TUDO É FORÇA, SÓ DEUS É PODER.
"DEUS SEM MIM CONTINUARÁ SENDO DEUS.
EU SEM DEUS NÃO SEREI NADA".
DISSE JESUS : ”E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ“. JOÃO 8:32 .
TODOS CONTRA A PEDOFILIA, EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, A CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO NOSSO PAÍS, A VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS, AS CRIANÇAS E TODOS INDIVÍDUOS INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE.
ACESSE DIARIAMENTE A SUA "REVISTA ELETRÔNICA".
Partido Social Democrático realiza encontro regional
Neste
sábado (20), no salão de eventos da Igreja Grão de Mostarda, no Rio
Verde aconteceu o encontro Regional do Partido Social Democrático (PSD).
Além da militância do partido, estiveram presentes, o deputado federal,
Joaquim Passarinho, o deputado estadual, Gesmar Costa, o ex-prefeito de
Parauapebas e presidente da legenda, Valmir Mariano e prefeitos e
vereadores de outros municípios.
O vereador Ivonaldo Brás, pertencente aos quadros do PSDB também prestigiou o evento.
O evento começou com a fala de Valmir Mariano que ressaltou a
importância da legenda no contexto político nacional e do Estado.
“Aprendi que todo homem precisa ter uma religião, uma filosofia e uma
partido, esse é o nosso PSD”.
Valmir finalizou sua fala, mostrando as
realizações do seu governo, principalmente das grandes obras de
estrutura e da recuperação da oferta de água tratada. O deputado
Joaquim Passarinho, discorreu sobre o cenário político, lembrando os
casos ocorridos nos últimos dias, quando denúncias de corrupção tomaram
as páginas dos noticiários, “queremos que as notícias sejam apuradas,
inclusive do presidente nacional do meu partido.
Se for comprovada que
vá pra cadeia”.
Passarinho lembrou o pouco espaço que o partido vem
tendo no atual governo do PSDB, “o PSD é aliado de primeira hora,
participou da campanha e se sente longe das decisões, enquanto muitos
partidos que fizeram oposição foram agraciados com secretarias”,
enfatizou, deixando claro que o partido vai analisar com cuidado futuros
apoios. Na mesma linha seguiu o deputado Gesmar Costa, que afirmou
que o partido era independente e que não estaria sujeito a nenhum
partido.
O deputado faz um breve relato da sua passagem na administração
pública de Parauapebas, quando em 2013, assumiu os Serviços Autônomos
de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP), “quando assumimos o município
produzia 18 milhões de litros de água por dia e após 15 meses da nossa
gestão, havia uma oferta de 42 milhões de litros água tratada por dia.
Evidentemente que só fizemos isso porque tivemos o apoio do prefeito
Valmir Mariano”. Logo após diversas lideranças, vereadores e
prefeitos de outros municípios também usaram a tribuna e enfatizaram o
crescimento que o partido vem tendo nos últimos anos.
Alessandro do
Fórum, liderança de Curionópolis lembrou que em 2015, quando assumira a
presidência do partido havia quatro filiados, “hoje o partido cresceu e
elegeu o vereador mais atuante do município, o Gildásio”. Após o evento foi servido um almoço para os presentes
Ministro
do STF Luiz Edson Fachin determinou abertura de inquérito contra Temer,
Aécio e deputado Rocha Loures por corrupção passiva, obstrução à
Justiça e organização criminosa.
Por Fábio Amato, G1, Brasília
Presidente Temer está sendo investigado por três crimes.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o presidente
Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em
articulação" para impedir o avanço da Lava Jato. A afirmação consta da
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin
que determinou a abertura de inquérito para investigar Temer, Aécio e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
O inquérito está relacionado ao acordo de delação de executivos do frigorífico JBS. A decisão foi divulgada nesta sexta (19).
"Além disso, verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre
outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as
investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas
legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de
polícia que conduzirão os inquéritos", afirma Janot.
"Desta forma, vislumbra-se também a possível prática do crime de
obstrução à Justiça", completa o procurador-geral da República.
No pedido para investigar Temer e Aécio, a procuradoria afirma que o
senador teria "organizado uma forma de impedir que as investigações [da
Lava Jato] avançassem por meio da indicação de delegados que conduziriam
os inquéritos, direcionando as distribuições."
Versões
Procurada, a assessoria de Temer respondeu: "O presidente nunca atuou para impedir o avanço da Lava Jato".
A assesoria de Aécio também divulgou a seguinte nota:
"Não existe qualquer ato do senador Aécio Neves, como parlamentar ou
presidente do PSDB, que possa ter colocado qualquer empecilho aos
avanços da Operação Lava Jato. Ao contrário, como presidente do partido,
o senador foi um dos primeiros a hipotecar apoio à operação. Em todas
as oportunidades em que ele se pronunciou publicamente apoiou o trabalho
da Polícia Federal e, nas votações, defendeu medidas de combate à
corrupção e o fim do foro privilegiado."
E acrescentou: "Manifestar posições em relação a propostas legislativas
é algo inerente à atividade parlamentar, o que possibilitou inclusive a
introdução no texto sobre abuso de autoridade de sugestões feitas tanto
pelo procurador-geral da República como pelo juiz Sérgio Moro, a
exemplo da retirada do texto do chamado 'crime de hermenêutica', de cujo
entendimento o senador participou intensamente. Quanto ao caixa 2, o
senador defendeu que a proposta de criminalização enviada pelo
Ministério Público seja aprovada no Senado."
(Foto: Editoria de Arte/G1)
Denúncias
Na quarta (17), o jornal "O Globo" divulgou que o dono do frigorífico
JBS, Joesley Batista, havia gravado conversa com Temer em que o
presidente dava aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ).
Joesley e outros executivos da JBS fecharam acordo de delação premiada. O acordo foi homologado na quinta (18) pelo ministro Luiz Edson Fachin,
relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também na quinta, Fachin liberou o audio da conversa entre Temer e
Joesley Batista. O trecho do diálogo em entre Temer e Batista com a
referência a Eduardo Cunha é o seguinte, conforme a gravação:
Joesley Batista:
Agora... o negócio dos vazamentos. O telefone lá [inaudível] com o
Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, e não
sei o que. Eu estou lá me defendendo. Como é que eu... o que é que eu
mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo,
ok...
Temer: Tem que manter isso, viu... [Inaudível]
Joesley:
Todo mês. Também. Eu estou segurando as pontas, estou indo. Esse
processo, eu estou meio enrolado aqui no processo, assim [inaudível]...
Ainda na quinta, em pronunciamento no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer negou que tenha atuado para calar Cunha. Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar
calado. Não comprei o silêncio de ninguém", afirmou o presidente.
Obstrução e suborno
Na conversa em que gravou o presidente Michel Temer, o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, relata uma sequência de crimes que vão de obstrução à Justiça, suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas.
A gravação do empresário que fechou acordo de delação premiada com a
Procuradoria Geral da República (PGR) mostra até tentativa de ter
influência em órgãos que regulam e fiscalizam as atividades do grupo
empresarial (veja vídeo abaixo).
Ao longo do encontro, Temer ouviu tudo e não condenou os relatos de
crimes do empresário em nenhum momento. Pelo contrário, em alguns
trechos da conversa, o peemedebista chegou a repetir que tava "ótimo". Além disso, o presidente da República não mandou investigar nada.
Sobre esse trecho da gravação, Secretaria Especial de Comunicação
Social da Presidência da República divulgou uma nota afirmando que "o
presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O
empresário estava sendo objeto de inquérito e por isso parecia contar
vantagem". "O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do
Ministério Público estivessem sendo cooptados", diz o texto.
Temer ouve do dono da JBS relatos de crimes em série, revelam gravações
Um presidente da República aceita receber a visita de
um megaempresário alvo de cinco operações da Polícia Federal que apuram o
pagamento de milhões em propinas entregues a autoridades públicas, inclusive a
aliados do próprio presidente.
O encontro não é às claras, no Palácio do Planalto,
com agenda pública.
Ele se dá quase às onze horas da noite na residência
do presidente, de forma clandestina.
Ao sair, o empresário combina novos encontros do tipo,
e se vangloria do esquema que deu certo: "Fui chegando, eles
abriram.
Nem perguntaram o meu nome".
A simples decisão de recebê-lo já guardaria boa dose
de escândalo. Mas houve mais, muito mais.
Em diálogo que revela intimidade entre os dois, o empresário quer saber como
anda a relação do presidente com um ex-deputado, ex-aliado do presidente, preso
há meses, acusado de se deixar corromper por milhões.
Este ex-deputado, em outro inquérito, é acusado
inclusive de receber propina do empresário para facilitar a vida de suas
empresas no FI-FGTS da Caixa Econômica Federal.
O presidente se mostra amuado, e lembra que o
ex-deputado tentou fustigá-lo, ao torná-lo testemunha de defesa com perguntas
que o próprio juiz vetou por acreditar que elas tinham por objetivo
intimidá-lo.
Ao ouvir esse relato do presidente, o empresário procura tranquilizá-lo
mostrando os préstimos que fez.
Diz, abertamente, que "zerou" as
"pendências" com o ex-deputado, que tinha ido "firme"
contra ele na cobrança.
E que ao zerar as pendências, tirou-o "da
frente".
Mais tarde um pouco, em outro trecho, diz que
conseguiu "ficar de bem" com ele.
Como o presidente reage?
Com um incentivo: "Tem que manter isso,
viu?"
Não é preciso grande esforço para entender o significado dessa sequência de
diálogos.
Afinal, que pendências, senão o pagamento de propinas
ainda não entregues, pode ter o empresário com um ex-deputado preso por
corrupção?
Que objetivo terá tido o empresário quando afirmou
que, zerando as pendências, conseguiu ficar de bem com ele, senão tranquilizar
o presidente quanto ao fato de que, com aquelas providências, conseguiu
mantê-lo quieto?
E, por fim, que significado pode ter o incentivo do
presidente ("tem que manter isso, viu"), senão uma advertência para
que o empresário continue com as pendências zeradas, tirando o ex-deputado da
frente e se mantendo bem com ele?
Esses diálogos falam por si e bastariam para fazer ruir a imagem de integridade
moral que o presidente tem orgulho de cultivar.
Mas houve mais.
O empresário relata as suas agruras com a Justiça, e,
abertamente, narra ao presidente alguns êxitos que suas práticas de corrupção
lhe permitiram ter.
Conta que tem em mãos dois juízes, que lhe facilitam a
vida, e um procurador, que lhe repassa informações.
Um escândalo.
O que faz o presidente?
Expulsa o empresário de sua casa e o denuncia as
autoridades?
Não.
Exclama, satisfeito: "Ótimo, ótimo".
Não é tudo, porém.
Em menos de 40 minutos de conversa, o empresário ainda
encontra tempo para se queixar de um ex-funcionário seu, atual ministro da
Fazenda.
Diz, com desfaçatez, que tem enfrentado resistência no
ministro da Fazenda para conseguir a troca dos mais altos funcionários do
governo na área econômica: o secretário da Receita Federal, a presidente do
BNDES, o presidente do Cade e o presidente da CVM.
Pede, então, que seja autorizado a usar o nome do
presidente quando for novamente ao ministro da Fazenda com tais pleitos.
O que faz o presidente?
Manda-o embora, indignado?
Não, de forma alguma.
O presidente autoriza: "Pode fazer".
Este jornal apoiou desde o primeiro instante o projeto reformista do presidente
Michel Temer.
Acreditou e acredita que, mais do que dele, o projeto
é dos brasileiros, porque somente ele fará o Brasil encontrar o caminho do
crescimento, fundamental para o bem-estar de todos os brasileiros.
As reformas são essenciais para conduzir o país para a
estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de
nossas instituições.
Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer
a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e
econômica.
Mas a crença nesse projeto não pode levar ao autoengano, à cegueira, a virar as
costas para a verdade.
Não pode levar ao desrespeito a princípios morais e
éticos.
Esses diálogos expõem, com clareza cristalina, o
significado do encontro clandestino do presidente Michel Temer com o empresário
Joesley Batista.
Ao abrir as portas de sua casa ao empresário, o
presidente abriu também as portas para a sua derrocada.
E tornou verossímeis as delações da Odebrecht,
divulgadas recentemente, e as de Joesley, que vieram agora a público.
Nenhum cidadão, cônscio das obrigações da cidadania, pode deixar de reconhecer
que o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e
administrativas para continuar governando o Brasil.
Há os que pensam que o fim deste governo provocará,
mais uma vez, o atraso da tão esperada estabilidade, do tão almejado
crescimento econômico, da tão sonhada paz social.
Mas é justamente o contrário.
A realidade não é aquilo que sonhamos, mas aquilo que
vivemos.
Fingir que o escândalo não passa de uma inocente
conversa entre amigos, iludir-se achando que é melhor tapar o nariz e ver as
reformas logo aprovadas, tomar o caminho hipócrita de que nada tão fora da
rotina aconteceu não é uma opção.
Fazer isso, além de contribuir para a perpetuação de
práticas que têm sido a desgraça do nosso país, não apressará o projeto de
reformas de que o Brasil necessita desesperadamente.
Será, isso sim, a razão para que ele seja mais uma vez
postergado.
Só um governo com condições morais e éticas pode
levá-lo adiante.
Quanto mais rapidamente esse novo governo estiver instalado,
de acordo com o que determina a Constituição, tanto melhor.
A renúncia é uma decisão unilateral do presidente.
Se desejar, não o que é melhor para si, mas para o
país, esta acabará sendo a decisão que Michel Temer tomará.
É o que os cidadãos de bem esperam dele.
Se não o fizer, arrastará o Brasil a uma crise
política ainda mais profunda que, ninguém se engane, chegará, contudo, ao mesmo
resultado, seja pelo impeachment, seja por denúncia acolhida pelo Supremo
Tribunal Federal.
O caminho pela frente não será fácil. Mas, se há um
consolo, é que a Constituição cidadã de 1988 tem o roteiro para
percorrê-lo.
O Brasil deve se manter integralmente fiel a ela, sem
inovações ou atalhos, e enfrentar a realidade sem ilusões vãs.
E, passo a passo, chegar ao futuro de bem-estar que
toda a nação deseja.
Já
viraram inquéritos no STF casos do presidente Michel Temer, do senador
afastado Aécio Neves, do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, do
procurador Angelo Goulart e do advogado Willer Tomaz.
Por Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília
As delações dos sete executivos do grupo J&F, dono do frigorífico
JBS, foram divididas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 32
episódios e enviadas para cinco estados (Paraná, Ceará, Mato Grosso do
Sul, Rio de Janeiro e Rondônia) e o Distrito Federal.
As instâncias da Justiça nesses estados e no DF decidirão se serão
abertos novos inquéritos com base nas informações coletadas nas
delações.
Temer será investigado por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
Declarações envolvendo ministros de Estado, deputados e senadores, que
têm foro privilegiado no STF, estão agora sob análise do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não tem prazo para
decidir o que fazer. Ele pode arquivar as citações, pedir abertura de
novos inquéritos ou a inclusão em investigações em andamento.
Avaliadas pela procuradoria, as demais citações foram enviadas – uma
parte – para instâncias inferiores da Justiça. Outra parte, envolvendo
autoridades com prerrogativa de foro no STF, voltou para análise da PGR.
Em relação a citações feitas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff, por exemplo, o ministro Luiz Edson Fachin,
relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, enviou para a
Justiça Federal e para as procuradorias da República no Distrito
Federal (DF) e no Paraná. Essas são as instâncias que decidirão sobre o
prosseguimento das investigações em relação ao que foi delatado.
Joesley diz ter transferido US$ 150 milhões no exterior para campanhas de Lula e Dilma
Fachin autorizou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a
incluir menções envolvendo governadores em procedimentos no Superior
Tribunal de Justiça (STJ), instância responsável por julgar os
governadores.
Ricardo
Saud, diretor da JBS, disse que repasse foi feito a pedido do PT para
financiar campanha de Temer, então vice de Dilma, em 2014. Dinheiro saiu
de cota de R$ 300 milhões do PT.
Por G1
Ricardo Saud, diretor da JBS, relatou ao Ministério Público Federal que
o grupo pagou R$ 15 milhões a Michel Temer para sua campanha à
Vice-Presidência em 2014, com dinheiro que saiu de uma 'conta de
propina' do PT, abastaecida com recursos do BNDES; segundo o delator,
Temer acabou.
O presidente Michel Temer teria recebido R$ 15 milhões do Partido dos
Trabalhadores para financiar sua campanha à Vice-Presidência, em 2014,
mas decidiu "guardar" R$ 1 milhão, segundo afirmou Roberto Saud, diretor
da JBS, em depoimento ao Ministério Público Federal.
O G1
questionou Temer sobre a afirmação do delator, via assessoria do
Palácio do Planalto, mas, até a última atualização desta reportagem,
ainda não havia recebido resposta.
Os detalhes estão em um vídeo de 23 minutos, que faz parte do material
divulgado à imprensa nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), e baseia um dos inquéritos que apuram atos ilícitos de
políticos.
Assista ao vídeo na íntegra acima, e veja abaixo os principais pontos do depoimento.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin determinou a abertura de inquérito
para investigar Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o
deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva,
obstrução à Justiça e organização criminosa.
De acordo com Saud, além de Temer, Gilberto Kassab, que deixou o
governo Dilma em abril de 2016 e passou a apoiar o impeachment da
petista, e hoje é ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e
Comunicações, foi o único outro político que ele viu fazendo o mesmo, ou
seja, usando o dinheiro de caixa 2 de campanha em proveito próprio.
"Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha.
Agora, ganhar um dinheiro do PT e guardar pra ele no bolso dele, eu acho
muito difícil.
Aí, ele e o Kassab fizeram isso.
Só o Temer e o Kassab
guardaram o dinheiro pra eles usarem de outra forma", afirmou ele. (assista no minuto 15'30'')
No depoimento, o delator diz que Temer negociou o valor junto ao PT e
que os R$ 15 milhões foram repartidos em diversas frentes: R$ 9 milhões
teriam sido pagos em cinco parcelas ao PMDB nacional, como "propina
dissimulada em forma de doação oficial"; R$ 3 milhões teriam sido
entregues a um intermediário do ex-deputado Eduardo Cunha em um posto de
gasolina no Rio de Janeiro; e R$ 2 milhões teriam sido repassados a
Duda Mendonça como parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf ao
governo de São Paulo.
De acordo com Saud, o pagamento a Duda Mendonças foi "simulado como se
ele tivesse prestado um serviço" para uma das empresas do Grupo JBS.
Argeplan
O R$ 1 milhão restante, que Saud afirma ter ficado com Temer, foi,
segundo ele, entregue na sede da Argeplan Arquitetura e Engenharia, na
Vila Madalena, em São Paulo.
Segundo Saud, "o Michel Temer fez uma coisa até deselegante.
Porque
nessa eleição só vi dois caras roubar deles mesmos.
Um foi o Kassab, o
outro o Temer.
O Temer me deu um papelzinho, e falou: 'Ó, Ricardo, tem
um milhão, que quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui'.
O Temer falou isso. Na porta do escritório dele, na calçada.
Só eu e
ele na rua.
Na Praça Panamericana." (assista a partir do minuto 12'28'')
O diretor da JBS disse que enviou Florisvaldo Caetano de Oliveira, seu
funcionário que realizava as entregas de dinheiro a político, até o
local, para saber do que se tratava, e descobriu que era a sede da
Argeplan.
"Até então, eu achava que esse dinheiro seria para o [José] Yunes
[advogado e amigo de Michel Temer]."
Saud disse ainda que Florisvaldo
teria sido recebido pelo próprio Lima Filho, que teria pedido que ele
retornasse dias depois e dito que só ele colocaria a "mão nesse
dinheiro".
A partir do minuto 15', Saud descreve como Florisvaldo estacionou de ré
na calçada para entregar o dinheiro, e mostrou fotos da fachada do
imóvel, afirmando quem uma câmara de vigilância teria filmado o
encontro.
Origem do dinheiro
O dinheiro teria saído de uma conta que a JBS disse manter com recursos
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para
financiar a campanha do Partido dos Trabalhadores em 2014.
Segundo Saud, a "conta da propina" tinha R$ 300 milhões.
No início do
vídeo, ele explica que, em meados daquele ano, Guido Mantega teria
solicitado a Joesley Batista, dono da JBS, que sacasse R$ 35 milhões para entregar a senadores do PMDB para garantir o apoio de todo o partido à reeleição de Dilma.
Perguntado por um procurador para nomear os senadores, o delator
respondeu: "Eduardo Braga, Vital do Rêgo, Jader Barbalho, Eunicio
Oliveira, Renan Calheiros, e tinha um milhão pra Kátia Abreu, mas esse
um milhão a Kátia nunca recebeu, ficou pra eles lá." (assista no minuto 3'11'')
Saud diz que esse grupo "estava jogando para fazer o Jucá presidente do
PMDB nacional, Eunício presidente do Senado, Vital do Rêgo no TCU,
Renan líder da bancada."
Reação de Temer
Saud afirmou que "o PT agiu rápido" para impedir a debandada de
senadores peemedebistas para a campanha do rival rival Aécio Neves,
candidato do PSDB nas eleições de 2014.
No dia 3 de julho de 2014, disse
ele, Mantega fez uma solicitação a Joesley para que a JBS distribuísse o
dinheiro entre o grupo.
O dono da JBS, então, decidiu relatar a história a Michel Temer.
De
acordo com o delator, Joesley teria dito: "Vamos fazer o seguinte?
Isso
aqui não tá passando por ninguém, pega esse bilhete e vai lá e conversa
com o Temer." (assista a partir do minuto 5'40'')
A pedido de Joesley, Saud então esteve com Michel Temer em sua
residência em São Paulo para assistir ao jogo entre Holanda e Costa Rica
pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2014.
O jogo aconteceu no
domingo seguinte, dia 5 de julho.
De acordo com ele, Temer teria ficado
"muito indignado" ao descobrir do esquema dos senadores do PMDB.
Ainda segundo o delator, o então vice-presidente teria pedido para que a
JBS aguardasse "uma semana" para que ele reassumisse a presidência
nacional do partido.
Isso aconteceu em 16 de julho de 2014,
11 dias após a suposta conversa. "Poderei ter protagonismo maior de
natureza exclusivamente politica e não somente administrativa.
Vamos
percorrer o país para tentar fazer prevalecer o nosso PMDB", disse Temer
na época.
Pedido de financiamento
Em agosto, Saud afirmou que teria tido novo encontro com o então
vice-presidente, e que ele perguntou sobre o financiamento de sua
própria campanha com dinheiro da "conta de propina" do PT.
"Aí ele [Temer] me perguntou: 'tá, e pra mim o que o PT mandou?' Eu
falei 'ó, Temer, por enquanto não mandaram nada.
O senhor vai lá
conversar porque não tem nada aqui...
Por enquanto não tem nada pro
senhor.
Acho que o PT tá entendendo que o senhor é vice, o senhor vai
arrumar o dinheiro do senhor.'
Ele falou: 'Não, uai.
Eu entrei nisso
aqui, já trouxe o PMDB inteiro, eles vão ter que me dar o dinheiro pra
minha campanha.'", relatou Saud. (assista no minuto 6'50'')
No encontro seguinte, o delator afirma que Temer teria dito que combinou um valor com o PT.
"Nós estávamos ali no escritório político dele na Praça Panamericana.
Ele me chamou e disse: 'Olha, Ricardo, o pessoal do PT vai mandar 15
milhões pra mim.
Pra minha campanha.
Tá tudo certo?' Eu falei: 'Nada,
tudo errado.
Eles não mandaram nada pro senhor até agora.' 'Mas não
pode, eu tô lá esperando esse dinheiro, não sei o quê, como é que vou
fazer com isso?'
Eu falei: 'Não sei, eu vou conversar com o Joesley, vou
pedir ao Joesley pra ver se está sabendo de alguma coisa pro senhor,
porque não chegou nada.'" (veja a partir do minuto 7'50').
Em seguida, Saud diz que, em um encontro com Edinho Silva, prefeito de
Araraquara (SP) pelo PT, ele descobriu que o valor que o partido queria
destinar à campanha de Temer era de R$ 5 milhões, e disse que o
vice-presidente teria definido que a quantia fosse três vezes maior.
Edinho, então, prometeu analisar os valores.
"Aí veio a ordem para dar
os R$ 15 milhões pro Temer.
Do PT para o PMDB, para a campanha do
Temer", disse Saud. (assista no minuto 9')
Depois disso, Saud disse que teve mais um encontro com Temer, dessa vez
no escritório da Vice-Presidência em Brasília, onde o atual presidente
teria definido como gastaria os R$ 15 milhões.