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segunda-feira, maio 09, 2016

CCJ dá aval para plenário votar cassação de Delcídio do Amaral

Conselho de Ética recomendou a perda do mandato do ex-líder do governo.
Plenário do Senado deverá votar relatório nesta terça-feira (10).

 

Gustavo Garcia e João Cláudio Netto Do G1, em Brasília

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deu aval nesta segunda-feira (9) para o plenário da Casa votar o parecer do Conselho de Ética que pede a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). 

A votação no plenário está marcada para ocorrer nesta terça-feira (10).

A reunião ocorreu no plenário principal do Senado, e não na sala em que a comissão geralmente se reúne. 

A mudança ocorreu porque foi aprovada uma urgência para que o caso seja definitivamente decidido pelo Senado nesta terça.

Ao tentar agilizar a votação do caso de Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) argumentou que teria dificuldade para colocar em votação o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, prevista para começar na quarta-feira (11).


O senador Delcídio do Amaral responde a processo por quebra de decoro parlamentar por tentar obstruir as investigações da operação Lava Jato. 

O Conselho de Ética decidiu pela cassação do mandato do senador, mas o relatório precisava do aval da CCJ, que analisa se o processo no conselho cumpriu os dispositivos legais.

O parecer da CCJ, elaborado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), afirmou que não houve vícios no processo durante tramitação no Conselho de Ética. 


O relatório foi aprovado por unanimidade pelos membros da CCJ.

Votação inicialmente adiada
Mais cedo, a CCJ do Senado adiou a votação do relatório que trata da constitucionalidade do parecer do Conselho de Ética que pede a cassação de Delcídio do Amaral. 


No plenário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou da decisão e disse que não caberia à CCJ produzir provas, somente analisar esses aspectos técnicos do parecer.

Renan também falou que seria muito difícil marcar a sessão para votar a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma sem antes resolver a questão de Delcídio. 


A dificuldade, segundo Renan, seria convocar uma votação da admissibilidade do impeachment –  um processo posterior ao da cassação de Delcídio, que teve início em dezembro – antes da votação da perda de mandato de Delcídio.

Mais cedo, nesta segunda, foi lido no plenário um resumo do parecer da comissão especial do impeachment que recomenda a abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff pela Casa. 


Com a leitura, a votação poderá ocorrer na quarta-feira (9).

Após a fala de Renan sobre o possível atraso da votação do processo de impeachment, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou um requerimento de urgência para votar o parecer da CCJ em plenário, o que possibilitou a nova sessão com membros do colegiado que aprovou o parecer sobre Delcídio.

Delcídio na CCJ,


Mais cedo, nesta segunda, Delcídio prestou depoimento à CCJ e pediu “desculpas” pelo constrangimento que causou aos senadores. 


Ele também criticou a celeridade do processo que o investiga no Conselho de Ética do Senado. 

O parlamentar disse, ainda, que não roubou nem desviou dinheiro público.

“Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior. 

Estou sendo acusado de que? 

De obstrução de Justiça. 

E obstrução de Justiça quando eu, como líder do governo, inadvertidamente, volto a repetir, peço desculpas, errei, mas agi a mando”, disse o senador sem explicar quem ordenou que ele obstruísse a Justiça.

A sessão chegou a ser suspensa após os senadores aprovarem um requerimento que pedia informações adicionais sobre o processo contra Delcídio que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). 

O adiamento acabou sendo criticado por Renan Calheiros.

Mais tarde, o próprio presidente da CCJ, senador José Maranhão (PMDB-PB) reconheceu que os documentos adicionais solicitados ao STF não seriam obtidos porque estão sob segredo de justiça.

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