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terça-feira, maio 05, 2020

Bolsonaro pediu comando da PF do Rio, diz Moro em depoimento: 'Você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma'



Bolsonaro pediu comando da PF do Rio, diz Moro em depoimento ...
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou, no depoimento que prestou à Polícia Federal no último sábado (2), que o presidente Jair Bolsonaro pediu em fevereiro, por mensagem de celular, para indicar um novo superintendente para a Polícia Federal no Rio de Janeiro. 


Por diversas vezes durante o depoimento, segundo o relatório, Moro diz que não acusou o presidente de crime algum, e que isso cabe aos investigadores.

"A mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: 'Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro'", de acordo com o texto do relatório sobre o depoimento obtido pela TV Globo. 

O depoimento do ex-ministro foi motivado por inquérito aberto pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República, a fim de apurar se Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. 

Essa suposta interferência foi a razão apontada por Moro em pronunciamento para ter deixado governo


O ex-ministro fez esse anúncio no último dia 24, quando o "Diário Oficial da União" publicou a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Mauricio Valeixo


Segundo o ex-ministro, ele não tomou conhecimento prévio da demissão do diretor. 

Moro afirmou aos policiais federais que a mensagem de celular na qual Bolsonaro teria pedido para ele próprio indicar o superintendente da PF no Rio foi enviada pelo presidente no começo de março, quando o então ministro e o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, estavam em missão oficial nos Estados Unidos. 

O ex-ministro diz que chegou a conversar sobre o tema com Valeixo, e que ambos "até aventaram a possibilidade de atender ao Presidente para evitar uma crise". 


Mas Valeixo disse que, neste caso, não poderia permanecer no cargo. 

No depoimento, Moro disse que "não nomeou e não era consultado" sobre o comando desses órgãos regionais, e que a escolha era exclusiva de Valeixo. 


O ex-ministro diz que não opinou nem na superintendência do Paraná, estado onde foi juiz. 

Questionado sobre os motivos de Bolsonaro para querer definir o superintentendente do Rio, Moro não opinou e disse que apenas o próprio presidente poderia responder. 

Ainda nesta conversa nos EUA, relata Moro, Valeixo declarou que estava "cansado da pressão para a sua substituição" e para a troca do comando da PF no Rio. 


E que, por isso, concordaria em sair do cargo. 

Até ali, diz Moro, não havia solicitação da Presidência da República "sobre interferência ou informação de inquéritos que tramitavam no Rio de Janeiro". 

O ex-ministro diz que cogitou atender às trocas se pudesse indicar novos perfis técnico. 


Depois, diz ter voltado atrás. 

Na manhã do dia 23 de abril, véspera das exonerações, Moro se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto – o encontro consta na agenda oficial de ambos. 

O ex-ministro diz aos investigadores que, nessa ocasião, foi avisado que Valeixo seria trocado por Alexandre Ramagem, "a pedido, ou de ofício", porque o novo diretor seria "uma pessoa "de confiança do Presidente, com o qual ele poderia interagir". 

"O Declarante [Moro] informou ao Presidente que isso representaria uma interferência política na PF, com o abalo da credibilidade do governo, isso tudo, durante uma pandemia", diz o termo de depoimento. 

Em resposta, Moro diz ter ouvido que Bolsonaro "lamentava", mas que a decisão "já estava tomada". 

Em seguida, Moro afirma ter-se reunido com os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Casa Civil) – três dos principais conselheiros de Bolsonaro. 

Moro diz que compartilhou, com esses ministros, os pedidos de Bolsonaro para obter relatórios de inteligência da PF. 

Diz, também, que o ministro Heleno afirmou nesta reunião que "o tipo de relatório de inteligência que o Presidente queria não tinha como ser fornecido". 

Os ministros, segundo o depoimento, disseram que conversariam com o presidente sobre o tema, mas não deram retorno a Moro naquele dia. 

Moro repetiu, no depoimento à Polícia Federal, que não assinou a exoneração de Maurício Valeixo e nem recebeu qualquer pedido escrito ou formal de exoneração do então diretor da PF. 

O "Diário Oficial da União" com o documento foi publicado na madrugada de 24 de abril, assinado por Bolsonaro e Moro. 


Depois, o governo publicou uma edição corrigida, com assinaturas de Bolsonaro, Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos. 

Na mesma manhã, Moro afirma que se reuniu com Valeixo. 


Já ex-diretor da PF, o delegado disse a Moro que "não teria assinado ou feito qualquer pedido de exoneração". 

Segundo o termo de depoimento, Valeixo disse a Moro que recebeu ligação do presidente na noite anterior, informando da exoneração e perguntando se poderia ser "a pedido". 

Em resposta, de acordo com Moro, Valeixo disse que "como a decisão já estava tomada não poderia fazer nada para impedir, mas reiterou que não houve, nem partiu dele, qualquer pedido de exoneração". 

No depoimento, Moro também rebateu algumas das afirmações feitas por Jair Bolsonaro na tarde de 24 de abril, após o ministro anunciar que deixaria o cargo. 

Naquele momento, Bolsonaro disse que pediu a troca do superintendente da PF no Rio em razão da "questão do porteiro, do caso Adélio" e de citações a Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente, em uma investigação.
Em 2 de maio, horas antes do depoimento, Bolsonaro postou vídeo em rede social comparando Moro a Judas. 


"Os mandantes estão em Brasília? O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?", questionou. 

Moro diz, no depoimento, que "a Polícia Federal de Minas Gerais fez um amplo trabalho de investigação e isso foi mostrado ao Presidente ainda no primeiro semestre do ano de 2019, numa reunião ocorrida no Palácio do Planalto". 

E que, nesta reunião, Bolsonaro "não apresentou qualquer contrariedade em relação ao que lhe foi apresentado". 


A apresentação, segundo Moro, foi feita porque Bolsonaro é vítima do caso e ainda por "questão de segurança nacional". 

Moro nega interferência no caso Adélio e diz aos investigadores que "ao contrário, solicitou à Polícia Federal o máximo empenho e ainda chegou a informa à AGU, na pessoa do Ministro André Mendonça, da importância de que a AGU ingressasse na causa para defender o acesso ao celular, não pelo interesse pessoal do Presidente, mas também pelas questões relacionadas à Segurança Nacional". 

Leia abaixo a íntegra do relatório da Polícia Federal sobre o depoimento prestado pelo ex-ministro Sergio Moro no último sábado:

Na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba no Estado do Paraná, onde presente se encontrava CHRISTIANE CORREA MACHADO, Delegada de Polícia Federal, Matr. 10.568, Chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado - DICOR, e WEDSON CAJÉ LOPES, Delegado de Polícia Federal, lotado no SINQ/DICOR, compareceu Sergio Fernando Moro, sexo masculino, naturalidade brasileira, casado(a), filho(a) de ODETE STARKE MORO e DALTON AUREO MORO, nascido(a) aos 01/08/1972, natural de Maringa/PR, instrução ensino superior – mestrado, documento de identidade (...). Cientificado acerca dos seus direitos constitucionais, inclusive o de permanecer em silêncio, inquirido a respeito dos fatos pela Autoridade Policial, RESPONDEU:
QUE tomou conhecimento pela imprensa sobre a determinação do Ministro Celso de Mello sobre a sua oitiva, tendo se colocado à disposição para prestar declarações, informando o fato à Polícia Federal;
QUE perguntado sobre sua definição sobre interferência política do Poder Executivo em cargos de chefia no âmbito da Polícia Judiciária, respondeu que entende que seja uma interferência sem uma causa apontada e portanto arbitrária;
QUE durante o período que esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, houve solicitações do Presidente da República para substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, com a indicação de um nome por ele, e depois para substituição do Diretor da Polícia Federal, e, novamente, do Superintendente da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro, que teria substituído o anterior, novamente com indicação de nomes pelo presidente;
QUE, durante sua gestão, apenas concordou com a primeira substituição, pois, circunstancialmente, o Superintendente do RJ, RICARDO SAAD, havia manifestado interesse de sair, por questões familiares, e a sua troca já estava planejada pelo Diretor Geral, sendo nomeado um nome com autonomia pela própria Polícia Federal, o que garantia a continuidade regular dos serviços de Polícia Judiciária;
QUE na sua gestão preservou a autonomia da Polícia Federal, em relação a interferência política e pediu demissão no dia 24 de abril de 2020, com o mesmo objetivo;
QUE durante a sua coletiva ocorrida em 24 de abril de 2020 narrou fatos verdadeiros, cujo objetivo era esclarecer os motivos de sua saída, preservar autonomia da Polícia Federal, da substituição de Diretor e de Superintendentes, sem causa e com desvio de finalidade, como reconhecimento posteriormente pelo próprio Supremo Tribunal Federal em decisão proferida no dia 29 de abril que suspendeu a posse do DPF ALEXANDRE RAMAGEM;
QUE perguntado se identificava nos fatos apresentados em sua coletiva alguma prática de crime por parte do Exmo. Presidente da República, esclarece que os fatos ali narrados são verdadeiros, que, não obstante, não afirmou que o presidente teria cometido algum crime;
QUE quem falou em crime foi a Procuradoria Geral da República na requisição de abertura de inquérito e agora entende que essa avaliação, quanto a prática de crime cabe às Instituições competentes;
QUE em agosto de 2019 houve uma solicitação por parte do Exmo. Presidente da República de substituição do Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, RICARDO SAAD;
QUE essa solicitação se deu de forma verbal, no Palácio do Planalto;
QUE não se recorda se houve troca de mensagens sobre esse assunto;
QUE não se recorda se alguém, além do declarante e do Exmo. Presidente da República tenha presenciado essa solicitação;
QUE no entanto, reportou esse fato tanto ao Diretor da Polícia Federal, MAURÍCIO VALEIXO, como ao Dr. SAAD;
QUE os motivos dessa solicitação devem ser indagados ao Presidente da República,
QUE, após muita resistência, houve, como dito acima, concordância do Declarante e do Dr. VALEIXO, com a substituição
QUE o presidente, após a concordância, declarou publicamente que havia mandado trocar o SR/RJ por motivo de produtividade;
QUE para o Declarante não havia esse motivo e a própria Polícia Federal emitiu nota pública, informando a qualidade do serviço da SR/RJ, o que também pode ser verificado por dados objetivos de produtividade;
QUE só concordou com a substituição porque o novo SR, CARLOS HENRIQUE foi uma escolha da PF e isso garantia a continuidade regular dos serviços da SR/RJ e a própria Polícia Federal informou na nota acima que ele seria o substituto;
QUE o Presidente, contrariado, deu nova declaração pública afirmando que era ele quem mandava e que o novo Superintendente seria ALEXANDRE SARAIVA;
QUE o Diretor da Polícia Federal ameaçou se demitir e que o Declarante conseguiu demover o Presidente;
QUE tem presente que ALEXANDRE SARAIVA é um bom profissional, no entanto não era o nome escolhido pela Polícia Federal,
QUE o presidente já havia indicado ao Declarante a intenção de indicar ALEXANDRE SARAIVA, mas que da sua parte entendia que a escolha deveria ser da Polícia Federal;
QUE mesmo antes, mas, principalmente, a partir dessa época o Presidente passou a insistir na substituição do Diretor da PF, MAURÍCIO VALEIXO;
QUE essa pressão foi, inclusive, objeto de diversas matérias na imprensa;
QUE conseguiu demover o presidente dessa substituição por algum tempo;
QUE o assunto retornou com força em janeiro de 2020, quando o Presidente disse ao Declarante que gostaria de nomear ALEXANDRE RAMAGEM no cargo de Diretor Geral da Polícia Federal e VALEIXO iria, então, para uma Adidância;
QUE isso foi dito verbalmente no Palácio do Planalto;
QUE, eventualmente o General Heleno se fazia presente;
QUE esse assunto era conhecido no Palácio do Planalto por várias pessoas;
QUE pensou em concordar para evitar um conflito desnecessário, mas que chegou à conclusão que não poderia trocar o Diretor Geral sem que houvesse uma causa e que como RAMAGEM tinha ligações próximas com a família do Presidente isso afetaria a credibilidade da Polícia Federal e do próprio Governo, prejudicando até o Presidente;
QUE essas ligações são notórias, iniciadas quando RAMAGEM trabalhou na organização da segurança pessoal do presidente durante a campanha eleitoral;
QUE os motivos pelos quais o Presidente queria substituir VALEIXO por RAMAGEM devem ser indagados ao Presidente;
QUE RAMAGEM, pela questão da proximidade, o Declarante afirma que o presidente, nessa época, lhe dizia que era uma questão de confiança;
QUE o presidente chegou a sugerir dois outros nomes para Diretor Geral da Polícia Federal, ao invés de RAMAGEM, mas que os nomes não tinham a qualificação necessária, segundo a opinião do Declarante;
QUE, ainda em janeiro, o Declarante sugeriu dois nomes para o Presidente, FABIANO BORDIGNON e DISNEY ROSSETI para substituir VALEIXO;
QUE a troca geraria desgaste para o Declarante, mas, pelo menos, não abalaria a credibilidade da Polícia Federal ou do Governo;
QUE a substituição sem causa do DG e a indicação de uma pessoa ligada ao Presidente e a sua família seriam uma interferência política na PF;
QUE o Diretor VALEIXO declarou que estava cansado da pressão para a sua substituição e para a troca do SR/RJ; QUE por esse motivo e também para evitar conflito entre o Presidente e o Ministro o Diretor VALEIXO disse que concordaria em sair;
QUE nesse momento não havia nenhuma solicitação sobre interferência ou informação de inquéritos que tramitavam no Rio de Janeiro;
QUE, por esse motivo, o Declarante, apesar da resistência, cogitou aceitar as trocas, desde que o substituto do Diretor Geral fosse de sua escolha técnica e pessoa não tão próxima ao presidente;
QUE depois, porém, entendeu que também não poderia aceitar a troca do SR/RJ sem causa;
QUE a partir de então cresceram as insistências do PR para a substituição tanto do Diretor Geral quanto do SR/RJ;
QUE, certa feita, provavelmente, no mês de março o PR passou a reclamar da indicação da Superintendente de Pernambuco;
QUE essas reclamações sobre o superintendente no Estado de Pernambuco não ocorreram anteriormente;
QUE entende que os motivos da reclamação devem ser indagados ao Presidente da República;
QUE é oportuno destacar que as indicações para Superintendentes vêm da Direção Geral, mas passam pelo crivo da Casa Civil e que não houve nenhum óbice apontado em relação a esses nomes;
QUE o Presidente não interferiu, ou interferia, ou solicitava mudanças em chefias de outras Secretarias ou órgãos vinculados ao Ministério da Justiça, como, por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal, DEPEN, Força Nacional;
QUE o presidente, apenas uma vez, solicitou a revogação da nomeação de Ilona Szabo para o Conselho Nacional de Política Criminal do Ministério da Justiça, órgão consultivo, e que o Declarante, após relutar, concordou em aceitar a solicitação;
QUE o Declarante perguntado se as trocas solicitadas estavam relacionadas à deflagração de operações policiais contra pessoas próximas ao Presidente ou ao seu grupo político disse que desconhece, mas observa que não tinha acesso às investigações enquanto ainda evoluíam;
QUE crescendo as pressões para as substituições, o Presidente lhe relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência;
QUE perguntado se havia desconfiança em relação ao Diretor VALEIXO, o Declarante respondeu que isso deve ser indagado ao Presidente; QUE o próprio Presidente cobrou em reunião do conselho de ministros, ocorrida em 22 de abril de 2020, quando foi apresentado o PRÓ-BRASIL, a substituição do SR/RJ, do Diretor Geral e de relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal;
QUE o presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao MJSP, se não pudesse trocar o Superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça;
QUE ressalta que essas reuniões eram gravadas, como regra, e o próprio Presidente, na corrente semana, ameaçou divulgar um vídeo contra o Declarante de uma dessas reuniões;
QUE nessas reuniões de conselho de ministros participavam todos os ministros e servidores da assessoria do Planalto;
QUE a afirmação do Presidente de que não recebia informações ou relatórios de inteligência da Polícia Federal não era verdadeira;
QUE o Declarante, em relação ao trabalho da Polícia Federal, informava as ações realizadas, resguardado o sigilo das investigações;
QUE o Declarante, por exemplo, fazia como ministros do passado e comunicava operações sensíveis da Polícia Federal, após a deflagração das operações com buscas e prisões;
QUE o Declarante fez isso inúmeras vezes e há mensagens de Whatsapp a esse respeito ora disponibilizadas;
QUE ilustrativamente, isso aconteceu após as buscas e prisões envolvendo o atual Ministro do Turismo e o Senador Fernando Bezerra, mas que essas informações não abrangiam dados sigilosos dos inquéritos;
QUE pontualmente comunicou essas operações antecipadamente, em casos sensíveis e que demandavam um apoio do presidente, como na expulsão do integrante do PCC, vulgo "FUMINHO" de Moçambique;
QUE quanto a relatórios de inteligência, esclarece que a PF não é órgão de produção direta de inteligência para a Presidência da República;
QUE quanto a relatórios de inteligência, esclarece que a PF não é órgão de produção direta de inteligência para a Presidência da República;
QUE os relatórios de inteligência da Polícia Federal sobre assuntos estratégicos e de Segurança Nacional são inseridos pela sua diretoria de Inteligência no SISBIN e que a ABIN consolida essas informações de inteligência, juntamente, com dados de outros órgãos e as apresenta ao Presidente da República;
QUE o próprio Declarante já recebeu relatórios de inteligência da ABIN que continham dados certamente produzidos pela inteligência da Polícia Federal;
QUE o próprio Presidente da República em seu pronunciamento na sexta-feira, dia 24 de abril de 2020, declarou que um dos motivos para a a demissão do Diretor Geral da PF seria a falta de recebimento de relatórios de inteligência de fatos nas últimas 24 horas;
QUE o argumento não procede, pois os relatórios de inteligência estratégica da Polícia Federal eram disponibilizados ao Presidente da República via SISBIN e ABIN;
QUE também não justificaria a demissão do Diretor VALEIXO a suposta falta de disponibilização dessa inteligência, já que cobrada pelo Presidente ao Declarante dois dias anteriores à exoneração do Diretor;
QUE o presidente nunca solicitou ao Declarante a produção de um relatório de inteligência estratégico da PF sobre um conteúdo específico, causando estranheza que isso tenha sido invocado como motivo da demissão do Diretor Geral da PF;
QUE perguntado se o presidente da República, em algum momento lhe solicitou relatórios de inteligência que subsidiavam investigações policiais, o Declarante respondeu que o Presidente nunca lhe pediu até porque o Declarante ou o Diretor VALEIXO jamais violariam sigilo de investigação policial;
QUE na quinta-feira, dia 23 de abril de 2020, o Presidente enviou ao Declarante por mensagem de Whatsapp um link de notícia do site "o antagonista" informando que a PF estaria no encalço de Deputados Bolsonaristas, QUE antes que o Declarante pudesse responder, o Presidente mandou outra mensagem afirmando que este seria mais um motivo para a troca da PF;
QUE o Declarante ficou apreensivo com a mensagem;
QUE o Declarante reuniu-se com o Presidente às 9h do dia 23 de abril de 2020, e trataram da substituição do Diretor Geral da Polícia Federal;
QUE o Presidente lhe disse que VALEIXO seria exonerado, a pedido, ou de ofício, e que nomearia o DPF ALEXANDRE RAMAGEM, porque seria uma pessoa de confiança do Presidente, com o qual ele poderia interagir;
QUE o Declarante informou ao Presidente que isso representaria uma interferência política na PF, com o abalo da credibilidade do governo, isso tudo, durante uma pandemia;
QUE o Declarante também disse poderia trocar o Diretor VALEIXO desde que houvesse uma causa, como uma insuficiência de desempenho ou erro grave, mas não havia nada disso;
QUE o Declarante pediu ao Presidente que reconsiderasse, mas que se isso não ocorresse o Declarante seria obrigado a sair e a declarar a verdade sobre a substituição;
QUE o Presidente lamentou, mas disse que a decisão estava tomada;
QUE o Declarante reuniu-se em seguida com os ministros militares do Palácio do Plananto e relatou a reunião com o Presidente;
QUE a reunião foi com os Ministros Generais RAMOS, HELENO e BRAGA NETTO;
QUE o Declarante informou os motivos pelos quais não podia aceitar a substituição e também declarou que sairia do governo e seria obrigado a falar a verdade;
QUE na ocasião o Declarante falou dos pedidos do Presidente de obtenção de Relatórios de Inteligência da PF, que inclusive havia sido objeto de cobrança pelo Presidente na reunião de conselho de ministros, oportunidade na qual o Ministro HELENO afirmou que o tipo de relatório de inteligência que o Presidente queria não tinha como ser fornecido;
QUE os Ministros se comprometeram a tentar demover o Presidente,
QUE o Declarante retornou ao MJSP na esperança de a questão ser solucionada;
QUE logo depois vazou na imprensa que o Planalto substituiria VALEIXO e que, em decorrência, o Declarante sairia do governo;
QUE o MJSP foi contatado por muitos jornalistas e políticos querendo confirmar, mas que o Declarante entendia que não poderia confirmar, já que tinha esperança de que o Presidente mudaria de idéia;
QUE à tarde do dia 23 de abril de 2020, recebeu uma ligação do Ministro RAMOS indagando se seria possível uma solução intermediária, com a saída de VALEIXO, mas a nomeação de um dos nomes que o Declarante já havia informado antes, a saber: FABIANO BORDIGNON ou DISNEY ROSSETI;
QUE o Declarante informou que haveria um impacto ao governo e à sua credibilidade, mas que, garantida a nomeação técnica e de pessoa não proximamente ligada à familia do presidente, a solução seria aceitável;
QUE antes de dar a resposta definitiva, disse que teria que falar com o Diretor VALEIXO;
QUE ligou para o Diretor VALEIXO, que concordou com a substituição sugerindo o nome de DISNEY ROSSETI;
QUE o Declarante ligou em seguida ao Ministro RAMOS e então manifestou a sua concordância, mas ressaltou que seria a única mudança e que não concordava com a troca pretendida do superintentdente da SR/RJ;
QUE o Ministro RAMOS ficou de levar a questão ao Presidente e de retornar, mas não o fez;
QUE à noite do dia 23 de abril de 2020, recebeu informações não oficiais de que o ato de exoneração do Diretor VALEIXO havia sido encaminhado para publicação;
QUE buscou a confirmação do fato no Planalto com os ministros BRAGA NETTO e RAMOS, tendo o primeiro informado que não sabia e o segundo informado que iria checar e retornar, mas não o fez;
QUE, durante a madrugada do dia 24 de abril de 2020, saiu a publicação, o que tornou irreversível a demissão do Declarante;
QUE o Declarante não assinou o decreto de exoneração de MAURÍCIO VALEIXO e não passou pelo Declarante qualquer pedido escrito ou formal de exoneração do Diretor VALEIXO;
QUE o Declarante não assinou o decreto de exoneração de MAURÍCIO VALEIXO e não passou pelo Declarante qualquer pedido escrito ou formal de exoneração do Diretor VALEIXO;
QUE na manhã do dia 24 de abril de 2020, encontrou-se com VALEIXO e ele lhe disse que não teria assinado ou feito qualquer pedido de exoneração;
QUE VALEIXO disse ao Declarante que, na noite do dia 23 de abril de 2020, teria recebido uma ligação do Planalto na qual o Presidente teria lhe dito que ele, VALEIXO, seria exonerado no dia seguinte e lhe perguntado se poderia ser "a pedido";
QUE VALEIXO disse ao Declarante que como a decisão já estava tomada não poderia fazer nada para impedir, mas reiterou que não houve, nem partiu dele, qualquer pedido de exoneração;
QUE VALEIXO poderá esclarecer melhor o conteúdo dessa conversa;
QUE perguntado em regra, como ocorrem as exonerações no âmbito do Ministério da Justiça e como se dá o processo de assinatura no Diário Oficial da União, respondeu
QUE pedidos de nomeação e de exoneração são assinados eletronicamente pelo Declarante e enviados ao Palácio do Planalto;
QUE não delegava essa função a subordinados;
QUE decretos assinados pelo Presidente da República e em concurso com o Declarante, quando sua origem era um ato produzido pelo MJSP, o que seria o caso da exoneração do Diretor VALEIXO, sempre eram assinados previamente pelo Declarante, pelo sistema eletrônico SIDOF, antes de encaminhados ao Planalto;
QUE nunca, pelo que se recorda, viu antes um ato do MJSP ser publicado sem a sua assinatura, pelo menos, eletronicamente;
QUE em virtude do ocorrido decidu exonerar-se e informar em pronunciamento coletivo os motivos de sua saída;
QUE o Declarante entendeu que havia desvio de finalidade na exoneração do Diretor MAURÍCIO VALEIXO, à qual se seguiria a provável nomeação do DPF ALEXANDRE RAMAGEM, pessoa próxima à família do presidente, e as substituições de superintendentes, tudo isso sem causa e o que viabilizaria ao Presidente da República interagir diretamente com esses nomeados para colher, como admitido pelo próprio Presidente, o que ele chamava de relatórios de inteligência, como também admitido pelo próprio Presidente;
QUE reitera que prestou as declarações no seu pronunciamento público para esclarecer as circunstâncias de sua saída, para expor o desvio de finalidade já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal e com o objetivo de proteger a autonomia da Polícia Federal;
QUE reitera que em seu pronunciamento narrou fatos verdadeiros, mas, em nenhum momento, afirmou que o Presidente da República teria praticado um crime e que essa avaliação cabe às instituições competentes;
QUE posteriormente, no mesmo dia 24 de abril de 2020, o Presidente da República fez um pronunciamento no qual confirmou várias declarações feitas pelo Declarante, como a de que o presidente poderia substituir o Diretor Geral, os superintendentes, qualquer pessoa na pirâmide do Poder Executivo Federal; QUE o Presidente da República, apesar disso, apesar disso, não esclareceu o motivo pelo qual realizaria essas substituições, salvo que o Diretor VALEIXO estaria cansado mas, mais uma vez, o Declarante reitera que o cansaço do diretor VALEIXO era oriundo das pressões por suas substituição e de superintendentes;
QUE o Presidente também reconheceu que uma da causas para a troca seria a falta de acesso a relatórios de inteligência da PF, mas que, como o Declarante já esclareceu acima, o Presidente já detinha esse acesso, do que legalmente poderia ser acessado, via SISBIM e ABIN;
QUE ademais, como dito acima, nunca houve pelo Presidente, um pedido ao Declarante de algum relatório específico de inteligência propriamente dito e que, portanto, não teria sido atendido;
QUE, quanto às informações ou relatórios sobre investigações sigilosas em curso, o Presidente nunca pediu nada da espécie ao Declarante ou ao Diretor VALEIXO, até porque, ele sabe que não seria atendido;
Que o Presidente também alegou como motivo da exoneração de VALEIXO uma suposta falta de empenho da Polícia Federal na investigação de possíveis mandantes da tentativa de assassinato perpetrada por ADÉLIO;
Que a Polícia Federal de Minas Gerais fez um amplo trabalho de investigação e isso foi mostrado ao Presidente ainda no primeiro semestre do ano de 2019, numa reunião ocorrida no Palácio do Planalto, com a presença do Declarante, do Diretor VALEIXO, do Superintendente de Minas Gerais e com delegados responsáveis pelo caso;
Que na ocasião, o Presidente não apresentou qualquer contrariedade em relação ao que lhe foi apresentado;
Que essa apresentação ao Presidente decorreu da sua condição de vítima e ainda por questão de Segurança Nacional, entendendo o Declarante que não havia sigilo legal oponível ao Presidente pelas circunstâncias especiais;
Que a investigação sobre possíveis mandantes do crime não foi finalizada em razão de decisão judicial contrária ao exame do aparelho celular do advogado de ADÉLIO;
Que o Presidente tinha e tem pleno conhecimento desse óbice judicial;
Que o Declarante entende que antes do final das investigações não é possível concluir se ADÉLIO agiu ou não sozinho e que, de todo modo, o Declarante, ao contrário do que afirmado publicamente pelo Presidente da República na data de hoje (02 de maio de 2020) jamais obstruiu essa investigação, ao contrário, solicitou à Polícia Federal o máximo empenho e ainda chegou à informar à AGU, na pessoa do Ministro ANDRÉ MENDONÇA, da importância de que a AGU ingressasse na causa para defender o acesso ao celular, não pelo interesse pessoal do Presidente, mas também pelas questões relacionadas à Segurança Nacional;
Que o Presidente, no pronunciamento de sexta-feira 24 de abril, também reclamou da falta de empenho do Declarante e da Polícia Federal para esclarecer as declarações do porteiro de seu condomínio acerca do suposto envolvimento do Presidente no assassinato de MARIELE e ANDERSON;
Que tal reclamação não procede pois foi o próprio Declarante que solicitou a atuação do MPF e da Polícia Federal na apuração do caso e a Polícia Federal colheu depoimento do porteiro no qual ele se retratou, além de realizar outras diligências;
Que, após pronunciamento do Presidente da República, no qual este afirmou que o Declarante mentia, e que ainda teria condicionado a troca do Diretor Geral à nomeação do Declarante ao Supremo Tribunal Federal, o Declarante, ao responder consulta do Jornal Nacional sobre o que foi dito pelo Presidente, reputou necessário, para restabelecer a verdade dos fatos encaminhar ao Jornal Nacional as mensagens trocadas com o Presidente na manhã do dia 23 de abril de 2020, e ainda a troca de mensagens com a Deputada Federal, CARLA ZAMBELLI, pessoa muito ligada ao Presidente, a qual, inclusive, estava no pronunciamento do Presidente;
Que nas mensagens com a Deputada, fica clara a posição do Declarante de rejeitar a possibilidade de aceitar a substituição do Diretor Geral e o nome de ALEXANDRE RAMAGEM como condição para sua indicação ao STF;
QUE de todo modo tal ofensa ao Declarante sequer faz sentido, pois se tivesse interessado na indicação ao STF, teria simplesmente aceito a substituição;
QUE lamenta muito ter repassado as mensagens trocadas em privado, mas que não teria como aceitar as afirmações feitas pelo Presidente no pronunciamento dele, a respeito do Declarante; Perguntado: Como o Presidente da República reagia a respeito de operações da Polícia Federal desencadeadas em razão de mandados deferidos pelo Supremo Tribunal Federal? Havia algum interesse específico do Presidente da República sobre alguma investigação em curso no STF? respondeu QUE no tocante às indagações, o Presidente enviou ao Declarante a mensagem da manhã do dia 23 de abril de 2020 com o link de matéria de jornal a respeito do Inquérito no STF contra deputados bolsonaristas, e agregou que este, seria “mais um motivo para a troca na PF”;
QUE o Declarante esclareceu ao Presidente que a Polícia Federal cumpria ordens nesse inquérito, mas o Declarante entende que o Presidente jamais poderia ter elencado esse Inquérito como motivo para a troca do diretor Geral da PF;
QUE deve ser indagado ao Presidente os motivos dessa mensagem e o que ele queria dizer;
QUE há uma outra mensagem do Presidente sobre esse tema ora disponibilizada;
QUE o Presidente jamais pediria ao Declarante ou Diretor VALEIXO qualquer interferência ou informações desse Inquérito porque sabia que nem o Declarante, nem o Diretor VALEIXO atenderiam uma solicitação dessa natureza;
QUE o Declarante gostaria de sintetizar as provas que pode indicar a respeito do seu relato;
QUE inicialmente indica como elementos de prova o depoimento do Declarante;
QUE, segundo, a mensagem que recebeu do Presidente da República no dia 23 de abril de 2020 e as demais mensagens ora disponibilizadas;
QUE, terceiro, todo o histórico de pressões do presidente de troca do SR/RJ, por duas vezes e do DG e que, inclusive, foram objetos de declarações públicas do próprio Presidente da República, inclusive em uma delas com invocação de motivo inverídico para a substituição do SR/RJ, ou seja, a suposta falta de produtividade;
QUE quarto, as declarações efetuadas pelo Presidente da República em seu pronunciamento, nas quais ele admite a intenção de trocar dois superintendentes, inclusive, novamente o do Rio de Janeiro, sem apresentar motivos, também admite a substituição do Diretor VALEIXO invocando motivo inconsistente, já que o cansaço do Diretor era provocado pelas próprias pressões do Presidente, também admite que um dos motivos para a troca era obter acesso ao que ele denomina relatórios de inteligência quando, na verdade, o Presidente já tinha acesso a informações de inteligência produzidos pela PF através da SISBIN e da ABIN, ou seja, já tinha ele acesso à toda informação de inteligência da PF à qual ele tinha legalmente acesso;
QUE, quinto, as declarações do Presidente no dia 22 de abril de 2020, na reunião com o conselho de ministros, e que devem ter sido gravadas como é de praxe, nas quais ele admite a intenção de substituir o superintendente do Rio de Janeiro, o Diretor Geral e até o Ministro, ora Declarante, e também admite no mesmo contexto sua insatisfação com a informação e no que ele denomina relatórios de inteligência da PF aos quais afirma que não teria acesso, o que, como já argumentado, não é verdadeiro;
QUE, sexto, podem ser requisitados à ABIN os protocolos de encaminhamento dos relatórios de inteligência produzidos com base em informações a ela repassadas pela PF e que demonstrariam que o Presidente da República já tinha, portanto, acesso às informações de inteligência da PF as quais legalmente tinha direito;
QUE, sétimo, esses protocolos podem ser também solicitados à Diretoria de Inteligência da PF,
QUE, oitavo, as declarações apresentadas pelo Declarante, podem ser confirmadas entre outras pessoas, pelo DPF VALEIXO, pelo DPF SAAD, pelos SRMG, e pelos ministros militares acima mencionados;
QUE, nono, o Declarante disponibiliza, neste ato, seu aparelho celular para extração das mensagens trocadas, via aplicativo Whatsapp, com o Presidente da República (contato “Presidente Novíssimo”) e com a Deputada Federal CARLA ZAMBELLI (contato Carla Zambelli II) e que são as relevantes, no seu entendimento, para o caso,
QUE o Declarante esclarece que não disponibiliza as demais mensagens pois tem caráter privado (inclusive as eventualmente apagadas), ou se tratam de mensagens trocadas com autoridades públicas, mas sem qualquer relevância para o caso, no seu entendimento;
QUE o Declarante esclarece que tem só algumas mensagens trocadas com o Presidente, e mesmo com outras pessoas, já que teve, em 2019, suas mensagens interceptadas ilegalmente por HACKERS, motivo pelo qual passou a apagá-las periodicamente,
QUE o Declarante esclarece que apagava as mensagens não por ilicitude, mas para resguardar privacidade e mesmo informações relevantes sobre a atividade que exercia, inclusive, questões de interesse nacional;
QUE, além da mensagem acima mencionada, o Declarante, revendo o chat de conversa com o Presidente identificou várias outras mensagens que podem ser relevantes para a investigação, inclusive outra mensagem sobre o Inquérito no STF e outra com determinação do Presidente de que o Dr. VALEIXO seria “substituído essa semana a pedido ou ex-ofício”, além de outra com indicativo de desejo dele de substituição do SR/PE;
QUE o Declarante destaca ainda mensagens que, de maneira geral, amparam outras declarações prestadas pelo Declarante como a de que comunicava ao Presidente operações sensíveis, após deflagração; Aberta a palavra ao Declarante para esclarecimentos adicionais:

 
QUE respeitosamente, diante das declarações públicas do Presidente da República, entende que caberia a ele esclarecer os motivos das sucessivas trocas pretendidas do SR/RJ, da troca efetuada do DG da Polícia Federal, bem como que caberia a ele esclarecer que tipo de informação ou relatório de inteligência da PF pretendia obter mediante interação pessoal com o DG ou SR/RJ, além de esclarecer que tipo de conteúdo pretendia nesses relatórios de inteligência, já que já tinha acesso à produção de inteligência da PF via SISBIN e ABIN e igualmente esclarecer porque essa demanda reiterada no dia 23 de abril de 2020 ao Declarante justificaria as substituições do Diretor Geral, de superintendentes e até mesmo do Ministro da Justiça e Segurança Pública;
QUE, por fim esclarece, diante das ofensas realizadas pelo Presidente da República, que o Declarante permanece fiel aos compromissos de integridade e transparência, bem como de autonomia das instituições de controle, superiores a lealdade pessoais;
Consigno a presença dos Procuradores da República ANTÔNIO MORIMOTO JUNIOR, Matrícula 1088, HERBERT REIS MESQUITA, Matrícula 1383 e JOÃO PAULO LORDELO GUIMARÃES TAVARES, Matrícula 1464, os quais foram designados pela Procuradoria Geral da República para este ato, conforme autorizado pelo Ministro Relator, os quais realizaram questionamentos complementares ao longo deste ato. 


Nada mais disse e nem lhe foi perguntado. 


Foi então advertido(a) da obrigatoriedade de comunicação de eventuais mudanças de endereço em face das prescrições do Art.224 do CPP.

 
Encerrado o presente que, lido e achado conforme, assinam com a Autoridade Policial, com o Declarante, com os Advogados, GUILHERME SIQUEIRA VIEIRA, OAB/PR 73938, VITOR AUGUSTO SPRADA ROSSETIM, OAB/PR 70386 e RODRIGO SANCHEZ RIOS, OAB/PR19392, que apresentaram procuração para ser juntada aos autos, e comigo …................................. FRANCISCO ANTONIO LIMA DE SOUSA, Escrivã(o) de Polícia Federal, Matr. 17990, lotado(a) e/ou em exercício nesta DICOR/PF, que o lavrei.

Bolsonaro diz que não houve 'agressão nenhuma, zero' em manifestação e grita 'cala a boca' para repórteres



Bolsonaro nega interesse em troca na PF-RJ e manda jornalista ...
Após registros de agressões cometidas por apoiadores do governo em atos nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro negou que tenha havido violência, mas não especificou se falava de uma manifestação específica ou de todas. 

As agressões foram registradas, primeiro, na sexta-feira (1º), em um protesto de enfermeiros em frente ao Palácio do Planalto. 


Um pequeno grupo, que se apresentou como apoiador de Bolsonaro, começou a hostilizar os enfermeiros, defensores do isolamento social (o presidente é contra).


O segundo episódio ocorreu no domingo (3), quando profissionais de imprensa foram agredidos por militantes bolsonaristas durante um ato pró-governo, também em Brasília. 


O ato defendia causas inconstitucionais e antidemocráticas, como fechamento
Bolsonaro abordou o tema na saída do Palácio da Alvorada, enquanto ouvia uma apoiadora que relatava ter estado no protesto de enfermeiros no dia 1º e afirmava não ter havido violência. 
"Para vocês entenderem como é essa imprensa que está aí.


Mandei levantar se houve corpo de delito.


Ele não pediu corpo de delito.


Tá certo?


Não fez corpo de delito.


Então, se houve agressão, verbal, o que eles fazem o tempo todo conosco.


A gente não pega agressão nenhuma, zero, zero agressão.


Mas houve um superdimensionamento daquilo por parte da mídia, porque o interesse deles é um só, é tirar a gente daqui", afirmou Bolsonaro.


Mais tarde, nesta terça, o fotógrafo Orlando Brito, de 70 anos de idade, agredido na manifestação antidemocrática de domingo, foi convidado a almoçar com Bolsonaro e assessores no gabinete do presidente. 

Segundo relato de Brito feito a jornalistas, o presidente alegou não ter como controlar a multidão. 

"Ele [Bolsonaro] repetiu que ele não tem culpa, que a culpa é da multidão, que imagine se ele não vai recriminar uma história dessas", disse Brito. 


"Ele disse que a multidão é incontrolável. 


Que ele jamais daria uma ordem para alguém agredir alguém", acrescentou o fotógrafo.
Bolsonaro confirma que superintendente da PF no Rio vai deixar o cargo
Bolsonaro confirma que superintendente da PF no Rio vai deixar o cargo.

Depois de ter falado com apoiadores na saída do palácio, Bolsonaro se dirigiu ao local onde ficam os profissionais de imprensa. 


Ele foi questionado pelos jornalistas se havia pedido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira. 

"Cala a boca, não perguntei nada!", gritou Bolsonaro. 

Ao deixar o cargo, o ex ministro da Justiça Sergio Moro denunciou que um dos motivos da insatisfação do presidente com o ex-diretor geral da PF, Maurício Valeixo, era a resistência dele em trocar o superintendente do Rio.  


Moro disse ainda que Bolsonaro tenta interferir politicamente na PF

Jornalistas tentaram fazer a pergunta sobre o superintendente outra vez. 


Bolsonaro, de novo, mandou que calassem a boca, aos berros.  


Ele afirmou que Oliveira vai ser diretor-executivo da PF


O presidente alegou que Oliveira está sendo promovido. 

"Cala a boca! 

Cala a boca! 

Está saindo para ser diretor-executivo, a convite do atual diretor-geral. 


Não interfiro em nada. 


Se ele for desafeto meu e se eu tivesse ingerência na PF, não iria para lá. 


É a mensagem que vocês dão", disse.

Bolsonaro afirmou ainda que não tem nada contra Oliveira e que não tenta interferir na PF.

"Não tenha nada contra o superintendente do Rio de Janeiro. 


E não interfiro na Polícia Federal. 


E ele está sendo convidado para ser diretor-executivo. 


É o zero dois." 

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse em nota que a postura de Bolsonaro, ao mandar os jornalistas calarem a boca, mostra "incapacidade de compreender a atividade jornalística". 


Segundo a associação, o gesto do presidente revela também um caráter "autoritário". 

"Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário.


Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas", afirmou a ANJ.

Veja a íntegra da nota: 

Nota à imprensa.
 
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) protesta com veemência contra os termos desrespeitosos com que o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas na manhã desta terça-feira. 

 
Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário. 


Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas. 

 
É lamentável e preocupante que o presidente faça dos ataques aos jornalistas e ao jornalismo uma rotina contra a civilidade e a convivência democrática. 

 
Brasília, 5 de maio de 2020. 

 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS - ANJ


COMENTÁRIO:


 "A Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse em nota que a postura de Bolsonaro, ao mandar os jornalistas calarem a boca, mostra "incapacidade de compreender a atividade jornalística".


Sem dúvida, um presidente despreparado para conviver com com quem pensa diferente do "mundinho" dele !


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 05 de maio de 2020.

 

segunda-feira, maio 04, 2020

Aras pede que PF ouça ministros e delegados e recupere registro de reunião com Moro e Bolsonaro


 Aras pede que PF ouça Ministros e Delegados e recupere registro de ...
As medidas serão analisadas pelo ministro relator do caso no STF, Celso de Mello


Caberá a ele autorizar os depoimentos e enviar as medidas para cumprimento na PF. 

Os pedidos de Aras se concentram em quatro frentes
  • depoimentos de pessoas citadas por Moro em depoimento;
  • recuperação de áudio ou vídeo que comprove a suposta tentativa de interferência;
  • verificação das assinaturas do ato de exoneração do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo;
  • e perícia nas informações obtidas a partir do celular de Moro.
 Aras pede que PF ouça ministros e delegados e recupere registro de ...
Entenda, abaixo, cada um dos pedidos. 

No pedido ao STF, Augusto Aras solicita que a PF tome depoimentos de 10 pessoas citadas ou relacionadas à acusação feita por Moro ao deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em 24 de abril. 


A lista é formada por: 
Também deve ser ouvidos seis delegados da Polícia Federal:
  • Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal;
  • Ricardo Saadi, ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro exonerado em agosto após críticas de Bolsonaro;
  • Alexandre Saraiva, atual superintendente da PF no Amazonas;
  • Carlos Henrique de Oliveira e Souza, atual superintendente da PF no Rio de Janeiro nomeado após a exoneração de Saadi;
  • Rodrigo Teixeira, ex-superintendente da PF em Minas Gerais;
  • Alexandre Ramagem Rodrigues, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foi indicado à direção-geral da PF, mas teve a nomeação suspensa pelo Supremo.


Essas pessoas devem ser ouvidas, segundo o chefe da PGR, sobre "eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes". 

Para todos os depoimentos, Aras sugere um prazo de cinco dias a partir da intimação dos citados. 


O prazo é o mesmo dado por Celso de Mello para a oitiva de Moro, na última semana. 

Aras também pede que Celso de Mello determine à Secretaria-Geral da Presidência da República o envio de cópia dos "registros audiovisuais" de uma reunião entre Bolsonaro, ministros e presidentes de bancos públicos no Palácio do Planalto, em 22 de abril. 

A intenção, segundo o documento, é confirmar a afirmação de Moro de que Bolsonaro teria cobrado, neste encontro, a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente da corporação no Rio de Janeiro, além de "relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal". 

Verificação de assinaturas.

 

Aras também requisitou ao Supremo que seja determinada a apresentação dos "comprovantes de autoria e integridade" das assinaturas no ato que exonerou o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo. 

Inicialmente, o decreto foi publicado no "Diário Oficial da União" com as assinaturas digitais de Jair Bolsonaro e Sergio Moro. 


Em coletiva, horas depois, Moro negou que tivesse assinado o documento, indicando possível fraude na publicação. 

No mesmo dia, uma edição extra do "Diário Oficial" republicou o ato, desta vez assinado por Bolsonaro e pelos ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral). 


Na justificativa oficial, constou que o texto foi reeditado por "erro material". 

Perícia em dados de celular.

 

Outra providência requisitada ao Supremo é a análise do material espelhado do celular do ex-ministro da Justiça. 


Além de um depoimento de mais de oito horas, no último sábado (2), Moro também ofereceu à PF dados do próprio telefone celular

“Elaboração, observada a cadeia de custódia, de laudo pericial, a partir da mídia de armazenamento que espelha dados informáticos contidos no aparelho de telefonia celular do mencionado ex-Ministro de Estado da Justiça, bem como de relatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos nele armazenados," detalhou Aras no pedido. 

Moro foi ouvido no último sábado (2) por mais de oito horas na sede da Polícia Federal em Curitiba. 


O depoimento foi tomado numa sala ampla e todos usaram máscaras, seguindo as recomendações de autoridades de saúde para o enfrentamento do coronavírus. 

A TV Globo apurou que a PF extraiu do telefone do ex-ministro as provas que ele já tinha exibido: as conversas em WhatsApp com o presidente Jair Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP). 


Segundo essas mesmas fontes, Moro forneceu algumas novas provas, e principalmente, indicou maneiras de obter outras. 

O Jornal Nacional revelou as conversas que Moro indica como prova, ocorridas dias antes das substituições no Ministério da Justiça e na PF.
Moro mostra ao JN provas de acusações a Bolsonaro
Moro mostra ao JN provas de acusações a Bolsonaro
Em uma das conversas, Bolsonaro envia a Moro uma reportagem que diz "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas". 


E comenta: "Mais um motivo para a troca." 

O presidente se referia à troca de Maurício Valeixo, ex-diretor-geral da Polícia Federal, indicado por Moro em 2019 e exonerado por Bolsonaro no último dia 24. 

Moro, então, explicou ao presidente que todas as decisões sobre este inquérito eram do ministro do STF Alexandre de Moraes. 

Na outra conversa, Moro recebeu da deputada Carla Zambelli mensagem pedindo que aceitasse Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da PF. 


Ele acabou sendo indicado para o posto, mas teve a nomeação cancelada pelo STF. 

Zambelli sugere, na troca de mensagens, que Moro aceite a indicação de Ramagem em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal. 

Moro respondeu que "não estava à venda". 

Confira, abaixo, a íntegra do pedido de Aras ao STF: 

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
INQUÉRITO Nº 4831/DF
RELATOR: MINISTRO CELSO DE MELLO
MANIFESTAÇÃO ASSEP/PGR Nº 130677/2020
Excelentíssimo Senhor Ministro Relator,
O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA vem à presença de Vossa Excelência promover a devolução dos autos do presente inquérito para que seja juntado o termo das declarações prestadas pelo senhor Sérgio
Fernando Moro, em depoimento realizado em 2 de maio do corrente ano, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pela autoridade policial.

 
Para dar seguimento às apurações, requer o encaminhamento do procedimento investigativo ao SINQ - Serviço de Inquéritos da DICOR - Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, para que sejam realizadas as seguintes diligências:

 
1) oitiva dos Excelentíssimos Senhores Luiz Eduardo Ramos - Ministro-Chefe da Secretaria de Governo -, Augusto Heleno Ribeiro Pereira - Ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência - e Walter Souza Braga Netto - Ministro-Chefe da Casa Civil; da Excelentíssima senhora
Carla Zambelli Salgado, Deputada Federal; e dos senhores Maurício Leite Valeixo, Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem Rodrigues, Delegados da Polícia Federal, acerca de eventual patroánio, direto ou indireto, de interesses
privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes;

 
2) envio, pela Secretaria-Geral da Presidência da República, de cópia dos registros audiovisuais da reunião realizada entre o Presidente, o Vice-Presidente da República, Ministros de Estado e presidentes de bancos públicos ocorrida no último dia 22 de abril no Palácio do Planalto, no intuito de confirmar a afirmação de que o primeiro teria cobrado, de acordo com o ex-titular da Pasta da Justiça, "a substituição do SRIRJ, do Diretor Geral e [ .. . ] relatórios de inteligê11cia e informação da Policia Federal";

 
3) obtenção dos comprovantes de autoria e integridade das assinaturas digitais baseadas em certificados digitais emitidos por Autoridade Certificadora credenciada, ou, ainda, das assinaturas físicas de todos os signatários do Decreto de 23 de abril de 2020, que veicula a exoneração de Maurício Leite Valeixo do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal, na Seção 2, página 1, da edição 78 do Diário Oficial da União; e eventual documento com pedido de exoneração, a pedido, encaminhada ao Presidente da República, a requerimento do último;

 
4) elaboração, observada a cadeia de custódia, de laudo pericial, a partir da mídia de armazenamento que espelha dados informáticos contidos no aparelho de telefonia celular do mencionado ex-Ministro de Estado da Justiça, bem como de relatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos nele armazenados, pelo SINQ.

 
Quanto ao depoimento das autoridades com prerrogativa de serem ouvidas em local, dia e hora previamente ajustados entre elas e o juiz (art. 221 CPP), sugere-se a fixação de datas dentro de um prazo de 5 dias úteis da intimação, com prévia comunicação desta Procuradoria-Geral da República para acompanhamento das diligências.

 
Brasília, 4 de maio de 2020.
 
Augusto Aras
Procurador-Geral da República.



COMENTÁRIO: 


"Zambelli sugere, na troca de mensagens, que Moro aceite a indicação de Ramagem em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal. 


"Moro respondeu que não estava à venda". 


 A compostura de um homem íntegro como Sérgio Moro, rechaça todo o argumento do presidente Bolsonaro que acusa o ex-Ministro da Justiça de mentiroso.


Depois dessa atitude insana do Sr. Jair Messias Bolsonaro,  ele não reune mais condição moral para continuar sendo Presidente da nossa nação. 

Tem que ser destituído do cargo, ou pela Justiça Federal, ou pelo Congresso Nacional. 


FORA BOLSONARO !


TEU TEMPO DE FAZER O POVO BRASILEIRO DE COBAIA ACABOU ! 


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 04 de maio de 2020. 

Guedes vira alvo e pode ser a 'bola da vez'


opopular.com.br

Estadão Conteúdo.
Deputado propõe título de cidadão goiano a Jair Bolsonaro e a ...

A saída do ministro da Justiça, Sérgio Moro, com acusações graves contra o presidente Jair Bolsonaro, aumentará a pressão sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes. 


O diagnóstico é de auxiliares do próprio ministro. 


No mercado financeiro, a avaliação é que Guedes pode ser a próxima "bola da vez".


Antes da saída de Moro, Guedes já tinha alertado o chefe de que o seu governo poderia cometer os mesmos erros de governos petistas na economia com o plano de obras públicas para alavancar o crescimento. 


Com a resistência do ministro aos planos "desenvolvimentistas" do presidente, bolsonaristas querem impor ao "Posto Ipiranga" a pecha de "inimigo dos pobres".

 Paga logo Bolsonaro!” População cobra o pagamento do auxilio ...
Depois do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta e de Moro, Guedes entrou no processo de "fritura" deflagrado por uma ala do governo por insistir no discurso de manutenção da sua política de ajuste fiscal na fase pós-pandemia. 


O presidente, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, está disposto a fazer um "cavalo de pau" no seu governo.


Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, integrantes da Casa Civil e auxiliares diretos de Bolsonaro têm reclamado da "visão fiscalista" do Ministério da Economia e da falta de um contraponto econômico dentro do governo, como havia antes da criação do superministério sob a alçada de Guedes.


A unificação dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, entre outras áreas da economia do governo, foi uma das condições para que Guedes aceitasse o convite de Bolsonaro para compor o governo. 


Hoje, porém, o diagnóstico no Planalto é que o desenho concentrou poder muito grande nas mãos de um único ministro, sem que haja contraponto às suas visões. 


Quando um parlamentar quer emplacar um projeto, é a Economia que detém os números.


No passado, Fazenda e Planejamento já protagonizaram embates históricos por suas visões distintas sobre a direção da política econômica. 


Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, Guedes não aceitaria uma mudança nessa linha.


A avaliação, porém, é de que, caso o presidente atenda às pressões e faça de fato o movimento de fatiar a Economia, não seria agora porque o impacto seria muito ruim num momento em que a atividade e a confiança dos investidores penam sob os efeitos da pandemia.


As negociações de Bolsonaro com o bloco de partidos do Centrão, no entanto, têm fortalecido essa pressão, com o PTB querendo recriar o Ministério do Trabalho, pasta historicamente comandada pela legenda.


Embate.


O embate entre as visões econômicas dentro do governo foi escancarado publicamente com o Plano Pró-Brasil, que em um de seus eixos prevê dinheiro público para bancar obras em infraestrutura. 


Guedes alertou Bolsonaro que ele pode cometer o erro do governo petista, o que piorou o clima.


A interlocutores, o ministro da Economia chama o programa de "PAC do Marinho", numa crítica ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um dos entusiastas do plano.


O ministro reagiu nos bastidores com artilharia contra Marinho, um ex-subordinado considerado por ele "desleal" ao incentivar Bolsonaro a ir à frente com o plano. 


A equipe econômica ficou de fora do debate interno, até mesmo por discordar de sua direção.


Guedes considera Marinho desleal, mas não os militares. 


"Inimigos são pautas-bomba. 


Desarmei a do Maia-governadores (presidente da Câmara, Rodrigo Maia) acionando o Alcolumbre (Davi Alcolumbre, presidente do Senado)", disse Guedes a um interlocutor, em referência ao projeto de socorro a Estados e municípios.


O sinal de alerta mais contundente da fritura sentido pela equipe de Guedes foi visto em reportagem da TV Record, empresa com fortes vínculos ao bolsonarismo, que acusa o ministro de cinco erros sem explicitar os problemas.


Outro sinal comum em Brasília, quando um presidente quer esvaziar um ministro, é não incluí-lo na agenda. 


Na sexta, Guedes ficou fora de agenda que tinha os ministros Marinho e de Infraestrutura, dois dos articuladores do Pró-Brasil. 


Nomes para substituir o ministro já estão na praça, entre eles o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e o próprio Marinho.


Apesar do "fogo amigo" dos últimos dias, em reunião hoje com a equipe, Guedes transmitiu tranquilidade e foco nas ações da crise. 


O tema da reunião foi a ação do governo para destravar crédito, segundo diversos relatos de participantes da reunião, que ocorreu antes da entrevista de Moro. 


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Editorial: Bolsonaro insiste na desobediência institucional


Radicalização no ataque às instituições ameaça quebrar juramento que fez na posse.
 Bolsonaro diz que decisão de Moraes foi 'política' e que vai ...

O presidente Jair Bolsonaro parece ter decidido se manter de vez na trajetória de desobediência institucional para fazer um teste mais forte dos limites que a Constituição impõe ao Executivo. 


Os arroubos autoritários de Bolsonaro, da família e de seguidores mais sectários vêm de antes da posse. 


A liberdade de expressão é um direito, mas todos podem ser responsabilizados se atentarem contra preceitos também constitucionais. 


Dessa forma, com idas e vindas e correção de desvios por força da Lei, vive-se na democracia, em liberdade e aperfeiçoamento constante.


O que tem feito o presidente é algo diferente e mais grave, pelo cargo que ocupa. 


Tem pregado a sedição, com ameaças claras à ordem constituída. 


Vai muito além da irresponsável militância que exerce contra o isolamento social, e leva seguidores a fazerem o mesmo, preocupado exclusivamente com seu projeto eleitoral, que teme ser prejudicado caso demore a retomada da economia devido à epidemia do coronavírus. 


Junta-se a um grupo de autocratas bizarros e coloca o Brasil na companhia isolada de Bielorússia, Turcomenistão e Nicarágua. 


Não se preocupa com a marcha sem recuo da Covid-19 no país para ultrapassar, ontem, 7 mil mortos e 100 mil contaminados.


A participação de Bolsonaro em mais uma manifestação antidemocrática em Brasília, duas semanas depois da primeira, marca a radicalização do presidente. 


Naquela, na entrada do Quartel-General do Exército, entre slogans em favor de um golpe militar e um novo AI-5, ele soltou um pouco enigmático “não queremos negociar nada”. 


Nesta última aglomeração, desta vez em frente ao Planalto, também com ataques de militantes ao ex-ministro Sergio Moro, o presidente foi adiante na sua visão autocrática do poder, repetindo a leitura canhestra que faz da Carta: “Queremos a independência verdadeira dos Três Poderes (...). Chega de interferência. 


Não vamos admitir mais interferência”, avisou o presidente, aproximando-se de um chavismo de direita — todos os poderes nas mãos do Executivo, com Judiciário e Legislativo no papel de figurantes. 


O que é inaceitável. 


Para reforçar o caráter autoritário e ilegal do ato, bolsonaristas atacaram repórteres do jornal “O Estado de S.Paulo”, agredindo a própria liberdade de imprensa.


O presidente repete a postura que teve na posse do ministro da Justiça e Segurança Pública e do advogado-geral da União, André Mendonça e José Levi, quando reclamou do impedimento de nomear o delegado Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF determinado pelo ministro Alexandre de Moares, do STF, a pedido do PDT. 


São os freios e contrapesos da democracia funcionando, contra o que Bolsonaro se revolta. 


Mas tem de obedecer, é assim que funciona. 


E terá de continuar a funcionar. 


Mesmo que não goste de investigações que ameaçam filhos e podem iluminar os porões que sustentam manifestações como a de ontem, uma investigação sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, não por acaso objeto de agressões do bolsonarismo e causa de irritações do presidente.


Bolsonaro, nesta radicalização, começa rasgando o próprio juramento que fez na posse, conforme o artigo 78 da Carta: “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro (....)”. 


Na política e na saúde, ele vai em sentido contrário. 


O presidente aceitou as regras constitucionais para se eleger deputado federal e presidente da República. 


Agora quer virar a mesa, o que é inconcebível.


Bolsonaro garantiu que as Forças Armadas estão ao seu lado nesta empreitada inconstitucional. 


Estaria certo disso depois de ter se reunido, sem registro na agenda, com chefes militares. 


A ver se as Forças Armadas aceitam manchar sua imagem reconstruída com muito esforço, profissionalismo e disciplina.


Há duas semanas, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, depois do ato no QG do Exército, reafirmou o compromisso das Forças Armadas com a Constituição, promulgada há 32 anos, num processo político de redemocratização em que foram fundamentais. 


E continuam sendo nessas três décadas contínuas de estabilidade democrática, o mais longo período de normalidade sem interrupções em 131 anos de República.

Bolsonaro quer Forças Armadas contra Moro e STF, mas generais não avalizam ataques



Por Andréia Sadi


Cúpula das três Forças Armadas se irritou com a fala do presidente na manifestação deste domingo (3), quando ele disse que as Forças estão ao seu lado. 

 

O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião no último sábado (2), no Palácio da Alvorada, com generais que ocupam cargos em seu governo e com os generais da cúpula das Forças Armadas. 

Segundo o blog apurou, Bolsonaro usou a reunião para reclamar das últimas decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como a liminar de Alexandre de Moraes no caso de Alexandre Ramagem; Luís Roberto Barroso no caso dos diplomatas venezuelanos; e Celso de Mello na abreviação de prazo para que Sergio Moro depusesse no inquérito que corre na Corte. 

Nas palavras de um general que estava presente, Bolsonaro reclama que não “consegue nomear ninguém” pois é impedido pelo Supremo, e , apesar de dizer que “não há saída fora da Constituição”, o presidente subiu o tom, em desafio, e cobrou o que chama de “equilíbrio” do Judiciário. 

O discurso de Bolsonaro na reunião de sábado foi ecoado no dia seguinte, na manifestação antidemocrática que contou com sua participação em Brasília.
No entanto, a cúpula das três Forças Armadas se irritou com a fala do presidente na manifestação, quando ele disse que as Forças estão com ele. 
Parcela dos militares se preocupa com loucuras de Bolsonaro - Blog ...
Parcela dos militares se preocupa com loucuras de Bolsonaro - Blog ...
Generais que participaram da reunião foram uníssonos ao confirmar que não houve endosso da cúpula militar no encontro quando Bolsonaro fez críticas ao STF e a Sergio Moro. 

Repetem que receberam uma convocação no sábado, no Palácio da Alvorada. Por isso, compareceram, mas se sentem incomodadas com o “uso político” de sua imagem por Bolsonaro, durante a manifestação. 

Mais: não são parte na guerra política entre Moro e Bolsonaro. Generais têm Moro como símbolo no combate à corrupção e querem distância da briga do ex-ministro com o presidente.
Bolsonaro, para militares, tenta criar um ambiente de “nós contra eles”, para tentar convencer o STF de que as Forças Armadas o apoiam na briga com Moro. 

O presidente tem elogiado o presidente do STF, Dias Toffoli: inclusive, apostando que se Toffoli fosse o relator do caso Ramagem, o escolhido de Bolsonaro para comandar a PF seria liberado a assumir. 

No entanto, ministros do STF que conversam com generais foram avisados no domingo (3) de que a fala do presidente foi um movimento individual e que, como repetem, não há risco de golpe com apoio das Forças Armadas. Portanto, se o presidente tem essa ideia, precisará buscar apoio em outro lugar.
Bolsonaro: 'Peço a Deus que não tenhamos problemas nesta semana, chegamos no limite'
Bolsonaro: 'Peço a Deus que não tenhamos problemas nesta semana, chegamos no limite'.



COMENTÁRIO:


Bolsonaro está usando o nome das Forças Armadas e o nome de Deus, para que ambos o apoiem nas sua afrontas ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal, e ao Sérgio Moro. 

Eu tenho certeza absoluta que nem Deus e nem as Forças Armadas Brasileira estão apoiando esse comportamento desastroso de um presidente que deveria agir como um verdadeiro e exemplar Presidente !


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 04 de maio de 2020.

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Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...