Ato ocorreu perto do Maracanã na hora da final da Copa do Mundo.
Sindicato dos Jornalistas diz que 15 profissionais foram agredidos.
Vídeo mostra agressão sofrida por cinegrafista canadense (Foto: Reprodução Internet)
Nas imagens, Jason O'Hara aparece caído no chão em uma das esquinas da praça, quando um PM se aproxima e chuta o rosto do canadense, que usava máscara e capacete para se proteger durante a manifestação.
Além de Jason, segundo o Sindicato dos Jornalistas, outros 14 profissionais da imprensa foram agredidos durante o ato.
O protesto era pacífico até o momento em que os manifestantes tentaram sair da praça em direção ao estádio.
A PM fez um cerco no local, impedindo a passagem das pessoas e atirou bombas de efeito moral para dispersar a multidão, dando início ao tumulto.
Fotógrafo registrou momento em que disse ter sido agredido por policial (Foto: Mauro Pimentel / Portal Terra)
Fui roubado por um policial”, diz Jason O'Hara.
'Só vi o cassetete no meu rosto', diz fotógrafo
O fotógrafo do Portal Terra, Mauro Pimentel, 28 anos, também diz ter sido alvo de agressões por parte da PM quando fazia uma reportagem sobre a manifestação.
Em entrevista ao G1, ele contou como foi a ação da polícia.
“Eles gritaram: 'Para trás, para trás', começaram a bater e jogaram o spray de pimenta.
Só que eu estava de máscara e continuei fotografando. Foi quando um cara [PM] me deu um chute na perna esquerda.
Outro policial me segurou e me empurrou para trás. Só vi o cassetete no meu rosto.
O filtro quebrou e a máscara trincou, mas segurou bem a pancada.
Se estivesse sem aquela máscara fechada e o capacete estaria, no mínimo, com o nariz quebrado”, afirmou Mauro, que conseguiu fotografar o rosto do policial que o teria agredido.
O fotógrafo afirmou ainda que estava identificado como jornalista.
“Estava de crachá e com capacete preto escrito 'imprensa' e com a logo do Terra.
Não tinha como fazer confusão”, garantiu o profissional, destacando que a atuação da PM foi diferente neste domingo. “Estou cobrindo as manifestações desde meados do ano passado.
Já vi policiais praticando agressões e outros pedindo para agir de forma diferente.
Ontem não.
Todos estavam hostis desde o início”, contou.
Em nota, a Polícia Militar alegou que dados da Inteligência mostravam que um grupo tinha a intenção de se dirigir à entrada do Maracanã, colocando em risco a segurança de milhares de torcedores.
A corporação ainda afirmou que todas as denúncias e imagens recebidas relativas a excessos cometidos por policiais militares serão encaminhadas à Corregedoria e apuradas.
Sindicato vai recorrer a ONGs de direitos humanos
Após o protesto, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro publicou ato de repúdio à violência da polícia. “Além dos casos de agressões, houve também o cerceamento ao trabalho dos jornalistas e comunicadores em meio à repressão aos atos de protesto realizados na Tijuca.
Os profissionais de imprensa foram impedidos de deixar a Praça Saens Peña durante duas horas, junto de cerca de 200 manifestantes.
Esse grupo teve de enfrentar, sem possibilidade de refúgio, agressões físicas e o efeito das bombas de gás lacrimogêneo", diz o comunicado.
Com os novos casos de violência policial contra jornalistas e comunicadores registrados neste domingo, o Sindicato dos Jornalistas afirma que 92 profissionais e comunicadores foram vítimas de agressões e cerceamento desde maio do ano passado.
O sindicato vai encaminhar uma nova versão atualizada desse relatório às autoridades da Justiça e da Segurança Pública nos níveis estadual e municipal, assim como às autoridades e ONGs de direitos humanos nacionais e internacionais.
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