Fagulhas de sinalizadores usados em um show de rock atingiram a espuma do isolamento acústico de casa noturna em West Warwick, no estado de Rhode Island, há dez anos.
O incêndio na boate em Santa Maria comoveu o mundo inteiro. E particularmente uma cidade dos Estados Unidos.
Dave reuniu amigos em casa, no domingo, para lembrar o aniversário do filho Nick - que se estivesse vivo completaria 28 anos. A notícia da tragédia de Santa Maria fez reabrir uma antiga ferida. Era como se a vida o obrigasse a ver os mesmos erros se repetirem.
"Não é possível que as pessoas não aprendam", lamenta Dave.
Nick foi o mais jovem a perder a vida no incêndio de uma boate em West Warwick, no estado de Rhode Island, há dez anos. As semelhanças com o que aconteceu em Santa Maria impressionam. Fagulhas de sinalizadores usados em um show de rock atingiram a espuma do isolamento acústico da casa noturna.
As chamas dominaram o palco em um minuto. Uma fumaça escura, tóxica, se espalhou pela boate. 100 pessoas morreram. 230 ficaram feridas.
Diante do túmulo do filho, Dave me confidenciou: "se gente se calar, muitos pais ainda terão que visitar seus filhos no cemitério".
Mas a comunidade de West Warwick segue lutando para evitar que os erros do passado se repitam de novo. O terreno onde ficava a boate foi desapropriado. E onde hoje estão cem cruzes para homenagear os mortos, será construído um memorial.
Gina Rosso está à frente do projeto. Ela perdeu o noivo no incêndio. E se salvou por pouco. Gina teve 45% do corpo queimados. Já fez 54 cirurgias corretivas.
"Não podemos deixar que as pessoas esqueçam o que se passou aqui e no Brasil", diz.
Entre os sobreviventes do incêndio está também um brasileiro. José Roberto Demos, de 43 anos, mora no litoral de Santa Catarina. Na época, trabalhava nos Estados Unidos e relembra a noite de horror.
“Parece que estamos vendo um filme e que não é a gente que está lá. É estranho. A gente fica muito triste e espera que as autoridades tomem a atitude correta”, disse José Roberto Demos, comerciante.
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