No Japão, um lugar onde os mortos interrompem o descanso eterno para receber a visita dos parentes. Achou estranho? Você já vai entender.
Em Tóquio, uma das cidades mais populosas do mundo, cada centímetro é
disputado nas ruas, nos escritórios e nos restaurantes. Se falta lugar
para os vivos, imagine para os mortos.
Morrer é caro por lá. Em um dos principais cemitérios da cidade, um túmulo de tamanho médio custa o equivalente a R$ 400 mil. A solução pra fugir dessa despesa, os japoneses encontraram com ajuda da tecnologia.
Um prédio de quatro andares em Tóquio não parece, mas é um cemitério e também um templo budista.
No Japão, os cemitérios geralmente ficam no terreno dos templos. No cemitério high tech não é diferente, mas onde estão os mortos?
O monge Tatsunori Ohora convida a equipe do Fantástico a visitá-los. Antes é preciso respeitar uma regra de segurança: usar capacete. O caminho é muito apertado e a equipe do Fantástico corre o risco de bater a cabeça.
A sala tem dez metros de altura, o equivalente a um prédio de três andares. O corredor, de 15 metros de comprimento, parece o depósito de uma loja. O cemitério de alta tecnologia tem capacidade para 3,5 mil caixas, que têm as cinzas de uma pessoa ou mais. Para aproveitar bem o espaço, a sepultura pode ser compartilhada.
No Japão, os corpos são cremados. As cinzas são guardadas em urnas brancas e, em cada caixa, cabem duas urnas. Assim, o cemitério tem capacidade para 7.000 mortos, e o preço para sepultar um parente fica bem mais acessível: cada caixa custa R$ 16 mil.
Agora, como uma família vai achar as cinzas do parente num depósito desse tamanho? A resposta é, mais uma vez, tecnologia.
Rieko Minakawa, por exemplo, tem o pai e a mãe sepultados aqui. Ela chega à recepção e se identifica. Em um dos andares do cemitério, Rieko encontra um equipamento parecido com um caixa eletrônico, onde encosta um cartão magnético com os dados dos pais dela. O computador sabe o local exato da caixa e um braço mecânico vai buscá-la.
A caixa é colocada cuidadosamente no meio de uma lápide. Quando está no lugar certo, as janelas de vidro se abrem. Um porta-retrato digital mostra as fotos dos pais de Rieko. Em poucos minutos, a filha já pode colocar suas oferendas, seguindo o budismo, acender incenso e rezar.
Ela explica: "Meus pais moravam em outra cidade, longe de Tóquio. Seria difícil visitar os túmulos. Aqui eles ficam mais perto de mim".
O cemitério tem apenas oito lápides. Quando uma família termina seu ritual, abre lugar para outra. Nas épocas de maior movimento, é preciso fazer reserva pra não perder a viagem.
Um monge diz que a tecnologia não atrapalha as orações nem o sentimento das pessoas em relação aos que se foram. "Estamos perto de uma estação de trem e metrô, então as pessoas acabam visitando seus parentes com muito mais frequência do que num cemitério comum”, explica.
Terminada a oração, a caixa é retirada pelo braço mecânico e volta para o seu lugar no depósito, onde vai descansar em paz, até a próxima visita.
Morrer é caro por lá. Em um dos principais cemitérios da cidade, um túmulo de tamanho médio custa o equivalente a R$ 400 mil. A solução pra fugir dessa despesa, os japoneses encontraram com ajuda da tecnologia.
Um prédio de quatro andares em Tóquio não parece, mas é um cemitério e também um templo budista.
No Japão, os cemitérios geralmente ficam no terreno dos templos. No cemitério high tech não é diferente, mas onde estão os mortos?
O monge Tatsunori Ohora convida a equipe do Fantástico a visitá-los. Antes é preciso respeitar uma regra de segurança: usar capacete. O caminho é muito apertado e a equipe do Fantástico corre o risco de bater a cabeça.
A sala tem dez metros de altura, o equivalente a um prédio de três andares. O corredor, de 15 metros de comprimento, parece o depósito de uma loja. O cemitério de alta tecnologia tem capacidade para 3,5 mil caixas, que têm as cinzas de uma pessoa ou mais. Para aproveitar bem o espaço, a sepultura pode ser compartilhada.
No Japão, os corpos são cremados. As cinzas são guardadas em urnas brancas e, em cada caixa, cabem duas urnas. Assim, o cemitério tem capacidade para 7.000 mortos, e o preço para sepultar um parente fica bem mais acessível: cada caixa custa R$ 16 mil.
Agora, como uma família vai achar as cinzas do parente num depósito desse tamanho? A resposta é, mais uma vez, tecnologia.
Rieko Minakawa, por exemplo, tem o pai e a mãe sepultados aqui. Ela chega à recepção e se identifica. Em um dos andares do cemitério, Rieko encontra um equipamento parecido com um caixa eletrônico, onde encosta um cartão magnético com os dados dos pais dela. O computador sabe o local exato da caixa e um braço mecânico vai buscá-la.
A caixa é colocada cuidadosamente no meio de uma lápide. Quando está no lugar certo, as janelas de vidro se abrem. Um porta-retrato digital mostra as fotos dos pais de Rieko. Em poucos minutos, a filha já pode colocar suas oferendas, seguindo o budismo, acender incenso e rezar.
Ela explica: "Meus pais moravam em outra cidade, longe de Tóquio. Seria difícil visitar os túmulos. Aqui eles ficam mais perto de mim".
O cemitério tem apenas oito lápides. Quando uma família termina seu ritual, abre lugar para outra. Nas épocas de maior movimento, é preciso fazer reserva pra não perder a viagem.
Um monge diz que a tecnologia não atrapalha as orações nem o sentimento das pessoas em relação aos que se foram. "Estamos perto de uma estação de trem e metrô, então as pessoas acabam visitando seus parentes com muito mais frequência do que num cemitério comum”, explica.
Terminada a oração, a caixa é retirada pelo braço mecânico e volta para o seu lugar no depósito, onde vai descansar em paz, até a próxima visita.
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