Foi no dia 10 de maio de 1988 que Parauapebas saltou da categoria de povoado do município de Marabá, para a categoria de município através de sua emancipação política e administrativa.
Tenho a honra de fazer parte dessa história como um dos pioneiros que chegou aqui em março de 1984, vindo da capital de Roraima, Boa Vista, onde eu era funcionário público federal.
Meu primeiro contato com a então "corruptela" conhecida por Rio Verde, hoje Parauapebas, foi quando havia saído de férias em dezembro de 1983 e viajado para Tucuruí em visita aos familiares da minha ex-esposa, e ao ser informado que um dos meus ex-cunhado havia se mudado para esta região, resolvi fazer-lhe uma visita, e aqui chegando, ouvindo os relatos do mesmo sobre as grandes perspectivas de progresso e evolução propagado pela então Companhia Vale do Rio Doce, que ele e todos que abandonaram suas cidades de origem acreditavam iria acontecer em futuro próximo, fiquei empolgado, e não hesitei em abandonar a minha estabilidade como funcionário público federal, para enfrentar o desafio de crescer junto com os demais forasteiros que aqui chegaram àquela época. Prestei uma extensa folha de serviço a este mais novo município do Estado do Pará em diversas áreas.
Na então Companhia Vale do Rio Doce, trabalhei na ASI - Assessoria de Segurança e Informação, espécie de Serviço de Inteligência da empresa estatal, em parceria com a Polícia Federal e o antigo SNI - Serviço Nacional de Informações, já que naquela época, a empresa era comandada só por militares das Forças Armadas, principalmente pelo Exército Brasileiro, pelo fato desta área ser considerada área de Segurança Nacional.
Na Educação, atuei como professor lotado na Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará, ministrando aulas de Psicologia, Filosofia, Sociologia, História Geral, para as três primeiras turmas de ensino médio do Colégio da Escola Estadual de 1º e 2º Graus General Euclydes Figueiredo, sendo assim o primeiro professor de curso superior da área humanística de Parauapebas, já que naquela época a maioria dos professores que ministravam aulas para o antigo 2º Grau, só detinha o Certificado de 2º Grau também.
Atuei como Fiscal de terras, liberando lotes urbanos para as pessoas que não tinham casa para morar, atuei como Delegado de Polícia adjunto, fui o fundador do primeiro Comissariado de Menor, ao lado da Juíza da Comarca de Marabá, Marta Inês, desenvolvi algumas atividades comerciais que não deram certo, fui o primeiro correspondente dos quatros maiores jornais da capital paraense, como o Jornal Liberal, A Província do Pará, o Diário do Pará e a Folha do Norte.
Eu e o amigo Janês Piva, que atuava no ramo farmacêutico, criamos o primeiro jornal periódico CORREIO DO POVO, para contestar o jornal criado pelo então vereador "Chico Brito" com o objetivo exclusivo de blindar o primeiro gestor eleito após a emancipação de Parauapebas.
Participei de diversas ações voluntárias neste município como a "Operação Documentos" dentre tantas outras.
Então, por esses e outros motivos, me considero um filho adotivo deste município que me acolheu ainda quando era uma mera corruptela de Marabá, e juntos, somos protagonistas de uma mesma história que incluem os demais personagens da vida real, que tem contribuindo ao longo desses anos para o progresso e evolução deste que é considerado a "Capital Mundial dos Minérios".
Quero deixar bastante claro para todos àqueles que acompanharam toda a minha trajetória neste município até o presente momento, que não me arrependo de nada do que fiz durante todos esses anos aqui vividos como morador pioneiro, e que estaria disposto a repetir todos o meus atos praticados em defesa do bem estar comum de toda a população parauapebense sem nenhum peso de consciência.
Esta é uma pequena mostra da minha participação na história de Parauapebas.
Valter Desiderio Barreto.
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