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quarta-feira, abril 25, 2012

Entidades lamentam morte de jornalista no Maranhão

Décio Sá foi morto a tiros na noite de segunda-feira (23), em São Luís.
ANJ e ABI pedem rigor em investigações sobre o crime.

                                                                                                                                                            Entidades ligadas ao exercício do jornalismo lamentaram, nesta terça-feira (24), a morte do jornalista Décio Sá, executado a tiros na noite de segunda-feira (23), na Avenida Litorânea, em São Luís. Sá tinha 42 anos e era repórter da editoria de política do jornal O Estado do Maranhão. O jornalista era também autor de um dos blogs mais acessados do Maranhão.

Em entrevista ao G1, o diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, pediu a imediata apuração do crime por parte das autoridades. “Parece muito claro que o assassinato do jornalista Décio Sá ocorreu devido à cobertura que ele fazia dos crimes de pistolagem no Maranhão. 

A ANJ lamenta e pede a imediata apuração do crime por parte das autoridades, assim como a prisão, julgamento e condenação dos envolvidos. Infelizmente, o Brasil tem se destacado na estatística de assassinatos de jornalistas em decorrência de sua atividade profissional e o trabalho desses jornalistas é feito sempre em favor da comunidade”, afirmou.
                                                                                                                                                          
Uma nota conjunta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís e do Sindicato dos Radialistas do Maranhão foi divulgada na tarde desta terça também pedindo a autoridades locais a rápida apuração dos fatos com a punição dos culpados.

"Décio Sá foi assassinado covardemente na noite de ontem, com seis tiros de uma pistola de uso exclusivo dos militares – conforme atestado por um perito criminal – por dois ocupantes de uma motocicleta, no Bar Estrela Dalva. (...) Profissional conhecido em todo o Estado por sua atuação destemida, seu covarde assassinato deixa entristecida toda a categoria dos jornalistas maranhenses e indignados todos os jornalistas brasileiros. 

Jamais imaginaríamos que, vencido o período de regime de exceção e, ao alcançarmos a democracia, nos encontramos cercados por uma legislação penal tão estimulante para a prática de atos criminosos, onde a vida dos cidadãos nada vale diante da vingança banal dos bandidos, pistoleiros e mandantes", diz a nota.
Mapa crime jornalista (Foto: Editoria de Arte/G1)
O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, também enfatizou a necessidade de rigor na investigação do caso, em entrevista por telefone à Globo News. "É lamentável que ainda ocorram fatos dessa natureza porque o jornalista não trabalha para si mesmo, ele trabalha para a sociedade e uma agressão, a morte de um jornalista, na verdade, constitui um ataque ao conjunto da sociedade. A ABI espera que haja rigor de apuração pelas autoridades do Maranhão para que não se repitam ataques dessa natureza e dessa gravidade", diz.

De acordo com Azêdo, no ano passado foram pelo menos quatro jornalistas mortos em circunstâncias de ameaça permanente à liberdade de expressão.
Também em entrevista à Globo News, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro, defendeu rigor na legislação brasileira.

"Nós temos que ressaltar essa imprudência do nosso país em liberar tanto a legislação penal. O que se vê é uma banalidade. O assassino chega, pergunta quem é você e mata. Não precisa de máscara nem nada. Se as autoridades do nosso país não tomarem conhecimento dessa situação, nós vamos continuar tendo mais assassinatos. 

Décio era um jornalista que abraçou o destemor ao buscar fatos misteriosos e ocultos. Esse é o nosso dever: informar a socidade. Não devemos nos intimidar. (...) Isso nos encoraja para ir em frente, à luta", diz.

A Associação Brasileira de Imprensa ltambém divulgou nota lamentando a morte de Décio Sá. "Entristecida com esse episódio, que fere de forma grave e intolerável a liberdade de expressão e a liberdade do exercício da profissão de jornalista, a ABI considera a morte de Décio Sá uma resultante da passividade do Poder Público na apuração de crimes contra jornalistas em diferentes pontos do país."

Neste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) tentou aprovar uma resolução para reduzir o número de assassinatos de jornalistas. Segundo o Jornal Hoje, o Brasil, a Índia e o Paquistão conseguiram adiar a votação da proposta para 2013.

NOTA: COM CERTEZA ESSA ATITUDE DOS COVARDES ASSASSINOS QUE CEIFARAM A VIDA DO NOSSO COLEGA JORNALISTA Décio Sá, SÓ CONTRIBUIRÁ PARA NOS DOTAR DE CORAGEM E DESTEMOR NO EXERCÍCIO DA NOSSA ATIVIDADE COMO PROFISSIONAIS NA ÁREA DA COMUNICAÇÃO. "OS COVARDES TOMBAM AJOELHADOS, OS CORAJOSOS TOMBAM EM PÉ, ASSIM COMO TOMBOU NOSSO COLEGA EM SÃO LUIS DO MARANHÃO DE FORMA TRAIÇOEIRA E COVARDE PELOS SEUS ALGOZES.

Valter Desiderio Barreto - Jornalista e escritor

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