Por G1
Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita,
desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul — Foto:
Mohammed al-Shaikh/AFP.
"Não consigo respirar": estas foram as últimas palavras do jornalista Jamal Khashoggi, que foi assassinado em 2 de outubro pouco depois de entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia).
A informação foi divulgada pela CNN, que cita uma fonte que leu a
transcrição de uma gravação de áudio dos momentos ocorridos pouco antes
do crime.
A transcrição da macabra gravação inclui descrições da luta do
colaborador do jornal "The Washington Post" contra seus assassinos e faz
referências aos sons do corpo do jornalista, que era crítico do governo
de Riad, "sendo esquartejado com uma serra".
Imagem de câmera de segurança mostra o jornalista saudita Jamal
Khashoggi entrando no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2
de outubro — Foto: CCTV/Hurriyet via AP.
A fonte afirmou ao canal americano que transcrição deixa claro que o
assassinato foi premeditado e sugere que várias ligações telefônicas
foram feitas para informar sobre o desenvolvimento dos fatos.
A CNN afirmou que as autoridades turcas acreditam que as ligações foram feitas para altos funcionários do governo de Riad.
A transcrição original foi preparada pelos serviços de inteligência
turcos.
Segundo a emissora americana, sua a fonte leu uma versão
traduzida e também foi informada sobre a investigação da morte do
jornalista.
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita rejeitou no
domingo (9) os pedidos de extradição de suspeitos relacionados ao
assassinato de Khashoggi, como deseja o presidente da Turquia, Recep
Tayyip Erdogan.
O chefe de Estado turco pediu de modo reiterado a Riad que entregue os
suspeitos do assassinato.
Autoridades turcas afirmam que uma equipe
saudita de 15 membros - entre eles, pessoas próximas ao príncipe
herdeiro Mohammed bin Salman - foi enviada a Istambul para matar
Khashoggi.
Presidente dos EUA, Donald Trump, e o príncipe saudita Mohammad bin
Salman al-Saud participam de uma reunião bilateral em Riad, em 20 de
maio de 2017 — Foto: Mandel Ngan / AFP.
A Arábia Saudita, no entanto, alega que foi uma operação "desonesta"
que acabou mal, um argumento que perde força com as informações sobre a
transcrição.
Príncipe saudita.
Senadores dos Estados Unidos declararam acreditar que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, seja o culpado da morte do jornalista após tomarem conhecimento de um relatório da a agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA.
O presidente Donald Trump, porém, disse que o incidente não atrapalhará a firme relação entre Washington e Riad,
inclusive se Mohamed bin Salman for apontado como o responsável.
Para
Trump, a avaliação da CIA sobre o vínculo entre o príncipe e o crime
ainda são muito "prematuras".
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