Linha de Sena e Corredor de Nacala,
ferrovias estratégicas DR
Em Moçambique, cerca de 1500
trabalhadores da mina de carvão de Moatize, província de Tete, entraram esta
semana em greve face ao anúncio do corte da parte da remuneração indexada aos
lucros. Parte deles voltou hoje à actividade mas o movimento continua.
Apesar da crise do carvão, a mina é
promissora.
O ouro negro não é a única
matéria-prima a causar choques externos e a colocar à prova as economias
extractivas.
Os mineiros de Moatize não
aceitaram a decisão da Vale de repercutir na partilha de lucros a
difícil situação pela qual a empresa alega passar.
A multinacional
brasileira justifica a sua decisão com a perda de 463 milhões no ano
passado devido à queda do preço do carvão mas o movimento grevista
continua e já obrigou à intervenção do governo que garantirá a mediação
negocial.
Para Fátima Membire, investigadora na área da indústria extractiva no Centro de Integridade Pública, a falta de transparência e de diálogo também justifica o descontentamento dos trabalhadores
Uma mina promissora
Mau grado o resultado
negativo de 2015, a agência de notação Fitch considera que a maior de
Moçambique está a garantir a liquidez global da Vale.
Na verdade, a mina está a atingir o seu potencial de exploração com aumentos significativos de produção que já se fazem sentir actualmente e que serão maiores no futuro com a finalização do corredor ferroviário de Nacala.
Na verdade, a mina está a atingir o seu potencial de exploração com aumentos significativos de produção que já se fazem sentir actualmente e que serão maiores no futuro com a finalização do corredor ferroviário de Nacala.
A página da Vale Moçambique reconhece que no segundo trimestre de 2015 já se registou um aumento de produção que "está intimamente ligado à conclusão gradual do Corredor Logístico de Nacala, cujas obras estão em andamento".
O grupo não tem dúvidas de que "a conclusão desta importante infra-estrutura irá permitir o aumento do volume das exportações e a redução de custos".
O corredor de Nacala terá uma capacidade de transporte de 18 milhões de toneladas ao ano e resolverá grande parte dos problemas de escoamento da Vale.
Além disso, libertará espaço na linha de Sena que liga Moatize à cidade da Beira.
Para breve estarão concluídas as obras de aumento de capacidade desta linha de 6,5 para 20 milhões de toneladas ao ano.
No total, Moçambique terá um acréscimo de capacidade de transporte ferroviário de carvão de 31,5 milhões de toneladas ao ano.
Um sector em dificuldades
Mas a verdade é que já foi melhor a situação dos grandes grupos mineradores internacionais.
O gigante britânico Anglo American
anunciou perdas de 5,6 mil milhões de dólares em 2015 e pretende ceder
cerca de dois terços dos seus activos no ferro, carvão e níquel.
Ao
passo que a anglo-australiana Rio Tinto, número dois mundial que deixou Moçambique em 2014, perdeu 866 milhões.
Depois
do boom das matérias-primas da década passada estimulado pela procura
do gigante chinês, o sector mineiro é um dos que muito tem sofrido com a
desaceleração da economia chinesa.
Greve: Crise do carvão afecta Vale em Moçambique
O
ouro negro não é a única matéria-prima a causar choques externos e a colocar à
prova as economias extractivas.
Em
Moçambique, os trabalhadores da mina de carvão de Moatize, província de Tete,
entraram esta semana em greve face ao anúncio do corte da parte da remuneração
indexada aos lucros.
A
multinacional brasileira Vale justifica-se com a perda de 463 milhões no ano
passado devido à quebra do preço do carvão.
Fátima
Membire, investigadora na área da indústria extractiva no Centro de Integridade
Pública, fala-nos da falta de transparência e de diálogo com os trabalhadores
bem como da crise do sector ligada entre outros à desaceleração do gigante
chinês.
Fonte: : Vozes do Mundo
Português
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