Ex-subsecretário e doleiro também foram presos no Rio; agentes cumprem em SP outros 3 mandados expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal. Investigação é sobre propinas em obras do BRT TransBrasil.
Por Leslie Leitão, Bruno Albernaz e Diego Sarza, TV Globo, G1 e GloboNews
O ex-secretário de Obras da Prefeitura do Rio Alexandre Pinto voltou a
ser preso nesta terça-feira (23) a pedido da força-tarefa da Operação
Lava Jato.
Ele já havia sido detido em agosto,
durante a operação Rio 40 Graus, que deu origem à ação desta terça,
batizada de Mãos à Obra.
Em novembro, no entanto, Pinto foi libertado.
Além do ex-secretário, que atuou durante a gestão do prefeito Eduardo
Paes, outras cinco pessoas são alvos, no Rio e em São Paulo, por agentes
da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF).
No Rio,
também foram presos preventivamente Vagner de Castro Pereira,
ex-subsecretário municipal de Obras e presidente da Comissão de
Licitações da secretaria, e o doleiro Juan Luís Bertran Bittlonch.
Outros três mandados, de prisão temporária, foram expedidos pela juíza
substituta da 7ª Vara Criminal Federal, Caroline Vieira Figueiredo – o
juiz Marcelo Bretas está de férias.
Presos preventivamente:
- Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras
- Vagner de Castro Pereira, ex-subsecretário municipal de Obras e presidente da Comissão de Licitações da secretaria
- Juan Luís Bertran Bittlonch, doleiro
O G1 ainda não conseguiu contato com a defesa dos presos.
A investigação é sobre um esquema de propinas envolvendo obras do BRT
TransBrasil.
O sistema de transporte rápido que ainda é construído no
Rio tem custo previsto de R$ 1,4 bilhão.
Segundo os investigadores, o
esquema era comandado por Alexandre Pinto.
Um dos 21 mandados de busca está sendo cumprido na Secretaria Municipal
de Conservação e Serviços Públicos, no Estácio.
Agentes da PF chegaram
por volta das 6h no prédio.
Prisão em agosto
Pinto já havia sido preso no dia 3 de agosto do ano passado, no mesmo
condomínio de luxo onde mora na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Na época,
foi um dos dez alvos da operação Rio 40 Graus.
De acordo com o
Ministério Público Federal, o grupo era suspeito de receber R$ 35,5
milhões em propina de obras públicas.
O pedido de prisão teve como base a
delação da empreiteira Carioca Engenharia.
Segundo os delatores, a propina era cobrada nas obras do corredor de
ônibus Transcarioca e nas obras de drenagem de córregos da Bacia de
Jacarepaguá.
De acordo com o MPF, Alexandre é suspeito de cobrar 1% do
valor das obras e chegou a receber dinheiro no canteiro de obras.
Uma
pessoa do Ministério das Cidades também recebia 1%, já que as ações eram
realizadas com recursos de Brasília.
De acordo com o primeiro pedido de prisão, os familiares do ex-secretário compraram imóveis e carros para lavar o dinheiro.
Em depoimento logo após ser preso, ele negou participação no esquema de fraudes e recusou a oferta de um acordo de colaboração premiada.
O ex-prefeito Eduardo Paes se pronunciou na época da primeira prisão
afirmando que Alexandre Pinto era um servidor de carreira da Prefeitura
do Rio e que a escolha dele para a Secretaria Municipal de Obras não
teve nenhuma relação política.
Ele afirmou ainda que, caso as acusações
fossem comprovadas, seria “uma grande decepção”.
No dia 13 de setembro, Alexandre e outras dez pessoas viraram réus
na operação Lava Jato após o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal, aceitar denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal do
Rio de Janeiro.
O ex-secretário de Paes foi solto em novembro.
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