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quinta-feira, dezembro 14, 2017

Professora de universidade da BA coloca camisinha em pênis de plástico com a boca durante aula e causa polêmica; vídeo

Caso ocorreu no campus de Jequié da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Instituição disse que está apurando a situação.


Por G1 BA
Vídeo foi compartilhado com críticas em redes sociais (Foto: Reprodução/ Facebook)
Vídeo foi compartilhado com críticas em redes sociais (Foto: Reprodução/ Facebook).
 
Um vídeo em que uma professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) ensina a alunos do campus de Jequié como colocar camisinha em um pênis de plástico, usando a boca, tem causado polêmica nas redes sociais. 
 
A assessoria da Uesb disse que o assunto ainda está sendo apurado pela universidade. 
 
A instituição deve se manifestar por meio de nota no site oficial. 
 
Não há informações sobre a data em que a aula aconteceu. 
 
"Eu vou fazer a demonstração para vocês", diz a professora, antes de colocar a camisinha. 
 
Ela então fica de joelhos e coloca o preservativo em um pênis de plástico, que está sendo segurado por um dos alunos, na altura da cintura. 
 
A estudante de enfermagem da Uesb em Jequié, Nathielle Brasileiro, compartilhou um desabafo no Facebook, em 6 de dezembro, defendendo a professora. 
 
Em um trecho da postagem, ela diz: "Quem a conhece sabe que aquele jeito dela é a que torna uma pessoa ímpar e não é a toa que é sempre homenageada e muito querida por todos. 
 
Ela é uma professora incrível, que passa uma riqueza de conhecimentos e é exemplo pra muita gente. 
 
Uma enfermeira competente, inteligente, humanizadora e muito feliz no que faz. 
 
Muito bem resolvida e tenho certeza que não tá nem ai pra esses absurdos que está [sic] rolando. 
 
Um ser humano engraçado, divertido e que faz todo mundo rir, MAS SEM DEIXAR DE CUMPRIR SEU PAPEL PROFISSIONAL!". 
 
Ao G1, Nathielle disse que a professora tem um jeito descontraído de ensinar. 
 
“É uma didática sem tabu. 
 
O problema desse vídeo ter viralizado é o tabu que isso envolve. 
 
A forma que ela fez não está mostrando como se faz sexo oral, mas é uma maneira de incentivar o uso do preservativo. 
 
O manual do Ministério da Saúde oferece técnicas para que seja confortável para quem quer usar e ali era uma forma. 
 
Ela nunca deixou de ser profissional e quem conhece ela sabe o quanto humanizadora ela é”, avalia a aluna.
Aluna fez postagem em rede social em que defende a professora: 'Uma enfermeira competente, inteligente, humanizadora e muito feliz no que faz
 
Aluna fez postagem em rede social em que defende a professora: 'Uma enfermeira competente, inteligente, humanizadora e muito feliz no que faz" (Foto: Reprodução/Facebook.

Justiça torna réus acusados de desviar verbas da Lei Rouanet

Entre os denunciados está a família Bellini, que usou os recursos para pagar a festa de casamento de um dos filhos em Florianópolis, Santa Catarina.


Por Walace Lara, TV Globo
Justiça aceita denúncia contra 29 pessoas acusadas de desvio de verbas da Lei Rouanet
Justiça aceita denúncia contra 29 pessoas acusadas de desvio de verbas da Lei Rouanet.
 
A Justiça Federal tornou réus 29 dos 32 denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF).

Por fraude na Lei Rouanet. 

Produtores culturais e organizadores de eventos captavam dinheiro de empresas pela lei para organizarem eventos culturais, produzirem livros e shows. 

A verba, no entanto, era destinada para festas particulares. 

Segundo a denúncia, os desvios de recursos chegam a R$ 21 milhões. 
 
Entre os denunciados está a família Bellini, que usou os recursos para pagar a festa de casamento de um dos filhos em um hotel de luxo de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. 
 
Antonio Carlos Bellini Amorim é apontado pelo MPF como o chefe da organização criminosa que desviava recursos públicos em benefício próprio. 

Na denúncia apresentada pelo MPF, a super recepção na luxuosa praia catarinense foi só uma das diversas fraudes praticadas entre 1998 e 2016 pelo grupo Bellini.
Cantor Leo Rodriguez se apresentou em casamento bancado por desvios da Lei Rouanet (Foto: Hermann Motta/Arquivo pessoal)


 
Cantor Leo Rodriguez se apresentou em casamento bancado por desvios da Lei Rouanet (Foto: Hermann Motta/Arquivo pessoal).
 
Além disso, a juíza federal Flavia Serizawa e Silva atendeu a um pedido de medida cautelar contra as empresas que usaram os recursos. 

Algumas chegaram a pagar festas de fim de ano para os funcionários e estão impedidas de usarem os recursos culturais até que a ação penal seja julgada. 
 
"Não se está diante de mero crime tributário, pois não se obtinha somente o não pagamento de tributos. 

Além da dedução tributária, as empresas recebiam as contrapartidas ilícitas, que eram justamente os shows, eventos e livros previstos contratualmente. 

Dessa forma a dedução do tributo era o próprio 'modus operandi' do esquema de desvios de recursos da Lei Rouanet, o meio fraudulento para conseguir as contrapartidas ilícitas", diz trecho da decisão. 
 
"Assim, conclui-se que os fatos não se esgotavam no não pagamento de tributos mediante fraude, mas iam além, na medida em que as empresas patrocinadoras, além de não pagar tributos, recebiam as contrapartidas ilícitas", completa. 
 
A TV Globo procurou os advogados da família Bellini.

Contrapartidas de empresas.

Segundo o Ministério Público Federal, eram oferecidas contrapartidas para empresas que concordavam em participar do esquema. 

Algumas empresas só repassavam o dinheiro para o grupo responsável pelas fraudes se obtivessem vantagens, como o custeio das festas de fim de ano. 
 
A procuradora Karen Kahn afirma que o grupo de Bellini fazia projetos e apresentava ao Ministério da Cultura (MinC). 

Depois, com a aprovação da proposta, captava recursos pela Lei Rouanet de empresas interessadas nos incentivos fiscais e deduções de impostos para quem participa, mas esse dinheiro era desviado. 
 
Dois filhos de Antonio Carlos Bellini Amorim participavam do esquema. 

Um deles, o noivo Felipe Amorim, assumiu a gestão do grupo por um tempo. 

O outro filho, Bruno Amorim, era coordenador de realização de projeto. 

A mulher dele, Tânia Guertas, controlava o trâmite dos projetos. 
 
Todos foram denunciados por organização criminosa. 

Para o Ministério Público Federal fica claro que todos sabiam que estavam fazendo algo ilícito.

Conversas por telefone.

Em uma conversa telefônica, gravada com autorização da Justiça, Bellini combina com a mulher, Tânia, como justificar o recurso que deveria ter sido usado na produção de livros.

Bellini pergunta: "Já doou tudo, está em dia todos os livros?" 
 
Tânia responde: "Não. 

Tem que doar livro que não tem, entendeu?"
 
Em outra ligação, Bruno (enteado de Tânia Guertas) conversa com a mãe – que não foi denunciada. 

Ele admite: "Porque o que eu faço, na verdade, não é 100% correto, entendeu? 

É tipo... eu cumpro a lei, mas não poderia tá fazendo o que eu faço";

A mãe pergunta: "Por que?"

E Bruno responde: "Porque não, mãe. 

Sei lá, é complicado".

A mãe tenta entender: "Não é Lei Rouanet".

E Bruno responde: "Não, é Lei Rouanet, mas não é 100%."

A mãe insiste: "Mas, filho, se não é 100%..."

E Bruno justifica: "Todo mundo faz, todo mundo faz".

A mãe, preocupada pergunta: "É, filho, mas isso implica em quê?".

E Bruno tranquiliza: "Não, não implica em nada, mãe. 

Eu tô dando, tipo, as contrapartidas sociais, plano do projeto...".

Organização criminosa e associação criminosa.

Bellini, a mulher e os dois filhos foram denunciados por organização criminosa, já empresários e executivos que participaram do desvio, por associação criminosa. 
 
Por telefone, o advogado que defende Felipe Amorim e Bruno Amorim, Luis Carlos Dias Torres, disse que não é verdade que a festa de casamento de Felipe tenha sido paga com recursos desviados da Lei Rouanet. 

O advogado acrescentou que está analisando os termos da denúncia e que, portanto, não tem condições de se pronunciar sobre ela neste momento. 
 
O Ministério da Cultura afirmou, em nota, que “iniciou investigação interna deste caso em 2011, a partir de denúncia recebida pelo Ministério Público”. 

A pasta acrescentou que “inabilitou as empresas identificadas, que não tiveram mais nenhum projeto admitido”. 
 
“No curso das investigações, os técnicos do MinC descobriram que a organização criminosa desenvolveu novas estratégias: passou a operar com outras empresas, com outro CNPJ. 

À medida em que o MinC identificava novas empresas, as inabilitava e comunicava ao Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União.” 
 
O comunicado do ministério afirma ainda que “não repassa recursos públicos de seu orçamento para realização de projetos culturais via Lei Rouanet”.
Entenda como funciona a Lei Rouanet (Foto: Editoria de Arte/G1) Entenda como funciona a Lei Rouanet (Foto: Editoria de Arte/G1) 
 
Entenda como funciona a Lei Rouanet (Foto: Editoria de Arte/G1.

Você, o espermatozóide vencedor


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Apenas um em 300 milhões de espermatozoides consegue fecundar o óvulo na criação de um novo ser humano. 

 

Acompanhe essa corrida contra uma série de obstáculos.

Parabéns, você é um vencedor. 
Já nasceu com essa condição. Para ser o que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular. 
Você contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e zombou da sorte. 
Derrotou outros 300 milhões de concorrentes.

Esse é o número de espermatozoides lançados no canal da vagina durante um ato sexual. Todos sabem qual o caminho a tomar. 
 
Nadam freneticamente em direção ao útero, onde – durante apenas dois dias por mês – podem encontrar um óvulo à espera da união capaz de gerar um novo ser humano. 
 
Não é fácil. 
 
Somente um deles é bem-sucedido nessa corrida de obstáculos. 
 
Foi um espermatozóide específico, de seu pai, que levou a um óvulo de sua mãe as moléculas de DNA que, misturadas ao DNA dela, deram as instruções genéticas para fabricar você. 
 
Imagine se ele tivesse morrido na praia. 
 
Você não existiria.

Metade de todos os espermatozoides morre rapidamente no interior da vagina, um ambiente, por incrível que pareça, inóspito para eles. 
 
Os sobreviventes que chegam à entrada do útero deparam com um muco que só permite a passagem dos espermatozoides quando a mulher está prestes a ovular. 
 
Caso contrário, morrem todos. 
 
Com a entrada permitida, eles atravessam todo o útero em direção às tubas uterinas, os dois estreitos canais que levam aos ovários. 
 
É em uma das tubas que vai ocorrer a fecundação. 
 
O final dessa corrida é eletrizante. 
 
Os espermatozoides usam sua longa cauda para nadar vigorosamente contra a correnteza de um fluido que traz o óvulo.
 
Passaram-se, até aqui, apenas cinco minutos. 
 
Muitos chegam ao óvulo – uma célula desproporcionalmente grande, a única do organismo humano que pode ser vista a olho nu. 
 
Todos lutam desesperadamente para forçar a sua entrada. 
 
Quando o vencedor consegue, o óvulo desencadeia imediatamente uma reação bioquímica e altera sua composição externa, fechando definitivamente a passagem para os demais. 
 
É o fim da corrida. 
 
Mais quatro dias e o óvulo fecundado, chamado ovo, chega ao útero. 
 
Nove meses depois, nascerá mais um bebê, o resultado desse irresistível processo biológico que hoje espalha mais de 5 bilhões de vencedores sobre a superfície do planeta Terra.

(*) Pela nova nomenclatura anatômica, este passa a ser o nome das trompas de Falópio

1. O espermatozoide perde a cauda após a fecundação
2. A primeira divisão celular, 30 horas depois
3. Mais 20 horas, e uma nova divisão
4. Seis dias depois, o ovo se divide sem parar
5. O ovo já está pronto para se instalar no útero

terça-feira, dezembro 12, 2017

Supremo aceita denúncia e torna o senador Agripino Maia réu por corrupção

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Defesa de Agripino Maia diz que não há provas. Segundo a denúncia, ele teria recebido mais de R$ 654 mil para destravar verbas do BNDES para OAS construir estádio da Copa.


Por Renan Ramalho, G1, Brasília
Senador Agripino Maia se torna réu por corrupção e lavagem de dinheiro
Senador Agripino Maia se torna réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
 
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta terça-feira (12) denúncia contra o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do partido Democratas. 
 
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ele agora responderá como réu a um processo penal, ao final do qual poderá ser considerado culpado ou inocente. 
 
Segundo a PGR, Agripino teria recebido mais de R$ 654 mil em sua conta pessoal, entre 2012 e 2014, da construtora OAS. 
 
A pedido do senador, a empreiteira também teria doado R$ 250 mil ao DEM em troca de favores de Agripino. 
 
A acusação diz que ele teria ajudado a OAS a destravar repasses do BNDES para construir a Arena das Dunas, estádio-sede da Copa do Mundo em Natal. 
 
A ajuda teria ocorrido na suposta interferência para que o Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte deixasse de informar ao BNDES eventuais irregularidades no projeto executivo da obra. 
 
Essa era uma condição para o repasse do empréstimo. 
 
Mais tarde, em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou sobrepreço de R$ 77 milhões na construção do estádio. 
 
Relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso votou pelo recebimento da denúncia por considerar “plausíveis” os indícios contra o senador. 
 
O ministro destacou que a abertura do processo não significa que Agripino é culpado no caso. 
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Senador José Agripino Maia (DEM-RN) (Foto: Reprodução/GloboNews)
  
Senador José Agripino Maia (DEM-RN) (Foto: Reprodução/GloboNews)

Argumentos da defesa

A defesa negou a existência de provas de corrupção contra Agripino. 
 
Na tribuna, o advogado Aristides Junqueira disse que a PGR não comprovou a origem do dinheiro, que teria sido repassado a mando de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, nem o destino dos valores. 
 
“Essa denúncia açodada e imprudente foi oferecida às pressas ao final do mandato [do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot] sem olhar as provas”, disse o advogado, chamando as acusações de “ilações imaginárias”. 
 
Primo do senador, o advogado João Agripino Maia também subiu à tribuna para lembrar que, em toda a sua carreira política – de prefeito, governador e senador –, Agripino Maia nunca sofreu acusação. 
 
“O recebimento dessa denúncia sem provas vai deixar nessa vida pública de 40 anos marcas indeléveis e de difícil reparação”, afirmou.

Votos dos ministros

O relator Barroso afirmou que a denúncia traz indícios relevantes de "atuação indevida". 
 
"Me convenci de que não estamos diante de denúncia frágil. 
 
Há um conjunto bem relevante de elementos que sugerem uma atuação indevida, um ato omissivo grave que levou a um superfaturamento de R$ 77 milhões e um inequívoco recebimento de dinheiros não justificados depositados fragmentadamente na conta do parlamentar, além da suspeita, que depende de comprovação, que as doações, ainda que feitas de maneira formalmente lícita, eram na verdade pagamento de vantagem indevida”, afirmou o ministro. 
 
Segundo a votar, Alexandre de Moraes notou que a denúncia não atingiu o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, que teria efetivamente destravado as verbas do BNDES para a OAS. Para Moraes, o favor prestado por Agripino seria ter marcado uma reunião entre a empresa e o conselheiro, mas o ministro não viu ligação entre o episódio e o recebimento de valores em sua conta. 
 
“Quem desentravou foi o conselheiro, e o que diz a PGR? 
 
Não só foi denunciado, como arrolado como testemunha, e no depoimento disse que não houve nada de ilícito na reunião com o senador”, disse Moraes. 
 
Os demais ministros consideraram, no entanto, que havia elementos suficientes para abrir a ação penal, ao longo da qual as dúvidas serão sanadas.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo senador nesta terça:
Mesmo ciente de que a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal tenha tão somente proclamado a necessidade de prosseguimento das investigações, causou-me profunda estranheza o fato de não ter sido considerado o farto conjunto de provas que atestam a minha completa inocência.
 
Como afirmado por todos os Ministros da 1ª Turma, o prosseguimento das investigações não significa julgamento condenatório. 
 
E é justamente a inabalável certeza da minha inocência que me obriga a pedir à Corte o máximo de urgência no julgamento final da causa.
 
Senador José Agripino (RN)
Presidente nacional do Democratas

F5 - saiu no NP - Chico Picadinho guarda mulheres na mala


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03/09/2014

12h00
AUGUSTO CESAR MAURÍCIO BORGES.

DO BANCO DE DADOS FOLHA.

Um policial entrou no banheiro e, aterrorizado, logo saiu. 

Acabara de ver o corpo esquartejado de uma mulher, "faltando lascas como se se tratasse de peças de açougue". 

O cenário não era um filme de terror. Foi o assunto que o jornal "Notícias Populares" publicou dia 5 de agosto de 1966. 

Os restos mortais eram da bailarina Margaret Suida, 38, a primeira vítima do "monstro da rua Aurora", chamado mais tarde de Chico Picadinho. 

Folhapress
Saiu no NP
Em 5 de agosto de 1996, o "Notícias Populares" publicou o primeiro crime cometido por Chico Picadinho.
O "Saiu no NP" de hoje relembra dois crimes que chocaram o país nas décadas de 1960 e 1970, quando o desenhista Francisco da Costa Rocha matou e esquartejou duas mulheres em São Paulo. Ambos os crimes ficaram nacionalmente conhecidos como "o crime da mala". 

A notícia que abalou a sociedade paulistana foi veiculada no "Notícias Populares" três dias após o assassinato, que citava que um "Monstro abateu bailarina e esquartejou o cadáver". 

Após uma bela noite de "orgia" no apartamento da rua Aurora, no centro da cidade de São Paulo, Francisco da Costa Rocha amarrou as mãos da vítima e a estrangulou com um cinto. 

Para se livrar do corpo, decidiu então retalhar a mulher com uma faca e uma navalha. 

Nua e picotada, ela foi arrastada até o lavatório, onde, aos poucos, foi parcialmente despejada pelo assassino para dentro de uma banheira, que chegou a entupir.

Com a manchete "Esquartejou a bailarina no banheiro", em 5 de agosto de 1966, o diário destacou que "o louco dormiu" com o corpo, que ficou "preso" no lavabo. 

Francisco da Costa Rocha saiu do recinto e confessou tudo para seu companheiro de quarto, o amigo Caio Valadares Neto. 

Após a visita, Valadares, médico, decidiu denunciá-lo à polícia, que entrou no apartamento e viu a cena da mulher mergulhada na banheira e um balde ao lado com suas vísceras. 

O episódio foi recebido com choque pela população, que viu o "NP" dar quase uma página inteira de cobertura para o caso.

Nos dias que seguiram, o periódico acompanhou de perto as buscas e as investigações da polícia. 

A reportagem apurou que o "esquartejador da rua Aurora" morava no endereço havia pouco mais de dois anos. 

Pacato e educado, testemunhas relatavam que ele recebia inúmeras mulheres em seu apartamento. 

Denise Adams/11.ago.1998/Folhapress
Banheira onde foi encontrada a primeira vítima de "Chico Picadinho" no apartamento da Rua Aurora, São Paulo. Foto tirada em 1998
Banheira onde foi encontrada a primeira vítima de Chico Picadinho em apartamento da rua Aurora, São Paulo.
No dia 6, com a manchete "orgias de tóxicos na residência do monstro", o jornal descreveu o apartamento de acordo com os relatos dos detetives. 

Foragido, o acusado buscou refúgio na casa da mãe, no Rio de Janeiro, onde tomou conhecimento, por meio da imprensa, de que estava sendo procurado. 

No dia 8 de agosto, o "Notícias Populares" publicou que o cerco ao assassino havia acabado. 

A notícia tomou boa parte da edição, cujo conteúdo orbitava em torno dos primeiros depoimentos de Chico Picadinho. 
 
Na delegacia, Francisco da Costa Rocha disse não se lembrar de detalhes do que ocorreu, mas confessou o delito. 

No dia seguinte, as notícias davam conta da reconstituição do crime. 

Resultado da repercussão do caso, inúmeros curiosos se aglutinaram em frente ao apartamento para ver o "monstro da rua Aurora". 

Mesmo 144 horas –6 dias– depois do assassinato, no dia 10, o "Notícias Populares" destacava que até então ninguém havia reclamado o corpo da bailarina no necrotério. 

A equipe do jornal chegou a fazer uma entrevista exclusiva com o diretor do Instituto Médico Legal, que relatou que somente uma vez havia presenciado uma autópsia cujo corpo havia sido esfacelado com tanta crueldade.
Após mais um depoimento à polícia, o estripador foi apresentado a dezenas de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas, que tiveram a oportunidade de entrevistá-lo pela primeira vez na delegacia. 

O resultado foi publicado no dia 11, oito dias depois do crime. 

Repórteres do "NP" também acompanharam a fala do acusado, que declarou: "Matei porque sou revoltado contra esta vida em virtude do desajuste social da minha família e porque não admitia que uma mulher tivesse vida irregular, como uma prostituta". 

Julgado em 1968, o estripador foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão. 

Anos depois, Chico Picadinho, nome que ganhou na cadeia, foi premiado pela Justiça por bom comportamento. 

A interpretação jurídica resultou em sua libertação em maio de 1974, com oito anos de detenção cumpridos. 

Solto, Francisco da Costa Rocha casou-se e teve uma filha um ano depois. 

Já um pouco esquecido pela imprensa, o estripador voltaria a ganhar as capas do "Notícias Populares" 10 anos depois de seu primeiro delito. 

out.1976/Folhapress
Detalhe da mala no apartamento onde Ângela de Souza da Silva foi encontrada morta e esquartejada em outubro de 1976
Detalhe da mala no apartamento onde Ângela de Souza da Silva foi morta e esquartejada em outubro de 1976.
"Autor do crime da mala volta a matar em SP" preencheu a capa do dia 18 de outubro de 1976. 

Dessa vez, a vítima era Ângela de Souza da Silva, 34, encontrada esquartejada com um serrote dentro de um apartamento na rua Rio Branco, no centro de São Paulo.

O diário detalhou as cenas do crime. 

"Os pedaços de carne, depois de lavados, foram acondicionados em uma mala de viagem. (...) 

Todos os membros ficaram separados do corpo, o mesmo ocorrendo com a cabeça. 

O próprio tronco também foi cortado em pedaços."
Reincidente, Chico Picadinho ganhou maior destaque. 

As reportagens levantavam seu histórico familiar e relembravam detalhes do primeiro crime. 

Algumas, inclusive, narravam sua trajetória após sua soltura em 74 e traziam análises de psicólogos e especialistas sobre o caso. 

Em 19 de outubro de 1976, quatro dias depois do assassinato, o "NP" publicou que Chico Picadinho ainda estava foragido e trouxe informações do crime, além de mais detalhes sobre a biografia da vítima e das buscas da polícia. 

Um dos destaques foi para "a opinião dos psicólogos sobre 'Chico Picadinho'", que levantou um panorama sobre a personalidade do esquartejador através da avaliação de especialistas. 

No dia seguinte, em "O Esquartejador odeia mulheres", o jornal publicou biografia do estripador e lembrou sua infância, marcada pelo abandono da mãe e de seu suposto ódio pela figura feminina. 

Depois de mais de dez dias de buscas, a polícia de São Paulo permitiu a publicação da notícia que muitos esperavam. 

"Já pegaram o esquartejador" foi a principal manchete do "Notícias Populares" no dia 28, em que destacou que "Chico Picadinho lia revista no quarto da pensão" quando foi surpreendido pelos investigadores.

O autor do "crime da mala" tinha sido detido na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. 

Dessa vez, não houve julgamento. 

Chico Picadinho foi declarado "incapaz" por um laudo médico pedido pelo juiz, que o sentenciou a "pena comum de prisão", fato permitido pela legislação da época. 

Em tese, o criminoso ficaria preso até o fim dos anos 1990.


Marlene Bergamo - 24.ago.1993/Folhapress
Francisco da Costa Rocha na cadeia
Francisco da Costa Rocha na cadeia.
"Francisco da Costa Rocha decepciona quem espera encontrar um assassino de olhar nervoso, quase maligno. 

Inteligente, domina como poucos a arte da conversa", informou o "NP" em entrevista exclusiva que fez com Chico Picadinho, publicada em 13 de setembro de 1993. 

Ao ser questionado sobre o que gostaria de fazer quando saísse da cadeia, o detento relatou que "queria levar uma vida normal", mas que temia o mundo fora do cárcere, onde, aliás, tornou-se leitor assíduo de escritores como Kafka e Dostoiévski. 

Dizendo-se arrependido, declarou seu desejo de trocar de nome a fim de se livrar do estigma de estripador. 

Em 1998, Francisco da Costa Rocha cumpriu a pena máxima permitida pela lei brasileira, que é de 30 anos. 

Porém foi interditado judicialmente e encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Tatuapé. 

Em 2014, ele completa 46 anos sem liberdade.

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