Por
RFI
Mina de carvão a céu aberto
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Fonte : :
Vozes do Mundo
Português
Mina de carvão a céu aberto
Depois
do anunciado "eldorado" após a descoberta de enormes jazidas no Norte e
Centro de Moçambique, capazes de banir a pobreza do país, as
multinacionais que exploram os recursos minerais estão em debandada,
alegando a baixa dos preços dos produtos nos mercados mundais e a
ausência de infraestruturas para o escoamento dos mesmos.
Despedimentos
e rescisões forçadas de contratos de trabalho, marcam o dia a dia de
empresas multinacionais, que afluiram em força a Moçambique à procura do
novo "eldorado" dos recursos minerais, designadamente carvão e areias
pesadas.
Em causa estão a baixa dos preços dos minerais nos
mercados internacionais, os elevados custos de extração e as
dificuldades de escoamento, devido à falta de infraestruturas em
Moçambique.
A empresa
irlandesa Kenmare Resources - uma das principais produtoras mundiais de titânio
e zircão - anunciou esta semana o despedimento de entre 15/ 20% dos
trabalhadores nas minas de areias pesadas em Moma, província de Nampula, no
norte de Moçambique, apesar de ter conseguido reduzir de 14% os custos da sua
operação, tal não compensa a quebra do preço dos minérios no mercado
internacional, estimada em cerca de um terço desde 2012.
Gabriel Nembo, do comité sindical da Kenmare Resources afirma que "a empresa evocou a baixa dos preços no mercado internacional....e quer despedir 370 trabalhadores".
As
autoridades de Nampula agendaram para 24 de Fevereiro um encontro com a
direcção da empresa, que anuncia ter acumulado prejuízos na ordem dos
17,9 milhões de dólares no primeiro semestre de 2014, quando no período
homólogo de 2013 os lucros rondaram os 7 milhões de dólares.
De recordar que a mineradora indiana Tata Steel anunciou também esta
semana a suspensão de todos os investimentos nas minas de carvão de
coque em Benga, província de Tete e pretende vender a sua participação
de 35% nesta mina, após ter registado em 2014 perto de 254 milhões de
dólares de prejuízos, nesta mesma mina, cedida pela australiana
Riversdale Minig em 2011 à também australiana Rio Tinto, que por sua vez
em Julho de 2014 e a pretexto igualmente de elevados prejuízos, vendeu
65% da sua participação ao consórcio estatal indiano Coal Ventures
Private Limited, por cerca de 50 milhões de dólares, muito abaixo dos
3.6 mil milhões de dólares a que a comprou em 2011.
Jà no final no
ano passado a mineradora brasileira Vale, anunciou a intenção de vender
à japonesa Mitsui por 450 milhões de dólares, 15% das suas acções nas
minas de carvão de Moatize, na província de Tete, alegando igualmente
acumulação de prejuízos.
Em 2013 a norte-americana Anadarko
Petroleum vendeu aos indianos Videocon Industries, 10% da sua
participação, (continuando maioritária com 26,5) no Bloco 1 da Bacia do
Rovuma, norte de Moçambique, onde se estima que existam mais de 65
biliões de metros cúbicos de gás, e onde operam também a japonesa Mitsui
(20%), a indiana BPRL Ventures (10%), a tailandesa PTTEP (8,5%) e a
estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, com os
restantes 15%.
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