Alexandre Garcia:
Lina disse na comissão que não é fantasma; mas está assombrando os corredores do gabinete civil.
Mudanças administrativas. Talvez seja mera coincidência eles se queixarem de ingerência política na nota que assinaram. É gravíssimo imaginar que a Receita Federal possa estar não a serviço da lei, mas a serviço de interesses políticos ou eleitorais porque quem pede para aliviar pode também pedir para pressionar, para calar. A questão de saber quem mente, na controvérsia sobre se houve ou não um encontro entre a então secretária Lina Vieira e a ministra Dilma, o palácio nada acrescentou com a nota do gabinete de segurança institucional dizendo que não há registro em vídeo, nem da placa do carro nem do nome da possível visitante. Fica no impasse. Na presidência da República, se houver encontro secreto, nada fica registrado, nem na segurança. É como se não existisse. Assim, se tiveram um encontro secreto, a prova é que não ficou registrado. Se não ficou registrado, não há como Lina provar que esteve lá. Um encontro secreto trata de assunto que não pode ser divulgado. Se não pode ser divulgado, é porque a divulgação pode trazer prejuízos. Provar que esteve é até possível, mas é com a visitante. Provar que não esteve, é impossível – isso é com o Palácio do Planalto. Não convém ao palácio mostrar que ela esteve, mas não pode provar que não esteve. Só Lina pode provar que esteve, e até agora não provou. Esse é o impasse aparentemente sem solução. Entre afirmar que esteve e o impasse, o impasse é a melhor solução para o Palácio do Planalto. Lina fica na situação de quem convence mas não vence. Ela disse na comissão que não é fantasma; mas está assombrando os corredores do gabinete civil.
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