O facínora contumaz Gil Rugai
Cartas
escritas por Gil Rugai e por sua avó paterna Odette Corona Rugai, já morta,
virão a público como parte da...
Cartas
escritas por Gil Rugai e por sua avó paterna Odette Corona Rugai, já morta,
virão a público como parte da estratégia da defesa para o julgamento do
estudante acusado de matar o pai e a madrasta há quase nove anos. O crime
aconteceu na mansão onde o casal morava, em Perdizes, na zona oeste de São
Paulo. Segundo o Ministério Público, nenhuma tentativa vai convencer os jurados
da inocência.
Parte do
material foi cedido ao Estado pelos advogados Thiago Gomes Anastácio e Marcelo
Feller, responsáveis pela defesa de Gil. O júri está previsto para começar
nesta segunda-feira. As cartas revelariam a dor da família e as saudades de
Luiz Carlos Rugai, de 40 anos, morto a tiros ao lado da mulher Alessandra de
Fátima Troitino, de 33, em 28 de março de 2004. Ambos foram atingidos pelas
costas.
Segundo a
denúncia, o estudante de Teologia que sonhava em ser padre matou o casal por
dinheiro.
A acusação sustenta que o motivo do crime foi a descoberta por Luiz
Carlos de um desfalque de R$ 150 mil na produtora de vídeo da família. Gil
seria o responsável e premeditou o duplo homicídio de forma "fria e
calculista".
Perfil
que uma das cartas, escrita pelo próprio acusado, tenta desmontar. Quando ficou
preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, na zona leste, dias após
o crime, Gil relata a dor em saber que nunca mais poderá ver o pai, o homem que
mais amava e a quem chama na correspondência de "guia" (leia ao
lado). Ele deixou o presídio em 18 de abril de 2006.
Religiosa,
Odette procura confortar o neto com citações bíblicas e palavras de carinho.
E
pede perdão por não ter forças para visitá-lo na cadeia, citando a saudade que
sente do filho.
Nas três
correspondências obtidas pela reportagem, a avó não fala sobre o crime, apenas
diz que ama o neto e reza por ele.
A defesa
do acusado não informou as datas exatas das correspondências, mas pelo conteúdo
estima-se que elas tenham sido escritas entre abril de 2004 e abril de 2005.
Pacato
Pacato.
Aos 29 anos, Gil Rugai leva uma vida pacata, ao lado da avó materna, que sofre
de Mal de Alzheimer, em uma casa no bairro de Perdizes, na capital paulista.
Não trabalha nem estuda formalmente. Todas as tentativas de cursar uma
faculdade foram frustradas. Em 2008, mudou-se para a cidade gaúcha de Santa Maria para prestar vestibular - a decisão
lhe rendeu nova prisão, já que não a Justiça não foi consultada.
Atualmente,
o estudante cumpre apenas compromissos religiosos. Vai à missa quase todos os
dias e mantém contato só com familiares. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
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