Hamilton trabalhou em cemitério no Cabo, PE, para pagar faculdade.
Agora ele pretende continuar os estudos e passar no exame da OAB.
Ele sempre gostou de estudar. Pegava quatro ônibus para chegar do cemitério Vila Nazeré, no Cabo, à Faculdade Metropolitana, em Jaboatão dos Guararapes. Ganhava R$ 521 e usava o salário quase todo para pagar os estudos. Foram cinco anos de muito esforço, recompensado na noite de colação de grau. “É uma honra estar concluindo um curso que é privilégio de poucas pessoas. Vim de um lar humilde e hoje estou concluindo. Já dei o primeiro passo na minha carreira”, diz.
Para os professores, a história de Hamilton é um bom exemplo para a profissão. “O mais bonito dessa carreira é como o nosso futuro pode ser transformado por ela”, fala o professor Jefferson Dalamera. “Ele se esforçou muito no aprendizado do direito”, completa.
Casado há 30 anos, Hamilton tem quatro filhos e uma neta. Para ele, o apoio da esposa foi fundamental. “Em todo local que eu chegava, havia pessoas que me incentivavam. Principalmente minha esposa; ela me dizia que o dia seguinte seria melhor, que amanhã eu conseguiria. E eu consegui”, conta o bacharel.
Para Ivaneide Borges, a esposa, foi uma meta sonhada a dois. “Casamos muito cedo. Ele teve que parar os estudos porque nasceu nossa filha. Acho que eu tinha um débito com ele, tinha que fazer ele voltar a estudar e ser doutor, que era o sonho dele. Um sonho realizado, meu e dele, com certeza”, afirma Ivaneide. Na realidade, todos os parentes, até mesmo a neta de 8 anos, reconhecem a grandiosidade da vitória de Hamilton. “Quando eu cheguei aqui, eu tava com uma vontade danada de chorar porque eu senti orgulho dele”, fala a pequena Stéphanie.
Hamilton não vai parar por aí. Agora, ele quer enfrentar mais um desafio: passar na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para exercer a tão sonhada profissão. “É muito difícil chegar até lá. Muitas pessoas tentaram e não conseguram, mas eu hei de vencer”, afirma Hamilton.
Nenhum comentário:
Postar um comentário