Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

domingo, julho 30, 2017

Proibidos de namorar, ver TV e ter redes sociais, jovens relatam rotina em filial paulista de seita dos EUA

Igreja em Franco da Rocha, na Grande SP, mantém escola e impõe doutrina rígida aos alunos e fiéis. A igreja nega os abusos.


Por Paula Paiva Paulo, G1 SP, Franco da Rocha
Proibidos de namorar e ver TV jovens relatam rotina em filial paulista de seita dos EUA
Proibidos de namorar e ver TV jovens relatam rotina em filial paulista de seita dos EUA
Ir ao cinema, assistir televisão, ter perfis em redes sociais, namorar.
 
Estas são algumas das coisas que Caleb Souza, Priscila Mendes, e A.A. – que prefere não se identificar – fizeram só depois dos 20 anos de idade, após saírem do Ministério Evangélico Comunidade Rhema, sediado em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. 
 
Eles contaram ao G1 a rotina de proibições e punições do local.
 
A igreja evangélica é uma filial da seita norte-americana "Word of Faith Fellowship" (Associação Palavra da Fé), que foi denunciada por usar brasileiros como escravos na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.  
 
 
Em nota, a igreja nega os abusos (leia a íntegra do posicionamento abaixo).
 
Em Franco da Rocha, a igreja mantém uma escola que vai da Educação Infantil ao Ensino Médio. 
 
Elas estão lado a lado, tanto fisicamente quanto na doutrina rígida imposta aos alunos e fiéis. 
 
Os imóveis ficam em uma rua que hospeda casas de alto padrão com muros altos, como a da pastora Solange Oliveira, que, junto com seu marido, Juarez, e os pastores Paulo e Alice Santos, comandam a Comunidade Rhema.
Ministério Evangélico Comunidade Rhema é filial paulista de igreja norte-americana acusada de escravizar brasileiros (Foto: Fábio Tito/G1)
Ministério Evangélico Comunidade Rhema é filial paulista de igreja norte-americana acusada de escravizar brasileiros (Foto: Fábio Tito/G1) 
 
Um familiar de Solange e Juarez, que aceitou conversar com a reportagem sob condição de anonimato, disse que a aproximação com os pastores americanos - Jane e Sam Whaley – tornaram mais duras as regras da igreja paulista. 
 
Antes do encontro, no final da década de 1980, Solange e Juarez tinham apenas um centro de orações em no bairro Morro Grande, na Zona Sul de São Paulo.
 
“Com o tempo, a doutrina no Brasil foi se assemelhando com a dos americanos. 
 
E [os americanos] criaram um jogo psicológico muito forte. 
 
Se não fizer isso, vai para o inferno, senão vai para o céu”, disse o parente dos pastores. 
 
Segundo ele, as famílias brasileira e americana ficaram mais próximas em 2005. 
 
A partir daí, a filial brasileira endureceu.

Rotina na escola e punições

Caleb, Priscila e A.A. , hoje com 27, 24 e 21 anos, respectivamente, cursaram toda a vida escolar no Colégio Cristão Rhema, onde só os membros da igreja podem estudar. 
 
Pedreiro, o pai de Caleb viu na escola uma oportunidade do filho ter uma boa educação em uma escola particular, já que podia pagar a mensalidade com serviços de obra. 
 
"Ele achava que era uma coisa boa, com princípios cristãos", disse Caleb. 
 
Pela manhã, antes das aulas, por meia hora, havia uma reunião com todos os alunos da escola para determinar quem merecia ou não assistir às aulas naquele dia. 
 
O critério era religioso. 
 
“Eles vinham acusando, apontando o dedo, você está em pecado, não vai entrar na sala hoje”, contou Caleb. 
 
Um dos motivos para “estar em pecado” é falar com uma pessoa do sexo oposto. 
 
“Se caiu um lápis no chão e entregasse na mão dela [de uma menina], já era motivo para gritos e punições só pelo fato de entregar na mão”, disse A.A. 
 
Os gritos eram uma das formas de punição e também “método” de oração. 
 
“Eles gritavam literalmente na orelha da pessoa, aí vinha um grupo de pessoas, empurrava você para baixo e eles falavam que o demônio tem que sair para fora. 
 
Eles chacoalhavam a pessoa de tal forma que a pessoa vomitava, e eles falavam que era o demônio estava saindo”, contou Caleb. 
 
Durante uma dessas orações, Priscila diz ter se machucado. 
 
“Numa dessas bateram minha boca no chão e quebrei o dente da frente”, conta a jovem.
Em foto de material didático, imagem de loba dando de mamar a Rômulo e Remo é tapada. Figura é da mitologia romana. (Foto: Arquivo pessoal/Caleb Souza)
Em foto de material didático, imagem de loba dando de mamar a Rômulo e Remo é tapada. 
 
Figura é da mitologia romana. (Foto: Arquivo pessoal/Caleb Souza).
 
O material didático tem censuras. Imagens de índios ou pessoas sem camisas eram cobertas. 
 
Partes de textos também. 
 
O tema reprodução é censurado até mesmo no estudo da demografia brasileira. 
 
Nem a clássica imagem dos gêmeos Rômulo e Remo sendo amamentados por uma loba (mito da Fundação de Roma) passou pelo filtro da igreja.
 
“Desde pequenos eles ensinam a Bíblia antes do conteúdo disciplinar. 
 
Eles fazem uma lavagem na nossa cabeça e cada coisa que a gente pensa precisa ser dita para eles”, disse Priscila. 
 
Para as meninas, é obrigado o uso de roupas longas cobrindo todo o corpo e maquiagem só é permitida no Ensino Médio. 
 
Uma das punições para quem desobedecesse às regras era ficar de fora das salas de aula. 
 
“[a gente]Ficava numa salinha separada, de disciplina, isolado de todos. 
 
Muitos dormiam nessas salas. 
 
Eles só iam para levar comida e chamavam a gente de pecadores”. 
 
Além dos castigos, Caleb e A.A. também dizem ter levados tapas no rosto.
Textos também eram tapados no materia didático do Colégio Rhema (Foto: Arquivo pessoal/Caleb)
Textos também eram tapados no materia didático do Colégio Rhema (Foto: Arquivo pessoal/Caleb)

Proibições.

Ler livros que não fossem da igreja, ouvir música que não fosse da igreja, assistir qualquer coisa que não fosse da Comunidade Rhema, era proibido. 
 
Ter perfis em redes sociais? 
 
Nem pensar. 
 
No cinema, os jovens foram pela primeira vez aos 20 anos, depois de abandonarem a congregação.
 
Para o santista Caleb, uma das partes mais difíceis era não poder assistir aos jogos do alvinegro. 
 
“Se eu passei na frente da televisão e assisti futebol, tinha que confessar. 
 
Eles queriam ter total domínio dos jovens, que era a parte mais fácil. 
 
A parte mais fraca era nós, adolescentes. 
 
E fora os adultos, que vira um fanatismo”.
 
Outra proibição era ir à praia com roupa de banho. 
 
Aos 21 anos, A.A. contou que nunca foi à praia de sunga. 
 
“Seria impuro aos olhos deles, e aos olhos de Deus. 
 
Então nem pensar ir com roupa de verão”. 
 
Também é proibido comemorar aniversários e datas festivas, como Natal e Ano Novo.
    
 
Jovem de 21 anos contou que sofreu mudança 'drástica' de personalidade com os anos que passou no Colégio Rhema (Foto: Fábio Tito/G1)

Relacionamentos

O namoro é proibido na Comunidade Rhema. 
 
O que é permitido é o chamado “relacionamento de amizade”, que tem que ser autorizado pelos pastores. 
 
Se um rapaz gostar de uma menina, ou vice-versa, tem que pedir autorização para ter o relacionamento de amizade.
 
Caso autorizado, o casal pode começar a conversar, mas sempre acompanhado de um supervisor, chamado na igreja de “atalaia”. 
 
“Não podia pegar na mão, não tinha beijo, nada disso”, disse A.A. 
 
O estopim para a sua saída da Rhema foi quando sua mãe foi proibida de ser a “atalaia” de seu relacionamento. 
 
“Se minha mãe que me criou não pode me ouvir tem alguma coisa muito errada”, questionou o jovem, à época com 20 anos.
 
Este também foi um momento difícil para Caleb. 
 
“A parte da minha adolescência foi a pior, da sétima série para frente foram os piores anos, devido a essa pressão. 
 
A gente não podia ter contato com as meninas”.
 
Para passar a ser permitido o contato físico, o casal precisa casar. 
 
Mesmo assim, o controle continua após o matrimônio. 
 
“Nada pode ser feito se eles não aprovarem, até para ter filhos precisa pedir permissão”, disse Priscila.
Caleb Souza saiu há 7 anos da congregação e disse que hoje vive melhor momento da vida (Foto: Fábio Tito/G1)
Caleb Souza saiu há 7 anos da congregação e disse que hoje vive melhor momento da vida (Foto: Fábio Tito/G1).

Viagem aos Estados Unidos

“Eu fui porque era o sonho de todo jovem ir”, disse A.A. Ele foi duas vezes para Carolina do Norte, e ficou em casa de “irmãos” da igreja. 
 
Nestas casas, teve que trabalhar. 
 
“Eles fazem um psicológico tão forte que você se sente na obrigação de trabalhar”.
 
Os trabalhos eram sempre manuais. 
 
“Era obrigado sim a limpar a casa inteira, fazer manutenção na casa. 
 
E era trabalho de pedreiro, coisa bem pesada mesmo”. 
 
Os líderes da igreja americana falavam que o trabalho era um “tratamento para o coração”. 
 
“Eles diziam que isso estava fazendo bem para você, você querendo ou não”, disse o jovem.

Vida fora da igreja

Caleb foi o que saiu há mais tempo da Comunidade Rhema, há sete anos. 
 
Hoje, trabalha como motorista de ônibus e tem um filho. 
 
Ele disse que vive a melhor fase da sua vida agora. 
 
“Esses dois últimos anos que estou me sentindo bem melhor, por isso dou minha cara para falar mesmo. 
 
Tem amigos meus que saíram agora, e tem o mesmo medo que tinha 7 anos atrás”.
 
Já Priscila, que saiu há 4 anos, é assistente administrativa, mas ainda não conseguiu reconstruir os laços perdidos. 
 
“Eles privam você de tudo. 
 
E, quando a gente sai da igreja, a gente não consegue conviver com as pessoas, não consegui fazer amizades. 
 
Até hoje eu não consigo ser livre totalmente e não tenho amigos”.
 
A.A. saiu da congregação há apenas 1 ano e 4 meses. 
 
Ele sofre desde pequeno de uma dermatite atópica – doença crônica que causa lesões na pele – e diz que o quadro foi agravado pelo seu estado emocional. 
 
Ele teve depressão no ano passado, e está em tratamento. 
 
O jovem disse que sua personalidade foi moldada ao longos dos anos e sofreu uma mudança "drástica". 
 
“O que eu realmente quero é voltar a essência do que eu sempre fui, porque acho que a única coisa que não pode ser tirada da gente é a nossa essência. 
 
Quero ter novas amizades, preciso de amigos. 
 
Conhecer novos lugares, perdi muito tempo sim com isso”.
Colégio Cristão Rhema é mantido por igreja em Franco da Rocha, na Grande São Paulo (Foto: Fábio Tito/G1)
Colégio Cristão Rhema é mantido por igreja em Franco da Rocha, na Grande São Paulo (Foto: Fábio Tito/G1). 
 

Igreja nega abusos.

 

Procurada pelo G1, a Comunidade Rhema informou que não iria conceder entrevistas e que a posição oficial é a do comunicado divulgado no último dia 27
 
Veja a íntegra da nota: 
 
COMUNICADO AO PÚBLICO:
 
Nós, os pastores do Ministério Evangélico Comunidade Rhema, estando chocados, consternados e entristecidos com os artigos recentemente publicados pela mídia, vimos esclarecer ao público que: 
 
Conhecemos o ministério Word of Faith Fellowship na Carolina do Norte, EUA, há mais de trinta anos, bem como os seus pastores, com os quais temos fortes laços de amizade e por quem temos grande consideração. 
 
São pessoas idôneas, vivem o amor de Deus, mas são caluniadas ao tentarem ajudar pessoas.
 
Nós não toleramos e não permitimos nenhuma forma de abuso em nosso ministério. 
 
Os relatos publicados são porções de mentiras e fatos distorcidos.
 
 Nenhuma pessoa que é abusada e escravizada, como querem fazer crer os comentários, continua a frequentar a mesma igreja por 20 anos. 
 
Ou, ainda, escolhe voltar 20 vezes ao lugar em que é supostamente abusada, como mencionado por uma jovem, entrando e saindo do país. 
 
Queremos mais uma vez deixar registrado o nosso repúdio às declarações feitas por essas pessoas, que pretendem manchar a nossa reputação e o bom conceito de que gozamos em nossa região, perante diversas instituições com quem temos relações de colaboração e perante todos os nossos conhecidos e amigos.
 
 
Pastores:
Juarez & Solange Oliveira e Paulo & Alice Santos 
 
 COMENTÁRIO:
 
Isso não se chama Igreja, isso se chama organização (Empresa) religiosa.
 
Porque segundo as Escrituras Sagradas, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo é cada pessoa que se converte a Ele de verdade, nascendo da Água e do Espírito Santo, "nascendo de novo", transformando-se em uma "Nova criatura", tornando-se Templo do Espírito Santo, Tabernáculo de Deus, assumindo uma nova identidade de Igreja viva do Senhor e Salvador Jesus Cristo. 

A verdadeira Igreja de Jesus Cristo não tem nome de fantasia e nem CNPJ como as empresas comerciais tem, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo tem RG, e CPF.
 
Estudem a Bíblia Sagrada que vocês poderão confirmar o que estou dizendo aqui.
 
 
Valter Desiderio Barreto - Igreja viva do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

sábado, julho 29, 2017

Provas da JBS sobre pagamento de propina a políticos somam R$ 1,1 bilhão, diz 'Época'

Revista revelou documentos que serão entregues pela empresa à PGR que comprovariam corrupção entre 2006 e 2017. Entre os beneficiários estão Temer, Lula, Dilma e Serra, que negam.


Por Vladimir Netto, TV Globo, Brasília 
'Época' publica extratos, planilhas e notas de propina da JBS a políticos
'Época' publica extratos, planilhas e notas de propina da JBS a políticos.
 
Reportagem da revista "Época" desta semana publicou alguns dos documentos que os delatores da JBS entregarão para a Procuradoria Geral da República (PGR) e que, segundo eles, comprovariam o pagamento de propina a políticos de vários partidos entre 2006 e 2017. 
 
Entre os políticos que teriam recebido propina, segundo os documentos, estão o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e o senador José Serra (PSDB-SP), que concorreu à Presidência em 2010. 
 
A revista teve acesso à contabilidade da JBS e, na reportagem, revelou planilhas com pagamentos para campanhas eleitorais em quase dez anos e que seriam propina segundo os delatores. 
 
De acordo com a revista, os documentos que serão entregues à PGR como provas seriam comprovantes bancários, notas fiscais frias, contratos fraudulentos e depósitos em contas secretas no exterior.
 
A reportagem da "Época" diz ainda que, de 2006 a 2017, a contabilidade da propina paga pela JBS e outras empresas dos irmãoes Joesley e Wesley Batista ultrapassa o valor de R$ 1,1 bilhão. 
 
Desse valor, segundo a reportagem, R$ 301 milhões foram repassados em dinheiro vivo; R$ 395 milhões por meio de empresas indicadas pelos políticos; e R$ 427,4 milhões em doações oficiais de campanha. 
 
A reportagem dividiu os pagamentos por núcleos:
  • Núcleo do governo Michel Temer;
  • Núcleo do chamado Centrão;
  • Núcleo do PMDB no Senado;
  • Núcleo do PMDB na Câmara;
  • Núcleo do PT;
  • Núcleo do PSDB.

Temer

O núcleo Michel Temer, por exemplo, teria recebido ao todo R$ 21,7 milhões. 
 
O dinheiro teria sido distribuído para aliados políticos e amigos do presidente em campanhas eleitorais ou fora delas. 
 
Desse valor, segundo a reportagem, R$ 1 milhão foi repassado em dinheiro vivo ao coronel João Batista Lima, amigo de Temer, e teria solicitado pelo peemedebista na época em que ele era vice-presidente. 
 
A informação foi revelada em delação premiada pelo executivo da JBS Ricardo Saud. 
 
"O Temer me deu um papelzinho e falou: 'Olha Ricardo, tem 1 milhão que eu quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui'. 
 
Me deu o endereço. 
 
Na porta do escritório dele, na calçada, só eu e ele na rua, na praça Panamericana. 
 
Eu peguei e mandei o Florisvaldo lá, falei: 'Vai lá saber o que que é isso'", relatou Saud à PGR.
 
A reportagem de "Época" mostra uma nota fiscal, emitida pela empresa do publicitário Elsinho Mouco, que registra serviços de planejamento estratégico de comunicação. 
 
De acordo com delatores, essa nota seria fria e teria sido usada para justificar a entrega de R$ 1 milhão a Michel Temer. 
 
Elsinho Mouco é, até hoje, o publicitário de Temer. 
 
 
Segundo os documentos da JBS revelador pela reportagem, cinco ministros do governo Temer receberam R$ 46,7 milhões.

Centrão

Para o núcleo do chamado Centrão, de acordo com a revista, foram R$ 138 milhões, usados nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014 para comprar partidos que, hoje, defendem Temer no Congresso.

PMDB

Para senadores do PMDB, segundo a JBS, foram repassados R$ 29,1 milhões, divididos por cinco parlamentares da cúpula do partido. 
 
Um deles, informou "Época, seria o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE). 
 
A reportagem mostra uma nota fiscal que seria fria, de uma empresa de Salvador, que, de acordo com delatores, teria sido usada no repasse do dinheiro a Eunício. 
 
Já para a bancada do partido na Câmara, de acordo com a reportagem, foram repassados R$ 55,2 milhões.

PT

Para o núcleo do PT, de acordo com a contabilidade da JBS, foram repassados US$ 151 milhões no exterior e R$ 111,7 milhões no Brasil. 
 
Esse dinheiro, segundo delatores, foi propina paga em troca de financiamentos obtidos pela empresa junto ao BNDES. 
 
A reportagem traz trechos dos extratos de duas contas no exterior que teriam sido usadas, segundo a JBS, para depositar a propina do PT durante os governos Lula e Dilma. 
 
Esse dinheiro teria sido usado na campanha de Dilma à reeleição em 2014. 
 
A revista também revela repasses feitos a pedido do ex-ministro petista Antonio Palocci. 
 
Na contabilidade da JBS, há registro de dez depósitos de US$ 100 mil cada, na conta de um banco nos Estados Unidos, cujo beneficiário é o pastor Samuel Ferreira. 
 
De acordo com os registros da JBS, o dinheiro saia de uma conta da empresa a pedido de Palocci. 
 
A ligação entre o ex-ministro e o pastor Samuel Ferreira ainda terá que ser investigada.

PSDB

Para o PSDB, segundo a planilha da JBS, foram repassados R$ 42,2 milhões nas campanhas de 2010 e 2014.
 
A reportagem mostra ainda um recibo da empresa LRC Eventos – indicada pela campanha de José Serra em 2010 –, que teria sido usado para dar fachada de legalidade à uma doação ao tucano, segundo delatores.

Repasses

Para ter controle sobre todos esses pagamentos, a JBS não criou um departamento de propina, como a Odebrecht. 
 
Poucos funcionários centralizavam esses repasses de dinheiro, que eram feitos de diferentes maneiras. 
 
Esses funcionários também fizeram acordo de delação premiada e deram detalhes do mecanismo desse esquema criado para corromper políticos. 
 
Um dos funcionários era Florisvaldo de Oliveira. Outro, Demilton de Castro.
 
"Ela [a planilha] tem data, nome das pessoas, alguns casos tem remessa em dinheiro, que aí não vai ter nome né... [...] 
 
Tem [codinomes para disfarçar os nomes dos políticos], tem algum caso que tem", disse Castro à PGR.
 
Todo o material revelado pela revista será entregue à PGR nas próximas semanas para complementar as delações da JBS.

O que disseram os citados

Em nota, o presidente Michel Temer afirmou que a delação de Joesley Batista é "fantasiosa", baseada em documentos forjados e fatos deturpados. 
 
O presidente disse ainda que o empresário e seus "capangas reinventam o passado para incriminá-lo de forma torpe e injuriosa".
 
O senador Eunício Oliveira afirmou que o relato feito pela revista não condiz com a verdade, que desconhece as empresas citadas, e que a JBS contribuiu de maneira legal para a campanha dele ao governo do Ceará.
 
A ex-presidente Dilma Rousseff disse que as afirmações dos delatores da JBS são improcedentes e inverídicas. 
 
A assessoria do ex-presidente Lula afirmou que ele nunca foi beneficiário de contas ocultas e que as reproduções dos extratos divulgadas pela revista são parte de uma grosseira farsa contra o ex-presidente. 
 
Disse também que as denúncias partem de um réu confesso, que recebeu perdão judicial em troca de fazer falsas acusações que não pode provar. 
 
A defesa de Antonio Palocci informou que vai se manifestar no processo.
 
O advogado de Samuel Ferreira afirmou que o pastor recebe inúmeras doações de forma legal e que ele não conhece AntOnio Palocci. 
 
O PT afirmou que todas as doações recebidas foram legais e aprovadas pela Justiça eleitoral.
 
O PSDB não quis se manifestar e disse que aguarda mais informações sobre a delação.
 
O PMDB não respondeu à reportagem.
 
A TV Globo não conseguiu contato com o senador José Serra
 
O tucano já afirmou no passado que todas as campanhas dele foram conduzidas dentro da lei.
 
A TV Globo também não conseguiu contato com o coronel João Batista Lima, com a empresa LRC Eventos e com o marqueteiro Elsinho Mouco.
 
Em nota à revista "Época", o marqueteiro afirmou que Joesley Batista se dispôs voluntariamente a bancar os custos de proteção digital a Michel Temer e que tem documentação que comprova o trabalho.

sexta-feira, julho 28, 2017

Relatório revela que ser gay é crime em 72 países

EFERedação Central
Atualmente, existem no mundo 72 países que criminalizam as relações homoafetivas e em oito deles ser gay ou lésbica pode custar a vida.

De acordo com o relatório o relatório mais recente da Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga), "Homofobia de Estado", publicado em maio deste ano, a proteção e o reconhecimento aos homossexuais acontece nos países do norte da América e em alguns do sul, na Austrália e na maior parte da Europa.

Por outro lado, a criminalização se estende por boa parte da Europa Oriental, da Ásia, da África - exceto África do Sul, Ilhas Seychelles e Cabo Verde -, em parte da América Central e da América do Sul.

Ao todo, a relação entre pessoas adultas do mesmo sexo é legalizada - seja porque foram despenalizadas ou porque nunca foram um crime - em 124 Estados (122 membros da ONU, mais Taiwan e Kosovo), mas é considerada delito em 72.

Em muitos lugares, ainda que não sejam perseguidos pela lei, os homossexuais são alvo de rejeição social, discriminação e até assédio.

Entre os países que reconhecem os direitos dos homossexuais apenas nove contemplam especificamente a não discriminação por razões de orientação sexual na Constituição. Na realidade, a maioria carece de uma normativa que proteja os homossexuais, ainda que nos últimos anos alguns avanços significativos tenham sido registrados.

Hoje, existem, por exemplo, 72 países que já aprovaram leis para garantir a não discriminação em ambientes de trabalho e 43 que contam com leis para combater os crimes de homofobia.

Os casais homoafetivos podem se casar em 22 Estados e outros 28 que admitem as uniões civis, sem intitulá-las casamento, mas com direitos similares.

No Brasil, por exemplo, a "celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo" é permitida desde 14 de maio de 2013, conforme decisão do plenário do Conselho Nacional de Justiça.

Em 26 países existem leis de adoção conjunta - Áustria, Finlândia e alguns territórios da Austrália incorporaram estes direitos à sua legislação no último ano -; e outros 27 permitem adoção quando o filho é de um dos membros do casal.

No outro extremo está uma grande quantidade de nações onde os homossexuais são obrigados a se esconder, têm os seus direitos violados, são presos e podem inclusive ser condenado à morte.

Ainda existem 72 Estados - um terço dos que integram a ONU - que criminalizam o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo (em 45 deles a lei se aplica tanto para mulheres quanto para homens).

A pena de morte para as relações homossexuais vigora em oito países. 

No Irã, na Arábia Saudita, no Iêmen e no Sudão ela é aplicada em todo o território. 

Na Somália e na Nigéria, em algumas províncias.

Síria e Iraque são dois lugares onde a pena de morte é realizada por atores não estatais. 

Em ambos os casos o Estado Islâmico é o responsável por aplicá-la nas regiões onde tem controle.

Em cinco países - Paquistão, Afeganistão, Emirados Árabes Unidos, Catar e Mauritânia - a pena de morte é tecnicamente permitida por uma interpretação da lei islâmica (sharia), ainda que não seja aplicada.

Já em lugares como Uganda, Zâmbia, Tanzânia, Índia, Barbados e Guiana as relações homossexuais se castigadas com penas que vão de 14 anos à prisão perpétua. 

E em países do norte da África, como Líbia, Argélia e Marrocos, as leis contemplam penas de três a sete anos de reclusão.

O relatório da Ilga menciona também as informações, publicadas em abril deste ano, sobre a perseguição e o assassinato de homossexuais na República Russa da Chechênia, de maioria muçulmana.

COMENTÁRIO:

Os países do mundo são soberanos em suas leis, nenhum país deve se intrometer nas leis de países que contrariam certo tipo de cultura de uma minoria, que quer, que a todo custo, a humanidade inteira aceite de forma imposta através de leis humanas que contrariam frontalmente a Lei maior, que é a Lei de Deus.  

Valter Desiderio Barreto.

quinta-feira, julho 27, 2017

“Prêmio Master Águia 2017”,



Ao
ILMO. VALTER DESIDÉRIO BARRETO
Carta Convite Nº 1.810/17 - I.N.Q.S.

Site com Último Evento Atualizado: www.inqs.org
Ver Vídeos: Homenageadas e Testemunhais.

O Instituto Nacional da Qualidade Social - I.N.Q.S. está mantendo o protocolo anterior e cumprindo o Crivo do Conselho Nacional de Honrarias e Méritos, através da presente tem a honra de informar que o NOBRE PARCEIRO que foi homenageada em 17 de junho de 2016 como Membro Comendador, encontra-se aprovada para receber o “Prêmio Master Águia 2017”, respeitando as qualificações da homenagem anterior, ou seja, somente poderão receber “MASTER ÁGUIA AMERICANA”, as Parceiras do Instituto I.N.Q.S.

Prestaremos a nossa justa homenagem aos “Principais Destaques Parceiros do Mundo Empresarial (Profissional)”, com a entrega do "Prêmio Master Águia – Melhores do Ano 2017".

Os RANQUEADOS credenciam-se a receber o TROFÉU Símbolo do Master Águia “Qualidade Empresarial com Responsabilidade Social”, e o Diploma em Aço Escovado Personalizado “Cor Dourada”.

O evento será realizado no dia 25 de novembro do corrente ano, (sábado) com início às 20 horas, no Espaço de Eventos CLUB HOMS, situado na Avenida Paulista, 735 no (Coração de São Paulo), noite regada com coquetel e jantar.

Teremos a honra de reconhecer seu trabalho como empresário parceiro e, sobretudo, como líder comprometido com a melhoria contínua, fazendo a entrega do Prêmio Master Águia Americana.

A Deus seja dada toda a honra e toda a glória !

Valter Desiderio Barreto.

Igreja viva do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

quarta-feira, julho 26, 2017

Casal de trabalhadores rurais é assassinado no sudeste do Pará

Violência no campo: Casal é morto após várias ocorrências


Os corpos de Manuel Índio de Arruda e Maria da Luz Fernandes da Silva foram encontrados na manhã desta quarta-feira (26) dentro de casa.



Por G1 PA, Belém
Casal que denunciava posseiros é morto no Sudeste do Pará
Casal que denunciava posseiros é morto no Sudeste do Pará.
 
Um casal de trabalhadores rurais foi assassinado dentro do assentamento Uxi, no município de Itupiranga, no sudeste do Pará. 
Os corpos de Manuel Índio de Arruda e Maria da Luz Fernandes da Silva foram encontrados na manhã desta quarta-feira (26) dentro de casa. 
Eles moravam no local desde 2005. 
De acordo com o relato de vizinhos, foram ouvidos vários disparos durante a madrugada. 
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) as vítimas estavam numa lista de ameaçados para morrer. 
Ainda nenhum suspeito foi preso, mas policiais da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) estão na região para coletar mais informações sobre o assassinato.

A Polícia Civil informou que não se sabe quem foi o autor do crime, nem a motivação está definida. 
Mas ainda segundo informações da Polícia, o casal já havia denunciado o conflito entre posseiros que discordavam dos limites dos lotes de terra. 
 
A equipe da Deca já esteve no local do crime e ouviu relatos de uma testemunha. 
Peritos criminais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Marabá foram deslocados para fazer o levantamento de local de crime.

Conflitos agrários

De acordo com a CPT, em todo o país 48 pessoas já morreram por causa de conflitos fundiários. 
O Pará está em segundo lugar nesse ranking, com 14 assassinatos só nos primeiros seis meses de 2017.

Somente no último mês de maio, a disputa por terra provocou a morte de 17 pessoas no Pará. 
Em Eldorado dos Carajás, Etevaldo Soares costa perdeu a vida durante uma troca de tiros entre trabalhadores rurais e seguranças de uma fazenda. 
Havia sinais de tortura no corpo dele. 
Kátia Martins de Souza era líder rural em um acampamento para cem famílias, em Castanhal, e foi assassinada com seis tiros, na frente do neto de seis anos. 
 
Em Santa Maria das Barreiras, um policial militar da reserva, o filho dele, e mais duas pessoas tiveram os corpos queimados. 
 
Em Pau D'arco, mais violência, Marcos Montenegro era vigilante de uma fazenda e foi morto em uma emboscada durante uma tentativa de invasão. 
 
Dez pessoas foram mortas em uma chacina na fazenda Santa Lúcia, também localizada no município de Pau D’arco. 

Após investigações, no dia 12 de julho, a Secretaria de Segurança do Pará confirmou que as mortes tinham caracteristicas de execução, refutando a alegação inicial de que houve confronto entre os policiais e posseiros na fazenda.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...