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sábado, fevereiro 10, 2018

Segovia nega ter falado em arquivamento e diz que investigação sobre Temer não sofre interferência

À TV Globo, diretor-geral da PF disse que declarações foram mal interpretadas e que vai explicar entrevista ao ministro Luís Roberto Barroso, responsável pela investigação sobre presidente no STF



Por Vladimir Netto e Renan Ramalho, TV Globo e G1, Brasília
O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, e o presidente Michel Temer durante evento em novembro de 2017 (Foto: Marcos Corrêa/PR) 

O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, e o presidente Michel Temer durante evento em novembro de 2017 (Foto: Marcos Corrêa/PR).
 
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, negou neste sábado ter dito que a investigação sobre o presidente Michel Temer será arquivada e que a equipe responsável pelo caso na corporação tem “toda autonomia e isenção” para conduzir as apurações, “sem interferência da Direção Geral”. 
 
A manifestação foi distribuída numa carta interna aos servidores da PF após a publicação de uma entrevista que deu à agência Reuters na qual disse que a tendência na PF é recomendar o arquivamento da investigação, na qual Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar em um decreto que renovou concessões no Porto de Santos.

Entenda:

A agência Reuters divulgou entrevista na qual Segovia afirma que não vê prova contra Temer no inquérito sobre o decreto dos portos e deve pedir arquivamento da investigação
Na carta, Segovia diz que, como chefe da corporação, tem por dever acompanhar “com o cuidado e a atenção exigida todos aqueles casos que possam ter grande repercussão social”, antes de listar uma série de medidas de reforço à Operação Lava Jato. 
 
“Reafirmo minha confiança nas equipes que cumprem com independência as mais diversas missões. 
 
É meu compromisso na gestão da PF resguardar os princípios republicanos. 
 
Asseguro a todos os colegas e à sociedade que estou vigilante com a qualidade das investigações que a Polícia Federal realiza, sempre em respeito ao legado de atuações imparciais que caracterizam a PF ao longo de sua história”, afirmou ainda na carta (leia a íntegra abaixo). 
 
Ainda neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou Segovia a explicar às declarações à Reuters e determinou que ele se abstenha de novas manifestações sobre o caso. 
 
Barroso é relator do inquérito sobre Temer e considerou que o diretor-geral da PF ameaçou o delegado responsável pelo caso e, por isso, pode ter cometido infração administrativa e penal. 
 
À TV Globo, Segovia disse, por telefone, que vai comparecer ao gabinete do minstro Barroso, levando a transcrição da entrevista à Reuters, e vai dizer que suas declarações foram mal interpretadas pela imprensa. 
 
Ele disse que não tem, nem teve, a intenção de interferir na investigação ou no trabalho do delegado. 
 
Leia a íntegra da carta:
 
Brasília, 10 de Fevereiro de 2018
Caros Servidores,
Afirmo que em momento algum disse à imprensa que o inquérito será arquivado. 
 
Afirmei inclusive que o inquérito é conduzido pela equipe de policiais do GInqE com toda autonomia e isenção, sem interferência da Direção Geral.
 
Acompanho e acompanharei com o cuidado e a atenção exigida todos aqueles casos que possam ter grande repercussão social, é meu dever, é o que caracteriza o cargo de direção máxima desta instituição, é o que farei.
 
Foi com este espírito que, em articulação com 13a Vara da Justiça Federal em Curitiba, reforçamos a equipe à disposição da Lava-Jato, dobramos o número de policiais à disposição do Grupo de Inquérito Especiais, dotamos a unidade de meios, reservando quase integralmente uma ala do Edifício Sede. 
 
Assim também agimos, providenciando meios, em muitas investigações que ainda correm em fase velada. 
 
Também assim procedemos quando com altivez lutamos e conseguimos a definitiva implementação do adicional de fronteira, demanda histórica de nossos colegas lotados em alguns casos nas inóspitas e carentes regiões fronteiriças.
 
Reafirmo minha confiança nas equipes que cumprem com independência as mais diversas missões. 
 
É meu compromisso na gestão da PF resguardar os princípios republicanos. 
 
Asseguro a todos os colegas e à sociedade que estou vigilante com a qualidade das investigações que a Polícia Federal realiza, sempre em respeito ao legado de atuações imparciais que caracterizam a PF ao longo de sua história.
 
Fernando Queiroz Segovia Oliveira
 
Diretor-Geral da Polícia Federal

Pastor é denunciado por matar e ocultar o corpo de pastora em Goiás

 

Ailsa Gonzaga sumiu após sair de casa para alugar imóvel, em Goiânia. Quase dois meses depois, Alexandre Silva foi preso e confessou que matou a vítima, com que já teve um relacionamento.



Por Paula Resende, G1 GO
Ailsa Regina Gonzaga, de 40 anos, foi morta próximo a cachoeira em Aragoiânia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
 
Ailsa Regina Gonzaga, de 40 anos, foi morta próximo a cachoeira em Aragoiânia (Foto: TV Anhanguera/Reprodução).
 
O pastor Alexandre de Souza e Silva, de 47 anos, foi denunciado, na sexta-feira (9), pela morte da pastora Ailsa Regina Gonzaga, de 40 anos, que sumiu após sair de casa para alugar um imóvel em Goiânia. 
 
O Ministério Público de Goiás o acusa de feminicídio e ocultação de cadáver. 
 
O suspeito, que já teve um relacionamento amoroso com a mulher, está preso e confessou ter matado a vítima durante uma discussão.
 
O promotor de Justiça Marcelo Franco de Assis Costa, que assina a denúncia, destacou no documento que as condições em que o assassinato foi cometido comprovam “o desprezo do denunciado pela condição do sexo feminino, inclusive a violência em contexto amoroso familiar”. 
 
Ailsa foi vista pela última vez em 8 de novembro de 2017, quando saiu de casa para alugar um imóvel, em Goiânia. 
 
Na ocasião, ela deixou os dois filhos, de 15 e 11 anos, na residência e não voltou mais. 
 
Quase dois meses depois, em 28 de dezembro, o pastor foi preso na casa em que morava, em Águas Claras (DF). 
 
Ele confessou o crime e revelou que havia deixado o corpo da vítima na zona rural de Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia.
Pastor diz que matou pastora após discussão porque ela queria reatar relacionamento entre eles (Foto: Paula Resende/G1)
 
Pastor diz que matou pastora após discussão porque ela queria reatar relacionamento entre eles (Foto: Paula Resende/G1).

Motivação

O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), relatou no inquérito que o acusado e a vítima mantiveram um relacionamento amoroso por mais de um ano. 
 
Neste período, a convivência foi conturbada em razão de Alexandre ter outra mulher no Distrito Federal. 
 
Pereira concluiu que Silva saiu da casa onde morava com a esposa decidido a matar Ailsa porque achava que ela poderia denunciá-lo à polícia por ele ser foragido da Justiça. 
 
O pastor já respondia por um latrocínio - que é o roubo com resultado morte - cometido em Itumbiara, região sul de Goiás. 
 
"Ele disse para a atual mulher dele: ‘Vou lá me vingar, matar aquela pessoa [pastora]’. 
 
Quando voltou, ele disse: ‘Me vinguei’. 
 
Ele tinha ódio da pastora", explicou o delegado na época em que o pastor foi preso. 
 
De acordo com a investigação, quando o acusado chegou à capital goiana, ele convenceu Ailsa a sair com ele para alugar um imóvel. 
 
No entanto, eles acabaram indo para o Recanto Cachoeirinha, na zona rural de Aragoiânia, onde a pastora foi esfaqueada. 
 
Em seguida, Silva ocultou o corpo de Ailsa na mata, cobrindo-o com folhas, e fugiu.
Corpo de pastora que estava desaparecida há quase dois meses é encontrado em Aragoiânia
Corpo de pastora que estava desaparecida há quase dois meses é encontrado em Aragoiânia.

Pastor nega ter premeditado

Após ser preso, o pastor negou durante entrevista coletiva que saiu do Distrito Federal para Goiás para matar Ailsa. 
 
Segundo Silva, ele viajou até a capital goiana porque a pastora o convidou para pregar, pois ainda eram amigos. 
 
O suspeito disse que estava na casa da vítima e ela o convidou para ir até a cachoeira para "espairecer". 
 
O pastor alegou ainda que cometeu o crime após uma discussão porque a vítima queria reatar um relacionamento antigo entre eles. 
 
O homem afirmou que era “perseguido” e que reagiu porque a mulher tentou matá-lo antes.
 
"Ela ficava me perseguindo, também me denunciava para a polícia porque era foragido. 
 
No dia que a matei, ela entrou no assunto que tinha de viver com ela, falei que não gostava mais dela, e ela tentou me golpear", declarou o pastor. 
 
Silva ainda alega que foi ferido por Ailsa: "Houve a discussão e, quando disse que ia embora, ela me esfaqueou, e me defendi. 
 
Dei só uma facada. 
 
Estou errado, admito, estou chateado por tudo". 
 
No entanto, para o delegado, o suspeito se feriu durante a briga foi porque a pastora tentou se defender e não porque ela o atacou anteriormente.

"Misto de motivação política e passional", diz delegado sobre morte de radialista em Goiás

Redação O POPULAR


O vereador José Eduardo Alves da Silva (PTB), de 39 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (9), durante a Operação Nuntius, apontado como mandante da morte do radialista Jefferson Pureza, em Edealina, no Sul de Goiás. "Foi um misto de motivação política e passional. 

O Jefferson teve uma relação com a ex-mulher desse vereador", disse o delegado Quéops Barreto, responsável pelas investigações.

Além de José Eduardo, policiais civis prenderam dois homens temporariamente e apreenderam um adolescente, suspeitos de participação no crime. 

Quéops informou ainda que o vereador confirmou que tinha planejado o assassinato de Jefferson Pureza, mas não confessa a execução do crime.

O radialista foi assassinado em 17 de janeiro deste ano em sua casa, em Edealina, município de 4 mil habitantes a 154 quilômetros de Goiânia. 

Ainda de acordo com o delegado, as investigações continuam para identificar a ação de cada um no crime.

Em um dos seus programas, o radialista Jefferson Pureza contou que estava sofrendo ameaças de morte há cerca de um ano e contou que seus desafetos eram o vereador José Eduardo, preso na manhã desta sexta, e o ex-prefeito João Batista Rodrigues, conhecido como Batista Boiadeiro.

Jefferson chegou a mandar um recado para o vereador. 

“Chega bem pertinho do rádio para ouvir o que vou falar: eu não tenho medo de você, não tenho medo do ex-prefeito, não tenho medo de ninguém porque estou pautado pela verdade e tem uma comunidade que me defende. 

Se alguma coisa me acontecer nessa cidade, grave esses dois nomes: vereador José Eduardo e o ex-prefeito Batista Boiadeiro. 

Posso até morrer nessa cidade, mas vou morrer falando a verdade, doa a quem doer”.

Na época, O POPULAR localizou em Edealina o vereador eleito em 2016 pelo PR. 

Econômico nas palavras, não prolongou muito a conversa dizendo apenas que jamais fez o comentário mencionado pelo radialista. 

“Não imagino de onde surgiu isso”, afirmou, sobre a informação da contratação dos capangas. 

“Eu nunca nem conversei com esse Jefferson”, disse. 

José Eduardo afirmou também que, caso seja chamado para depor estará pronto.

O ex- prefeito João Batista Rodrigues, o Batista Boiadeiro, negou veementemente que tivesse ameaçado o radialista, mas comentou que seu assassinato não o surpreendeu por se tratar de uma pessoa que “falava de todo mundo, não respeitava ninguém e fazia espetáculo”. 

Batista Boiadeiro ajudou a eleger o atual prefeito de Edealina, o médico Winícius Arantes de Miranda (PTC).
"Misto de motivação política e passional", diz delegado sobre morte de radialista em Goiás - O Popular.

Pastor acusado de matar pastora em Goiás é denunciado pelo MP por feminicídio

Alexandre Souza e Silva disse que cometeu crime por que vítima tentou “reatar” relacionamento
O Ministério Público de Goiás ofereceu denúncia criminal nesta sexta-feira (9/2) contra o pastor Alexandre de Souza e Silva, acusado pela morte da também pastora Ailsa Regina Navarro Gonzaga Ferreira, ocorrida em 8 de novembro do ano passado, na zona rural de Aragoiânia.

O pastor foi denunciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe e feminicídio. 

Além desse crime, Alexandre de Souza foi denunciado por ocultação de cadáver.

Durante apresentação à imprensa, o líder religioso disse que cometeu o crime por que era perseguido pela pastora, que teria tentado “reatar” um antigo relacionamento entre eles. 

Ainda de acordo com Alexandre, ele teria apenas reagido, já que a mulher teria tentado matá-lo antes.

“Falei que não gostava mais dela, e ela tentou me golpear”, declarou. 

A polícia não acredita na versão e sustenta que o crime foi premeditado.

Para Planalto, fala de Segovia foi uma trapalhada e reacende inquérito sobre propina no porto de Santos


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Por Gerson Camarotti

Apesar de aliados do governo minimizarem as declarações do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, no Palácio do Planalto a entrevista concedida à Reuters foi considerada uma trapalhada e teve forte efeito negativo, reacendendo o inquérito que trata de suposta propina em troca de decreto que beneficiaria o setor de portos.
Para interlocutores de Temer ao invés de o assunto cair no esquecimento, voltou a ganhar os holofotes justamente no período de carnaval. 
O presidente é investigado no inquérito que apura suposto recebimento de propina para favorecer a Rodrimar, que opera áreas do porto de Santos (SP). 

O dinheiro teria chegado ao Planalto por intermédio de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer. 
O diretor disse na entrevista que as investigações não comprovaram que houve pagamento de propina por parte de representantes da empresa Rodrimar para a edição do decreto que prorrogava contratos de concessão e arrendamento portuários, assinado por Temer em maio do ano passado. 
Num primeiro momento, a entrevista chegou a ser comemorada pelo núcleo mais próximo de Michel Temer, pelo fato de Segovia sinalizar uma especie de arquivamento da investigação. 

Mas, diante da ampla repercussão negativa, e da reação da própria coorporação, caiu a ficha no Palácio do Planalto. 
O temor é que o assunto volte a ganhar prioridade não só de investigadores, mas da própria procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 
A expectativa no Palácio do Planalto era de que Dodge fosse pedir o arquivamento dessa investigação. 

Mas, agora, o futuro desse caso é considerado incerto no governo. 
A própria manifestação do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), foi recebida com preocupação. 
Barroso intimou Fernando Segovia a explicar declarações dadas em entrevista sobre investigação sobre o presidente Michel Temer.

Relator de investigação sobre Temer no STF intima Segovia a explicar declarações

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Para Luís Roberto Baroso, comentários sobre inquérito podem caracterizar infração penal. À Reuters, diretor da PF disse que tendência é recomendar arquivamento de inquérito contra Temer


Por Renan Ramalho e Vladimir Netto, G1 e TV Globo, Brasília
O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante julgamento na Corte (Foto: Carlos Moura/STF)

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante julgamento na Corte (Foto: Carlos Moura/STF).
 
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, a explicar declarações dadas em entrevista sobre investigação sobre o presidente Michel Temer. 
 
Em entrevista à agência Reuters, Segovia disse que a tendência na PF é recomendar o arquivamento da investigação, na qual Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar em um decreto que renovou concessões no Porto de Santos.

Entenda:

À TV Globo, Segovia disse, por telefone, que vai comparecer ao gabinete do ministro Barroso, levando a transcrição da entrevista à Reuters, e vai dizer que suas declarações foram mal interpretadas pela imprensa. 
 
Ele disse que não tem, nem teve, a intenção de interferir na investigação ou no trabalho do delegado. 
Em carta a servidores da PF, Segovia negou ter dito que o inquérito será arquivado e disse que a equipe responsável pelo caso tem "toda a autonomia e isenção". 
 
Para Barroso, no entanto, a conduta de Segovia na entrevista “é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”. 
 
O ministro entendeu que na entrevista o diretor da PF ameaçou o delegado responsável pelo caso, “que deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões”. 
 
Considerou também que a investigação ainda tem diversas diligências pendentes, “razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos” e que, como relator do caso, ainda não recebeu relatório final” do delegado Cleyber Malta Lopes nem parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a investigação. 
 
Barroso determinou, na intimação, que, além de prestar esclarecimentos, Segovia deverá se abster de novas manifestações sobre o caso.

Delegados reagem

Delegados do grupo de inquéritos da Lava Jato reagiram à fala de Segovia. 
Em troca de mensagens em grupo de whatsapp, investigadores disseram que as declarações de Segovia são manifestação pessoal e de responsabilidade dele
 
A mensagem diz, ainda, que ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referendou essa manifestação. 
 
"Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de investigação pela imprensa", diz a mensagem.

Delegados da Lava Jato não apoiam fala de Segovia sobre arquivar inquérito contra Temer

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Diretor-geral da PF disse em entrevista à agência Reuters que a tendência na corporação é recomendar o arquivamento da investigação contra o presidente no inquérito dos portos.



Por G1, Brasília
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, na solenidade em que tomou posse no cargo, em novembro de 2017 (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, na solenidade em que tomou posse no cargo, em novembro de 2017 (Foto: José Cruz / Agência Brasil).
 
Delegados do grupo de inquéritos da Lava Jato reagiram à fala do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, que, em entrevista à agência Reuters, nesta sexta-feira (9), disse que a tendência na corporação é recomendar o arquivamento da investigação contra o presidente Michel Temer no inquérito dos portos. 
 
Em troca de mensagens em grupo de whatsapp, investigadores disseram que as declarações de Segovia são manifestação pessoal e de responsabilidade dele. 
A mensagem diz, ainda, que ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referendou essa manifestação. 
 
"Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. 
Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa." 
 
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também reagiu às declarações de Segovia. 
O presidente da associação afirmou, por meio de nota, que "é sempre temerário que a direção-geral emita opiniões pessoais sobre investigações nas quais não está diretamente envolvida". 
Disse, ainda, que a Polícia Federal trabalha com independência "de modo que eventuais declarações à imprensa não afetarão a rotina dos colegas dedicados à apuração citada pelo diretor". 
(Leia abaixo a íntegra da nota).
 
O chefe da PF disse, durante a entrevista, que as investigações não comprovaram que houve pagamento de propina por parte de representantes da empresa Rodrimar, que opera áreas do porto de Santos (SP), para a edição do decreto que prorrogava contratos de concessão e arrendamento portuários, assinado por Temer em maio do ano passado.
 
"O que a gente vê é que o próprio decreto em tese não ajudou a empresa. 
 Em tese se houve corrupção ou ato de corrupção não se tem notícia do benefício. 

O benefício não existiu. 
Não se fala e não se tem notícia ainda de dinheiro de corrupção, qual foi a ordem monetária, se é que houve, até agora não apareceu absolutamente nada que desse base de ter uma corrupção", disse Segovia. 
 
A suspeita era que o presidente teria recebido propina, por intermédio de Rocha Loures, para favorecer a Rodrimar. 
Tanto o ex-assessor especial quanto Temer já prestaram depoimento no inquérito e negaram irregularidades
O presidente se manifestou por escrito
 
Rocha Loures chegou a ser preso depois que foi filmado pela PF saindo de um restaurante com uma mala de dinheiro pago por um executivo da processadora de carnes JBS no âmbito de uma outra investigação. 
Foi posteriormente solto e agora é monitorado com uso de tornozeleira eletrônica
Ele é réu acusado de corrupção no caso envolvendo a mala de dinheiro.
 
Para Segovia, que assumiu o posto em novembro do ano passado, durante o governo Temer, a empresa não se beneficiou diretamente porque o decreto não atingiu o contrato da Rodrimar, ou seja, o "objeto em tese da corrupção não foi atingido". 
"Então ficou muito difícil de ter uma linha de investigação numa corrupção que em tese não ocorreu", reforçou.
 
O chefe da PF afirmou que outros depoimentos colhidos na instrução do inquérito também não conseguiram comprovar o cometimento de crime pelos investigados. 
 
"No final a gente pode até concluir que não houve crime. 
Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos as pessoas têm reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios de realmente de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. 
Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime", disse.

Reação.

Íntegra da nota da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF).
 
É sempre temerário que a direção-geral emita opiniões pessoais sobre investigações nas quais não está diretamente envolvida. 
A Polícia Federal trabalha com independência, de modo que eventuais declarações à imprensa não afetarão a rotina dos colegas dedicados à apuração citada pelo diretor. 
Entre os elementos que garantem a isonomia da PF estão os laudos produzidos pela perícia criminal federal, que é uma carreira submetida, por força de lei, à necessidade de agir com equidistância das partes. 
Os laudos garantem a sustentação científica da investigação e do processo criminal.
 
Marcos Camargo, presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF)

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

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