Amigas e amigos,
Nosso Estado sediou essa semana a Assembleia Geral do Comitê Permanente da América Latina para Prevenção do Crime (Coplad), reunindo 19 representantes de países membros da Organização das Nações Unidas.
Essa reunião internacional de autoridades e especialistas reconhecidos mundialmente pelos seus trabalhos e estudos sobre a prevenção da violência, teve a importante missão de elaborar o relatório que analisa o quadro atual da questão na América Latina, identificando experiências positivas e sugestões a serem apresentadas no 13º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal que acontecerá de 12 a 19 de Abril de 2015, em Doha, Qatar.
Já na cerimônia de abertura, os pronunciamentos destacaram a necessidade de enfrentarmos a questão da violência, que é global, com ações que vão além do aparelhamento da área de segurança, desenvolvendo sobretudo o trabalho de prevenção.
Nesse sentido foi destaque, o quanto os desafios comuns na nossa sociedade só podem ser superados com ações que se complementam e, especialmente, promovam o envolvimento de todos os segmentos da sociedade.
O COPLAD decidiu também, para nossa alegria, eleger Belém para implantar, em parceria com o Governo do Pará, uma extensão do comitê, com a missão específica de estudar o problema e propor alternativas para a Amazônia e em especial para o Estado e Belém.
Amigas e amigos,
Foi, pois, nesse clima que ficamos todos chocados com o assassinato do policial militar e os lamentáveis episódios que o sucederam, na noite de terça feira, que resultaram na morte de mais 7 pessoas, revelando métodos e circunstâncias semelhantes que, segundo as investigações preliminares, parecem configurar a abominável prática da execução.
Quero pois, antes de tudo, registrar minha indignação diante das ocorrências, e manifestar votos de pesar aos familiares de todas as vítimas, reafirmando que o Governo do Estado não aceita qualquer violação de direitos, seja contra civis ou militares e levará ao limite as investigações para a identificação e entrega à justiça dos culpados.
Nesse sentido, é oportuno esclarecer que essa postura tem sido clara, e a determinação aos orgãos de segurança é que se não for possível evitar um crime, que a sociedade tenha o direito de ver pelo menos a punição dos culpados, sob pena de se generalizar a impunidade que tanto contribui para o aumento da criminalidade.
Faço essa observação até para alertar as pessoas de boa fé sobre a não rara e lamentável utilização do sofrimento e drama alheio, por parte de oportunistas sempre ávidos de sensacionalismo, especialmente em períodos pós-eleitorais, quando o sonho de um "terceiro turno" ocupa corações e mentes de alguns inconformados.
Assim, sem pretender reviver fatos tristes, apenas lembro, sem qualquer ufanismo, que o Pará recebeu em 2012, homenagem do Conselho Nacional do Ministério Público, como o Estado brasileiro que mais obteve resultados em inquéritos e procedimentos investigatórios, como atesta o caso, por exemplo, dos adolescentes em Icoaraci, ocorrido em 2011, cujo autor, um ex-policial, foi identificado e condenado a mais de 100 anos de prisão.
Amigas e amigos,
Não poderia concluir essa postagem, sem reconhecer que por mais rápida e exemplar que seja a identificação e punição dos culpados, e certamente ainda estamos longe disso, ela jamais terá o condão de repor a vida, ou apagar o sofrimento de familiares e amigos que vivem um drama dessa natureza.
Por isso insisto na necessidade e urgência de, juntos, com a dedicação, empenho e compromisso de todos e de cada um, trabalharmos no sentido de buscar difundir e praticar uma cultura de paz, único e real processo capaz de vencer a violência.
Só nós mesmos podemos nos transformar e transformar, fazendo um mundo melhor para os homens, sendo homens melhores para o mundo.
Que Deus conforte os familiares das vítimas e nos dê sabedoria e ilumine.
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