Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

sábado, fevereiro 23, 2013

Famílias invadem e ocupam prédios abandonados há oito anos no litoral

Ocupantes querem consertar e financiar imóveis em São Vicente, SP.
Prédios foram embargados quando obras estavam concluídas.

Do G1 Santos
Conjunto com oito prédios em São Vicente está abandonado há oito anos (Foto: Silvio Muniz /G1) 
Conjunto com oito prédios em São Vicente está abandonado 
há oito anos (Foto: Silvio Muniz /G1)
 
Cerca de 700 famílias estão ocupando um conjunto habitacional abandonado há oito anos no bairro Jóquei Clube, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Os prédios foram construídos pela Caixa Econômica Federal, com verba do Programa de Arrendamento Residencial (Par) do Ministério das Cidades e executado pelo banco. O conjunto possui oito prédios de quatro andares, com doze apartamentos por andar, e cada apartamento têm cinco cômodos. Em nota, a Caixa diz que está em negociações com o governo busca soluções para o empreedimento.

Batizados de conjuntos Primavera e Penedo, a obra custou cerca de R$ 22 milhões. Aproximadamente 94% das obras do condomínio Penedo, e 88% do Primavera estavam concluídas, quando, em 2004, uma construtora pediu falência com as obras parcialmente concluídas e os trabalhos foram interrompidos.

O conjunto ficou abandonado e acabou sendo saqueado e destruído pela falta de manutenção. Em pouco tempo os apartamentos começaram a ser ocupados. “Tem morador aqui que vive há sete anos no prédio. Estava abandonado, sendo destruído. Nós entramos para arrumar e garantir os nossos direitos”, conta Willians Barbosa do Prado, que ocupa um dos apartamentos invadidos.


Famílias estão consertando problemas causados pelo abandono dos prédios, em São Vicente (Foto: Silvio Muniz /G1) 
Famílias consertam problemas causados
pelo abandono dos prédios (Foto: Silvio Muniz /G1)
 
Há cerca de 20 dias uma campanha organizada por moradores das imediações e espalhada pela internet fez com que novas famílias se mudassem para o condomínio. “A gente se organizou para cortar o mato que já tinha tomado conta de tudo, e limpar a sujeira deixada por usuários de drogas e pessoas que usavam o lugar para a prática de sexo. Aos poucos a gente vai arrumando tudo”, conta um dos ocupantes.

A notícia de que os prédios estavam sendo ocupados foi atraindo mais gente, como Benício Cassiano de Oliveira, que têm 54 anos e está desempregado. Benício mora de aluguel, pago com a ajuda do filho. “Vi que estavam ocupando e vim ver se tem espaço para mais um”, conta. “Hoje a gente tem que organizar, porque muita gente tem nos procurado, mas não cabe mais ninguém. Hoje quem entrou não sai mais”, conta Willians.

Segundo os ocupantes dos prédios a estrutura da construção está boa. “Os apartamentos não foram entregues porque disseram que os prédios estavam rachando, que quando chovia subia um metro de água no térreo. Não tem rachadura em nenhum prédio. Aqui nunca alagou, ao contrário de todas as ruas fora do condomínio, que enchem”, diz Leandro Antonio Batista, que mora no local há oito meses com a mulher e filho.

Para Anderson Lopes da Silva, a entrada dos moradores no conjunto habitacional é sua chance de ter a casa própria. “Compramos cimento, canos, madeirite e estamos consertando os estragos”, explica o morador que há 10 anos mora no Sambaiatuba, perto dos prédios. O grupo está mantendo o mato cortado e cobrindo a laje dos prédios, que já não tem mais telhas, com lonas. Enquanto não há água encanada as famílias dividem uma única mangueira, que fornece água para todos os apartamentos. “De noite a gente acende vela, ou aproveita a luz do fogão”, conta um morador.


Grupo deve se reunir com vereaores de São Vicente para tentar apoio (Foto: Silvio Muniz /G1) 
Grupo deve se reunir com vereadores da cidade para tentar 
apoio (Foto: Silvio Muniz /G1)
 
Para o advogado Luciano Carlos Justino, presidente da Comissão de Inclusão Social da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as chances dos apartamentos serem repassados para os moradores é grande. “Alguns vereadores estão nos procurando, dizendo que vão nos apoiar. Teremos uma reunião na câmara dos vereadores, onde pretendemos solidificar o apoio”, explica.

Pelas contas de Luciano, cerca de 2.800 pessoas aguardam um acordo entre a Caixa e a Prefeitura. Enquanto os problemas legais não são resolvidos, os moradores do bairro Jóquei Clube convivem com uma nova rotina. “O dono do supermercado aqui perto disse que vai construir uma ponte para os moradores do condomínio. Mudou tudo aqui. Realmente não só os prédios estavam abandonados, mas todo mundo que mora aqui convivia com os problemas desse descaso”, reforça Antônio Carlos Ribeiro, eletricista de autos que trabalha em uma oficina em frente ao condomínio.


Prédios foram saqueados ao longo dos anos em São Vicente (Foto: Silvio Muniz /G1) 
Prédios foram saqueados ao longo dos anos
(Foto: Silvio Muniz /G1)
 
Os novos moradores dos prédios não pretendem deixar o local, o que é apoiado por algumas pessoas da vizinhança. João Leite Sampaio, que mora em uma rua em frente ao conjunto, torce para que  os apartamentos sejam entregues aos ocupantes. “Peço a Deus que eles fiquem com os prédios. Quando a Caixa abandonou os prédios eles estavam prontos, pintados, com janelas, portas e um canteiro bonito na frente. Depois o mato cresceu e passou a esconder coisas ruins que aconteciam aí. Só quem aparecia nos prédios eram usuários de droga, traficantes. Muitos estupros aconteciam por aqui”, conta João.

Em nota, a Caixa Econômica disse que desde a paralisação da obra existem negociações em andamento envolvendo o banco e outros órgãos, inclusive o Poder Público, buscando solução para o empreendimento. A Prefeitura de São Vicente informou que no último dia 14 de fevereiro foi realizada uma reunião com cerca de 30 representantes dos conjuntos Primavera e Penedo. 


Na ocasião, Emerson Santos, secretário da Habitação, explicou que seria necessária a desocupação dos apartamentos para que fosse colocado em prática qualquer tipo de ação. Segundo a nota da assessoria de imprensa, todos concordaram em deixar o local no dia seguinte, o que não aconteceu. No mesmo dia seria feito um levantamento sócio econômico das famílias, mas segundo a assessoria a equipe da secretaria foi impedida de entrar no conjunto.

Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...