Família recebeu oferta de internação de 5 clínicas após divulgação do caso.
DF terá cinco Casas Abrigos para internação voluntária, diz Saúde.
O jovem viciado em crack, morador de Samambaia, no Distrito Federal, que acorrentou os pés com cadeados para evitar sair de casa e comprar a droga foi internado na tarde desta quinta-feira (21) em uma clínica em Anapólis (GO), que fica a 155 quilômetros de Brasília.
A família recebeu oferta de cinco clínicas de reabilitação após a divulgação do caso. ''Quem tem uma família que tem o filho que usa essa droga não desiste do filho, não”, disse a mãe do rapaz no momento em que ele saía de casa.
O rapaz de 25 anos, que preferiu não ser identificado, contou os motivos porque preferia ficar imobilizado.“Eu prefiro ficar acorrentado porque hoje em dia as coisas não estão brincadeira. É perigoso e tantas pessoas morrem por causa desse vício que eu prefiro ficar passando mal com vontade de usar, mas não ficar arriscando perder a minha vida”.
“Estou destruindo minha família. Sou o caçula, sempre fui um menino carinhoso. Depois que conheci essa vida, essa droga, minha vida praticamente foi para o fundo do fundo do poço. O sofrimento que eu estou passando eu não desejo pra ser humano nenhum na Terra.”, comenta o homem.
O rapaz começou usar o crack com 15 anos. Nesta quarta, antes da internaççao, a mãe relatou que estava tentando internar o filho em uma clínica mas enfrentava dificuldades. “Tem muito tempo que a gente está lutando para conseguir uma clínica. Na verdade, o poder público não tem.
A gente procura, eles mandam a gente para o Caps [Centros de Atenção Psicossocial] e o Caps não funciona. Eles fazem uma visita e vão embora, marcam um retorno para daqui a três, quatro meses”.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o DF não possui política de internação compulsória de pacientes usuários de droga. Segundo a pasta, o modelo a ser adotado no Distrito Federal terá cinco Casas Abrigos, a serem inauguradas nos próximos dias, onde os usuários poderão ficar em tratamento por tempo indeterminado, por livre vontade.
Atualmente o tratamento de usuários de drogas ocorre com apoio dos Caps - o DF tem 14 deles, sendo sete especializados em álcool e drogas, seis para atendimento a adultos e um para crianças e adolescentes. Nos centros não há internações.
Além dos Caps, o Distrito Federal conta com um hospital psiquiátrico e um Centro de Orientação Psicossocial (COMPP), diz a Secretaria de Saúde.
“O desejo de uma mãe é ver o sucesso do filho, que ele tenha uma vida digna. E ele está vivendo um momento muito triste, porque ele não tem controle sobre ele mesmo”, desabafou a mãe do jovem.
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