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terça-feira, maio 15, 2018

Delator da Lava Jato é preso em operação contra lavagem de dinheiro de tráfico internacional de drogas

Efeito Dominó é um desdobramento da operação que prendeu o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes da América do Sul.



Por José Vianna e Thais Kaniak, RPC Curitiba e G1 PR
PF faz operação contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em seis estados e no DF
PF faz operação contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em seis estados e no DF
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta terça-feira (15) Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, delator da Lava Jato. 
Outras sete pessoas também foram presas em uma operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. 
 
Ceará atuava na Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef e firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). 
O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
A PF disse que vai avisar as duas instituições para que avaliem a rescisão do acordo. 
 
Ceará foi preso preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado, em João Pessoa (PB). 
No final da manhã, ele deixou a sede da PF na Paraíba para ser transferido para a Superintendência da PF, em Curitiba
 
Como delator da Lava Jato, Ceará mencionou os políticos Fernando Collor de Mello, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues. (Veja abaixo). 
 
O delegado da PF Igor Romário de Paula afirmou que, na época da delação, Ceará escondeu os crimes que ele cometia relacionados ao tráfico de drogas.
Carlos Alexandre de Souza Rocha chega ao Aeroporto Internacional de João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Carlos Alexandre de Souza Rocha chega ao Aeroporto Internacional de João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1).

Outros doleiros

O G1 apurou que, além dele, outros dois operadores financeiros agem no esquema investigado pela Operação Efeito Dominó, deflagrada nesta terça.
 
Um deles, Edmundo Gurgel Junior, foi investigado pela PF no caso Banestado, na Operação Farol da Colina, segundo a Polícia Federal. Ele foi alvo de prisão preventiva, no Recife (PE). 
 
O outro doleiro preso é José Maria Gomes. 
 
A prisão dele é temporária e ocorreu no Rio de Janeiro (RJ). 
 
Todos os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba. 
 
O G1 tenta localizar os advogados dos citados.
PF apreendeu dinheiro durante busca realizada em Recife, pela Operação Efeito Dominó (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
PF apreendeu dinheiro durante busca realizada em Recife, pela Operação Efeito Dominó (Foto: Divulgação/Polícia Federal).

Operação Efeito Dominó

Batizada de Efeito Dominó, a ação é um desdobramento da Operação Spectrum, deflagrada em 2017. 
 
Na ocasião, Luiz Carlos da Rocha – o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes da América do Sul, segundo a PF – foi preso em Sorriso (MT). 
 
 
De acordo com a PF, a investigação policial apontou uma "complexa e organizada estrutura" destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de entorpecentes. 
 
O delegado da PF Roberto Biasoli afirmou que as pessoas presas nesta terça-feira formam o "núcleo principal" da organização ligada ao Cabeça Branca.
"Só pelo que nós conseguimos levantar com o material apreendido, do ano de 2014 a 2017, teriam sido negociadas 27 toneladas de cocaína, isso com um lucro de aproximadamente US$ 140 milhões", disse o delegado.
Biasoli explicou que quase todos os presos tinham acesso ao Cabeça Branca, e que o contato com ele era restrito. 
 
Os presos, segundo Biasoli, são doleiros e lavadores de dinheiro. 
 
Conforme o delegado, Ceará e Cabeça Branca passaram a atuar juntos a partir de 2016. 
 
Antes, em 2013, Ceará já trabalhava para traficantes, ainda de acordo com o delegado.
 
 (Foto: Arte/G1) 
(Foto: Arte/G1).

A estratégia

A estratégia da operação, conforme a PF, é baseda na ligação de interesses das atividades ilícitas dos "clientes dos doleiros" investigados. 
 
Biasoli citou que traficantes estão entre esses "clientes". 
 
De um lado, havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas, segundo a PF. 
 
Do outro, de acordo com a PF, traficantes internacionais – como Cabeça Branca – tinham disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para fazer as transações internacionais com fornecedores de cocaína. 
 
Biasoli esclareceu que a troca de dólares era realizada de várias formas, sendo o dólar-cabo, que são transferências internacionais ilegais, uma delas. 
 
Também havia lavagem de dinheiro, segundo o delegado, por meio de fazendas e em nome de laranjas.
"A gente tem indícios de um link direto do dinheiro do narcotráfico indo parar na mão de políticos corruptos (...)

Eles não estão interessados em saber a origem, eles querem receber.


E esse cara que lidava com o dinheiro de narcotraficantes também entregava propina a corruptos", afirmou Biasoli.

Os mandados judiciais.

Ao todo, são 26 mandados judiciais expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba. 
 
Há 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária. 
 
Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e em São Paulo.
 
Biasoli relatou que foram apreendidos documentos, uma arma de calibre restrito e dinheiro. 
 
Entretanto, até o começo da tarde, não havia um balanço fechado do material apreendido na operação. 
 
Crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes são apurados pela Efeito Dominó.
Operação Efeito Dominó apura crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes (Foto: Divulgação/PF)
 
Operação Efeito Dominó apura crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes (Foto: Divulgação/PF).

Ceará

Ceará, preso na Operação Efeito Dominó, é um dos delatores da Operação Lava Jato. 
 
Ele trabalhava para o doleiro Alberto Youssef. 
 
Em 2014, Ceará disse, em depoimento, que foi a Maceió e levou R$ 300 mil para o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) em pacotes de notas de R$ 100. 
 
O depoimento foi homologado em 2015.
 
À época, Collor negou conhecer Ceará e questionou a credibilidade do seu depoimento.
 
O delator também mencionou, em depoimento, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$ 300 mil a mando de Youssef. 
 
Aécio negou a afirmação. 
 
Ceará ainda citou a entrega de dinheiro a outros políticos, entre eles, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). 
 
Contudo, Alberto Youssef negou o repasse de valores a Randolfe Rodrigues, e o STF não viu motivo para investigá-lo
 
Renan Calheiros negou ter recebido dinheiro.

segunda-feira, maio 14, 2018

Brasil pede aos EUA registros da CIA sobre ditadura militar, informa Itamaraty

Resultado de imagem para Brasil pede aos EUA registros da CIA sobre ditadura militar, informa Itamaraty

Embaixada em Washingtn pediu ao governo norte-americano registros produzidos pela CIA durante o regime militar no Brasil. Decisão contempla pedido do Instituto Vladimir Herzog.


Por Guilherme Mazui, G1, Brasília

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que a embaixada do Brasil em Washington solicitou nesta segunda-feira (14) ao governo americano os documentos produzidos pela CIA (agência de inteligência norte-americana) sobre operações de tortura e morte de brasileiros
 
A determinação contempla o pedido feito na sexta-feira (11) pelo presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, filho do jornalista assassinado na ditadura militar. 
 
Ivo Herzog enviou carta ao ministro Aloysio Nunes na qual pediu para que o governo federal solicite aos EUA a "liberação completa" dos registros da CIA que "documentam a participação de agentes do Estado Brasileiro em operações para torturarem ou assassinarem cidadãos brasileiros". 
 
Trecho de memorando recém-liberado pelo governo dos EUA (Foto: Reprodução/G1)
Trecho de memorando recém-liberado pelo governo dos EUA (Foto: Reprodução/G1).
 
A carta foi enviada ao ministro após a revelação de um memorando da CIA, segundo o qual o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre 1974 e 1979, sabia e autorizou execução de opositores durante a ditadura militar. 
 
Vladimir Herzog foi torturado e morto em uma cela do DOI-Codi em São Paulo, em 25 de outubro de 1975. 
Na época, o regime militar argumentou que Herzog tinha se suicidado. 
 
Levantamento do G1 com base em registros da Comissão Nacional da Verdade mostra que 89 pessoas morreram ou desapareceram após 1º de abril de 1974, data a partir da qual, segundo o documento da CIA, Geisel autorizou a execução de opositores.
O então presidente da República Ernesto Geisel durante evento em São Paulo em novembro de 1978 (Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo)
O então presidente da República Ernesto Geisel durante evento em São Paulo em novembro de 1978 (Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo).

Moro condena Renato Duque, Léo Pinheiro, ex-tesoureiro do PT e mais 10 réus em ação penal da Lava Jato

Investigados foram alvo da 31ª fase da operação; Duque e Pinheiro foram condenados a mais de dois anos pelo crime de corrupção, e o ex-tesoureiro Paulo Ferreira a mais de 9 anos por lavagem de dinheiro e associação criminosa.


Por Adriana Justi e Erick Gimenes, G1 PR, Curitiba
Renato Duque é um dos réus no processo (Foto: Reprodução)
Renato Duque é um dos réus no processo (Foto: Reprodução).
 
O juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-executivo da construtora OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro pelos crimes de corrupção passiva e ativa, respectivamente, em um processo da Lava Jato.
 
O ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira também foi condenado a 9 anos e 10 meses em regime fechado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. 
É a primeira condenação dele pela Lava Jato. 
 
Duque foi condenado a dois anos e oito meses em regime semiaberto e Pinheiro a dois anos e seis meses em regime aberto. 
Outros 10 réus também foram condenados no processo.  
Veja a lista completa abaixo.
 
Erasto Messias da Silva Júnior foi absolvido de todas imputações e Edison Freire Coutinho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros foram absolvidos do crime de lavagem de dinheiro. 
 
Os investigados foram alvo da 31ª fase da Lava Jato, batizada de Abismo, e que foi deflagrada em julho de 2016. 
A ação investiga crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro por meio de contratos da Petrobras.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal (PF) afirmam que o Consórcio Novo Cenpes pagou R$ 39 milhões em propina para conseguir um contrato na Petrobras entre 2007 e 2012. 
A obra licitada era a do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). 
 
O consórcio era composto pela OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia. 
OAS e Shahin Engenharia já eram investigadas pela Lava Jato. 
 
No despacho, Moro destacou que a prática do crime de corrupção que incide sobre Renato Duque e Léo Pinheiro envolveu o pagamento de R$ 20.658.100,76. 
"Um valor muito expressivo a executivos da Petrobras e a agentes políticos", disse. 
 
As investigações da 31ª fase se deram após o acordo de leniência e de colaboração premiada com a empresa Carioca Engenharia e seus principais executivos, que reconheceram o acerto para beneficiar o Consórcio Novo Cenps e o pagamento de propinas aos envolvidos, conforme a força-tarefa da Lava Jato.

Veja quem são os condenados e os respectivos crimes.

  • Adir Assad - lavagem de dinheiro - 5 anos e 10 meses em regime semiaberto;
  • Agenor Franklin Magalhães Medeiros - corrupção ativa - 2 anos e 6 meses em regime aberto;
  • Alexandre Correa de Oliveira Romano - lavagem de dinheiro associação criminosa - 9 anos e 4 meses em regime fechado;
  • Edison Freire Coutinho - corrupção ativa e associação criminosa - 5 anos em regime semiaberto;
  • Genésio Schiavinato Júnior - corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa - 12 anos e 8 meses em regime fechado;
  • José Aldemário Pinheiro Filho - corrupção ativa - 2 anos e seis meses em regime aberto;
  • José Antônio Marsílio Schwarz - lavagem de dinheiro e associação criminosa - 5 anos e 6 meses em regime semiaberto;
  • Paulo Adalberto Alves Ferreira - lavagem de dinheiro e associação criminosa - 9 anos e 10 meses em regime fechado;
  • Renato de Souza Duque - corrupção passiva - 2 anos e 8 meses em regime semiaberto;
  • Ricardo Backheuser Pernambuco - corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa - 9 anos e seis meses em regime fechado;
  • Rodrigo Morales - lavagem de dinheiro - 6 anos e 10 meses em regime semiaberto;
  • Roberto Ribeiro Capobianco - corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa - 12 anos em regime fechado;
  • Roberto Trombeta - lavagem de dinheiro - 6 anos e 10 meses em regime semiaberto;
Na decisão, Moro destacou que os réus que têm acordo de delação premiada possuem benefícios como redução de pena.

Dinheiro para escola de samba

Entre as contas utilizadas para a realização dos repasses estão as da escola de samba Estado Maior da Restinga, de Porto Alegre e da madrinha da bateria da agremiação, que receberam R$ 45 mil e R$ 61,7 mil, respectivamente. 
 
A época da acusação, o presidente da escola Estado Maior da Restinga Robson Dias disse que repasse de R$ 45 mil tinha sido feito para bancar uma viagem à China, que seria tema do enredo da agremiação no carnaval de 2010, mas que não sabia que os recursos eram da Petrobras.

O outro lado.

O advogado Cássio Quirino Norberto, que defende Edison Freire Coutinho, disse que embora seja mais adequado se manifestar nos autos, ele reafirma o compromisso firmado por seu cliente no acordo de delação premiada. 
 
O G1 tenta contato com a defesa dos condenados.

Padre embriagado se envolve em acidente de trânsito em Cabreúva

Colisão entre dois veículos ocorreu na rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Religioso e outras duas pessoas foram socorridos a hospitais da região.


Por G1 Sorocaba e Jundiaí
Padre ficou ferido e precisou ser internado em Sorocaba (Foto: Reprodução/Facebook)
 
Padre ficou ferido e precisou ser internado em Sorocaba (Foto: Reprodução/Facebook).
 
Dois carros capotaram em um acidente de trânsito no km 82 da rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, em Cabreúva (SP), na noite de sábado (12).
 
Segundo a polícia, um dos motoristas é o padre Edelcio Francisco Ferreira Neto, de 57 anos, que estava alcoolizado. 
Polícia informou que a embriaguez foi constatada no teste do bafômetro.

Ainda conforme a polícia, o religioso bateu com o carro na traseira de outro veículo em que estava um casal.
 
A motorista, de 46 anos, foi levada para o pronto-socorro em Itu (SP), e o padre para um hospital particular em Sorocaba (SP).

O padre teve uma fratura no ombro e foi encaminhado à delegacia após passar por atendimento. 
Uma das vítimas atingidas no acidente teve ferimentos leves e foi liberada. 
A outra vítima não teve o estado de saúde informado. 
 
Os veículos foram levados para a delegacia de Cabreúva. 
Segundo um dos delegados plantonistas de Cabreúva, o padre infringiu os artigos 303 e 306, que são os crimes de embriaguez ao volante e lesão corporal culposa. 
O juiz de plantão liberou o padre.

domingo, maio 13, 2018

Nota de esclarecimento e apoio aos jornalistas do Cruzeiro do Sul



Jornalistas do Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, não são responsáveis pela linha editorial adotada pela direção do jornal, nem pelo desrespeito ao direito à informação

Por Redação - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Na noite desta quinta-feira (10), cerca de 4 mil servidores públicos municipais de Sorocaba realizaram uma Marcha Contra a Terceirização, mobilização legítima e democrática, realizada com o intuito de lutar pela qualidade no atendimento dos serviços públicos prestados no município, ameaçados pelo sucateamento diante das iniciativas da Prefeitura Municipal para terceirizar, entre outros, a saúde e o ensino na cidade.

Apesar da relevância do protesto para os interesses dos cerca de 660 mil habitantes da cidade, o Jornal Cruzeiro do Sul, um dos principais da região, simplesmente ignorou a mobilização, gerando indignação e revolta não só dos próprios servidores municipais, como de toda a população sorocabana que teve seu direito à informação subtraído.

Por isso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) esclarece que a ausência da cobertura pelo Cruzeiro do Sul se deve não aos seus trabalhadores e trabalhadoras, mas, sim, à linha editorial adotada na publicação cuja parcialidade tem se aprofundado a cada dia, sobretudo com recentes mudanças ocorridas na direção e na edição do jornal.

É de total responsabilidade da direção do jornal a opção por ignorar um fato tão importante e não de seus jornalistas, que são profissionais conscientes de seu papel social e que têm sofrido forte censura interna, assédios e outras formas de cerceamento na redação.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo lamenta que a direção do jornal Cruzeiro do Sul ignore esse papel social da comunicação, bem como a importância do direito à informação, essenciais numa sociedade democrática.

São Paulo, 11 de maio de 2018.
Direção - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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Caso Marielle: gravações mostram que vereador conversou com miliciano por telefone

Marcello Siciliano foi apontado por testemunha como um dos responsáveis pelo assassinato da vereadora. Nas gravações, ele atende a um pedido de policiamento e pede ajuda para fazer a implantação de um projeto social em área de milícia.


Por Fantástico
Gravações mostram Marcello Siciliano prometendo blitz da PM para miliciano
Gravações mostram Marcello Siciliano prometendo blitz da PM para miliciano.
 
Apesar de afirmar ser contrário à ação da milícia, o vereador Marcello Siciliano, do PHS, já conversou com milicianos ao telefone. 
Gravações feitas pela polícia mostram pelo menos duas conversas telefônicas entre ele e integrantes do grupo criminoso. 
 
Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo na última terça-feira (8), ele e Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, tramaram a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na noite de 14 de março
Durante uma coletiva na quarta (9), Siciliano negou participação no crime
 
As interceptações foram mostradas na noite deste domingo (13) pelo Fantástico. 
Na primeira conversa, vereador e miliciano se cumprimentam chamando um ao outro de "irmão".
 Resultado de imagem para Caso Marielle: gravações mostram que vereador conversou com miliciano por telefone
Em outra conversa, um homem pede que Siciliano acione o 31º BPM (Recreio). 
Homem: "Uns bandidos lá mataram um amigo nosso. 
Você podia dar um toque no pessoal do 31 pra ficar de olho. 
Se botar uma blitz ali, vai pegar".
Siciliano: "Vou mandar botar agora. 
Na volta eu passo aí. Beijo."

Homem: "Tá bom. Beijo. Fica com Deus."

Siciliano: "Te amo, irmão."

No segundo telefonema, segundo as investigações, o vereador pede ajuda para inaugurar um projeto social na área de milícia:

Siciliano: "O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje. Aí o rapaz falou: 'Não. Não vai fazer nada, não." 
Homem: "Não, pode ir."
Siciliano: "Eu posso ir atrá lá da pessoa pra resolver no teu nome?"
Homem: "Pode. 
Vou te mandar o telefone aqui."
Por meio de nota, o vereador reafirmou que nunca teve envolvimento com milícias. 
Disse, também, que já foi investigado mas não chegou a ser indiciado. 
Ele ainda se colocou à disposição da polícia para quaisquer novos esclarecimentos.
 
Siciliano foi eleito com 13,5 mil votos – a maioria conseguidos na Zona Oeste da cidade. 
Ele não responde a nenhum processo criminal.

Orlando Curicica.

Ex-chefe de uma milícia e preso desde outubro do ano passado, Orlando Curicica também negou, por meio de carta, qualquer participação no assassinato de Marielle Franco. 
 
Ele foi detido após ser apontado como mandante da morte de um homem que decidiu montar um circo na área controlada por Orlando sem pedir sua autorização.

Em uma ação parecida com a do assassinato da vereadora, dois bandidos dispararam 12 vezes na direção da vítima. 
Uma mulher que o acompanhava sobreviveu e hoje vive escondida. 
O grupo de orlando, assim como outros milicianos, também é investigado por grilagem, que é a posse ilegal de terernos.

A Zona oeste é o berço dos milicianos cariocas. 
São grupos que usam de violência para ameaçar a população e cobrar por serviços irregulares, como transporte, entrega de gás e canais de TV por assinatura. 
Eles também tomam moradias e terrenos à força. 
 
"Já tivemos casos comprovados em que eles invadiram, tiraram os moradores, expulsaram e depois usaram o imóvel para a venda de terceiros", disse o promotor de Justiça, Daniel Braz. 
 
Na mesma carta em que negou participação no assassinato de Marielle, Orlando Curicica acusou um delegado da Divisão de Homicídios (DH) de tentar convencê-lo a confessar envolvimento no crime. 
 
"Ele foi visitado pelo delegado titular da DH, doutor Giniton, que fez uma proposta que eu considero uma ameaça, dizendo a ele o seguinte: 'Ou você assume esse crime ou vou embuchar mais dois homicídios nas suas conta e vou lhe transferir para Mossoró. 
Se você assumir, eu consigo um perdão judicial", descreveu o advogado de Orlando, Renato Darlan. 
 
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil informou que o delegado Giniton Lopes esteve no presídio para tomar o depoimento de Orlando sobre o assassinato de Marielle, mas ele não quis falar.

Quatro homens.

Segundo a versão da testemunha que acusa Orlando e o vereador Siciliano, os dois queriam a morte de Marielle porque ela era uma ameça aos interesses de ambos na Zona Oeste.
 
Ainda segundo a testemunha, no carro que abordou o veículo onde estava Marielle – além do motorista Anderson Gomes, também assassinado – havia quatro homens: um policial militar da ativa, um ex-PM e atualmente miliciano da Zona Oeste, além de outros dois milicianos. 
 
"São áreas onde a gente sabe que existem disputas territoriais, disputas entre interesses de grilagem. 
A Marielle não tinha uma disputa eleitoral nas áreas de milícia, mas ela fazia uma ação social de atendimento a essas vítimas da milícia", explicou o deputado estadual Marcelo Freixo.

O Fantástico apurou que a testemunha forneceu à polícia o número de um celular que teria sido usado pelos assassinos – esse número já vinha sendo investigado.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, declarou que todos os citados pela testemunha já são considerados investigados, mas lembra que é preciso comprovar o que foi dito no depoimento. 
 
"É preciso supor se esses dados batem com os que dispõe a investigação. 
Se não, de fator perde a consistência com que foram dadas essas declarações", disse o ministro. 
 
"É possível que seja milícia? É. Mas é importante que haja produção de provas. 
A gente não quer vingança, a gente quer justiça", finalizou Freixo.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...