As Igreja do Senhor e Salvador Jesus Cristo reunida na casa da Igreja viva |
Veja
por exemplo os dois primeiros versículos da carta escrita por Paulo ao
seu cooperador Filemon, está claramente escrito que a Igreja se reunia
na casa deste irmão.
Igualmente, em Colossenses 4:15, Paulo manda uma
saudação à irmã Ninfa, em cuja casa se hospedava a Igreja de Laodicéia.
Os
exegetas nos contam que a carta que Paulo escreveu aos Romanos, ele a
escreveu enquanto estava na cidade de Corinto e por isto, em Romanos
16:23, ele envia aos irmãos de Roma uma saudação do irmão Gaio, que além
de o estar hospedando naquela data, também era o hospedeiro de toda a
Igreja de Corinto.
Devido a este fato é que falando aos irmãos em
1Coríntios 14:23, ele traz uma direção de como proceder, quando a Igreja
toda estivesse reunida no mesmo lugar (neste caso, a casa do irmão
Gaio).
Preste
bastante atenção em cada palavra dos seguintes textos bíblicos: Atos
12:2; Atos 21:8-14; Atos 16:40; Atos 20:17-20 e Tito 1:7-11.
Porque você
acha que em todos estes textos, associados à casa dos irmãos, há
pessoas: congregadas, orando, profetizando, confortando uns aos outros e
ensinando?
Logicamente, por se tratar das atividades cotidianas da
Igreja, que se reunia, exatamente nestas casas mencionadas.
O
casal Áquila e Priscila sempre cooperaram com o ministério de Paulo, e
também eram missionários que migravam levando o evangelho.
A Bíblia
menciona por duas vezes que em cidades diferentes, onde eles se
encontravam, eles hospedavam a Igreja do local em suas casas.
Confira
isto lendo: 1Coríntios 16:19 e Romanos 16:3-5.
Um
caso muito especial é o caso de Jerusalém, uma das metrópoles da época.
A Bíblia diz que em Jerusalém os cristãos primitivos partiam o pão (a
principal reunião da Igreja) de casa em casa (Atos 2:46), eles também
ensinavam (outra importante reunião da Igreja) de casa em casa (Atos
5:42).
Quando Saulo começou a perseguir esta igreja, com o propósito de
prender os cristãos (Atos 8:3), ele entrava de casa em casa (porque era
aí que os cristãos se reuniam).
Os historiadores mencionados no início
do estudo, nos contam que Jerusalém, durante o primeiro século, teve
centenas de casas onde os cristãos se reuniam.
Nestes dois primeiros
textos, também é mencionado que os cristãos iam ao templo Judaico.
Será
que eles iam lá para a reunião da Igreja?
Lógico que não!
Você acha que
os Sacerdotes que os ameaçavam (Atos 4:15-21), os espancavam (Atos 5:40)
e os levavam para o cárcere (Atos 4:1-3 e Atos 5:17-18) por ensinar no
nome de Jesus; iam ceder o templo Judaico para a reunião da Igreja?
É
irracional pensar desta forma.
Eles se reuniam apenas no Pórtico de
Salomão (Atos 5:12), que era uma parte do átrio exterior do templo.
Esta
parte era aberta também aos gentios e um local de frequentes debates e
muito comércio (Mateus 21:12).
Os Apóstolos iam lá com propósitos
evangelísticos, conforme a Bíblia nos mostra (Atos 2: 40-41 e Atos
4:4).
Que em Jerusalém os cristão se reuniam de casa em casa (isto é nas
casas de seus próprios membros) é um fato bíblico e historicamente
comprovado.
Outro
caso muito interessante refere-se a outra metrópole da época que era
Roma.
O apóstolo Paulo ao escrever sua carta aos cristãos daquela
cidade, saúda nominalmente um primeiro grupo: “Áquila, Priscila bem como
à Igreja que se reunia na casa deles” (Romanos 16:3-5).
Ele também
saúda nominalmente um segundo grupo: “Asíncrito, Flegonte, Hermes,
Pátrobas, Hermas e os irmãos que se reúnem com eles” (Romanos 16:14).
E
saúda ainda nominalmente um terceiro grupo: “Filólogo, Júlia, Nereu e
sua irmã, Olimpas e todos os santos que se reúnem com eles” (Romanos
16:15).
Vemos que existiam em Roma, pelo menos três grupos distintos de
cristãos (que se reuniam em casas também distintas) por ocasião desta
carta.
O mais interessante é que quando Paulo chega em Roma, ele não
começa a se reunir em nenhum dos locais já existentes.
Ele começa um
quarto grupo em uma casa que ele mesmo alugara (Atos 28:30-31).
Porque
isto?
Será que Paulo não se dava bem com os outros três grupos de
cristãos?
Amados devemos entender que casas são geralmente pequenas
(comportando um grupo pequeno de cristãos), e quando Paulo chegou em
Roma provavelmente as outras três casas, onde os cristãos se reuniam, já
estavam no limite máximo de pessoas; assim ele normalmente começou um
quarto local para reunião de cristãos em sua própria casa.
Uma
última explicação necessária, refere-se ao texto de Atos 20:8 onde é
mencionado que os irmãos estão reunidos num cenáculo.
Muitos por
desconhecerem o grego, confundem um cenáculo com um templo, sinagoga ou
algum outro tipo de “local mais próprio para reuniões, do que uma casa”.
A palavra grega para cenáculo é “huperoon”, e significa simplesmente
uma casa maior com um segundo pavimento.
Veja isto claramente mostrado
nos textos de Atos 1:13 (onde os cristãos estão reunidos num cenáculo, à
espera do Espírito Santo) e Atos 2:2 (onde o Espírito Santo ao ser
derramado enche toda a casa onde eles ainda continuavam reunidos e
esperando por Ele).
O cenáculo mencionado é apenas uma casa grande, com
um pavimento superior (comum aos mais ricos da época).
Visando
refutar esta lógica bíblica de clareza impressionante, alguns teólogos
modernos, com o propósito de defender e sustentar o “denominacionalismo”
tem feito três afirmações, que passaremos a analisar à seguir:
Primeiramente
afirmam que a Igreja realmente começou reunindo-se nas casas de seus
membros; mas que isto se deu exclusivamente por causa da perseguição
imposta sobre ela; que isto durou poucos anos e que as casas e as
catacumbas foram apenas locais provisórios de reunião visando fugir da
perseguição.
Tanto a Bíblia quanto a história desmentem estes
argumentos.
Lucas disse em Atos 9:31, que: “A igreja, na verdade, tinha
paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no
temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número”.
Interessante notar que durante todo este período de paz, a Igreja está
se reunindo nas casas de seus membros (logo o motivo de reunir-se em
casas não foi a perseguição).
A história também nos mostra que em termos
cronológicos, a perseguição foi esporádica nos primeiros séculos e não
algo permanente.
Durante as perseguições, realmente os cristãos se
refugiavam nas catacumbas, mas tão logo amainavam as perseguições, a
Igreja voltava a se reunir no ambiente determinado pelo Espírito Santo,
ou seja as casas dos irmãos, que a constituíam.
Seu
segundo argumento é que tanto Jesus, quanto os apóstolos primitivos
apoiavam a “reunião numa sinagoga”, visto que falavam e participavam de
reuniões em tais lugares.
Dizem eles que o moderno templo (seja católico
ou evangélico), é algo derivado da sinagoga, e que sendo assim, o fato
de Jesus e os apóstolos tê-los freqüentado, credencia os templos atuais,
como locais de reunião da Igreja.
Eles se esquecem que os Judeus haviam
determinado, conforme vemos em João 9:22 e João 12:42 que se alguém se
tornasse cristão, deveria ser expulso das sinagogas.
Sinagoga, é lugar
de reunião de Judeus não de cristãos.
Jesus e os apóstolos primitivos
eram Judeus, por isto participavam das reuniões dos Judeus.
Da mesma
forma, que com relação ao templo de Jerusalém, os cristãos primitivos
iam às sinagogas com propósito evangelístico como vemos em Atos 14:1 e
Atos 18:4.
Não existe menção de uma só “reunião da Igreja” acontecendo
numa sinagoga.
Sinagoga e templo são culturas cultura judaicas ou pagãs,
não fazem parte da Igreja e do cristianismo primitivo.
Por entrarem lá
os cristãos primitivos não os estavam avalizando (como local para
reunião da Igreja), e sim os utilizando com propósitos específicos
(1Coríntios 9:20-23).
Um
terceiro argumento destes teólogos modernos, é que o significado da
palavra grega da qual veio nosso vocábulo Igreja, seria “os chamados
para fora de suas casas”.
Isto soa forte e impressiona, devido a não
temos conhecimento do grego.
Assim engolimos tal afirmação, como sendo
um forte argumento.
Entretanto o vocábulo grego “ekklesia”, do qual veio
nossa palavra “Igreja”, é composto de duas outras palavras, “ek +
kaleim”.
A palavra “Kaleim” significa simplesmente “chamados” e o
prefixo “ek” significa “para fora”.
Então o significado de Igreja é “os
chamados para fora”.
A palavra grega para casa é “oikos”, e não está
presente no vocábulo Eklesia (Igreja).
Porque então traduzir Igreja como
“os chamados para fora de suas casas”?
Se queremos aclarar a explicação
do vocábulo, não seria mais lógico e bíblico dizer que a Igreja é o
conjunto dos “chamados para fora”, do sistema mundano e carnal criado e
mantido pelo diabo.
Assim sendo, preferimos ficar com aquilo que a
bíblia diz, pois tememos acrescentar algo à Palavra de Deus (Apocalipse
22:18).
Os
versículos e argumentos acima são mais que suficientes para provar a
qualquer cristão sincero, que não há comprovação bíblica e nem histórica
(pelo menos até o início do quarto século) para reuniões da Igreja em
nenhum tipo de lugar que não sejam as próprias casas de seus membros!
Seria tão estranho para os cristãos primitivos se reunirem em templos,
como é estranho para alguns cristãos atuais reunirem-se em casas.
Más
reunindo-se em tantos locais (casas) diferentes, em uma mesma cidade,
isto não irá produzir grande divisão entre os cristãos, quebrando assim a
unidade da Igreja na cidade?
Tanto
a Bíblia quanto a história desmentem este conceito, Reunir-se em várias
casas (e nelas partir o pão), foi a realidade da Igreja Primitiva, e
nunca a dividiu.
A Mesa (princípio de comunhão) continuou única, apesar
de estar presente em vários locais.
O que divide não são os muitos
locais de reunião e sim algumas atitudes do coração de quem está se
reunindo.
Veja isto: Marcos 7:21-23 - 1Coríntios 3:3-6 - Gálatas 2:6-10 -
1João 1:1-3.
Quando
nos recusamos a ter comunhão (um anti-tipo da Mesa) com irmãos
genuinamente salvos, aí sim estamos dividindo o Corpo de Cristo.
Aquele
que Cristo aceitou, tem comigo unidade de espírito, porque eu também fui
aceito por Ele.
Ainda que não tenhamos chegado à unidade de fé, podemos
ter comunhão.
Veja isto em Efésios 4: 3-16.
Esta postura realmente
divisiva, é vista claramente na conduta do Presbítero Diótrefes (3João
9-11); que desejando ter a primazia (proeminência) entre os demais
presbíteros, agia de maneira arbitrária e intransigente, se recusando a
receber na comunhão outros irmãos cujo pensamento diferia do dele
(incluindo entre estes o próprio apóstolo João); tentando impedir os
demais irmãos da Igreja de recebê-los e chegando até mesmo a ameaçá-los
com a expulsão da igreja.
Finalizo
esta reflexão com uma última pergunta.
Se ao construir sua casa
material (o tabernáculo judaico), Deus deu um projeto preciso a Moisés e
não permitiu nenhum acréscimo a este projeto original (Êxodo 25:9),
será que na construção da sua casa espiritual, que é a Igreja (1Pedro
2:5), Deus permitiria tais acréscimos?
A
pergunta correta não é porque nos reunirmos de casa em casa, já que
isto faz parte do projeto original de Deus, para sua Igreja.
A pergunta
correta a ser feita é, onde obtivemos permissão para nos reunirmos de
forma contrária ao projeto original.
Se negligenciarmos este ponto
fundamental da reunião da Igreja, a negligência em outros pontos também
virá, será apenas uma questão de tempo !
(Lucas 16:10)
Nenhum comentário:
Postar um comentário