Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

terça-feira, julho 05, 2016

Líderes preveem dificuldade para votação de pacote de Renan

Lista tem legalização de jogos de azar e limite de endividamento da União.
Presidente do Senado quer votar nove projetos até 13 de julho.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília
 
Líderes partidários ouvidos pelo G1 consideram difícil que o Senado consiga votar, até 13 de julho, as nove propostas anunciadas como prioritárias pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

O pacote inclui projetos polêmicos, como o que legaliza os jogos de azar e a proposta que tem o objetivo de coibir abusos de autoridade. 

A partir do dia 13, o Senado deve entrar no chamado "recesso branco", que é quando não há sessões com votação na Casa.

Na última quinta-feira (30), Renan convocou a imprensa para anunciar uma lista de propostas sobre as quais os senadores devem se debruçar até o início do chamado recesso “branco”, quando o presidente do Senado deixará de convocar sessões deliberativas. 

A maioria dos projetos do pacote estava parada há vários anos.

Já para esta terça-feira (5), Renan Calheiros quer colocar em votação um projeto que estabelece limite de gastos para assembleias legislativas e tribunais de contas estaduais. 

A outra matéria que ele quer votar no mesmo dia impõe regras para a formação de consórcio público de saúde para a contratação, regida pela CLT, de médicos para unidades básicas e postos. 

O segundo texto sequer tem relator.

Saiba mais:


Na quarta-feira (6), duas propostas polêmicas: a que legaliza a exploração de jogos de azar (jogo do bicho, bingos e cassinos) – que é vista por alguns parlamentares como uma brecha para a lavagem de dinheiro – e a que estabelece um limite para o endividamento da União, que pode significar contenção de investimentos.

Resistência

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (DEM-GO), aliado ao governo do presidente em exercício Michel Temer, disse que votar o pacote em um curto espaço de tempo é “totalmente inviável”.

“Não tem a menor possibilidade de votar. Nós estamos ainda com a comissão do impeachment. São matérias que não passaram por comissão ainda. Todas elas de temas polêmicos. 

Então não tem nenhuma chance que isso aconteça até dia 13”, disse o senador.

O parlamentar goiano afirmou também que a maioria dos senadores desconhece o conteúdo dos projetos listados, o que inviabiliza o andamento dos trabalhos. 

“Se você perguntar aos 81 senadores, ninguém sabe sobre as matérias [...]. 

Quem já estudou? 

Quem já pediu para assessoria o levantamento de dados? 

Quais os prós e os contras? 

Não tem como progredir nessa celeridade”, concluiu Caiado.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que vai reunir a bancada do partido para debater as propostas nesta terça-feira, mas também vê “complexidade” no pacote proposto.

 “Os temas são muito polêmicos”, afirmou.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da sigla no Senado e vice-líder da oposição, disse que vê algumas propostas “com bons olhos”, como a que limita gastos dos tribunais de contas e assembleias estaduais e a que aumenta a tributação de heranças. 

Randolfe disse, no entanto, que a oposição vai “oferecer resistência” ao projeto sobre o abuso de autoridade e à proposta que legaliza os jogos de azar.

O anteprojeto sobre abuso de autoridade prevê pena de 1 a 4 anos de prisão e pagamento de multa para delegados estaduais e federais, promotores, juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores que ordenarem ou executarem "captura, detenção ou prisão fora das hipóteses legais".

O texto também prevê punição para a autoridade que levar ilegalmente alguém à carceragem policial e deixar de conceder liberdade provisória ao preso – com ou sem pagamento de fiança – nos casos permitidos pelo Código Penal.

A proposta estabelece, ainda, pena de um a quatro anos para a autoridade policial que constranger o preso, com violência ou ameaças, para que ele produza provas contra si mesmo ou contra terceiros.

“Esse projeto do abuso de autoridade tem endereço certo: é o Ministério Público.

 É intimidar o trabalho do Ministério Público e a condução de investigações. 

Não havia necessidade de matéria nova agora. 

O abuso de autoridade é regulamentado no país desde 1965”, afirmou Randolfe.


Impacto de projeto na Lava Jato
O líder do PV, Álvaro Dias (PR), também disse ser contra a legalização dos jogos de azar. 

E, para o parlamentar, pautar a atualização dos crimes de abuso de autoridade é inoportuno em meio às investigações da Lava Jato.

“Num momento em que há investigação, que envolve políticos, e que se questiona o abuso de autoridade nesses casos, eu imagino que não é o momento adequado para esta discussão. 

Apressar uma matéria dessas é correr o risco de equívocos”, disse Álvaro Dias.

O senador Cristovam Buarque (DF), líder do PPS, demonstrou preocupação com a proposta nesta segunda-feira (4), durante discurso no plenário no Senado

 “Trazer esse projeto neste momento acende uma luzinha amarela em qualquer um que considera que a Lava Jato é uma operação de que o Brasil precisava desesperadamente e a qual tem que levar às últimas consequências”, afirmou.

O parlamentar também questionou a atitude de Renan Calheiros, investigado na Lava Jato, em querer dar prioridade ao tema.

“A gente tem escutado, tem falado muito o nome do senador Renan. 

E ele tem desmentido, é verdade. 

Mas por que esses caras todos decidiram fazer a delação citando exatamente Renan Calheiros? 

Ele trazer isso, a meu ver, não seria o momento oportuno”, opinou Cristovam.

Outros crimes de abuso de autoridade previstos pela proposta:

- Invadir, entrar ou permanecer em casas de suspeitos sem a devida autorização judicial e fora das condições estabelecidas em lei (pena de 1 a 4 anos);

- Promover interceptação telefônica ou de dados sem autorização judicial ou fora das condições estabelecidas no mandado judicial (pena de 1 a 4 anos);

- Obter provas, durante investigações, por meios ilícitos (pena de 1 a 4 anos);

- Dar início a persecução penal sem justa causa fundamentada (pena de 1 a 5 anos);

- Não fornecer cópias das investigações à defesa do investigado (pena de seis meses a 2 anos).

O anteprojeto está na Comissão de Regulamentação do Senado, presidida por Romero Jucá (PMDB-RR). 

Na sexta-feira passada, o parlamentar disse que o projeto não será prioridade, no colegiado que preside, antes do recesso parlamentar.

Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...