Localizada ao
norte do estado do Pará, mais precisamente no noroeste da Ilha
de Marajó, na foz do Amazonas, a pequena cidade ribeirinha de Afuá
é conhecida por muitos como a Veneza Marajoara, por estar às
margens das águas de três grandes rios da região; Cajuuna, Afuá e Marajozinho.
Visitada por
muitos que procuram descanso e lazer nas mediações do município,
a cidade conta, segundo o último levantamento
feito pelo IBGE em 2010, com cerca de 35
mil habitantes.
Construída em meio a belas paisagens naturais, Afuá também é reconhecida internacionalmente como a cidade das bicicletas, devido ao estilo alternativo de transporte e locomoção adotados pelos afuaenses.
Ainda na década de
90 a população contava com as motocicletas para realizar seu deslocamento, mas
por questões de preservação das vias e, também, segurança
pública, o município acabou abolindo qualquer tipo de meio de
transporte que não fosse a bicicleta.
Isso porque, além
de por em risco a vida dos pedestres e transeuntes que se encontravam nas vias
e não eram respeitados pelos motociclistas, as motos contribuíam para a
danificação mais rápida das vias, que são estruturas de madeiras que interligam
a cidade.
A partir
daí, Afuá foi se desenvolvendo.
Cresceu em
número de habitantes e, consequentemente, aumentou sua economia.
Conforme reportagem da National Geographic Brasil, que no ano de
2010, a cidade conseguiu produzir
cerca de 4 mil toneladas de açaí (fruto
típico da região norte), movimentando algo em torno de 4 milhões de reais.
E todo esse
feito foi conseguido tendo a bicicleta como principal aliada.
Ao visitar a cidade é de espantar a quantidade de pessoas que estão em constante trânsito com as suas bicicletas.
Ao visitar a cidade é de espantar a quantidade de pessoas que estão em constante trânsito com as suas bicicletas.
Hoje a
modalidade passou de um simples estilo de vida, à novas opções de trabalho e
perspectivas de renda, como é o caso das bicitáxis
inventadas pelo afuaense Sarito Souza.
A invenção, lançada em 1995, surgiu diante de
uma necessidade encontrada pelo ribeirinho que enfrentava certa dificuldade em
transportar todos os seus oito filhos diariamente para lá e para cá.
Com essa
conta de matemática que não batia – oito filhos e uma bicicleta – Souza decidiu
criar, sem querer, a bicitáxi.
Na verdade,
ele não criou nada intencionalmente, ela se deu a partir junção de duas
bicicletas, uma do lado da outra.
Além disso, para garantir mais comodidade aos passageiros, ele acoplou bancos com estofado e uma espécie de “guarda-sol” na parte de cima que resguardava os usuários do sol e da chuva.
Além disso, para garantir mais comodidade aos passageiros, ele acoplou bancos com estofado e uma espécie de “guarda-sol” na parte de cima que resguardava os usuários do sol e da chuva.
O que
começou com uma necessidade, logo se tornou uma solução, não só pessoal (já que
agora ele tinha condições de transportar seus filhos), mas, também, financeira.
A ideia de
Souza revolucionou a concepção de transporte
público em Afuá, e, desde então, as pessoas vem reproduzindo a
bicitáxi, gerando emprego, comodidade social e agregando um dinheiro a mais na
renda familiar.
Tudo isso
sem falar da sustentabilidade ambiental
que Afuá promove ao negar os veículos automotivos;
contribuindo ZERO, ou quase isso, para o aquecimento global gerado das emissões
de gases de efeito estufa, como o CO2.
Na cidade erguida
sobre palafitas, onde os automóveis não têm vez, além dessa
característica pitoresca e ecológica, a Veneza Marajoara, tem praças,
arborização, rios e um povo simpático e hospitaleiro que atrai turistas do
mundo inteiro :)
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