TUDO É FORÇA, SÓ DEUS É PODER.
"DEUS SEM MIM CONTINUARÁ SENDO DEUS.
EU SEM DEUS NÃO SEREI NADA".
DISSE JESUS : ”E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ“. JOÃO 8:32 .
TODOS CONTRA A PEDOFILIA, EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, A CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO NOSSO PAÍS, A VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS, AS CRIANÇAS E TODOS INDIVÍDUOS INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE.
ACESSE DIARIAMENTE A SUA "REVISTA ELETRÔNICA".
Caso ocorreu no campus de Jequié da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Instituição disse que está apurando a situação.
Por G1 BA
Vídeo foi compartilhado com críticas em redes sociais (Foto: Reprodução/ Facebook).
Um vídeo em que uma professora da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (Uesb) ensina a alunos do campus de Jequié como colocar camisinha
em um pênis de plástico, usando a boca, tem causado polêmica nas redes
sociais.
A assessoria da Uesb disse que o assunto ainda está sendo apurado pela
universidade.
A instituição deve se manifestar por meio de nota no site
oficial.
Não há informações sobre a data em que a aula aconteceu.
"Eu vou fazer a demonstração para vocês", diz a professora, antes de
colocar a camisinha.
Ela então fica de joelhos e coloca o preservativo
em um pênis de plástico, que está sendo segurado por um dos alunos, na
altura da cintura.
A estudante de enfermagem da Uesb em Jequié, Nathielle Brasileiro,
compartilhou um desabafo no Facebook, em 6 de dezembro, defendendo a
professora.
Em um trecho da postagem, ela diz: "Quem a conhece sabe que
aquele jeito dela é a que torna uma pessoa ímpar e não é a toa que é
sempre homenageada e muito querida por todos.
Ela é uma professora
incrível, que passa uma riqueza de conhecimentos e é exemplo pra muita
gente.
Uma enfermeira competente, inteligente, humanizadora e muito
feliz no que faz.
Muito bem resolvida e tenho certeza que não tá nem ai
pra esses absurdos que está [sic] rolando.
Um ser humano engraçado,
divertido e que faz todo mundo rir, MAS SEM DEIXAR DE CUMPRIR SEU PAPEL
PROFISSIONAL!".
Ao G1,
Nathielle disse que a professora tem um jeito descontraído de ensinar.
“É uma didática sem tabu.
O problema desse vídeo ter viralizado é o tabu
que isso envolve.
A forma que ela fez não está mostrando como se faz
sexo oral, mas é uma maneira de incentivar o uso do preservativo.
O
manual do Ministério da Saúde oferece técnicas para que seja confortável
para quem quer usar e ali era uma forma.
Ela nunca deixou de ser
profissional e quem conhece ela sabe o quanto humanizadora ela é”,
avalia a aluna.
Aluna fez postagem em rede social em que defende a professora: 'Uma
enfermeira competente, inteligente, humanizadora e muito feliz no que
faz" (Foto: Reprodução/Facebook.
Entre
os denunciados está a família Bellini, que usou os recursos para pagar a
festa de casamento de um dos filhos em Florianópolis, Santa Catarina.
Por Walace Lara, TV Globo
Justiça aceita denúncia contra 29 pessoas acusadas de desvio de verbas da Lei Rouanet.
A Justiça Federal tornou réus 29 dos 32 denunciados pelo Ministério
Público Federal (MPF).
Por fraude na Lei Rouanet.
Produtores culturais e
organizadores de eventos captavam dinheiro de empresas pela lei para
organizarem eventos culturais, produzirem livros e shows.
A verba, no
entanto, era destinada para festas particulares.
Segundo a denúncia, os
desvios de recursos chegam a R$ 21 milhões.
Entre os denunciados está a família Bellini, que usou os recursos para
pagar a festa de casamento de um dos filhos em um hotel de luxo de
Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina.
Antonio Carlos Bellini Amorim é apontado pelo MPF como o chefe da
organização criminosa que desviava recursos públicos em benefício
próprio.
Na denúncia apresentada pelo MPF, a super recepção na luxuosa
praia catarinense foi só uma das diversas fraudes praticadas entre 1998 e
2016 pelo grupo Bellini.
Cantor Leo Rodriguez se apresentou em casamento bancado por desvios da Lei Rouanet (Foto: Hermann Motta/Arquivo pessoal).
Além disso, a juíza federal Flavia Serizawa e Silva atendeu a um pedido
de medida cautelar contra as empresas que usaram os recursos.
Algumas
chegaram a pagar festas de fim de ano para os funcionários e estão
impedidas de usarem os recursos culturais até que a ação penal seja
julgada.
"Não se está diante de mero crime tributário, pois não se obtinha
somente o não pagamento de tributos.
Além da dedução tributária, as
empresas recebiam as contrapartidas ilícitas, que eram justamente os
shows, eventos e livros previstos contratualmente.
Dessa forma a dedução
do tributo era o próprio 'modus operandi' do esquema de desvios de
recursos da Lei Rouanet, o meio fraudulento para conseguir as
contrapartidas ilícitas", diz trecho da decisão.
"Assim, conclui-se que os fatos não se esgotavam no não pagamento de
tributos mediante fraude, mas iam além, na medida em que as empresas
patrocinadoras, além de não pagar tributos, recebiam as contrapartidas
ilícitas", completa.
A TV Globo procurou os advogados da família Bellini.
Contrapartidas de empresas.
Segundo o Ministério Público Federal, eram oferecidas contrapartidas
para empresas que concordavam em participar do esquema.
Algumas empresas
só repassavam o dinheiro para o grupo responsável pelas fraudes se
obtivessem vantagens, como o custeio das festas de fim de ano.
A procuradora Karen Kahn afirma que o grupo de Bellini fazia projetos e
apresentava ao Ministério da Cultura (MinC).
Depois, com a aprovação da
proposta, captava recursos pela Lei Rouanet de empresas interessadas
nos incentivos fiscais e deduções de impostos para quem participa, mas
esse dinheiro era desviado.
Dois filhos de Antonio Carlos Bellini Amorim participavam do esquema.
Um deles, o noivo Felipe Amorim, assumiu a gestão do grupo por um tempo.
O outro filho, Bruno Amorim, era coordenador de realização de projeto.
A
mulher dele, Tânia Guertas, controlava o trâmite dos projetos.
Todos foram denunciados por organização criminosa.
Para o Ministério
Público Federal fica claro que todos sabiam que estavam fazendo algo
ilícito.
Conversas por telefone.
Em uma conversa telefônica, gravada com autorização da Justiça, Bellini
combina com a mulher, Tânia, como justificar o recurso que deveria ter
sido usado na produção de livros.
Bellini pergunta: "Já doou tudo, está em dia todos os livros?"
Tânia responde: "Não.
Tem que doar livro que não tem, entendeu?"
Em outra ligação, Bruno (enteado de Tânia Guertas) conversa com a mãe –
que não foi denunciada.
Ele admite: "Porque o que eu faço, na verdade,
não é 100% correto, entendeu?
É tipo... eu cumpro a lei, mas não poderia
tá fazendo o que eu faço";
A mãe pergunta: "Por que?"
E Bruno responde: "Porque não, mãe.
Sei lá, é complicado".
A mãe tenta entender: "Não é Lei Rouanet".
E Bruno responde: "Não, é Lei Rouanet, mas não é 100%."
A mãe insiste: "Mas, filho, se não é 100%..."
E Bruno justifica: "Todo mundo faz, todo mundo faz".
A mãe, preocupada pergunta: "É, filho, mas isso implica em quê?".
E Bruno tranquiliza: "Não, não implica em nada, mãe.
Eu tô dando, tipo, as contrapartidas sociais, plano do projeto...".
Organização criminosa e associação criminosa.
Bellini, a mulher e os dois filhos foram denunciados por organização
criminosa, já empresários e executivos que participaram do desvio, por
associação criminosa.
Por telefone, o advogado que defende Felipe Amorim e Bruno Amorim, Luis
Carlos Dias Torres, disse que não é verdade que a festa de casamento de
Felipe tenha sido paga com recursos desviados da Lei Rouanet.
O
advogado acrescentou que está analisando os termos da denúncia e que,
portanto, não tem condições de se pronunciar sobre ela neste momento.
O Ministério da Cultura afirmou, em nota, que “iniciou investigação
interna deste caso em 2011, a partir de denúncia recebida pelo
Ministério Público”.
A pasta acrescentou que “inabilitou as empresas
identificadas, que não tiveram mais nenhum projeto admitido”.
“No curso das investigações, os técnicos do MinC descobriram que a
organização criminosa desenvolveu novas estratégias: passou a operar com
outras empresas, com outro CNPJ.
À medida em que o MinC identificava
novas empresas, as inabilitava e comunicava ao Ministério da
Transparência e Controladoria Geral da União.”
O comunicado do ministério afirma ainda que “não repassa recursos
públicos de seu orçamento para realização de projetos culturais via Lei
Rouanet”.
Entenda como funciona a Lei Rouanet (Foto: Editoria de Arte/G1.
Apenas um em
300 milhões de espermatozoides consegue fecundar o óvulo na criação de
um novo ser humano.
Acompanhe essa corrida contra uma série de
obstáculos.
Parabéns, você é um vencedor.
Já nasceu com essa condição. Para ser o
que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua
existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular.
Você
contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e
zombou da sorte.
Derrotou outros 300 milhões de concorrentes.
Esse é o número de espermatozoides lançados no canal da vagina
durante um ato sexual. Todos sabem qual o caminho a tomar. Nadam
freneticamente em direção ao útero, onde – durante apenas dois dias por
mês – podem encontrar um óvulo à espera da união capaz de gerar um novo
ser humano. Não é fácil. Somente um deles é bem-sucedido nessa corrida
de obstáculos. Foi um espermatozóide específico, de seu pai, que levou
a um óvulo de sua mãe as moléculas de DNA que, misturadas ao DNA dela,
deram as instruções genéticas para fabricar você. Imagine se ele tivesse
morrido na praia. Você não existiria.
Metade de todos os espermatozoides morre rapidamente no interior da
vagina, um ambiente, por incrível que pareça, inóspito para eles. Os
sobreviventes que chegam à entrada do útero deparam com um muco que só
permite a passagem dos espermatozoides quando a mulher está prestes a
ovular. Caso contrário, morrem todos. Com a entrada permitida, eles
atravessam todo o útero em direção às tubas uterinas, os dois
estreitos canais que levam aos ovários. É em uma das tubas que vai
ocorrer a fecundação. O final dessa corrida é eletrizante. Os espermatozoides usam sua longa cauda para nadar vigorosamente contra a
correnteza de um fluido que traz o óvulo. Passaram-se, até aqui, apenas cinco minutos. Muitos chegam ao óvulo –
uma célula desproporcionalmente grande, a única do organismo humano que
pode ser vista a olho nu. Todos lutam desesperadamente para forçar a
sua entrada. Quando o vencedor consegue, o óvulo desencadeia
imediatamente uma reação bioquímica e altera sua composição externa,
fechando definitivamente a passagem para os demais. É o fim da corrida. Mais quatro dias e o óvulo fecundado, chamado ovo, chega ao útero. Nove
meses depois, nascerá mais um bebê, o resultado desse irresistível
processo biológico que hoje espalha mais de 5 bilhões de vencedores
sobre a superfície do planeta Terra.
(*) Pela nova nomenclatura anatômica, este passa a ser o nome das trompas de Falópio
1. O espermatozoide perde a cauda após a fecundação 2. A primeira divisão celular, 30 horas depois 3. Mais 20 horas, e uma nova divisão 4. Seis dias depois, o ovo se divide sem parar 5. O ovo já está pronto para se instalar no útero
Defesa
de Agripino Maia diz que não há provas. Segundo a denúncia, ele teria
recebido mais de R$ 654 mil para destravar verbas do BNDES para OAS
construir estádio da Copa.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
Senador Agripino Maia se torna réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta terça-feira (12) denúncia
contra o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do partido
Democratas.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), ele agora responderá como réu a
um processo penal, ao final do qual poderá ser considerado culpado ou
inocente.
Segundo a PGR, Agripino teria recebido mais de R$ 654 mil em sua conta
pessoal, entre 2012 e 2014, da construtora OAS.
A pedido do senador, a
empreiteira também teria doado R$ 250 mil ao DEM em troca de favores de
Agripino.
A acusação diz que ele teria ajudado a OAS a destravar repasses do BNDES para construir a Arena das Dunas, estádio-sede da Copa do Mundo em Natal.
A ajuda teria ocorrido na suposta interferência para que o Tribunal de
Contas do Rio Grande do Norte deixasse de informar ao BNDES eventuais
irregularidades no projeto executivo da obra.
Essa era uma condição para
o repasse do empréstimo.
Mais tarde, em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou sobrepreço de R$ 77 milhões na construção do estádio.
Relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso votou pelo recebimento
da denúncia por considerar “plausíveis” os indícios contra o senador.
O
ministro destacou que a abertura do processo não significa que Agripino
é culpado no caso.
Senador José Agripino Maia (DEM-RN) (Foto: Reprodução/GloboNews)
Argumentos da defesa
A defesa negou a existência de provas de corrupção contra Agripino.
Na
tribuna, o advogado Aristides Junqueira disse que a PGR não comprovou a
origem do dinheiro, que teria sido repassado a mando de Léo Pinheiro,
ex-presidente da OAS, nem o destino dos valores.
“Essa denúncia açodada e imprudente foi oferecida às pressas ao final
do mandato [do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot] sem olhar
as provas”, disse o advogado, chamando as acusações de “ilações
imaginárias”.
Primo do senador, o advogado João Agripino Maia também subiu à tribuna
para lembrar que, em toda a sua carreira política – de prefeito,
governador e senador –, Agripino Maia nunca sofreu acusação.
“O recebimento dessa denúncia sem provas vai deixar nessa vida pública
de 40 anos marcas indeléveis e de difícil reparação”, afirmou.
Votos dos ministros
O relator Barroso afirmou que a denúncia traz indícios relevantes de "atuação indevida".
"Me convenci de que não estamos diante de denúncia frágil.
Há um
conjunto bem relevante de elementos que sugerem uma atuação indevida, um
ato omissivo grave que levou a um superfaturamento de R$ 77 milhões e
um inequívoco recebimento de dinheiros não justificados depositados
fragmentadamente na conta do parlamentar, além da suspeita, que depende
de comprovação, que as doações, ainda que feitas de maneira formalmente
lícita, eram na verdade pagamento de vantagem indevida”, afirmou o
ministro.
Segundo a votar, Alexandre de Moraes notou que a denúncia não atingiu o
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, que teria efetivamente
destravado as verbas do BNDES para a OAS. Para Moraes, o favor prestado
por Agripino seria ter marcado uma reunião entre a empresa e o
conselheiro, mas o ministro não viu ligação entre o episódio e o
recebimento de valores em sua conta.
“Quem desentravou foi o conselheiro, e o que diz a PGR?
Não só foi
denunciado, como arrolado como testemunha, e no depoimento disse que não
houve nada de ilícito na reunião com o senador”, disse Moraes.
Os demais ministros consideraram, no entanto, que havia elementos
suficientes para abrir a ação penal, ao longo da qual as dúvidas serão
sanadas.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo senador nesta terça:
Mesmo
ciente de que a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal tenha
tão somente proclamado a necessidade de prosseguimento das
investigações, causou-me profunda estranheza o fato de não ter sido
considerado o farto conjunto de provas que atestam a minha completa
inocência.
Como
afirmado por todos os Ministros da 1ª Turma, o prosseguimento das
investigações não significa julgamento condenatório.
E é justamente a
inabalável certeza da minha inocência que me obriga a pedir à Corte o
máximo de urgência no julgamento final da causa.
Um policial entrou no banheiro e, aterrorizado, logo saiu.
Acabara de
ver o corpo esquartejado de uma mulher, "faltando lascas como se se
tratasse de peças de açougue".
O cenário não era um filme de terror. Foi o assunto que o jornal
"Notícias Populares" publicou dia 5 de agosto de 1966.
Os restos mortais
eram da bailarina Margaret Suida, 38, a primeira vítima do "monstro da
rua Aurora", chamado mais tarde de Chico Picadinho.
Folhapress
Em 5 de agosto de 1996, o "Notícias Populares" publicou o primeiro crime cometido por Chico Picadinho.
O "Saiu no NP" de hoje relembra dois crimes que chocaram o país nas
décadas de 1960 e 1970, quando o desenhista Francisco da Costa Rocha
matou e esquartejou duas mulheres em São Paulo. Ambos os crimes ficaram
nacionalmente conhecidos como "o crime da mala".
A notícia que abalou a sociedade paulistana foi veiculada no "Notícias
Populares" três dias após o assassinato, que citava que um "Monstro
abateu bailarina e esquartejou o cadáver".
Após uma bela noite de
"orgia" no apartamento da rua Aurora, no centro da cidade de São Paulo,
Francisco da Costa Rocha amarrou as mãos da vítima e a estrangulou com
um cinto.
Para se livrar do corpo, decidiu então retalhar a mulher com
uma faca e uma navalha.
Nua e picotada, ela foi arrastada até o lavatório, onde, aos poucos, foi
parcialmente despejada pelo assassino para dentro de uma banheira, que
chegou a entupir.
Com a manchete "Esquartejou a bailarina no banheiro", em 5 de agosto de
1966, o diário destacou que "o louco dormiu" com o corpo, que ficou
"preso" no lavabo.
Francisco da Costa Rocha saiu do recinto e confessou tudo para seu
companheiro de quarto, o amigo Caio Valadares Neto.
Após a visita,
Valadares, médico, decidiu denunciá-lo à polícia, que entrou no
apartamento e viu a cena da mulher mergulhada na banheira e um balde ao
lado com suas vísceras.
O episódio foi recebido com choque pela população, que viu o "NP" dar quase uma página inteira de cobertura para o caso.
Nos dias que seguiram, o periódico acompanhou de perto as buscas e as
investigações da polícia.
A reportagem apurou que o "esquartejador da
rua Aurora" morava no endereço havia pouco mais de dois anos.
Pacato e
educado, testemunhas relatavam que ele recebia inúmeras mulheres em seu
apartamento.
Denise Adams/11.ago.1998/Folhapress
Banheira onde foi encontrada a primeira vítima de Chico Picadinho em apartamento da rua Aurora, São Paulo.
No dia 6, com a manchete "orgias de tóxicos na residência do monstro", o
jornal descreveu o apartamento de acordo com os relatos dos detetives.
Foragido, o acusado buscou refúgio na casa da mãe, no Rio de Janeiro,
onde tomou conhecimento, por meio da imprensa, de que estava sendo
procurado.
No dia 8 de agosto, o "Notícias Populares" publicou que o cerco ao
assassino havia acabado.
A notícia tomou boa parte da edição, cujo
conteúdo orbitava em torno dos primeiros depoimentos de Chico Picadinho. Na delegacia, Francisco da Costa Rocha disse não se lembrar de detalhes
do que ocorreu, mas confessou o delito.
No dia seguinte, as notícias
davam conta da reconstituição do crime.
Resultado da repercussão do
caso, inúmeros curiosos se aglutinaram em frente ao apartamento para ver
o "monstro da rua Aurora".
Mesmo 144 horas –6 dias– depois do assassinato, no dia 10, o "Notícias
Populares" destacava que até então ninguém havia reclamado o corpo da
bailarina no necrotério.
A equipe do jornal chegou a fazer uma
entrevista exclusiva com o diretor do Instituto Médico Legal, que
relatou que somente uma vez havia presenciado uma autópsia cujo corpo
havia sido esfacelado com tanta crueldade.
Banheira onde a bailarina Margaret Suida foi esquartejada por Chico Picadinho na rua Aurora
Após mais um depoimento à polícia, o estripador foi apresentado a
dezenas de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas, que tiveram a
oportunidade de entrevistá-lo pela primeira vez na delegacia.
O resultado foi publicado no dia 11, oito dias depois do crime.
Repórteres do "NP" também acompanharam a fala do acusado, que declarou:
"Matei porque sou revoltado contra esta vida em virtude do desajuste
social da minha família e porque não admitia que uma mulher tivesse vida
irregular, como uma prostituta".
Julgado em 1968, o estripador foi condenado a 17 anos e seis meses de
prisão.
Anos depois, Chico Picadinho, nome que ganhou na cadeia, foi
premiado pela Justiça por bom comportamento.
A interpretação jurídica
resultou em sua libertação em maio de 1974, com oito anos de detenção
cumpridos.
Solto, Francisco da Costa Rocha casou-se e teve uma filha um ano depois.
Já um pouco esquecido pela imprensa, o estripador voltaria a ganhar as
capas do "Notícias Populares" 10 anos depois de seu primeiro delito.
out.1976/Folhapress
Detalhe da mala no apartamento onde Ângela de Souza da Silva foi morta e esquartejada em outubro de 1976.
"Autor do crime da mala volta a matar em SP" preencheu a capa do dia 18
de outubro de 1976.
Dessa vez, a vítima era Ângela de Souza da Silva,
34, encontrada esquartejada com um serrote dentro de um apartamento na
rua Rio Branco, no centro de São Paulo.
O diário detalhou as cenas do crime.
"Os pedaços de carne, depois de
lavados, foram acondicionados em uma mala de viagem. (...)
Todos os
membros ficaram separados do corpo, o mesmo ocorrendo com a cabeça.
O
próprio tronco também foi cortado em pedaços." Reincidente, Chico Picadinho ganhou maior destaque.
As reportagens
levantavam seu histórico familiar e relembravam detalhes do primeiro
crime.
Algumas, inclusive, narravam sua trajetória após sua soltura em
74 e traziam análises de psicólogos e especialistas sobre o caso.
Em 19 de outubro de 1976, quatro dias depois do assassinato, o "NP"
publicou que Chico Picadinho ainda estava foragido e trouxe informações
do crime, além de mais detalhes sobre a biografia da vítima e das buscas
da polícia.
Um dos destaques foi para "a opinião dos psicólogos sobre
'Chico Picadinho'", que levantou um panorama sobre a personalidade do
esquartejador através da avaliação de especialistas.
No dia seguinte, em "O Esquartejador odeia mulheres", o jornal publicou
biografia do estripador e lembrou sua infância, marcada pelo abandono da
mãe e de seu suposto ódio pela figura feminina.
Depois de mais de dez dias de buscas, a polícia de São Paulo permitiu a
publicação da notícia que muitos esperavam.
"Já pegaram o esquartejador"
foi a principal manchete do "Notícias Populares" no dia 28, em que
destacou que "Chico Picadinho lia revista no quarto da pensão" quando
foi surpreendido pelos investigadores.
O autor do "crime da mala" tinha sido detido na cidade de Duque de
Caxias, no Rio de Janeiro.
Dessa vez, não houve julgamento.
Chico
Picadinho foi declarado "incapaz" por um laudo médico pedido pelo juiz,
que o sentenciou a "pena comum de prisão", fato permitido pela
legislação da época.
Em tese, o criminoso ficaria preso até o fim dos
anos 1990.
Marlene Bergamo - 24.ago.1993/Folhapress
Francisco da Costa Rocha na cadeia.
"Francisco da Costa Rocha decepciona quem espera encontrar um assassino
de olhar nervoso, quase maligno.
Inteligente, domina como poucos a arte
da conversa", informou o "NP" em entrevista exclusiva que fez com Chico
Picadinho, publicada em 13 de setembro de 1993.
Ao ser questionado sobre
o que gostaria de fazer quando saísse da cadeia, o detento relatou que
"queria levar uma vida normal", mas que temia o mundo fora do cárcere,
onde, aliás, tornou-se leitor assíduo de escritores como Kafka e
Dostoiévski.
Dizendo-se arrependido, declarou seu desejo de trocar de
nome a fim de se livrar do estigma de estripador.
Em 1998, Francisco da Costa Rocha cumpriu a pena máxima permitida pela
lei brasileira, que é de 30 anos.
Porém foi interditado judicialmente e
encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do
Tatuapé.