Operação Luz da Infância foi realizada em 24 estados e no Distrito Federal. No total foram 108 prisões, 143 mandados cumpridos e 151.508 arquivos rastreados.
Por G1 SP e GloboNews
O material apreendido pela Polícia Civil nesta sexta-feira (20),
durante a operação de combate a pedofilia, inclui vídeos de bebês sendo
molestados e uma cartilha com orientações de como abordar crianças, de
acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa
(DHPP).
A Polícia Civil realizou a operação Luz da Infância para combater a pedofilia em 24 estados
e no Distrito Federal.
Há seis meses, a Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp), órgão subordinado ao Ministério da Justiça,
fez parceria com a Polícia Civil dos estados e teve apoio da embaixada
americana para desbaratar uma rede que atuava na chamada “deep web” ou
“darknet”, a internet obscura, que não pode ser acessada pelos meios
convencionais.
A delegada do DHPP, Elisabeth Sato, disse que alguns policiais que
participaram da operação estão acostumados a investigar homicídios e não
trabalham diretamente com pedofilia, e ficaram muito assustados com o
que viram.
"Os policiais ficaram indignados com as imagens.
Não tínhamos ideia do
que iríamos encontrar nas imagens em razão das idades das crianças.
Tinham bebês de 6 meses sendo molestados", disse Elizabeth Sato,
diretora do DHPP em coletiva na tarde desta sexta, após a operação.
A operação contou com 1.108 policiais para mandados de busca e
apreensão e de condução coercitiva.
A polícia efetuou um total de 108
prisões, 157 mandados cumpridos e 151.508 arquivos foram rastreados.
Foram presas pessoas em São Paulo (25), Rio Grande do Sul (9), Minas
Gerais (9), Goiás (9), Bahia (8), Paraná (6), Distrito Federal (6), Pará
(6), Rondônia (4), Sergipe (4), Santa Catarina (3), Tocantins (3),
Amazonas (2), Pernambuco (2), Ceará (2), Maranhão (2), Mato Grosso do
Sul (2), Rio de Janeiro (2), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo
(1), Acre (1) e Paraíba (1).
Nos estados de Alagoas, Roraima e Mato
Grosso não houve prisões, apenas busca e apreensão de materiais.
O perfil do pedófilo se mostrou variado: de funcionário público a dono
de escolinha de futebol.
Foi recolhida inclusive uma cartilha que
ensinava o passo a passo de como manter a criança sob controle para o
abuso.
O armazenamento de arquivos gera uma pena de 1 a 4 anos de reclusão – é
um crime afiançável, por isso, os presos por este crime deixaram as
delegacias ainda nesta sexta.
Os outros presos, que compartilhavam
material, terão penas de 2 a 6 anos de prisão e só o juiz determinará se
aguardarão presos ou em liberdade em uma audiência de custódia, que
será realizada no sábado (21).
A delegada Juliana Emerique, da Delegacia da Criança e do Adolescente
Vítima (DCAV), do Rio de Janeiro, comentou a operação desta sexta: “O
Estatuto da Criança e do Adolescente é muito claro no artigo 241 e em
todos os artigos subsequentes: compartilhar, manter, possuir arquivos
que contenham imagens pornográficas ou vídeos envolvendo crianças ou
adolescentes contitui crime.
É um crime nefasto, que demanda uma
apuração continuada da polícia e a efetiva repressão.
Porque são
crianças que estão sendo violadas e perdendo sua infância”.
São Paulo
A etapa paulista da operação começou em Brasília.
Há 15 dias, os
técnicos mandaram os endereços dos alvos.
Os policiais de São Paulo
confirmaram as identidades dos suspeitos e nesta sexta partiram para
efetuar as prisões.
No final da madrugada, quase 250 policiais saíram para cumprir 37
mandados de busca e de apreensão em todo o estado de São Paulo, mas
acabaram trazendo para o Departamento de Homicídios 25 presos em
flagrante, sendo 23 deles presos por armazenar material pornográfico
infantil, e dois deles por compartilhar este material.
"Foram 25 casos em São Paulo, sendo 23 presos em flagrante pelo crime
241-A, que é o compartilhamento de imagens de pedofilia.
Este crime é
inafiançável.
Outros dois foram presos pelo artigo 241-B, que é o
armazenamento de imagens de pedofilia", disse a diretora do DHPP.
Também foram apreendidos 54 computadores, 43 celulares e 270 materiais
gravados com pornografia infantil.
Tudo isso está sendo encaminhado para
a perícia e será analisado nos próximos dias.
Desse material, a polícia
vai definir por qual crime essas pessoas poderão responder.
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