Bastidores: Lula atuou para
que decisão da corte isentasse presidente
A interlocutores justificou que foi avisado de que,
se incluísse a presidente, seu relatório seria todo rejeitado pela corte
icardo
Stuckert/Divulgação
"Luiz Inácio Lula da s"
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou a operação do governo para
evitar que a presidente Dilma Rousseff fosse responsabilizada pelo Tribunal de
Contas da União (TCU) por sua participação na compra da refinaria de Pasadena
pela Petrobrás.
Lula recebeu o ministro do TCU José Múcio Monteiro em um
encontro na segunda-feira, em São Paulo, dois dias antes de o assunto entrar na
pauta da corte de contas.
Múcio
confirmou ao Estado o encontro, mas negou que tivesse tratado de Pasadena.
"Eu estava em São Paulo, não via o ex-presidente Lula desde o ano passado
e resolvi fazer uma visita a ele de cortesia.
Somos amigos.
Não falamos
absolutamente em Pasadena, não sabia que estava em pauta.
Se eu soubesse, era
capaz até de eu ter tocado no assunto.
Conversamos sobre política, eleição,
Brasil, o governo dele, as perspectivas, blablabá, a vida dele, a minha...
conversa de compadre, foi exatamente o que aconteceu", disse.
Após
a conversa com Lula, porém, o ministro do TCU procurou os colegas e ponderou
que responsabilizar Dilma neste momento eleitoral seria politizar demais o
caso, além de repetir a defesa do governo de que a presidente votou a favor da
compra da refinaria com base em resumo incompleto sobre o negócio.
Ex-ministro
de Relações Institucionais no governo Lula e conterrâneo do ex-presidente,
Múcio foi nomeado para o TCU pelo petista.
Até o início da semana, havia a
expectativa no governo e na campanha de Dilma de que o ministro José Jorge, um
ex-pefelista que se transformou no ministro responsável por relatar o caso,
iria indicar a responsabilidade dela por ter votado a favor da compra da
refinaria como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás.
Ele
responsabilizou o ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli, amigo de
Lula, e os demais diretores da petroleira, mas decidiu excluir Dilma.
A
interlocutores justificou que foi avisado de que, se incluísse a presidente,
seu relatório seria todo rejeitado pela corte.
Como havia divergência na área
técnica sobre responsabilizar o conselho de administração, seria a
justificativa para os votos contrários.
Neste caso, optou por
"salvar" o relatório.
Assim, o assunto se mantém na pauta do tribunal
e da imprensa, uma vez que se inicia a fase de defesa e há a possibilidade de
os "punidos" resolverem contar o que não veio à tona até agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário