
O banqueiro Daniel Dantas, sócio-fundador do Grupo Opportunity, foi formalmente indiciado por crimes financeiros nesta segunda-feira (27), na sede da Polícia Federal em São Paulo, onde prestaria depoimento sobre a operação Satiagraha, que prendeu, entre outros, o próprio banqueiro, o ex-prefeito Celso Pitta e o megainvestidor Naji Nahas, em julho de 2008.
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Oposição vai apresentar relatório pedindo indiciamento de Dantas, Protógenes e LacerdaO banqueiro foi indiciado por formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e empréstimo vedado. A lavagem de dinheiro estaria configurada pela existência de crimes antecedentes, contra a administração pública, delitos de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro nacional.
Segundo seu advogado Andrei Schmidt, Dantas foi informado de seu indiciamento logo após ter chegado à PF, por volta das 8h. Segundo o defensor, ele ficou em silêncio no depoimento. "Não há exercício da defesa com o indiciamento já pronto", disse o advogado. "Nos colocamos à disposição desde que sejam juntadas provas aos autos", completou.
O advogado refere-se a dados que, segundo ele, foram assegurados à defesa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "O Supremo nos assegurou acesso irrestrito às provas. Faz parte da defesa ter conhecimento integral da investigação", finalizou. Dantas deixou a sede da PF, por volta das 8h30.
Além de Daniel Dantas, foram ouvidos hoje pela PF mais cinco integrantes do Grupo Opportunity, entre eles a irmã do banqueiro, Verônica Dantas. Todos eles foram indiciados pelos mesmos crimes que o banqueiro, segundo a PF. Os indiciados também ficaram em silêncio, por orientação da defesa.
"Estamos dispostos a falar, mas faltam documentos. O interesse não é silenciar", afirmou o advogado de defesa. "Mas o que aconteceu hoje é mais um problema que acontece desde o início desta investigação, mais uma arbitrariedade. É um aparato muito forte para tentarmos derrubar", disse Schmidt.
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