
Alexandre Garcia:
O governo quer encerrar o assunto apagão. Pelo que disse o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o apagão é nosso. O pré-sal é nosso, o petróleo é nosso. E o apagão é nosso. É o nosso apagão, que vem sendo tratado, até com desconsideração com a nação, pelo governo e pela oposição como uma questão política, quando se trata de uma questão técnica. O governo abraça a tese de condições climáticas, que é contestada pela área técnica e cientifica. A oposição abraça a tese de falta de gestão. Na verdade, oposição e governo estão de olho nas urnas e não de olho nas linhas de Furnas, como deveriam. Houve uma hesitação da parte do governo para explicar o apagão. Houve falta de informação dentro do próprio governo. Depois, veio a preocupação com as urnas. O governo queria dar uma explicação política de qualquer forma e estabeleceu-se lá dentro o seguinte: a ministra-chefe da Casa Civil submerge, se torna ministra oculta para ficar protegida. E o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai ser o porta-voz da má notícia. Vai ter que explicar. Ele chegou a apelar para o ufanismo, dizendo que nosso sistema é melhor que o dos Estados Unidos. Não dá para comparar. Nos Estados Unidos, quando há demanda na Costa Leste há sobra de energia na Costa Oeste. E vice-versa. É outro sistema. O governo, sobretudo, olhou para trás, quando deveria olhar para frente, para solucionar problemas que possam vir. Falou muito do racionamento do governo Fernando Henrique Cardoso, que foi por falta de planejamento e falta de chuva. A ministra Dilma, no fim da quinta-feira, emergiu e, na condição de ex-ministra de Minas e Energia, de chefe do PAC, de coordenadora política e administrativa do governo, deu o seguinte diagnóstico: “O sistema foi submetido a uma forte, uma situação muito forte baseada numa alteração de, um vendaval, chuva e raios e que isso teria tirado o sistema, teria desligado o sistema. Ao se proteger, ele desligou”. Então, a gente fica tranquilo, porque se não houver raio, chuva e ventos, não teremos novo apagão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário