Polícia Federal pediu mudança de prisão temporária para preventiva para Érica Cristina Carpi, suspeita de desviar dinheiro dos cofres da prefeitura de Jales.
Por G1 Rio Preto e Araçatuba
A Justiça aceitou nesta sexta-feira (3) o pedido da Polícia Federal de converter a prisão, de temporária para preventiva, da ex-diretora financeira da prefeitura de Jales (SP).
Com isso, Érica Cristina Carpi vai ficar presa até o julgamento.
Ela é
acusada de desviar mais de R$ 5 milhões da prefeitura para pagar
despesas pessoais e de empresas da família.
O marido dela, Roberto Santos Oliveira, também teve a prisão convertida
de temporária para preventiva.
Para a irmã Simone Carpi Brandt e o
cunhado Marlon Brandt, a Justiça prorrogou a prisão por mais cinco dias.
Advogados de defesa dos suspeitos disseram que vão ter acesso ao inquérito e só depois vão se pronunciar sobre o caso.
Os quatro são acusados de participar do esquema de desvio de dinheiro
dos cofres da Prefeitura de Jales e foram presos na terça-feira (31)
durante a operação Farra do Tesouro.
Além dos quatro suspeitos, a então secretária de Saúde da cidade, Maria
Aparecida Martins, também tinha sido presa temporariamente, mas a própria Polícia Federal pediu a revogação da prisão.
O esquema
Segundo a PF, Érica era responsável por realizar todos os pagamentos da
prefeitura.
A tesoureira emitia cheques da prefeitura, pagava boletos
bancários das empresas do marido, e até transferia valores diretamente
das contas públicas, principalmente da área da saúde, em benefício
próprio, de seus familiares, fornecedores pessoais e de empresas.
Os valores desviados eram ocultados em bens móveis e imóveis, além de
financiar as empresas que foram abertas nas cidades de Jales e Santa Fé
do Sul (SP).
As investigações da PF começaram no início deste ano.
Segundo a PF, há
vários anos, a tesoureira seria a mentora do esquema de desvios.
Ela foi
contratada em 2005 para trabalhar na prefeitura sem concurso público.
A polícia localizou cheques emitidos da conta do setor de Saúde da
prefeitura, assinados pela tesoureira e pela secretária da Saúde, tendo
como beneficiários boutiques de grife, lojas de joias e decoração,
salões de beleza, salões de festas, arquitetos, clínicas estéticas,
móveis planejados.
Na internet, a família da tesoureira exibia uma vida de luxo.
Festas,
aniversários com camisetas personalizadas e fins de semana em uma
chácara na Zona Rural de Jales que, segundo a PF, é avaliada em R$ 1,5
milhão e teria sido construída com dinheiro desviado dos cofres
públicos.
Durante a operação, a PF encontrou cerca de R$ 16 mil em
dinheiro no quarto da irmã de Érica.
As investigações apontaram que, somente nos últimos dois anos, ela teria desviado aproximadamente R$ 2 milhões.