Um dos policiais suspeitos de extorquir dinheiro também foi exonerado.
Diretor da polícia não comentou motivos da saída da delegada.
A delegada apurou o caso de dois policiais acusados de extorsão e sequestro que foram presos no início desta semana. Um dos policiais envolvidos no caso, que ocupava o cargo de diretor-adjunto da Divisão de Homicídios do Departamento de Polícia Especializada, também foi exonerado nesta sexta.
O diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, disse à TV Globo que a delegada é uma "boa profissional" e que ela desempenhou beem o papel à frente da Corregedoria, mas não deu detalhes sobre o motivo da saída dela.
Xavier disse apenas que a delegada teve uma atitude que o desagradou no fim da investigação sobre os policiais envolvidos em extorsão. A delegada Renata Malafaia disse à reportagem que foi orientada a não comentar o assunto.
A prisão preventiva dos dois policiais suspeitos de sequestro e extorsão foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal na última terça-feira (11). Na decisão, o juiz Max Abrahão Alves de Souza afirmou que, "além de prática odiosa, há indícios que os dois policiais não medem esforços para a consecução do intento criminoso, revelando total inserção e comprometimento com a seara delituosa".
Roubo de R$ 100 mil
De acordo com denúncia do Ministério Público, no dia 1º de dezembro de 2008 a vítima da extorsão e um comparsa roubaram R$ 100 mil de um posto de gasolina no Lago Sul. Com o ladrão que foi vítima da extorsão ficaram R$ 40 mil.
Na época, os dois policiais civis trabalhavam na 15º delegacia de polícia, em Ceilândia. Apesar de o crime ter ocorrido no Lago Sul e ser investigado por outra DP, eles descobriram onde o assaltante morava.
Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, para chegar ao autor do roubo, os policiais sequestraram parentes dele. De acordo com informações da Corregedoria, na casa de um dos policiais que tem o maior número de investigações por extorsão foram apreendidos 50 cartões de crédito clonados e em uso.
No depoimento que prestou à Corregedoria, a vítima disse que foi abordada pelos agentes na porta de casa, em Santa Maria. De lá, foi levado de carro até Valparaíso, em Goiás. Contou que em um matagal foi agredido e ameaçado pelos policiais até concordar em entregar o dinheiro que havia roubado naquele mesmo dia.
Ainda conforme a vítima, os policiais teriam dito que a prima dele e o marido dela eram mantidos reféns por outro grupo de policiais. Os parentes sequestrados disseram em depoimento que foram torturados e ameaçados por duas horas para contar onde a vítima morava.
Os dois policiais respondem na Corregedoria a oito processos por improbidade administrativa e extorsão.
Nota: Só em Brasília mesmo que delegada é punida por apurar denúncias de policiais bandidos !
Valter Desiderio Barreto
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