Florentino Rodrigues será o primeiro de quatro acusados a ser julgado.
Corpo de Ana Karina, morta em 2010, nunca foi encontrado.
Do G1 PA
Ana Karina estava grávida de 9 meses quando foi
morta (Foto: Reprodução/TV Liberal)
morta (Foto: Reprodução/TV Liberal)
O julgamento de Florentino Rodrigues está marcado para as 8h30 no fórum de Parauapebas. Ele será o primeiro de quatro acusados a ir ao banco dos réus.
Alexandre Camilo, que seria pai do filho de Ana Karina; a noiva dele, Graziela Barros; e Francisco de Assis, acusado de ser o pistoleiro que matou a comerciária também devem ir a júri popular, mas somente depois do Tribunal de Justiça do Pará julgar os recursos movidos pelas defesas dos réus. Como a defesa de Florentino não recorreu, o processo foi desmembrado e ele será julgado separadamente.
Vinte e cinco pessoas foram convocadas para o júri, mas apenas sete devem compor o conselho de sentença, que é o órgão que representa a sociedade para decidir se o réu é culpado ou inocente após a argumentação da promotoria e da defesa.
Crime sem corpo
De acordo com o Ministério Público do Pará, este será o primeiro julgamento do estado em que os restos mortais da vítima não foram localizados. Ainda assim, a promotoria acredita que tem elementos para condenar o réu. "Temos a confissão do Alexandre Camilo (que seria o pai do filho de Ana Karina, e é acusado de ser o mandante do assassinato), e uma testemunha diz que viu Florentino no carro do Camilo no dia do crime", explica o promotor Danilo Colares.
Segundo Colares, Florentino Rodrigues teria ajudado o pistoleiro contratado por Alexandre Camilo a cometer o crime, além de ter auxiliado o acusado a esconder o corpo de Ana Karina. A defesa do réu foi procurada pelo G1, mas disse que só iria se manifestar após o julgamento. "Logicamente a defesa irá tentar desacreditar a testemunha, mas esses argumentos são antigos. Tenho a esperança de que Florentino será condenado", disse o promotor.
A promotoria acusa do réu dos crimes de ocultação de cadaver, aborto sem consentimento da gestante e homicídio duplamente qualifiado por motivo torpe e por recurso que tornou impossivel a defesa da vitima. Somados os crimes, o réu pode ser condenado a até 50 anos de cadeia.
Expectativa da família
A mãe de Ana Karina, Maria Iris Matos Guimarães, diz que espera saber a verdade através do julgamento. "É a verdade o que eu mais quero. O que sempre peço é saber o paradeiro, saber onde colocaram os restos mortais da minha filha e do meu neto. Essa é a nossa justiça maior".
Maria Iris conta que, dos cinco filhos, Ana Karina era com quem tinha mais proximidade. "Ela vivia comigo, sempre viveu comigo. Todo dia eu choro, todo o dia eu peço ajuda a Deus. A falta dela é muita grande, mas Deus nos ajuda. É hora de ter justiça. Tenho fé em Deus que amanhã Deus vai tocar no coração daquela criatura. É só o que eu quero: saber a verdade", desabafa.
Sobre a relação de Ana Karina com Alexandre Camilo, Maria Iris diz que a filha não tinha mais contato com o acusado. "Eles tiveram um caso, mas na época do crime eles não tinham mais nenhum vínculo. Ele tinha prometido de cobrir o custo do parto dela porque o plano dela não cobria tudo. Eles não brigavam, não tinha discussão. Ela ligava para ele e ele não atendia", relata.
Ainda de acordo com Maria Iris, Ana Karina não tinha intenção de prejudicar Alexandre Camilo. "Ela nunca quis atrapalhar a vida dele. Ele já tava de casamento marcado. Ela não queria nem que o filho fosse registrado no nome dele", conta.
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