A Sabesp
anunciou nesta segunda-feira (21) que pretende começar a utilizar a reserva técnica
do Sistema Alto Tietê, o segundo maior da Grande São Paulo, a partir do mês de
agosto.
Ao todo, 25
bilhões de litros de água do volume morto deverão ser bombeados.
O sistema Alto
Tietê é formado por cinco represas e está com 22,4% da capacidade: 116 bilhões
de litros.
"Nós
estamos prevendo a utilização de uma reserva técnica no Biritiba Mirim a partir
do mês de agosto, a partir de obras que vão tirar água da represa Biritiba para
jogar na captação do túnel de transferência do Biritiba para o Jundiaí",
explicou o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
Segundo a
Sabesp, das cinco represas do Alto Tietê, as duas que têm reserva técnica já
recuaram muito.
Na Biritiba as
pessoas conseguem andar pelo local que antes era alagado. "Estou aqui há 5
anos e desse estado que está é a primeira vez", diz o comerciante Nick
Morimoto.
Na represa
Jundiaí, construções antes submersas estão ressurgindo.
A Sabesp
informa que a reserva técnida da represa também poderá ser utlizada nos
próximos meses.
"A outra
reserva técnica maior, que é a do Jundiai, nós utilizaremos somente se
necessário a partir de novembro deste ano", explica Massato.
saiba mais
No caso do
cantareira, o volume morto começou a ser bombeado em maio, quando o nível
chegou a 8%. "O maior desafio é convencer as autoridades de que não podem
trabalhar só na crise, essa situação da seca é uma situação que vai passar
quando vierem as chuvas e aí todo mundo vai esquecer desse problema até ele
aparecer de novo", diz Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da
Água
Inquérito
O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) – núcleo do Ministério Público voltado à proteção ambiental - instaurou inquérito civil para verificar se é regular a gestão do Sistema Alto Tietê.
A portaria de
instauração do inquérito é assinada pelo promotor Ricardo Manuel Castro.
Castro pediu
informações sobre o funcionamento do Sistema para a Sabesp, Departamento de
Águas e Energia Elétrica (DAEE), Agência Reguladora de Saneamento e Energia do
Estado de São Paulo (Arsesp), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb) e Agência Nacional de Águas (ANA).
O MP acredita
ser necessária a investigação pela “falta de planos de contingência nos
municípios da região metropolitana para o enfrentamento da crise de
abastecimento de água” e “existência de indícios de ingerência não
técnica nas tomadas
de decisões para a gestão da crise de abastecimento de água”.
O inquérito foi
instaurado em 26 de junho.
O MP explica
que os órgãos têm prazo de 15 dias para enviar as informações contando a partir
da data em que receberam o pedido.
Esta é a
primeira etapa do inquérito e caso os órgãos não enviem ou encaminhem
informações insuficientes, o promotor pode reiterar o pedido.
O inquéiito tem
180 dias para ser concluído.
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