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Por medo de pegar Covid-19, grávida se nega a deixar Noronha para parto e é levada pela polícia a aeroporto
Governo alega que a ilha não tem estrutura, mas Alyne Dias Luna disse que teme contrair a doença no Recife, onde ocorrerá procedimento.
Alyne Luna se negou a deixar Noronha — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo.
A empresária Alyne Dias Luna, de 30 anos, foi levada ao Aeroporto de Fernando de Noronha pela
polícia, neste domingo (10), após se negar a deixar a ilha para o
parto, por causa do medo de pegar Covid-19.
Segundo a Administração, o protocolo médico de pré-natal determina que mulheres a partir da 28ª semana de gestação devem ir para o Recife e Alyne está na 34ª semana de gravidez.
Segundo a Administração, o protocolo médico de pré-natal determina que mulheres a partir da 28ª semana de gestação devem ir para o Recife e Alyne está na 34ª semana de gravidez.
A grávida alegou que temia ter a filha no continente por causa do novo
coronavírus.
“Eu sou uma gestante de baixo risco.
Prefiro ter 1% de chance de ter uma cesárea do que ter 99% de chance de me contaminar no continente”, disse Alyne Luna.
Fernando de Noronha registrou 28 casos de Covid-19 e todos os pacientes receberam cura clínica.
“Eu sou uma gestante de baixo risco.
Prefiro ter 1% de chance de ter uma cesárea do que ter 99% de chance de me contaminar no continente”, disse Alyne Luna.
Fernando de Noronha registrou 28 casos de Covid-19 e todos os pacientes receberam cura clínica.
Alyne alegou que teme o contágio do coronavírus — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo.
O governo informou, por meio de nota, que a gestante recebeu
informações das equipes médicas da ilha quanto aos riscos para a saúde
dela e do feto, em decorrência da permanência em Noronha, após a 28ª
semana de gestação.
A nota disse ainda que "o Hospital São Lucas, única unidade hospitalar
de Fernando de Noronha, não dispõe de maternidade, bem como se enquadra
em unidade de assistência de média complexidade, não sendo referência no
atendimento de possíveis intercorrências que venham a ocorrer durante o
parto, pois não dispõe dos aparatos necessários para esse tipo de
atendimento."
Alyne Luna se negou a viajar mesmo com duas determinações judiciais
para que deixasse Noronha.
“A gestante descumpriu duas decisões judiciais determinando o encaminhamento imediato ao Recife, sob pena de remoção compulsória e coercitiva”, explicou a Administração de Noronha, na nota.
“A gestante descumpriu duas decisões judiciais determinando o encaminhamento imediato ao Recife, sob pena de remoção compulsória e coercitiva”, explicou a Administração de Noronha, na nota.
A grávida fugiu para não ser conduzida ao aeroporto.
“Eu fiquei apavorada.
Meu marido deu um vacilo e eu fugi, para não viajar.
E fugiria novamente.
Meu advogado me aconselhou e eu me apresentei espontaneamente à delegacia”, contou Alyne .
“Eu fiquei apavorada.
Meu marido deu um vacilo e eu fugi, para não viajar.
E fugiria novamente.
Meu advogado me aconselhou e eu me apresentei espontaneamente à delegacia”, contou Alyne .
A determinação era que Alyne Luna deixasse Noronha no sábado (9),
porque, em função da pandemia do novo coronavírus, a ilha só recebe voos
comerciais uma vez por semana, aos sábados.
Como a gestante só se apresentou neste domingo, o governo do estado alugou um avião para o transporte da grávida.
Como a gestante só se apresentou neste domingo, o governo do estado alugou um avião para o transporte da grávida.
“Acho um absurdo, estou sendo tratada como uma criminosa e eu não sou.
Eu sou uma gestante e mereço respeito.
Sou uma mulher e uma futura mãe.
Ainda alugaram um avião de salvamento.
Estou em plena saúde.
A locação da aeronave foi feita para acatar um capricho”, desabafou a gestante.
Eu sou uma gestante e mereço respeito.
Sou uma mulher e uma futura mãe.
Ainda alugaram um avião de salvamento.
Estou em plena saúde.
A locação da aeronave foi feita para acatar um capricho”, desabafou a gestante.
Alyne recebeu informações da equipe do setor de saúde da ilha — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo.
O governo de Pernambuco informou que a Administração de Fernando de
Noronha garante assistência às gestantes encaminhadas ao continente.
Oferece hospedagem, passagens aéreas e alimentação.
Oferece hospedagem, passagens aéreas e alimentação.
Segundo o estado, são oferecidos, ainda, assistência social, apoio
psicológico e suporte para a unidade de referência onde ocorrerá o
parto.
Com acompanhamento das Polícias Civil e Militar e ainda equipe da
Superintendência de Saúde da Administração do Distrito , Alyne Dias Luna
foi transferida para o Recife, no fim da tarde.
A polícia acompanhou o embarque da gestante Alyne — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo.