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sábado, fevereiro 27, 2016

Mulher que aguarda cirurgia bariátrica há 4 anos inicia tratamento

Após reportagem, dona de casa de Suzano conseguiu atendimento no SUS.
Ivanira Marques estimava estar pesando 183 kg.

Jamile SantanaDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Ivanira procura cirurgia para perder peso  (Foto: Jamile Santana/G1)Ivanira quer fazer cirurgia para perder peso (Foto: Jamile Santana/G1)
 
A dona de casa de Suzano Ivanira Aparecida Marques, de 56 anos, que enfrenta uma obesidade grau 3, antigamente chamada "obesidade mórbida", já começou o tratamento para realizar a tão sonhada cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
  
Em dezembro do ano passado, a suzanense, que não tinha acesso a uma balança que suportasse seu peso, estimava pesar 250 quilos e mal conseguia caminhar dentro de casa.  

Neste ano, ela já faz acompanhamento médico com diversos especialistas e, finalmente, conseguiu se pesar: está atualmente com 183 quilos.

"Agora tudo depende de mim. 

Estou seguindo todas as dietas à risca, mal posso esperar para fazer a cirurgia e me sentir bem comigo mesma de novo. 

Em dezembro senti que estava no meu limite. 

Eram muitas dores. 

Aos poucos, vou melhorando tudo isso", disse a dona de casa.

Na última semana a dona de casa finalmente conseguiu descobrir seu peso. 

As balanças que suportam até 250 quilos, instaladas nos hospitais Arnaldo Pezzutti Cavalcanti, e Mogi das Cruzes e Osíris Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos, mostraram 183 quilos. 

"Eu acredito que ainda devo ter que emagracer até uns 50 quilos antes da cirurgia, mas estou muito animada, sei que vou conseguir", declarou.

Além da dieta, a dona de casa também faz uso de medicamentos. Consultas com cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e ortopedistas também são marcadas periodicamente.

Em nota a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que Ivanira "já iniciou o processo para realização de cirurgia bariátrica.


A paciente está em atendimento na especialidade de endocrinologia, onde foram solicitados exames e agendada consulta de retorno para avaliação dos resultados", informou.

De acordo com a secretaria, após essa fase, "o caso ainda será encaminhado para as especialidades de nutrição, depois psicologia, cardiologia e por fim haverá a consulta com o cirurgião.

É importante ressaltar que o andamento do processo depende exclusivamente das condições clínicas da paciente, que precisa estar apta clinicamente para prosseguir para as etapas seguintes.

Por isso, não é possível estimar quando a cirurgia será realizada. 

Enfatizamos que a cirurgia bariátrica é um procedimento de alta complexidade e todos fatores de risco são observados e avaliados por especialistas."

Ivanira Marques de Suzano (de maio, ao centro da foto), antes de sofrer de obesidade mórbida (Foto: Ivanira Marques/ Arquivo Pessoal) 
Ivanira Marques de Suzano (de maio, ao centro da foto), antes de sofrer de obesidade mórbida
(Foto: Ivanira Marques/ Arquivo Pessoal)
 
Ganho de peso
 
Ivanira começou a ganhar peso há dez anos, quando passou por um trauma emocional. 


“Eu era casada há 20 anos, e flagrei uma traição do meu marido com uma pessoa que era da minha família.

Foi um choque tão grande que eu comecei a comer compulsivamente.

Perdi o controle”, disse.

Além da grande quantidade de alimentos, o refrigerante foi um dos vilões.

A dona de casa chegou a tomar 10 litros da bebida por dia.

 “Eu comprava cinco garrafas de refrigerante e tomava sozinha ao longo do dia.

Às vezes deixava de almoçar para comer pão. 

Comia uns dez por vez.

Todas as vezes que eu ficava chateada ou depressiva, descontava na comida”, disse.

A dona de casa só percebeu que já estava com o peso fora de controle alguns anos depois, quando chegou a 176 quilos.

 Ela procurou ajuda e conseguiu pelo Sistema Único de Saúde (SUS) um encaminhamento pela realizar a cirurgia bariátrica no hospital Santa Marcelina de Itaquera.

Tudo estava certo: Ivanira não tinha diabetes e estava com o peso ideal para a realização do procedimento. 

Mas, no meio do caminho, teve uma pneumonia.

 “Eu estava com o pulmão muito fraco. Se fosse para a mesa de cirurgia, não voltaria mais.

Fiquei internada para me tratar e, depois, prosseguir com o tratamento pré-operatório”, disse. 

A dona de casa foi internada no Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes.

 “Enquanto eu estava internada, a equipe médica fez o encaminhamento para o cardiologista, nutricionista, psicólogo e endocrinologista para continuar a preparação da cirurgia". 

Mas, segundo Ivanira, depois da alta ninguém a contatou para continuar o tratamento.

Para sair do quarto e caminhar por um corredor de 100 metros, a dona de casa precisa descansar no meio do caminho.


Lavar a louça, só se for sentada ao lado da pia e sem pressa.

 “Eu não saio de casa há anos.

 Não consigo ir até o portão sem que minhas pernas doam.

Imagina ir até a esquina de casa. Eu não consigo.”

Ivanira Marques, de Suzano tem obesidade mórbida e só consegue ficar de pé com a ajuda da filha, Elaine, ou com uma bengala (Foto: Jamile Santana/G1) 
Ivanira só consegue ficar de pé com a ajuda da filha, Elaine, ou com uma bengala(Foto: Jamile Santana/G1)
Psicológico
 
Além das complicações decorrentes da obesidade, houve um prejuízo psicológico. “Eu só saio de casa para ir ao médico e me sinto humilhada com as coisas que ouço."

A filha dela, Elaine Cristina Carvalho, largou o emprego há alguns meses para dedicar tempo integral à mãe. 


“Ela precisa de ajuda para quase tudo, então decidi parar de trabalhar fora”, contou.

Para tentar conseguir ajuda, ela fez campanha por meio de uma rede social. 


O objetivo era mobilizar médicos e até clínicas para ajudar a mãe a perder de 30 a 40 quilos e então conseguir fazer a bariátrica pelo SUS.

Uma cirurgia dessa, segundo Elaine, custa até R$ 20 mil.

 "Tudo o que eu mais queria é ver minha mãe bem com ela mesma de novo”.

Obesidade
 
O médico endocrinologista Luiz Antônio Ribeiro explica que a classificação “obesidade mórbida” não é mais utilizada no consenso clínico. Para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40, a classificação usada é “obesidade grau 3”. 


“É praticamente unanimidade entre os pacientes obesos que tenha ocorrido um trauma emocional. 

Por isso é importante aliar o tratamento cirúrgico ao acompanhamento psicológico”, destacou.

 Ele recomendou ainda que em casos como o de Ivanira, é importante ter um acompanhamento nutricional para conseguir uma redução de peso para que somente depois disso a paciente possa ser submetida a cirurgia.

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