Decreto que implanta gabinete será assinado na sexta (14).
Gabinete deve criar abrigos e centros de triagem para refugiados.
Veneuzelanos
aguardam atendimento na PF em Pacaraima, cidade na fronteira com o
país, para entrar no Brasil (Foto: Reprodução/Jornal de Roraima)
Conforme o chefe da Defesa Civil de Roraima, coronel Edivaldo Amaral, a medida deve ser oficializada na tarde de sexta -feira(14) pela governadora Suely Campos (PP).
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Desde 2015, imigrantes venezuelanos têm vindo a Roraima em busca de melhores condições de vida.
Alguns compram alimentos e retornam ao país que faz fronteira com a cidade de Pacaraima, no Norte do estado.
Outros, no entanto, estão se mudando de vez para o estado.
O governo do estado estima que desde o ano passado, 30 mil venezuelanos imigraram para Roraima, segundo o coronel Amaral.
Por conta desse fluxo, a Defesa Civil sugeriu a criação do gabinete que, de acordo com Amaral, vai auxiliar as autoridades a elaborar soluções para o crescente número de imigrantes no estado.
"Hoje há venezuelanos morando nas ruas da capital.
Há relatos de aumento no índice de criminalidade envolvendo esses imigrantes, além de intensa procura de venezuelanos por hospitais e escolas do estado.
Estamos em meio a uma crise humanitária e o governo precisa agir", afirmou o coronel.
Venezuelanos lotam mercado em Pacaraima,cidade na fronteira entre o Brasil e a Venezuela
(Foto: Emily Costa/ G1 RR/Arquivo)
(Foto: Emily Costa/ G1 RR/Arquivo)
Dentre as principais medidas previstas para serem executadas após a implantação do gabinete estão a criação de abrigos para o refugiados, hoje inexistentes no estado, e centros de triagem.
"O gabinete vai começar a atuar imediatamente após ser aberto.
Vamos elaborar estratégias, planejar e executar ações para atender esses refugiados venezuelanos.
O grupo será dirigido pela Defesa Civil e terá a participação de quase todas as secretarias do estado, sobretudo da Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social", declarou Amaral.
De acordo com coronel, há a possibilidade do estado decretar situação de emergência devido ao crescente número de imigrantes.
Ele afirmou ainda que a atual crise financeira enfrentada pelo estado, que causou o parcelamento de salários dos servidores, não deve atrapalhar a criação do gabinete.
"Inicialmente, o gabinete não vai criar custos para o estado.
Além disso, como o assunto também é de relevância nacional, vamos procurar meios de pedir ajuda ao Governo Federal", finalizou.
Venezuelanos aguardam para entrar na sede da
superitendência da PF, em Boa Vista, para solicitar
refúgio (Foto: Emily Costa/ G1 RR/Arquivo)
superitendência da PF, em Boa Vista, para solicitar
refúgio (Foto: Emily Costa/ G1 RR/Arquivo)
A crise econômica na Venezuela, país que faz fronteira com Roraima, e que está a 250 km da capital Boa Vista, está provocando uma busca frequente de venezuelanos pelo Brasil.
Dados divulgados pela PF mostram que os pedidos de refúgio de venezuelanos cresceu mais de 7.000% nos últimos dois anos.
Além dos pedidos legais, só nos últimos 12 meses, centenas venezuelanos em situação irregular foram deportados do estado.
Em uma dessas ações, cerca de 200 venezuelanos que viviam irregularmente em Pacaraima, cidade que tem menos de 10 mil habitantes e faz fronteira com Santa Elena de Uiarén, foram levados de volta para a Venezuela.
Em agosto deste ano, nove mulheres venezuelanas que eram mantidas sob cárcere privado e obrigadas a trocar sexo por comida foram libertadas em uma ação do Tribunal de Justiça de Roraima.
Ruas
de Pacaraima foram 'tomadas' por venezuelanos em busca de comida;
alimentos são vendidos nas ruas da cidade (Foto: Emily Costa/ G1 RR/
Arquivo)
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