Segundo procuradores, Jorge Zelada redigiu relatório que justificou aditivo para beneficiar empresa. Pelo ato, ele recebeu US$ 3 milhões em propina.
O Ministério Público Federal, no Rio, denunciou o ex-diretor da
Petrobras Jorge Zelada por corrupção e lavagem de dinheiro.
Zelada é
acusado por receber propina após beneficiar uma empresa no contrato da
plataforma P-50.
Pelo aditivo, o então diretor da Petrobras recebeu US$ 3
milhões na Suíça.
A denúncia foi encaminhada, na sexta-feira (18) pelos procuradores
Renato Oliveira, Daniela Sueira, Leonardo Freitas e Rodrigo Lines ao
juiz Vítor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal, do Rio.
O magistrado
ainda analisa a documentação.
De acordo com o MPF, em 2006, Jorge Zelada foi procurado pelos
empresários Julio Faerman e Luís Eduardo Campos, representantes da
empresa holandesa SBM, para obterem benefícios para a empresa Jurong
Shipyard, que construía a plataforma P-50.
A negociação junto ao diretor
levou a empresa a ganhar um aditivo de US$ 67,5 milhões aos custos do
contrato.
Zelada elaborou o relatório que justificou esse valor do
aditivo.
"Zelada orientou Faerman e Luis Eduardo Campos quanto aos argumentos
que a Petrobras aceitaria em questões como as versadas na negociação,
auxiliando nos resultados obtidos contra a empresa que o empregava,
tendo praticado ato de ofício no procedimento, em conflito de
interesses, e violado dever funcional quando ocupava cargo de chefia",
escrevem os procuradores na denúncia encaminhada à Justiça.
Ainda segundo a investigação, por este aumento nos ganhos da empresa,
Zelada recebeu propina na Suíça.
Faerman e Campos, chamados dentro da
Petrobras de Batman e Robin, por andarem sempre juntos, receberam US$
5,5 milhões também no exterior.
Em depoimentos à Justiça, Faerman e
Campos confirmaram a história.
"Essa foi uma negociação complicada que foi conduzida pelo Zelada em
benefício da empresa", afirmou o procurador Renato Oliveira, um dos
autores da denúncia.
Jorge Zelada, Julio Faerman e Luís Campos já respondem a processo por
suspeita de receberem propina para beneficiar a empresa holandesa SBM em
contratos com a Petrobras.
Zelada também responde a processos no âmbito
da Lava Jato.
O ex-diretor da Petrobras está preso em Curitiba.
Se condenado por corrupção, Zelada pode pegar penas de dois a 12 anos
de prisão, além de multa.
Por lavagem de dinheiro, a prisão pode ser de
três a dez anos de reclusão e multa.
O advogado Renato Ribeiro de Moraes, que defende Jorge Zelada, não retornou os contatos feitos pelo G1.
O ex-diretor da Petrobras teve mais de 10 milhões de euros bloqueados em contas bancárias no exterior.
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