A suspeita havia faltado a duas vezes a audiência antes desta segunda (24).
Delegado vai encaminhar o caso para o Ministério Público.
De acordo com o delegado que acompanha o caso, Gustavo Pernambuco, apesar da visita, a suspeita permaneceu calada durante a audiência e não quis comentar o assunto.
“Ela compareceu com o seu advogado e logo no início nos informou que ia ficar calada com relação às perguntas que iam ser feitas.
Sendo assim, ela usou o seu direito constitucional em de permanecer em silêncio.
Eu fiz perguntas sobre o caso, os possíveis motivos dela ter escrito a carta, mas ela não falou nada”, afirmou.
A polícia vai encaminhar o caso para o Ministério Público.
“Agora vou dar o saneamento do inquérito policial e encaminhar para o juiz.
Lá ela terá a oportunidade de mais uma vez de falar e fornecer suas versões sobre os fatos”, explica o delegado.
Ausência em audiência
A suspeita faltou duas vezes a audiência.
Na primeira falta, a suspeita alegou ter um compromisso inadiável e prometeu comparecer na última quinta-feira (20).
Já na segunda, conforme Gustavo Pernambuco, o advogado da mulher o ligou informando que ele precisaria conversar com a cliente e analisar cuidadosamente o caso.
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Nesta segunda-feira, o Sindetran-CE em uma nota lamentou o caso e informou que repudia o ato de racismo ocorrido na semana passada nas dependências do Detran-CE, durante um atendimento público a um usuário(a) para liberação de um veículo.
O Sindetran/ce se solidariza com o trabalhador ofendido e com os seus pares, ressaltando que atos como esse são fruto de atitudes individuais e isoladas, que em nada representam a grandiosidade e o respeito do cidadão cearense pela categoria dos trabalhadores do Detran/CE.
Depoimentos dos agentes
Os três agentes aos quais a carta foi direcionada, João Paulo Cardoso Veras, José Eduardo Ferreira Soares e Mauro César Cabral Barbosa, conversaram com delegado na manhã desta terça-feira.
Barbosa afirmou que ficou perplexo e triste com a carta.
"Quando recebi a carta eu não acreditei.
Pensava que era brincadeira.
Quando caiu a ficha fiquei muito triste e sem palavras. Fiquei chocado e nunca esperava receber uma ofensa tão pesada como essa", disse.
O caso
O Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE) recebeu uma carta com ofensas, xingamentos e trechos de teor racista dirigida a servidores que participaram de uma operação de reboque.
De acordo com o Detran, uma mulher que foi resgatar um carro rebocado, voltou ao órgão, no dia seguinte ao resgate, e entregou a carta à secretária do departamento de fiscalização.
O carro foi rebocado em 11 de novembro por estar em uma vaga de táxi, na Rua Marcos Macedo. Os servidores registraram Boletim de Ocorrência.
A mulher cujo nome aparece como sendo da autora da mensagem nega ter escrito o material.
Em um trecho da carta há o trecho: "seus desgraçados, excomungados, amaldiçoados: que o diabo, o satanás, o senhor das trevas acompanhe vocês a partir de agora [...].
Agora vou me referir ao cor da noite sem estrelas, o que estava dirigindo o carro do reboque: hoje tu vive como gente, convivendo com gente, por causa da maldita princesa Isabel".
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