"E a
uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas,
em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar,
socorros,
governos, variedades de línguas".
( I
Coríntios 12.28)
"Mas
faça-se tudo decentemente e com ordem".
(I Coríntios
14.40)
Meditando nesses versículos, podemos entender por que há tanto desacerto e tanta incoerência em boa parte do comportamento e dos ensinos protagonizados por muitos “líderes” atuantes hoje no meio dito evangélico.
São lobos astutos travestidos de líderes, que se aproveitam da forma como o sistema “funciona” e do modo como está organizado.
São profissionais
eclesiásticos que buscam primeiro e antes de qualquer coisa, seu próprio
bem-estar e interesses pessoais, camuflados em discursos, como quem busca, propaga,
defende e vive o Reino de Deus.
Mas na verdade estão longe de toda essência e
verdade daquilo que seja o santo e bíblico evangelho de Cristo Jesus.
São estes os que almejam tomar conta de tudo e organizam “convenções” para lhe respaldar.
São líderes que combatem
qualquer pregação ou pessoa que possam colocar em risco o seu “apostolado”.
Alardeiam toda novidade que aparece na praça, investem em qualquer estratégia evangelística que esteja “dando certo”.
Imitam e copiam descaradamente
todo tipo de evento que dê retorno financeiro e que atraia mais pessoas para os
seus currais.
Chamam de “mover de Deus”, qualquer coisa que promovam,
e assim enganam multidões.
Semelhantemente, muitos irmãos abrem mão da
capacidade de pensar e se deixam manipular pelos tais.
Nesse contexto de “liderança”, qualquer pensamento que tenham é atribuído à voz do Espírito Santo.
Qualquer pretensão que cultivem é chamada de ordem de
Deus. Qualquer palavra que falam são profecias.
E quando pensam ou imaginam
toda sorte de situações sobre fatos ou pessoas, imediatamente afirmam tratar-se
de uma “revelação”.
São amantes do reconhecimento público, gostam do aplauso, da admiração, de serem aclamados por títulos semelhantes aos autênticos servos de Deus da era bíblica e se orgulham de serem vistos como homens cheios do Espírito Santo, muitas vezes simulando línguas estranhas em todas as ocasiões, claramente afrontando a Palavra de Deus, que afirma: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.
Mas, se não houver
intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus". (I
Coríntios 14:27-28).
Alguns pregadores usam e abusam das técnicas de manipulação de massas; gritam exageradamente durante muito tempo, até conseguirem influir no emocional das pessoas; alteram a velocidade do discurso, o tom de voz, e assim persistem até que todos estejam gritando, chorando, numa catarse coletiva.
E a esse tipo de
histeria, que não passa de técnica de manipulação mental, chamam de presença do
Espírito Santo.
O Espírito Santo pode agir e fazer o que quiser, do jeito que quiser e se manifestar das mais variadas formas, Ele é Deus, Ele é Soberano.
Não ouso
questionar as genuínas ações do Espírito Santo, nem o jeito que Ele opera.
Também creio e prego sobre dons espirituais e sobre o poder de Deus.
No
entanto, o mesmo Espírito Santo que se manifesta em poder é o que inspirou
homens a escrevem as sagradas letras das Escrituras.
Logo, o Espírito Santo
jamais seria o autor e motivador de ações esquizofrênicas e desvairadas, que
assemelham a Casa de Deus a um manicômio e que a própria Bíblia reprova.
Muitos
irmãos se deixam levar pelo emocionalismo e se esquecem desse fundamental
detalhe.
Está escrito na Palavra: “Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.
De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis,
mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os
fiéis.
Se, pois,
toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem
indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (I
Coríntios 14.21-23).
É preciso ter cuidado
com esse tipo de prática. É preciso ordem no culto.
É preciso entender que o
espírito do profeta está sujeito ao profeta e não se deixar levar pelas emoções
e muito menos tentar manipular o sentimento dos outros.
É preciso cuidar para não escandalizar as pessoas que visitam as igrejas e chegam sedentas de Deus, mas que saem de nossos recintos assustadas e portando a pior imagem possível a nosso respeito.
Fomos chamados para ganhar o mundo e
não para sermos ridicularizados por ele.
Não obstante, também
percebemos uma nítida técnica de amedrontamento das ovelhas, com o óbvio
propósito de mantê-las sob controle. Shows e espetáculos dão a tom da versão
gospel do pão e circo.
Ensina-se apenas o básico e não se dá alimento
verdadeiramente sólido ao rebanho.
Criam-se doutrinas baseadas em “visões” e
“revelações” (bem à moda das seitas e heresias), regulamentos e regras
ridículos, que visam, antes de qualquer coisa, manter as rédeas curtas, gerando
proibições e imposições humanas, baseadas em usos e costumes, sendo a maioria
desprovida de qualquer embasamento bíblico.
Tais “pastores, apóstolos, bispos, patriarcas” mantém o rebanho o tempo todo envolvido com novidades, deixando-os afastados da séria teologia bíblica, para que assim não cresçam, ficando eternamente subservientes à sua dependência.
Não aprendem a exercer o seu direito de cidadãos do céu, não são ensinados sobre mordomia cristã, sobre renúncia e cruz, nada sabem acerca de santificação e testemunho.
Perecem com o medo de demônios, vivem prisioneiros de
superstições, aprendem regras, cumprem o que conseguem, mas são cristãos sem
plenitude, dependentes, raquíticos espiritualmente e facilmente manipulados
para entregarem dinheiro em troca de supostas bênçãos dos céus.
Graças a Deus, que por outro lado, o Espírito Santo está fazendo cair as máscaras de tais “crentes” e provocando um verdadeiro mover entre aqueles que de fato têm sede de Deus.
Isso está provocando algumas reações contrárias, gerando antagonismos.
É fácil
compreender a razão, pois quem busca a face de Deus, encontra.
Quem tem sede, é
saciado. E quanto mais íntimo de Deus, quanto mais dependente dEle você for,
menos você vai depender dos homens com suas regras carnais e loucuras
heréticas.
Deus está levantando uma geração capaz de se derramar diante de DEle, sem a necessidade de se submeter às normas e rituais preestabelecidos por impostores do ministério; uma geração que quebra as regras do mantra gospel e se entrega verdadeiramente à adoração sincera, com a alma, sem necessidade de manipulação, sem apelos à prosperidade, sem nada exigir de Deus, sem G12 e sem “profetas do ego”.
Ovelhas precisam ser conduzidas, é verdade. Mas precisam ser conduzidas por pastores autênticos ao Pastor por excelência, o Sumo Pastor, que é Jesus Cristo.
O Evangelho é simples e é essa simplicidade que precisa voltar.
O poder
de Deus não envelhece.
A Igreja não precisa de “novas unções”, de “novas
visões” e muito menos de “novos apóstolos”.
A Igreja está distante da Bíblia e
é de Bíblia que ela precisa.
Deus está perto.
É
preciso aprender “chegar-se a Ele e Ele se chegará”... ovelhas são
ovelhas.
Pastores são pastores.
Todos são irmãos.
Isso que precisa ser
restabelecido.
Relação entre irmãos e não dependência mística entre gurus e
seguidores.
São as complicações que o homem colocou no Evangelho... são as deturpações que o homem fez na verdadeira doutrina, que dão margem a tantas heresias que hoje se evidenciam.
"Por isso que existem tantas ovelhas “perdidas” dentro da casa do Pai.
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também
sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo. " (II Coríntios
11:3)
Procure crescer no conhecimento da Palavra, procure conhecer a verdade e a verdade te libertará (João. 8.32).
Pr. Reinaldo Ribeiro
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