Oito procuradores buscam indicação da categoria em votação que será feita em junho, para formar lista tríplice que será enviada a Temer.
Os oito candidatos à lista tríplice para o cargo de procurador-geral da
República, hoje ocupado por Rodrigo Janot, participaram de debate nesta
segunda-feira (29) na sede do Ministério Público Federal (MPF) em São
Paulo.
Eles defenderam a continuidade da Operação Lava Jato, o combate à
corrupção, a garantia dos direitos humanos e da defesa dos interesses
da população.
Os oito candidatos disputam a eleição para a formação de uma lista
tríplice que será enviada ao presidente da República, Michel Temer.
A
eleição é organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR) e apenas procuradores votam.
O presidente não é obrigado a nomear um candidato da lista tríplice,
mas normalmente os presidentes escolhem dentre os mais votados, por
representar a vontade da categoria.
Janot deixa o cargo em setembro,
após dois mandatos consecutivos de dois anos.
A candidata Ela Wiecko não pode comparecer ao evento.
Estiveram
presentes Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira,
Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino, Raquel
Elias Ferreira Dodge e Sandra Verônica Cureau.
Mario Luiz Bonsaglia.
Durante o debate, Bonsaglia salientou que já foi candidato ao posto,
tendo ficado em segundo lugar na lista tríplice, e defendeu o diálogo,
tanto dentro do MPF quanto externo, além do combate ao trabalho escravo.
"Sabemos que os tempos são de mudança, e são enormes os desafios.
Garantirei a continuidade da Lava Jato, tanto em Curitiba quanto em
outras forças-tarefas, defendendo também a tutela coletiva, outra
responsabilidade do MPF, que é defender os direitos humanos", disse.
Nicolau Dino
Segundo um dos candidatos, o procurador Nicolao Dino, há necessidade de
melhorar a preparação dos procuradores para enfrentar a questão
previdenciária no dia a dia, que seria um tema que envolve mais de 60%
do trabalho do órgão.
Dino também defendeu que o representante do
Ministério Público no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) seja procedente
do MPF, e não de outros ramos da PGR, como o Ministério Público do
Trabalho ou Militar.
Sandra Verônica Cureau
Três mulheres concorrem ao cargo.
Sandra Verônica Cureau disse que, se
fosse chefe do MPF, iria determinar uma "quarentena" para o caso de
procuradores que investigam corrupção deixarem o cargo para se tornarem
advogados.
Raquel Elias Ferreira Dodge
Raquel Elias Ferreira Dodge defendeu aumento da equipe da PGR para o
combate à corrupção e da preocupação com o Custo Brasil, já que o MPF
atua em questão da concessão de portos e aeroportos e em obras públicas.
"A Lava Jato tem demonstrado que ninguém está acima da lei, e povo
brasileiro já entendeu este recado. Agora, é preciso esforço para que
ninguém esteja abaixo da lei", defendeu Raquel.
Franklin Rodrigues da Costa
Franklin Costa se posicionou a favor de maior reforço da atuação da PGR
na defesa dos direitos humanos e cidadania, como a questão dos
refugiados que migram de países da América Latina, como Bolívia e
Venezuela, para o Brasil.
Carlos Frederico Santos
Carlos Frederico Santos defendeu abertura de diálogo e cumprimento da
Constituição, e análise sobre os crimes de caixa 2 para verificar em que
situações ocorrem "antes de abarrotar o STF com processos".
"Eu sou
favorável ao fim do foro por prerrogativa de função", declarou.
Ela Wiecko.
A mesma defesa dos valores da Constituição foi feita pela candidata Ela Wiecko, que mandou um vídeo.
A campanha ocorre até o dia 26 de junho e a votação da categoria será realizada na última semana de junho.
Falta de profissionais
Um dos pontos discutidos no debate foi a falta de profissionais nas
procuradorias regionais devido ao recrutamento de procuradores para
forças tarefas, como a Lava Jato, ou assessorias, como a do
Procurador-geral da República, encarregado de processos de políticos com
foro privilegiado.
Todos os candidatos se posicionaram a favor de
limitação dos afastamentos dos procuradores para estas tarefas.
Eitel Santiago de Brito Pereira.
"Não se pode desfalcar as unidades que tem outras bandeiras a levantar
em um momento de retrocesso no país, como a questão indígena", defendeu
Eitel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário