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sábado, janeiro 19, 2013

Arqueólogos descobram afrescos coloridos no Coliseu de Roma

Pinturas retratam flechas, coroas de louro, espectadores e viajantes.
Descoberta aconteceu em galerias do segundo e do terceiro nível.

O Coliseu de Roma, um dos monumentos mais visitados do mundo, surpreendeu arqueólogos e historiadores ao revelar inesperados afrescos coloridos durante os trabalhos de restauração, informou Rossella Rea, diretora do célebre anfiteatro construído no século I.
"Encontramos fragmentos de ornamentações com cores, entre elas azul, vermelho e verde", explicou Rea à AFP.
A descoberta foi feita em uma das galerias do segundo e do terceiro nível do Coliseu.

Arqueólogo Alessandro Danesi mostra fragmentos de afrescos coloridos dentro de um corredor do Coliseu (Foto: Gabriel Bouys/AFP) 
Arqueólogo Alessandro Danesi mostra fragmentos de 
afrescos coloridos dentro de um corredor do Coliseu 
(Foto: Gabriel Bouys/AFP)
 
"Pensamos que vão ser encontrados outros afrescos decorativos, mas tudo dependerá dos recursos para os trabalhos", advertiu. "Era o triunfo da cor", afirmou a especialista.
A descoberta permite entender melhor esse enorme monumento, com capacidade para 75 mil espectadores, que foi usado durante quase 500 anos e onde eram celebradas brigas de gladiadores, espetáculos, caça de animais, execuções, recriações de famosas batalhas e obras de teatro baseadas na mitologia clássica. Ele tinha galerias decoradas com pinturas e também pintadas, as quais, assim como as de Pompeia, servem para reconstruir a vida dos romanos ao longo de vários séculos.

Segundo Rea, as decorações pictóricas elogiavam as proezas dos gladiadores, com palmas, flechas, coroas de louro, mas também há pinturas dos espectadores, de viajantes e inclusive desenhos do sexo masculino.

Assim, cai por terra a ideia comum de que o Coliseu, que fica a céu descoberto em pleno coração histórico de Roma, estava coberto de mármore branco.

Afresco na cor vermelha descoberto no Coliseu (Foto: Gabriel Bouys/AFP) 
Afresco decorativo descoberto no Coliseu 
(Foto: Gabriel Bouys/AFP)
 
A descoberta histórica "de alguns metros" está em uma galeria de 60 metros de comprimento, que será aberta ao público em seis meses.
"Descobrimos também inscrições do século XVII e pinturas de viajantes", contou Alessandro Danesi, membro da equipe de restauradores que participa nos trabalhos, em declarações ao jornal "Il Corriere della Sera".

As autoridades da capital, assim como o ministério da Cultura, consideram prioritária a restauração do Coliseu, um exemplo da imponente arquitetura realizada durante o Império Romano.

O anfiteatro romano recebe entre 5 e 6 milhões de visitantes ao ano, destacaram as autoridades, que se queixam da falta de pessoal e de recursos financeiros para mantê-lo.

No ano passado, o empresário italiano do ramo dos calçados de luxo Tod's, Diego della Valle, anunciou que financiará com 25 milhões de euros uma obra para recuperar o Coliseu, mas o início das obras foi adiado várias vezes devido a problemas legais.

Turistas visitam o Coliseu nesta sexta-feira (18) (Foto: Gabriel Bouys/AFP) 
Turistas visitam o Coliseu nesta sexta-feira (18) 
(Foto: Gabriel Bouys/AFP)

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