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domingo, maio 21, 2017

Deputado Gesmar Costa participa de encontro regional do Partido Social Democrático em Parauapebas


Partido Social Democrático realiza encontro regional

Neste sábado (20), no salão de eventos da Igreja Grão de Mostarda, no Rio Verde aconteceu o encontro Regional do Partido Social Democrático (PSD). 

Além da militância do partido, estiveram presentes, o deputado federal, Joaquim Passarinho, o deputado estadual, Gesmar Costa, o ex-prefeito de Parauapebas e presidente da legenda, Valmir Mariano e prefeitos e vereadores de outros municípios. 

O vereador Ivonaldo Brás, pertencente aos quadros do PSDB também prestigiou o evento. 

O evento começou com a fala de Valmir Mariano que ressaltou a importância da legenda no contexto político nacional e do Estado. 


“Aprendi que todo homem precisa ter uma religião, uma filosofia e uma partido, esse é o nosso PSD”. 

Valmir finalizou sua fala, mostrando as realizações do seu governo, principalmente das grandes obras de estrutura e da recuperação da oferta de água tratada. 

O deputado Joaquim Passarinho, discorreu sobre o cenário político, lembrando os casos ocorridos nos últimos dias, quando denúncias de corrupção tomaram as páginas dos noticiários, “queremos que as notícias sejam apuradas, inclusive do presidente nacional do meu partido. 


Se for comprovada que vá pra cadeia”. 

Passarinho lembrou o pouco espaço que o partido vem tendo no atual governo do PSDB, “o PSD é aliado de primeira hora, participou da campanha e se sente longe das decisões, enquanto muitos partidos que fizeram oposição foram agraciados com secretarias”, enfatizou, deixando claro que o partido vai analisar com cuidado futuros apoios. 

Na mesma linha seguiu o deputado Gesmar Costa, que afirmou que o partido era independente e que não estaria sujeito a nenhum partido. 


O deputado faz um breve relato da sua passagem na administração pública de Parauapebas, quando em 2013, assumiu os Serviços Autônomos de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP), “quando assumimos o município produzia 18 milhões de litros de água por dia e após 15 meses da nossa gestão, havia uma oferta de 42 milhões de litros água tratada por dia. 

Evidentemente que só fizemos isso porque tivemos o apoio do prefeito Valmir Mariano”.

Logo após diversas lideranças, vereadores e prefeitos de outros municípios também usaram a tribuna e enfatizaram o crescimento que o partido vem tendo nos últimos anos. 


Alessandro do Fórum, liderança de Curionópolis lembrou que em 2015, quando assumira a presidência do partido havia quatro filiados, “hoje o partido cresceu e elegeu o vereador mais atuante do município, o Gildásio”. 

Após o evento foi servido um almoço para os presentes











sábado, maio 20, 2017

Temer e Aécio agiam juntos para impedir avanço da Lava Jato, diz Janot

Presidente Temer está sendo investigado por três crimes
Presidente Temer está sendo investigado por três crimes.
 
 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato. 
A afirmação consta da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin que determinou a abertura de inquérito para investigar Temer, Aécio e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

O inquérito está relacionado ao acordo de delação de executivos do frigorífico JBS. 
A decisão foi divulgada nesta sexta (19).
 
"Além disso, verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot. 
"Desta forma, vislumbra-se também a possível prática do crime de obstrução à Justiça", completa o procurador-geral da República.
 
No pedido para investigar Temer e Aécio, a procuradoria afirma que o senador teria "organizado uma forma de impedir que as investigações [da Lava Jato] avançassem por meio da indicação de delegados que conduziriam os inquéritos, direcionando as distribuições."

Versões

Procurada, a assessoria de Temer respondeu: "O presidente nunca atuou para impedir o avanço da Lava Jato". 
 
A assesoria de Aécio também divulgou a seguinte nota:
"Não existe qualquer ato do senador Aécio Neves, como parlamentar ou presidente do PSDB, que possa ter colocado qualquer empecilho aos avanços da Operação Lava Jato. 
Ao contrário, como presidente do partido, o senador foi um dos primeiros a hipotecar apoio à operação. 
Em todas as oportunidades em que ele se pronunciou publicamente apoiou o trabalho da Polícia Federal e, nas votações, defendeu medidas de combate à corrupção e o fim do foro privilegiado."

E acrescentou: "Manifestar posições em relação a propostas legislativas é algo inerente à atividade parlamentar, o que possibilitou inclusive a introdução no texto sobre abuso de autoridade de sugestões feitas tanto pelo procurador-geral da República como pelo juiz Sérgio Moro, a exemplo da retirada do texto do chamado 'crime de hermenêutica', de cujo entendimento o senador participou intensamente. 
Quanto ao caixa 2, o senador defendeu que a proposta de criminalização enviada pelo Ministério Público seja aprovada no Senado."
 (Foto: Editoria de Arte/G1)  (Foto: Editoria de Arte/G1) 
  
(Foto: Editoria de Arte/G1)

Denúncias

Na quarta (17), o jornal "O Globo" divulgou que o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, havia gravado conversa com Temer em que o presidente dava aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Joesley e outros executivos da JBS fecharam acordo de delação premiada. 
O acordo foi homologado na quinta (18) pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Também na quinta, Fachin liberou o audio da conversa entre Temer e Joesley Batista. 
O trecho do diálogo em entre Temer e Batista com a referência a Eduardo Cunha é o seguinte, conforme a gravação:
  • Joesley Batista: Agora... o negócio dos vazamentos. O telefone lá [inaudível] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, e não sei o que. Eu estou lá me defendendo. Como é que eu... o que é que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok...
  • Temer: Tem que manter isso, viu... [Inaudível]
  • Joesley: Todo mês. Também. Eu estou segurando as pontas, estou indo. Esse processo, eu estou meio enrolado aqui no processo, assim [inaudível]...
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em pedido de investigação ao STF, que houve “anuência” do presidente Michel Temer ao pagamento de propina mensal para comprar o silêncio de Cunha por parte de Joesley Batista.

Ainda na quinta, em pronunciamento no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer negou que tenha atuado para calar Cunha
Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. 
Não comprei o silêncio de ninguém", afirmou o presidente.

Obstrução e suborno

Na conversa em que gravou o presidente Michel Temer, o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, relata uma sequência de crimes que vão de obstrução à Justiça, suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas.

A gravação do empresário que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) mostra até tentativa de ter influência em órgãos que regulam e fiscalizam as atividades do grupo empresarial (veja vídeo abaixo). 
 
Ao longo do encontro, Temer ouviu tudo e não condenou os relatos de crimes do empresário em nenhum momento. Pelo contrário, em alguns trechos da conversa, o peemedebista chegou a repetir que tava "ótimo". 
Além disso, o presidente da República não mandou investigar nada.
Temer ouve do dono da JBS relatos de crimes em série, revelam gravaçõesSobre esse trecho da gravação, Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota afirmando que "o presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. 
O empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar vantagem". 
"O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados", diz o texto.
 
Temer ouve do dono da JBS relatos de crimes em série, revelam gravações

Editorial: A renúncia do presidente





Por O Globo

/

Um presidente da República aceita receber a visita de um megaempresário alvo de cinco operações da Polícia Federal que apuram o pagamento de milhões em propinas entregues a autoridades públicas, inclusive a aliados do próprio presidente. 

O encontro não é às claras, no Palácio do Planalto, com agenda pública.

Ele se dá quase às onze horas da noite na residência do presidente, de forma clandestina. 


Ao sair, o empresário combina novos encontros do tipo, e se vangloria do esquema que deu certo: "Fui chegando, eles abriram. 
Nem perguntaram o meu nome". 

A simples decisão de recebê-lo já guardaria boa dose de escândalo. Mas houve mais, muito mais.

Em diálogo que revela intimidade entre os dois, o empresário quer saber como anda a relação do presidente com um ex-deputado, ex-aliado do presidente, preso há meses, acusado de se deixar corromper por milhões. 

Este ex-deputado, em outro inquérito, é acusado inclusive de receber propina do empresário para facilitar a vida de suas empresas no FI-FGTS da Caixa Econômica Federal. 

O presidente se mostra amuado, e lembra que o ex-deputado tentou fustigá-lo, ao torná-lo testemunha de defesa com perguntas que o próprio juiz vetou por acreditar que elas tinham por objetivo intimidá-lo.

Ao ouvir esse relato do presidente, o empresário procura tranquilizá-lo mostrando os préstimos que fez. 

Diz, abertamente, que "zerou" as "pendências" com o ex-deputado, que tinha ido "firme" contra ele na cobrança. 

E que ao zerar as pendências, tirou-o "da frente". 

Mais tarde um pouco, em outro trecho, diz que conseguiu "ficar de bem" com ele. 

Como o presidente reage? 

Com um incentivo: "Tem que manter isso, viu?"

Não é preciso grande esforço para entender o significado dessa sequência de diálogos. 

Afinal, que pendências, senão o pagamento de propinas ainda não entregues, pode ter o empresário com um ex-deputado preso por corrupção? 

Que objetivo terá tido o empresário quando afirmou que, zerando as pendências, conseguiu ficar de bem com ele, senão tranquilizar o presidente quanto ao fato de que, com aquelas providências, conseguiu mantê-lo quieto? 

E, por fim, que significado pode ter o incentivo do presidente ("tem que manter isso, viu"), senão uma advertência para que o empresário continue com as pendências zeradas, tirando o ex-deputado da frente e se mantendo bem com ele?

Esses diálogos falam por si e bastariam para fazer ruir a imagem de integridade moral que o presidente tem orgulho de cultivar. 

Mas houve mais. 

O empresário relata as suas agruras com a Justiça, e, abertamente, narra ao presidente alguns êxitos que suas práticas de corrupção lhe permitiram ter. 

Conta que tem em mãos dois juízes, que lhe facilitam a vida, e um procurador, que lhe repassa informações. 

Um escândalo. 

O que faz o presidente? 

Expulsa o empresário de sua casa e o denuncia as autoridades? 

Não. 

Exclama, satisfeito: "Ótimo, ótimo".

Não é tudo, porém. 

Em menos de 40 minutos de conversa, o empresário ainda encontra tempo para se queixar de um ex-funcionário seu, atual ministro da Fazenda. 

Diz, com desfaçatez, que tem enfrentado resistência no ministro da Fazenda para conseguir a troca dos mais altos funcionários do governo na área econômica: o secretário da Receita Federal, a presidente do BNDES, o presidente do Cade e o presidente da CVM. 

Pede, então, que seja autorizado a usar o nome do presidente quando for novamente ao ministro da Fazenda com tais pleitos. 

O que faz o presidente? 

Manda-o embora, indignado? 

Não, de forma alguma. 

O presidente autoriza: "Pode fazer".

Este jornal apoiou desde o primeiro instante o projeto reformista do presidente Michel Temer. 

Acreditou e acredita que, mais do que dele, o projeto é dos brasileiros, porque somente ele fará o Brasil encontrar o caminho do crescimento, fundamental para o bem-estar de todos os brasileiros. 

As reformas são essenciais para conduzir o país para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de nossas instituições. 

Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e econômica.

Mas a crença nesse projeto não pode levar ao autoengano, à cegueira, a virar as costas para a verdade. 

Não pode levar ao desrespeito a princípios morais e éticos. 

Esses diálogos expõem, com clareza cristalina, o significado do encontro clandestino do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista. 

Ao abrir as portas de sua casa ao empresário, o presidente abriu também as portas para a sua derrocada. 

E tornou verossímeis as delações da Odebrecht, divulgadas recentemente, e as de Joesley, que vieram agora a público.

Nenhum cidadão, cônscio das obrigações da cidadania, pode deixar de reconhecer que o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e administrativas para continuar governando o Brasil. 

Há os que pensam que o fim deste governo provocará, mais uma vez, o atraso da tão esperada estabilidade, do tão almejado crescimento econômico, da tão sonhada paz social. 

Mas é justamente o contrário. 

A realidade não é aquilo que sonhamos, mas aquilo que vivemos. 

Fingir que o escândalo não passa de uma inocente conversa entre amigos, iludir-se achando que é melhor tapar o nariz e ver as reformas logo aprovadas, tomar o caminho hipócrita de que nada tão fora da rotina aconteceu não é uma opção. 

Fazer isso, além de contribuir para a perpetuação de práticas que têm sido a desgraça do nosso país, não apressará o projeto de reformas de que o Brasil necessita desesperadamente. 

Será, isso sim, a razão para que ele seja mais uma vez postergado. 

Só um governo com condições morais e éticas pode levá-lo adiante. 

Quanto mais rapidamente esse novo governo estiver instalado, de acordo com o que determina a Constituição, tanto melhor.

A renúncia é uma decisão unilateral do presidente. 

Se desejar, não o que é melhor para si, mas para o país, esta acabará sendo a decisão que Michel Temer tomará. 

É o que os cidadãos de bem esperam dele. 

Se não o fizer, arrastará o Brasil a uma crise política ainda mais profunda que, ninguém se engane, chegará, contudo, ao mesmo resultado, seja pelo impeachment, seja por denúncia acolhida pelo Supremo Tribunal Federal. 

O caminho pela frente não será fácil. Mas, se há um consolo, é que a Constituição cidadã de 1988 tem o roteiro para percorrê-lo. 

O Brasil deve se manter integralmente fiel a ela, sem inovações ou atalhos, e enfrentar a realidade sem ilusões vãs. 

E, passo a passo, chegar ao futuro de bem-estar que toda a nação deseja.

Delações da JBS podem gerar novos inquéritos em 5 estados e no DF



As delações dos sete executivos do grupo J&F, dono do frigorífico JBS, foram divididas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 32 episódios e enviadas para cinco estados (Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia) e o Distrito Federal.
 
As instâncias da Justiça nesses estados e no DF decidirão se serão abertos novos inquéritos com base nas informações coletadas nas delações. 
No Supremo Tribunal Federal, já viraram inquéritos as menções ao presidente Michel Temer, ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), ao deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ao procurador Angelo Goulart e ao advogado Willer Tomaz
Essas investigações foram abertas antes mesmo da homologação das delações porque exigiam medidas cautelares, como gravações ambientais e interceptações telefônicas.
Temer será investigado por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa
Temer será investigado por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
 
Declarações envolvendo ministros de Estado, deputados e senadores, que têm foro privilegiado no STF, estão agora sob análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não tem prazo para decidir o que fazer. 
Ele pode arquivar as citações, pedir abertura de novos inquéritos ou a inclusão em investigações em andamento. 
 
Avaliadas pela procuradoria, as demais citações foram enviadas – uma parte – para instâncias inferiores da Justiça. 
Outra parte, envolvendo autoridades com prerrogativa de foro no STF, voltou para análise da PGR.
 
Em relação a citações feitas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, por exemplo, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, enviou para a Justiça Federal e para as procuradorias da República no Distrito Federal (DF) e no Paraná. 
Essas são as instâncias que decidirão sobre o prosseguimento das investigações em relação ao que foi delatado.
Joesley diz ter transferido US$ 150 milhões no exterior para campanhas de Lula e Dilma
Joesley diz ter transferido US$ 150 milhões no exterior para campanhas de Lula e Dilma
Fachin autorizou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a incluir menções envolvendo governadores em procedimentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), instância responsável por julgar os governadores. 
 
 
Depois disso, Janot fez avaliação sobre o que fazer com as citações, e Fachin atendeu na última quinta (18).

sexta-feira, maio 19, 2017

Delator diz que Temer recebeu R$ 15 milhões e 'guardou 1 milhão no bolso'

Ricardo Saud, diretor da JBS, relatou ao Ministério Público Federal que o grupo pagou R$ 15 milhões a Michel Temer para sua campanha à Vice-Presidência em 2014, com dinheiro que saiu de uma 'conta de propina' do PT, abastaecida com recursos do BNDES; segundo o delator, Temer acabou
Ricardo Saud, diretor da JBS, relatou ao Ministério Público Federal que o grupo pagou R$ 15 milhões a Michel Temer para sua campanha à Vice-Presidência em 2014, com dinheiro que saiu de uma 'conta de propina' do PT, abastaecida com recursos do BNDES; segundo o delator, Temer acabou.
 
O presidente Michel Temer teria recebido R$ 15 milhões do Partido dos Trabalhadores para financiar sua campanha à Vice-Presidência, em 2014, mas decidiu "guardar" R$ 1 milhão, segundo afirmou Roberto Saud, diretor da JBS, em depoimento ao Ministério Público Federal. 
O G1 questionou Temer sobre a afirmação do delator, via assessoria do Palácio do Planalto, mas, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia recebido resposta. 
Os detalhes estão em um vídeo de 23 minutos, que faz parte do material divulgado à imprensa nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e baseia um dos inquéritos que apuram atos ilícitos de políticos.

Assista ao vídeo na íntegra acima, e veja abaixo os principais pontos do depoimento. 
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin determinou a abertura de inquérito para investigar Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

'Só o Temer e o Kassab'

De acordo com Saud, além de Temer, Gilberto Kassab, que deixou o governo Dilma em abril de 2016 e passou a apoiar o impeachment da petista, e hoje é ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, foi o único outro político que ele viu fazendo o mesmo, ou seja, usando o dinheiro de caixa 2 de campanha em proveito próprio. 
"Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. 

Agora, ganhar um dinheiro do PT e guardar pra ele no bolso dele, eu acho muito difícil. 

Aí, ele e o Kassab fizeram isso. 

Só o Temer e o Kassab guardaram o dinheiro pra eles usarem de outra forma", afirmou ele. (assista no minuto 15'30'')
No depoimento, o delator diz que Temer negociou o valor junto ao PT e que os R$ 15 milhões foram repartidos em diversas frentes: R$ 9 milhões teriam sido pagos em cinco parcelas ao PMDB nacional, como "propina dissimulada em forma de doação oficial"; R$ 3 milhões teriam sido entregues a um intermediário do ex-deputado Eduardo Cunha em um posto de gasolina no Rio de Janeiro; e R$ 2 milhões teriam sido repassados a Duda Mendonça como parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo.
De acordo com Saud, o pagamento a Duda Mendonças foi "simulado como se ele tivesse prestado um serviço" para uma das empresas do Grupo JBS.

Argeplan

O R$ 1 milhão restante, que Saud afirma ter ficado com Temer, foi, segundo ele, entregue na sede da Argeplan Arquitetura e Engenharia, na Vila Madalena, em São Paulo. 

A empresa pertence a João Baptista Lima Filho, amigo de Temer, e já foi alvo de investigações da Operação Lava Jato
Segundo Saud, "o Michel Temer fez uma coisa até deselegante. 

Porque nessa eleição só vi dois caras roubar deles mesmos. 

Um foi o Kassab, o outro o Temer. 

O Temer me deu um papelzinho, e falou: 'Ó, Ricardo, tem um milhão, que quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui'. 

O Temer falou isso. Na porta do escritório dele, na calçada. 

Só eu e ele na rua. 

Na Praça Panamericana." (assista a partir do minuto 12'28'')
O diretor da JBS disse que enviou Florisvaldo Caetano de Oliveira, seu funcionário que realizava as entregas de dinheiro a político, até o local, para saber do que se tratava, e descobriu que era a sede da Argeplan.
"Até então, eu achava que esse dinheiro seria para o [José] Yunes [advogado e amigo de Michel Temer]." 

Saud disse ainda que Florisvaldo teria sido recebido pelo próprio Lima Filho, que teria pedido que ele retornasse dias depois e dito que só ele colocaria a "mão nesse dinheiro".
A partir do minuto 15', Saud descreve como Florisvaldo estacionou de ré na calçada para entregar o dinheiro, e mostrou fotos da fachada do imóvel, afirmando quem uma câmara de vigilância teria filmado o encontro.

Origem do dinheiro

O dinheiro teria saído de uma conta que a JBS disse manter com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a campanha do Partido dos Trabalhadores em 2014.
Segundo Saud, a "conta da propina" tinha R$ 300 milhões. 

No início do vídeo, ele explica que, em meados daquele ano, Guido Mantega teria solicitado a Joesley Batista, dono da JBS, que sacasse R$ 35 milhões para entregar a senadores do PMDB para garantir o apoio de todo o partido à reeleição de Dilma.
Perguntado por um procurador para nomear os senadores, o delator respondeu: "Eduardo Braga, Vital do Rêgo, Jader Barbalho, Eunicio Oliveira, Renan Calheiros, e tinha um milhão pra Kátia Abreu, mas esse um milhão a Kátia nunca recebeu, ficou pra eles lá." (assista no minuto 3'11'')
Saud diz que esse grupo "estava jogando para fazer o Jucá presidente do PMDB nacional, Eunício presidente do Senado, Vital do Rêgo no TCU, Renan líder da bancada."

Reação de Temer

Saud afirmou que "o PT agiu rápido" para impedir a debandada de senadores peemedebistas para a campanha do rival rival Aécio Neves, candidato do PSDB nas eleições de 2014. 

No dia 3 de julho de 2014, disse ele, Mantega fez uma solicitação a Joesley para que a JBS distribuísse o dinheiro entre o grupo. 
O dono da JBS, então, decidiu relatar a história a Michel Temer. 

De acordo com o delator, Joesley teria dito: "Vamos fazer o seguinte? 

Isso aqui não tá passando por ninguém, pega esse bilhete e vai lá e conversa com o Temer." (assista a partir do minuto 5'40'')
 
A pedido de Joesley, Saud então esteve com Michel Temer em sua residência em São Paulo para assistir ao jogo entre Holanda e Costa Rica pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2014. 

O jogo aconteceu no domingo seguinte, dia 5 de julho. 

De acordo com ele, Temer teria ficado "muito indignado" ao descobrir do esquema dos senadores do PMDB. 
Ainda segundo o delator, o então vice-presidente teria pedido para que a JBS aguardasse "uma semana" para que ele reassumisse a presidência nacional do partido. 
Isso aconteceu em 16 de julho de 2014, 11 dias após a suposta conversa. "Poderei ter protagonismo maior de natureza exclusivamente politica e não somente administrativa. 

Vamos percorrer o país para tentar fazer prevalecer o nosso PMDB", disse Temer na época.

Pedido de financiamento

Em agosto, Saud afirmou que teria tido novo encontro com o então vice-presidente, e que ele perguntou sobre o financiamento de sua própria campanha com dinheiro da "conta de propina" do PT. 
"Aí ele [Temer] me perguntou: 'tá, e pra mim o que o PT mandou?' Eu falei 'ó, Temer, por enquanto não mandaram nada. 

O senhor vai lá conversar porque não tem nada aqui... 

Por enquanto não tem nada pro senhor. 

Acho que o PT tá entendendo que o senhor é vice, o senhor vai arrumar o dinheiro do senhor.' 

Ele falou: 'Não, uai. 

Eu entrei nisso aqui, já trouxe o PMDB inteiro, eles vão ter que me dar o dinheiro pra minha campanha.'", relatou Saud. (assista no minuto 6'50'')

No encontro seguinte, o delator afirma que Temer teria dito que combinou um valor com o PT. 
"Nós estávamos ali no escritório político dele na Praça Panamericana. 

Ele me chamou e disse: 'Olha, Ricardo, o pessoal do PT vai mandar 15 milhões pra mim.

Pra minha campanha. 

Tá tudo certo?' Eu falei: 'Nada, tudo errado. 

Eles não mandaram nada pro senhor até agora.' 'Mas não pode, eu tô lá esperando esse dinheiro, não sei o quê, como é que vou fazer com isso?' 

Eu falei: 'Não sei, eu vou conversar com o Joesley, vou pedir ao Joesley pra ver se está sabendo de alguma coisa pro senhor, porque não chegou nada.'" (veja a partir do minuto 7'50').
Em seguida, Saud diz que, em um encontro com Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) pelo PT, ele descobriu que o valor que o partido queria destinar à campanha de Temer era de R$ 5 milhões, e disse que o vice-presidente teria definido que a quantia fosse três vezes maior. 

Edinho, então, prometeu analisar os valores. 

"Aí veio a ordem para dar os R$ 15 milhões pro Temer. 

Do PT para o PMDB, para a campanha do Temer", disse Saud. (assista no minuto 9')
Depois disso, Saud disse que teve mais um encontro com Temer, dessa vez no escritório da Vice-Presidência em Brasília, onde o atual presidente teria definido como gastaria os R$ 15 milhões.
 (Foto: Editoria de Arte/G1)  (Foto: Editoria de Arte/G1)
(Foto: Editoria de Arte/G1)

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...