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quinta-feira, agosto 06, 2020

Junto há 42 anos, casal morre de Covid-19 com diferença de 14 horas no DF

Francisca Vieira Lima faleceu nesta quarta-feira (5) e José Ariston Nogueira de Lima, na terça-feira (4). Eles foram casados por 42 anos.


Por Afonso Ferreira, G1 DF.

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, na praia, durante viagem — Foto: Arquivo pessoal

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, na praia, durante viagem — Foto: Arquivo pessoal.


Vítima da Covid-19, um casal morador do Gama, no Distrito Federal morreu com apenas 14 horas de diferença.


Casados há 42 anos, Francisca Vieira Lima , de 64 anos, e José Ariston Nogueira de Lima, de 69 anos, estão entre as 1.605 mortes registradas na capital até a noite de quarta-feira (5).




De acordo com uma das filhas do casal, José Ariston faleceu por volta de 18h30 de terça-feira (4), já Francisca Vieira, morreu às 8h de quarta.


Ao G1, a bancária Patrícia Vieira Lima, de 38 anos, contou que os pais deixaram um ensinamento: "o amor vai muito além da vida", aponta.


"Eu e minhas irmãs entendemos como cumprimento de uma missão e que eles só podem ser almas gêmeas."
 

História de amor.

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal.


Segundo a bancária, a história de amor dos pais começou em 1978, em Fortaleza, quando José se apaixonou por uma foto de Francisca.


"Ele foi buscar o aluguel para o tio dele, na casa da minha vó, e viu a foto dela", explica.


Patrícia contou à reportagem que o casal estava em Brasília desde 1979.


Francisca e José tiveram três filhas e gostavam de viajar juntos.


"Eles eram os pais mais cuidadosos, amorosos e dedicados do mundo."
 

Despedida.

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal.


Devido ao risco de transmissão, a pandemia provocou alterações no protocolo dos sepultamentos.


Segundo orientação da Secretaria de Saúde, em casos de morte pelo novo coronavírus, não pode haver velório, apenas o sepultamento.




Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima foram enterrados juntos, na tarde desta quarta-feira (5), no cemitério do Gama.


A família acompanhou o sepultamento a distância.


Ainda muito abalada, a filha do casal reafirma a necessidade de ter todos os cuidados diante do coronavírus.


"Mesmo que você seja jovem e saudável, pode acabar transmitindo o vírus para um idoso que convive ou que tem contato com você.


Eles são sempre o elo mais fraco", afirmou Patrícia.


"Enquanto há tempo, cuide e preserve a vida das pessoas que você ama."
 

Veja outras fotos de Francisca e José

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal.

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima, vítimas da Covid-19, no DF — Foto: Arquivo pessoal.

Teste da vacina contra a Covid-19 começa hoje no DF

Teste da vacina contra a Covid-19 começa hoje no DF.

quarta-feira, agosto 05, 2020

MPF pede que pastor pague R$ 300 mil por prometer falsa cura da covid-19


Do UOL, em São Paulo

O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube - Reprodução/ YouTube

O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou uma ação civil público pedindo que o pastor Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem pelo menos R$ 300 mil de indenização por terem divulgado uma cura falsa da covid-19.


Em seu canal no YouTube, o pastor evangélico vendeu sementes de feijão e afirmou que, se fossem cultivadas, elas curariam o novo coronavírus.
Aaron Tura - O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou... | Facebook

Valdemiro chegou a citar o caso de um fiel cuja recuperação plena da doença usando os feijões estaria comprovada por um atestado médico.


Os vídeos foram publicados em maio.


Pelas sementes eram cobrado valores de até R$ 1000 cada.


A informação sobre o tratamento foi desmentida pelo Ministério da Saúde, que também é alvo da ação do MPF por ter removido de site a mensagem de alerta contra os anúncios enganosos de Valdemiro.


Segundo o órgão, a publicação, feita após pedido do MPF, ficou no ar por pouco tempo e foi removida "sem explicações".


Na ação, o MPF pede que a Google Brasil, responsável pelo YouTube, seja obrigada a preservar a íntegra dos vídeos (já removidos da plataforma a pedido do MPF)


e forneça os dados cadastrais do usuário que os publicou para que sejam usados na instrução processual.


O órgão pede ainda que a Justiça Federal conceda uma liminar obrigando o Ministério da Saúde a republicar a mensagem sobre a falsidade das informações anunciadas pelo pastor e a identificação de quem teria autorizado a retirada da informação do site.


Não há cura ou mesmo vacina para a covid-19 confirmada até o momento pela OMS (Organização Mundial da Saúde).


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também afirma que não há remédio aprovado para a doença no momento, e que propagandear falsas curas pode ser passível de punição.


O UOL tentou contato com o pastor e a igreja, mas não teve as ligações atendidas.


COMENTÁRIO:


300 mil reais é muito pouco para punir esse charlatão, embusteiro, e falso profeta que há anos vive tirando dinheiro dos incautos que não conhecem as Escrituras Sagradas.


A justiça tem é que fechar todas as suas "Arapucas", e "Ratoeiras" com o nome de "IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS" cuja finalidade é extorquir pessoas que iludidas com suas promessas de cura e de enriquecimento, entregam suas economias para esse mercenário e lobo voraz, que não tem vergonha de enganar milhares de pessoas leigas e ingênuas com suas falsas promessas usando o nome de Deus em vão !


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 05 de agosto de 2020.

MPF pede que pastor pague R$ 300 mil por prometer falsa cura da covid-19 O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube - Reprodução/ YouTube O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube Imagem: Reprodução/ YouTube Do UOL, em São Paulo 04/08/2020 11h30Atualizada em 04/08/2020 12h50 Erramos: este conteúdo foi alterado O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou uma ação civil público pedindo que o pastor Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem pelo menos R$ 300 mil de indenização por terem divulgado uma cura falsa da covid-19. Em seu canal no YouTube, o pastor evangélico vendeu sementes de feijão e afirmou que, se fossem cultivadas, elas curar... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/08/04/mpf-aciona-valdemiro-santiago-por-propaganda-de-falsa-cura-da-covid-19.htm?cmpid=copiaecola
MPF pede que pastor pague R$ 300 mil por prometer falsa cura da covid-19 O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube - Reprodução/ YouTube O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube Imagem: Reprodução/ YouTube Do UOL, em São Paulo 04/08/2020 11h30Atualizada em 04/08/2020 12h50 Erramos: este conteúdo foi alterado O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou uma ação civil público pedindo que o pastor Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem pelo menos R$ 300 mil de indenização por terem divulgado uma cura falsa da covid-19. Em seu canal no YouTube, o pastor evangélico vendeu sementes de feijão e afirmou que, se fossem cultivadas, elas curar... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/08/04/mpf-aciona-valdemiro-santiago-por-propaganda-de-falsa-cura-da-covid-19.htm?cmpid=copiaecola
MPF pede que pastor pague R$ 300 mil por prometer falsa cura da covid-19 O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube - Reprodução/ YouTube O pastor Valdemiro Santiago em vídeo no YouTube Imagem: Reprodução/ YouTube Do UOL, em São Paulo 04/08/2020 11h30Atualizada em 04/08/2020 12h50 Erramos: este conteúdo foi alterado O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou uma ação civil público pedindo que o pastor Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem pelo menos R$ 300 mil de indenização por terem divulgado uma cura falsa da covid-19. Em seu canal no YouTube, o pastor evangélico vendeu sementes de feijão e afirmou que, se fossem cultivadas, elas curar... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/08/04/mpf-aciona-valdemiro-santiago-por-propaganda-de-falsa-cura-da-covid-19.htm?cmpid=copiaecola

Fotos mostram confusão entre cantor Jefferson Moraes e vizinhos após discussão por causa de festas em condomínio de Goiânia

Petição que resultou em proibição da Justiça relata xingamentos e várias autuações contra o cantor por extrapolar no som alto. Assessoria diz que sertanejo fez apenas uma live solidária e que, com decisão, não se apresentará mais no condomínio.

Na primeira foto, cantor e amigos na porta da família; na outra, PM no local conversando com os moradores — Foto: Reprodução

Por Sílio Túlio, G1 GO

Na primeira foto, cantor e amigos na porta da família; na outra, PM no local conversando com os moradores — Foto: Reprodução.


A defesa dos vizinhos que entraram na Justiça contra o cantor Jefferson Moraes devido ao barulho provocado por festas realizadas por ele revelou detalhes sobre a situação que gerou o processo.


Na petição, além de relatos de xingamentos, ofensas e autuações em decorrência de som alto, constam imagens de uma confusão entre os envolvidos, em um condomínio fechado de Goiânia.


O problema motivou uma ação na Justiça, que resultou em uma liminar da juíza Alessandra Gontijo do Amaral.


A sentença proíbe o cantor de realizar eventos e shows na residência onde mora.


A assessoria do artista disse que ele fez apenas uma live beneficente, mas que, como "moradores do condomínio preferem que elas não sejam realizadas", ele irá acatar a decisão e fará suas próximas lives fora do condomínio.


Embora questionada, a assessoria disse que não ia se posicionar sobre os relatos de xingamentos e ofensas.


As imagens que constam na petição mostram um grupo, composto por Jefferson e outras pessoas, na porta da casa dos vizinhos.


Outro registro contém os vizinhos conversando com policiais militares na porta da residência.


O grupo já não está mais no local.


A situação ocorreu no dia 9 de maio. De acordo com o advogado dos vizinhos, José Mendonça Carvalho Neto, o dono da residência comemorava seu aniversário e, num "costume pernambucano e familiar", estourou três bombinhas de São João em seu quintal.


Relata a defesa da família que o cantor alegou que os vizinhos jogaram bombas em seu quintal.


Por isso, o artista e alguns amigos teriam ido ao local tirar satisfações.


No documento elaborado pelo advogado, consta que o grupo começou a bater nos vidros laterais da janelas e a xingar os moradores.


Houve uma conversa entre os envolvidos.


A PM foi acionada, mas chegou depois que o grupo já havia deixado o local.


No entanto, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o artista foi registrado por ameaça.

Jefferson Moraes está envolvido em polêmica por causa de show em condomínio fechado  — Foto: Érico Andrade / G1

Jefferson Moraes está envolvido em polêmica por causa de show em condomínio fechado — Foto: Érico Andrade / G1.


Som alto e festas.


A pendência entre Jefferson e os vizinhos, porém, começou antes.


Eles narram que o artista alugou uma casa no condomínio há nove meses e que, devido à pandemia, o sertanejo passou a realizar, praticamente todos os dias, "festas de arromba, regadas a muita bebida alcoólica e som alto", o que incomodou os vizinhos.


Tanto que, na petição, constam sete autuações e três multas em desfavor do cantor por barulho acima do permitido no condomínio.


Mesmo assim, ele realizou uma live no dia 30 de abril, sendo uma das ocasiões em que foi multado.


Os advogados da família afirmam que em determinado momento da apresentação, o artista ofendeu os vizinhos - de forma generalizada - com um xingamento.


Nota da assessoria de Jefferson Morais.

O cantor Jefferson Moraes realizou uma única live em sua casa, respeitando as orientações da OMS -

Organização Mundial da Saúde - como o uso de máscaras e mantendo o distanciamento social entre todos os que trabalharam.

O intuito da live foi arrecadar cestas básicas para instituições de caridades tão afetadas com pandemia da Covid -19.

No entanto, moradores do condomínio onde ele reside, preferem que não sejam realizadas lives beneficentes.

Atendendo a esta determinação Jefferson Moraes acatará a decisão mas continuará fazendo seu trabalho para ajudar os mais atingidos pela crise econômica, e suas próximas lives acontecerão fora do condômino, como a próxima na quinta- feira (6/8) em Belo Horizonte.


COMENTÁRIO:


Esses "artistas" que não agregam nada de bom para a sociedade, não tem o bom senso que o período que o Brasil e o mundo estão vivendo em consequência ao Covid -19, não é o momento pra está se fazendo festa nem em condomínio e nem em lugar nenhum, ainda mais quando os mesmos são advertidos de estarem incomodando vizinhos que não compactuam e nem compartilham com essas apresentações artística como aconteceu com esse "Astro" sem brilho, que não respeita o direito das pessoas não comungarem e nem compartilharem neste momento crítico em que muitas famílias estão chorando a perda de entes queridos para esse vírus letal em toda parte do mundo, preferindo o silêncio e a reflexão sobre a brevidade da vida que se esvai de cada um de nós no momento que menos esperamos.


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 05 de agosto de 2020. 

terça-feira, agosto 04, 2020

Cármen Lúcia dá prazo para Ministério da Justiça explicar relatório com dados de opositores

Cármen Lúcia dá 48h para Ministério da Justiça explicar dossiê contra  opositores de Bolsonaro - Rádio Itatiaia | A Rádio de Minas

Ministra deu 48 horas para governo se manifestar; documento lista 579 servidores ligados a movimentos antifascistas, segundo o UOL. Ministro da Justiça abriu apuração interna.


Por Rosanne D'Agostino, G1 — Brasília.

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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu 48 horas, nesta terça-feira (4), para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública preste informações sobre um relatório sigiloso com informações de quase 600 servidores públicos, a grande maioria ligada a movimentos antifascistas.


A ministra é relatora de uma ação da Rede Sustentabilidade que pede a "imediata suspensão da produção e disseminação de conhecimentos e informações de inteligência estatal produzidos sobre integrantes do ‘movimento antifascismo’ e professores universitários".


O partido também quer a "abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar eventual prática de crime por parte do ministro da Justiça e Segurança Pública e de seus subordinados".

Ministério da Justiça divulga nota sobre suposto dossiê de opositores de Bolsonaro

Ministério da Justiça divulga nota sobre suposto dossiê de opositores de Bolsonaro.


Na decisão, Cármen Lúcia diz que, se o conteúdo da denúncia for verdadeiro, o quadro "escancara comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito e que põem em risco a rigorosa e intransponível observância dos preceitos fundamentais da Constituição".


A ministra do STF diz ainda que a "insegurança criada para os diretamente interessados e indiretamente para toda a sociedade brasileira" impõem que a ação tramite de modo preferencial e urgente.


Em entrevista à GloboNews no domingo (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, declarou que abriria apuração interna sobre o caso.


Na segunda (3), como informou o blog do Gerson Camarotti, Mendonça trocou o diretor da área supostamente envolvida na produção do documento.

Ministro da Justiça troca chefe de setor que fez dossiê sobre antifascistas

Ministro da Justiça troca chefe de setor que fez dossiê sobre antifascistas.


O relatório.


A existência do relatório foi revelada pelo UOL na semana passada.


Segundo a reportagem, "o Ministério da Justiça colocou em prática, em junho, uma ação sigilosa sobre um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do ‘movimento antifascismo’ e três professores universitários”.


Ainda conforme a reportagem, a pasta "produziu um dossiê com nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de redes sociais das pessoas monitoradas."


O relatório foi feito pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), ligada ao ministério.

Gerson Camarotti: ‘Dossiê remonta a época da ditadura militar e do CNI’

Gerson Camarotti: ‘Dossiê remonta a época da ditadura militar e do CNI’.


Em nota divulgada na semana passada, o Ministério da Justiça e a Seopi não negaram a existência do dossiê nem explicaram por que produziram o documento, mas afirmaram que não compete à Seopi produzir dossiê contra nenhum cidadão, instaurar procedimento de cunho inquisitorial.


Segundo a nota, é rotina da Seopi obter e analisar dados para a produção de conhecimento de inteligência em segurança pública e compartilhar informações com os demais órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência.


A secretaria, diz o ministério, "atua na prevenção de ilícitos e na preservação da segurança das pessoas e do patrimônio público".


O governo não explicou quais possíveis riscos essas pessoas listadas no relatório representavam.

Entidades temem risco de genocídio entre indígenas isolados com avanço da Covid-19 e grileiros

Manifesto acontece após última aparição de um grupo de isolados em um sítio de Seringueiras, em Rondônia. 'A gente sabe que a história da nossa pátria amada idolatrada de pandemia é o caminho do genocídio', declara presidente do Cimi.

Por Mayara Subtil, G1 RO

Maloca de indígenas em isolamento voluntário na Terra Indígena Kampa e Isolados do Rio Envira. — Foto: Gleilson Miranda/CGIIRC/Funai.


Entidades dedicadas à proteção dos territórios indígenas da Amazônia acenderam um alerta quanto ao avanço do novo coronavírus nos territórios e as pressões causadas pelas invasões aos indígenas isolados.


O Conselho Missionário Indigenista (Cimi), por exemplo, manifestou recentemente preocupação quanto a ameaça de genocídio contra esses povos sem contato com a sociedade.


O manifesto acontece após a última aparição em junho deste ano de um grupo de isolados em um sítio de Seringueiras, em Rondônia, mais especificamente no entorno da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau.


O território esteve na lista das mais desmatadas do país em 2019.


A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que, além da Uru-Eu-Wau-Wau, há registros em Rondônia de indígenas isolados nas TIs Tanaru e Massaco.


A Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé revela que pelo menos oito grupos de indígenas isolados no estado "correndo risco com a pandemia".


"A invasão, o desmatamento e as queimadas nas terras indígenas vão se reduzindo o espaço desses grupos que preferem não ter contato com a sociedade.


Então, esse é o grande dilema.


Consequentemente, os garimpeiros, os madeireiros, os predadores não estão fazendo quarentena e a presença deles nesses terrenos é também um caminho de chegada do coronavírus.


A gente sabe que a história da nossa pátria amada idolatrada de pandemia é o caminho do genocídio", declarou ao G1 Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho.

Desmatamento em região perto de Porto Velho (RO) — Foto: Arquivo/Ueslei Marcelino/Reuters

Desmatamento em região perto de Porto Velho (RO) — Foto: Arquivo/Ueslei Marcelino/Reuters.


Diferentemente da sociedade em geral que conta com vacinas e remédios próprios para algumas doenças, os indígenas isolados não têm nem mesmo anticorpos para suportar tais viroses já que nunca tiveram acesso.


Segundo Dom Roque, o problema é que, quanto mais acesso à sociedade e doenças tiverem, mais riscos correm de vida por causa da baixa imunidade.


"Risco é o contato, não necessariamente o coronavírus. O coronavírus pode ser fatal", complementou o arcebispo.
 

Angela Kaxuyana, da Coordenação Executiva da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), concorda que há de fato risco de genocídio eminente entre esses povos.


Isso porque as doenças chegam a eles de forma mais violenta, principalmente por conta da vulnerabilidade.




"Isso nos preocupa.


Inclusive tem deixado uma marca irreparável à população indígena de perda de pessoas mais velhas, e essa perda significa não só de alguém que você ama, mas o povo inteiro está perdendo um sentido, a história, uma língua.


A gente perde o nosso patrimônio com a ida dos mais velhos", disse.


"Além de nos preocuparmos com o avanço da doença para que não mate mais gente, ainda temos que nos preocupar com nosso território invadido, com os garimpeiros trabalhando 24 horas dentro dos nossos territórios de forma ilegal, com as ameaças que as lideranças estão sofrendo.
 
Está claro que a presença dos invasores é uma porta de entrada do coronavírus", reforçou Angela Kaxuyana.
 

O que diz a Funai?


A Funai informou, em nota, que prioriza a manutenção das 20 Bases de Proteção Etnoambiental (BAPE), instaladas em 22 Terras Indígenas da Amazônia Legal, para proteção dos indígenas isolados.


Disse ainda que toma todos os cuidados com as equipes de campo com base nas normas do Ministério da Saúde e que tais orientações constam em planos de contingência para combater a pandemia do novo coronavírus nos territórios.


Na Uru-Eu-Wau-Wau, poe exemplo, a Funai informou que faz ações constantes de proteção do território em parceria com os batalhões da Polícia Militar e equipes do Instituto Chico Mendes (ICMBio).


"Tais ações ocorrem mensalmente, inclusive com incursões noturnas, com vistas a fiscalizar a atuação de caçadores ilegais", cita no texto.


"Também são realizadas ações de vigilância por equipe formada de servidores e indígenas, que percorrem os limites da Terra Indígena com a finalidade de identificar os locais mais frequentados por caçadores, pescadores e outros exploradores.


Outra ação realizada é a fixação de placas indicativas do perímetro da Terra Indígena em pontos estratégicos e necessários", concluiu a Funai no comunicado.


Indígenas isolados.


São povos indígenas ou fragmentos de povos indígenas.


O termo fragmentos é usado por técnicos da Funai porque existem grupos de isolados que têm apenas um ou até três remanescentes.


Na verdade, é tecnicamente impossível haver uma sociedade 100% isolada, ou seja, sem nenhum contato com outros povos.


Segundo a COIAB, no momento há 107 povos isolados em toda a Amazônia.


O que acontece, no caso dos grupos indígenas denominados isolados, é uma seletividade de relações que eles têm com o seu entorno, seja esse ambiente focado nas demandas indígenas ou não.


O que torna o indígena isolado, portanto, é sua maneira única de lidar com sua rotina e sua relação com o mundo.

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