Foragida há seis dias, mulher de 46 anos se apresentou nesta 4ª feira (10).
Acompanhada do advogado, suspeita estava abalada, relatou delegado.
Acompanhada do advogado, a mulher de 46 anos se apresentou à Polícia Civil durante a manhã e, segundo o delegado Miguel Capobianco, estava bastante abalada.
A suspeita, que é pedagoga e trabalhava na Prefeitura há três anos, não foi interrogada formalmente.
Capobianco pretende ouvi-la somente depois que conversar com outras testemunhas, bem como a diretora e a supervisora da Creche Municipal Ferdinando Mechioretto, que foram exoneradas dos cargos após novas denúncias.
Segundo o delegado, a monitora não disse onde estava escondida.
“Acredito que, provavelmente, estava na casa de algum parente.
Ela só se entregou porque a busca policial foi implacável.
Com as informações que recebemos, procuramos em todos os locais que ela pudesse estar”, contou Capobianco.
A mulher fez exames de corpo de delito no pronto-socorro da cidade, foi apresentada à Justiça e depois encaminhada para a cadeia feminina de Ribeirão Bonito, onde ficará por 30 dias, enquanto a polícia dá sequência às investigações.
Ao menos sete pais de crianças que sofreram algum tipo de violência na creche já foram ouvidos.
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Crimes
Segundo o delegado, a monitora pode ser enquadrada nos crimes de maus-tratos, com pena de até 1 ano, e tortura, de 2 a 8 anos.
Por ser agente pública, a condenação pode aumentar.
Procurado pelo G1, o advogado da mulher não foi encontrado para comentar o caso.
A outra funcionária que acompanhava as agressões feitas pela colega e que não reagiu também é investigada e pode responder como coautora, segundo Capobianco.
A servidora de 57 anos se apresentou à polícia na sexta-feira (5).
Segundo a advogada dela, Renata Giocondo, a mulher confirmou que não reagiu às duas agressões praticadas pela colega porque ficou 'sem ação diante da violência praticada contra as crianças'.
De acordo com a advogada, a servidora disse ter pedido para que a monitora parasse com a agressão, mas que isso não teria adiantado.
Após a segunda criança ter sido atacada ela se retirou da sala.
Ainda segundo a advogada, as duas
Funcionárias denunciam que relataram agressões à diretora e à supervisora (Foto: Reprodução/EPTV)
Após novas denúncias, a Prefeitura exonerou nesta sexta-feira (5), a diretora e a supervisora da creche, que já teriam sido avisadas sobre a situação.
Além da denúncia de maus-tratos, a Prefeitura explicou que a exoneração serve para preservar a integridade das duas, que perdem os cargos comissionados e voltam a exercer a função de professoras em outras unidades da Secretaria de Educação.
Duas funcionárias, que não quiseram se identificar, denunciaram a direção da creche e afirmaram que a monitora era agressiva.
“Eu sabia que ela batia.
Várias vezes eu ouvi choro, mas nunca pude abrir a porta e ir lá fazer alguma coisa.
Eu a vi batendo em uma criança, só não tomei atitude por medo de represália e perseguição.
Cheguei a falar com a diretora, procurei a supervisora, mas nada foi feito.
Relatamos que ouvíamos as crianças chorando, que a monitora agredia, não fazia o serviço direito, não dava comida, não trocava a fralda, não fazia nada.
Porque a sala tem um vidro e quem estava lá fora via”, disse uma delas.
A outra funcionária que trabalha na unidade contou que era normal ouvir choro de crianças na sala da monitora afastada.
“Nunca questionei porque ela tem uma personalidade forte e é muito malcriada.
As crianças que ela cuidava tinham medo, estavam sempre de cabeça baixa, tristes, um comportamento bem esquisito”, afirmou.
Entenda o caso
A funcionária foi flagrada ao agredir crianças.
As imagens foram gravadas pelo pai de um dos alunos na terça-feira (2) com uma câmera escondida na mochila do filho.
O homem desconfiou da atitude da monitora e das reações da criança e decidiu colocar a câmera.
Contratada em 2011, a agressora de 46 anos foi afastada pela Prefeitura e está foragida após a Justiça decretar a prisão temporária de 30 dias.
Ela trabalhava como monitora na mesma creche desde o início de sua contratação.
Antes da admissão, ela passou por uma avaliação psicológica, mas o laudo não apontou nenhum problema.
A mulher, que é pedagoga, foi afastada e está foragida.
A administração municipal informou que não tinha conhecimento de maus-tratos praticados na creche ou pela monitora.
Mulher era pedagoga e trabalhava na creche municipal há três anos (Foto: Reprodução/EPTV)
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