Claudio Lima
Texto: Cláudio Lima
A população recém-formada em
Parauapebas tem se desgastado com a falta de oportunidade em nossa
região.
Muitos se dirigem à agência do Serviço Nacional de Emprego
(Sine) na perspectiva de encontrar o seu perfil destacado na vidraça,
como é rotina matinal de muitos que fazem consulta em busca de trabalho.
A população se qualifica, mas o mercado estreita os caminhos,
ressaltando o mérito da experiência, até mesmo para os que não possuem
qualificação, como ajudante de pedreiro, vendedor externo, entregador de
pizza etc.
Os trabalhadores que buscaram qualificação nas instituições
técnicas, no propósito de melhorar sua renda, estão profundamente
frustrados, numa região que chega a ser considerada “janela da
oportunidade”, mas que agora está recebendo o rótulo de falsa
referência.
Dona Maria Ferreira, 30 anos, que mora no Bairro da Paz, diz
que investiu sua economia para se qualificar tecnicamente, visando
melhores horizontes, vai ao Sine, em busca de oportunidade, mas se
tornou um disco repetitivo a frase “experiência”.
Ela lamenta muito ter
investido e não conquistar o retorno esperado, informando que fez o
curso de segurança do trabalho e pela falta de oportunidade e o mercado
exigir experiência ela passou a trabalhar como diarista.
Segundo ainda a
moradora, o custo de vida na região é muito alto e ganhar salário
mínimo e ter que pagar aluguel de trezentos reais para morar num cômodo e
sustentar dois filhos, sem melhores oportunidades, leva-a a pensar
seriamente em voltar para sua terra natal, onde o custo de vida é barato
e pode encontrar a oportunidade que não encontrou na região e viver até
melhor.
Já o pai de família Paulo Almeida argumenta que está
desempregado há um ano e, mesmo qualificado, não atua por falta de
experiência.
O mesmo sugere que autoridades públicas devem levar para
sua esfera de competência esse desconforto, acreditando que o lema do
governo federal é erradicar a fome e investir na educação, e a
oportunidade?.
Paulo Almeida conta que esteve no Sine semana passada e
viu na vidraça a oferta de vagas para técnico de segurança tanto do sexo
masculino como feminino.
Seis candidatos foram encaminhados às
empresas, mas os mesmos voltaram e não foram correspondidos pelo
empregador, pois o Sine se esqueceu de acrescentar que o empregador
estava exigindo experiência.
O trabalhador enfatiza que isso é uma
prática de exclusão social e que devemos nos mobilizar como cidadãos,
chamando a atenção dos meios de comunicação para causar repercussão e,
se necessário, chegar até o governo federal.
A onde fica a inclusão
social na cidade do minério, no papel, na contramão de um país que
deseja avanços, mudanças?
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