender seus produtos na feira de Santa Cruz. 
 
A denúncia apontou que os policiais envolvidos no esquema faziam ameaças e até agrediam as vítimas, que iam de vendedores ambulantes até donos de postos de gasolina.

O lucro da quadrilha vinha de operações simuladas da polícia e da revenda do material apreendido em falsas operações. 
Os investigadores disseram que o faturamento era dividido da seguinte forma:
  • 20% eram divididos entre o delegado da delegacia de Santa Cruz, Rodrigo Santoro, e o chefe das investigações aposentado da unidade, Delmo Fernandes Baptista.
  • 40% ficavam com o informante dos policiais corruptos
  • os 40% restantes para a equipe da delegacia que fazia parte da quadrilha.
Os investigadores afirmam que em várias ocasiões, os pagamentos eram feitos dentro da própria delegacia.

Vista grossa aos jogos de azar

A investigação revelou, ainda, a participação do setor de inteligência do Batalhão da Polícia Militar de Santa Cruz no esquma de jogos de azar. 
 
Como a delegacia tinha metas de apreensão de máquinas caça-níqueis, mas não agia na repressão, o chefe de investigações pedia pra PMs deixarem uma ou duas máquinas apreendidas por eles na delegacia, pra que fossem feitos falsos registros.
 
O pagamento de propina envolvia também o chefe do posto do Detran de Santa Cruz, o bombeiro militar Eduardo Guimarães Dias. 
 
Para extorquir dinheiro de motoristas com problemas nos veículos durante as vistorias, e não virar alvo de investigação, ele pagava R$ 1 mil para os policiais a cada 15 dias. 
 
Conduzida pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco), em parceria com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, a operação foi batizada de "Quarto Elemento". 
Isso porque, normalmente, as equipes que realizam diligências possuem três policiais.

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