Brasil é o país da pirataria

Cadê a fiscalização? Pois nem mesmo em Brasília, na cidade sede da Anvisa, da Polícia Federal, do ministério da Justiça, se impede a venda da grande indústria farmacêutica paraguaia. Na feira do Paraguai, de Brasília, também se encontram remédios para a impotência sexual, os chamados viagras paraguaios e até para abortar, como similares do Citotec.
Na semana passada, em São Paulo, o rolo compressor da lei esmagou seis toneladas de equipamentos de rádios pirata, aquelas que põem em risco a vida de milhares de passageiros, interferindo nas comunicações entre os aviões e os aeroportos. Também na semana passada, foi demitido nos Estados Unidos um crítico de cinema porque escreveu comentário sobre um filme que ainda não havia sido lançado e a direção do jornal concluiu que ele havia visto uma fita pirata.
Quem compra produtos pirata é cúmplice dos fora-da-lei; também furta direitos autorais e patentes de quem trabalhou para produzir a obra ou o produto. A cultura do “é mais barato” passa por cima da cultura da cidadania e da escassa fiscalização. Este é o país da rádio pirata, do DVD pirata, do remédio pirata, do transporte pirata, do comércio pirata. Parece ter mais pirata que no mar da Somália.