Sem dinheiro e sem casa, ele foi parar na Casa de Acolhida, em Goiânia.
Eduardo se casou e sonha em ser psicólogo: 'Quero ajudar outras pessoas'.
Eduardo Matos, ex-morador da Casa de Acolhida
(Foto: Adriano Zago/G1)
(Foto: Adriano Zago/G1)
A mudança de vida de Eduardo começou no lugar onde passam, diariamente, dezenas de sem-teto e moradores de rua: a Casa de Acolhida, um albergue mantido pela prefeitura de Goiânia. Em cinco meses como albergado, trocou a rotina de usuário de drogas por grupos de recuperação para dependentes químicos. Hoje trabalha no local que o acolheu como auxiliar de serviços gerais. "Quero me desenvolver mais, até mesmo para ajudar outras pessoas", explica.
Usuário de drogas há muitos anos, Eduardo conta que deixou a casa da mãe, em meados de 2011, em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, e saiu vagando por cidades do interior de Goiás até chegar à capital. Ele deu entrada na Casa de Acolhida em novembro do mesmo ano, sem dinheiro, sem casa, vários quilos mais magros e dependente químico. "Eu usava tudo. Comecei com maconha, depois fui para a cocaína e o crack. Estava mesmo no fundo do poço", recorda.
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Eduardo diz que não chegou a ser morador de rua. Sem dinheiro para
continuar pagando o hotel onde estava, no Setor Campinas, ele deixou o
local e procurou uma igreja, em busca de ajuda. No mesmo dia, conseguiu,
com ajuda da paróquia, abrigo no albergue municipal."Eu estava muito debilitado. Ou mudava de vida ou ia para a rua", conta. Decidido a ter uma vida diferente, Eduardo começou a frequentar um grupo de ajuda a dependentes químicos e pensou em se internar. Mas em vez de passar nove meses em uma fazenda de recuperação de drogados, preferiu se matricular no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em um ano, conseguiu terminar o 2º grau.
Paralelamente às aulas no EJA, o auxiliar de serviços gerais começou, por conta a própria, a estudar para o concurso de educador social da prefeitura de Goiânia. Ele foi aprovado e aguarda ser chamado. Enquanto isso, trabalha meio período, faz curso de técnico em eletrotécnica no Senai e divide o restante do tempo entre os estudos e a atenção à esposa.
Após anos longe da escola, Eduardo voltou a estudar e passou em concurso público (Foto: Adriano Zago/G1)
Quero me desenvolver mais para ajudar outras pessoas"
Eduardo Matos
Longe das drogas há pouco mais de um ano, Eduardo admite que leva a vida com algumas restrições. "Eu não me permito mais a algumas coisas. Vou sair para a balada, lugar que tem bebidas? É lógico que se eu fizer isso, vou cair. Também não vou ficar andando com amigos que usam crack", explica.
Para quem quer superar o vício das drogas, Eduardo dá algumas dicas. "É preciso procurar ajuda e aceitar que a dependência química é um doença crônica, progressiva, incurável", enumera. Segundo ele, o ponto principal é ter força de vontade.
Eduardo trabalha meio período e se dedica aos estudos no resto do dia (Foto: Adriano Zago/G1)
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